11

Uma semana havia se passado desde a festa de aniversário do jogador de basquete e agora já era sexta feira. A semana passou voando, mas para o ruivo parecia que foi ontem que o moreno foi até sua casa e recebeu ameaças do seu pai. A conversa que teve com a mãe ainda rodeava em sua cabeça e os melhores amigos já estavam a par de tudo o que havia acontecido e estavam todos os dias desde a festa, o importunado. Jihoon, por ser do segundo ano, só fazia perguntas ao ruivo nos intervalos das aulas e no horário de almoço.

Agora eles estavam na sala à espera do professor que já estava atrasado a sete minutos. E ele nunca se atrasava. Felix revirava os olhos a cada pergunta que um dos amigos lhe fazia. Minho era o mais importuno e a todo momento o dizia coisas como:

— Eu sabia que isso ia acontecer! Eu te avisei que o hwang estava de quatro por você, lixie!

Revirou os olhos outra vez.

— Não é pra tanto. Nós só estamos ficando.

— Ficando se resume a sexo? — jisung perguntou.

Felix arregalou os olhos.

— Não, jisung! Apenas beijos.

— Ainda, não é? Aposto que você não vai resistir quando ver que ele guarda um belo monumento.

— minho, você está se ouvindo? Para com isso, você não é solteiro. — repreendeu.

— O quê? Só fica marcado no uniforme do time.

Antes que felix falasse alguma coisa, o professor entrou na sala e atrás dele, Hyunjin.

O professor foi até a sua mesa e o moreno seguiu até onde Felix e seus amigos estavam. Sem dar tempo dele raciocinar, Hyunjin beijou os lábios deles com carinho, sem se importar com todos os olhares.

— Bom dia, gatinho.

Felix, sem reação, proferiu um "bom dia" baixinho.

Hyunjin sorriu e foi até o fundo da sala, onde se sentou em sua carteira costumeira, junto do time de basquete. Os alunos estavam surpresos.

O professor clareou a garganta, dispersando os alunos dos pensamentos. Ele foi até o meio da sala e sorriu.

— Bom dia, turma! Espero que estejam todos bem. Hoje tenho um anúncio importante a fazer antes de iniciarmos a aula. — falou olhando para os alunos — Amanhã, no sábado, teremos uma aula de campo muito especial. Vamos caminhar e explorar o ambiente natural e iremos acampar durante o final de semana.

Com a notícia os alunos ficaram animados. Outros desmotivados.

— Professor, para onde vamos? — uma garota de fios rosa perguntou.

— Excelente pergunta! Nós vamos para o Viva Camping, um parque próprio para acampamentos com lindas trilhas para caminhadas. Lá, teremos a oportunidade de observar a flora e a fauna local, estudar os ecossistemas e aprender sobre a importância da conservação ambiental.

— O que precisamos levar?

Para a surpresa de alguns, fora seungmin que perguntou.

— Roupas confortáveis, calçados adequados para caminhadas, chapéus, protetor solar e repelentes. Barracas, alimentação, bebidas e cobertores são por conta da escola.

— E como será a divisão das barracas? — felix perguntou.

— Temos 8 barracas médias que cabem até 5 pessoas. Vocês podem fazer grupos para dividi-las. Nós temos 2 barracas grandes, as quais até dois a três alunos podem conseguir.

— Como conseguimos?

Outra garota perguntou.

— Isso será dito apenas amanhã — sorriu. — Agora com todos os informes dados, vamos iniciar a aula!

A aula teve início e não demorou para ter o fim. As próximas foram iniciadas de acordo com o horário e no final da última aula, o sinal bateu indicando o horário do almoço. Os alunos saíram afoitos, correndo o mais rápido que podiam. Parecia até mesmo que ficar dentro daquela sala por mais um minuto ceifaria suas vidas. Felix esperou que toda aquela algazarra acabasse para sair também.

O ruivo saiu na companhia dos amigos e dos namorados dos mesmos. Minho estava agarrado no braço de chan e jisung era mais contido, segurando apenas a mão de Changbin. Os quatro foram para a fila para comprar seus almoços e felix sem fome, decidiu ir para a biblioteca. Ele se despediu dos amigos e seguiu até seu destino.

Enquanto caminhava até a biblioteca, pensava para onde Hyunjin tinha ido depois que o sinal do intervalo bateu. Ele fora um dos primeiros a sair da sala e também parecia ter pressa. O moreno carregava algo em suas mãos, mas por conta do trânsito de pessoas, felix não conseguiu ver o que era.

Quando dobrou em um corredor, um grupinho de garotas fofocavam sobre algo e assim que o viram, prontamente se calaram. Ignorando seja lá o que fosse que elas estivessem falando, felix continuou a andar, porém, parou quando ouviu seu nome ser proferido. Olhou para trás vendo uma garota baixinha e morena o encarando com os olhos arregalados. Ele girou sobre os calcanhares.

— Como posso lhe ajudar? — perguntou educado.

A menina saltou em um pulinho.

— O-oi! Eu sou a Minhee do segundo ano.

Felix franziu o cenho. Encarou a menina tentando se lembrar do rosto dela e de quem era ela. Depois de alguns minutos de recordação, lembrou-se que ela era uma das líderes de torcida dos Devils. Uma das "subordinadas" de Soha e a garota a qual a Im insistia em dizer que chan tinha uma quedinha por ela.

— Kim Minhee? — perguntou para ter certeza.

— Isso! — ela sorriu — E-eu estava te procurando.

O ruivo arqueou uma sobrancelha.

— Me procurando? Quer falar sobre o conselho estudantil?

— N-não! É outra coisa.

Felix ficou confuso.

— Outra coisa?

— Sim — Minhee abaixou a cabeça ficando constrangida — E-eu...

Ela não conseguiu falar.

Enquanto a menina tentava falar, as outras que a acompanhavam a encorajavam. Felix ficou tenso. Não podia ser o que ele estava pensando que seria.

— Minhee, por acaso você não está pensando em se declarar pra mim, está? — perguntou assustado.

A menina arregalou os olhos.

— O-o quê? Não! Eu sei que você é gay, felix oppa! Não é nada disso!

Ele ficou ainda mais confuso, mas aliviado.

— Então o que é? Fale de uma vez, estou com pressa.

— B-bem, na verdade a Soha me pediu para te perguntar isso.

Felix revirou os olhos já imaginando o que seria lhe perguntando. Agora, preferia que a garota fosse de fato, declarar seu amor por ele do que ter que ouvir o que ouviria nesse momento.

— E o que ela deseja saber? — soou cínico.

— V-você está tendo alguma coisa com o Hyunjin oppa? Estão se envolvendo sexualmente? — ela sussurrou a última parte.

Feliz soltou uma risada sincera.

— E eu devo satisfação da minha vida para alguma de vocês?

Minhee arregalou os olhos.

— N-não, oppa! Me desculpe, eu não queria ter sido tão inconveniente — tentou amenizar a situação — E-eu só fiz isso porque a Soha me ameaçou dizendo que se eu não te perguntasse, eu não poderia me apresentar no próximo jogo.

Felix indignou-se ao ver a garota abaixar a cabeça tristonha. Quando ele pensava que a Im não poderia ser pior do que já era, percebia que estava enganado.

— Tudo bem, Minhee. Me desculpe por ter sido rude com você. — tocou o ombro da garota — Agora eu preciso ir. E diga a Solzinha que minha vida não diz respeito a ela — sorriu, se despedindo — Ah, e diga também que quando eu for beijar o Hyunjin, eu beijo na frente dela.

Dito isso, saiu. Deixando as meninas surpresas com a descoberta e Minhee assustada pelo que aconteceria quando Soha ficasse sabendo daquilo.

Felix continuou andando pelo corredor com um sorriso vitorioso nos lábios. Quando chegou na biblioteca, se surpreendeu ao ver que a primeira coisa que viu foi o moreno rebelde que o dava tantas dores de cabeças ali. Hyunjin estava sentado em uma das mesas, com os cabelos bagunçados e os olhos fixos em um livro.

Ao se aproximar, felix notou que o livro que ele observava com tanta dúvida era um de mecânica quântica que estava à sua frente. Hyunjin estava frustrado. As equações pareciam um emaranhado de símbolos indecifráveis, e ele se sentia perdido.

O ruivo sorriu e se aproximou ainda mais dele.

— O que está fazendo aqui? Parece que está prestes a arrancar os cabelos.

Hyunjin ergueu a cabeça, olhando para o ruivo que sorria. Suspirou.

— Tentando estudar. Só que eu simplesmente não entendo nada disso. Olha só essas equações! Parecem hieróglifos. Como alguém entende algo assim?

Felix concordou, puxando uma cadeira e sentando-se ao lado dele.

— Calma, Hyunjin. A física quântica pode ser intimidante, mas não é impossível de entender.

— Diz isso porque é inteligente e já sabe de tudo.

Hwang deu de ombros.

— Não sei exatamente tudo, Hyunjin. — revirou os olhos — Vamos começar devagar. O que você está tentando entender?

O moreno bufou frustrado.

— Essa parte aqui sobre o princípio da incerteza. Eu não entendo como podemos saber a posição e a velocidade de uma partícula ao mesmo tempo. Parece contraditório.

Felix olhou para onde ele apontava, franzindo o cenho por não entender nada. Olhou mais a fundo, notando que ele estava na página errada. Pegou o livro e ficou folheando até a página correta. Sorriu ao ver o conteúdo.

— Ah, o princípio da incerteza de Heisenberg. É um conceito fundamental. — ditou o óbvio — Vamos simplificar. Imagine que você está tentando medir a posição de uma partícula subatômica, como um elétron. Quanto mais precisão você tem na medição da posição, menos precisão terá na medição da velocidade, e vice-versa.

— Mas por quê? Isso não faz sentido! — franziu o cenho.

O ruivo suspirou, pensando em uma forma de explicá-lo de uma maneira que ele pudesse entender.

— Você tem uma folha solta?

Hyunjin concordou. Ele levantou-se da cadeira e foi até o outro lado da mesa onde estava a sua mochila. Felix o acompanhou, vendo todos os seus movimentos. Ele usava o uniforme amassado como de costume e os seu par de botas de cano alto pretas que sempre estava consigo. Em seu blazer, do lado direito, havia um broche de uma cesta e uma bola de basquete.

Assim que ele chegou até sua bolsa a abriu tirando uma folha de caderno. Voltou até onde o ruivo estava e parou em sua frente. Automaticamente, os olhos de felix foram até o chão, sorrindo bobo ao comparar seu par de all star básico ao lado das botas extravagantes do moreno. Voltou a encará-lo e pegou a folha de sua mão. Hyunjin sentou-se novamente.

Felix colocou a folha sobre o livro e pegou a caneta que antes Hyunjin usava e desenhou um gráfico no papel.

— Vamos visualizar. — falou assim que finalizou o desenho — Aqui está o gráfico da incerteza. Quanto mais estreita a curva da posição, maior a incerteza na velocidade, e vice-versa. É como se a natureza nos dissesse: "Escolha, meu amigo. Você quer saber onde está ou a que velocidade está indo?"

Hyunjin olhou para o gráfico com atenção, ainda com dificuldades.

— Isso é... interessante. Mas ainda é difícil de aceitar.

— Hwang, a física quântica desafia nossa intuição, mas é assim que o mundo subatômico funciona. — sorriu — Não se preocupe, com o tempo você vai pegar o jeito.

— É difícil. Eu não consigo estudar sozinho. — frustrou-se ainda mais.

— Então vamos estudar juntos. Que tal começarmos com alguns exercícios práticos?

— Pode ser. Mas não garanto que vou saber resolver essas questões.

— Claro que vai, não é tão difícil. — devolveu a caneta a ele — Juntos, vamos decifrar esses hieróglifos!

Hyunjin sorriu, esquecendo-se de todos os seus problemas com a física.

— Obrigado, ruivinho.

— Não precisa me agradecer. Gosto de ver que você está mudando.

Hyunjin sorriu.

Depois de um tempo, eles continuaram calados, sem falar nada, apenas se encarando. Felix abriu a boca mas nada dela saiu. Pensou em contar sobre o que aconteceu no corredor, mas Hyunjin foi mais rápido em quebrar o silêncio.

— feliz, o que nós estamos tendo? — falando de uma vez, deixando o ruivo surpreso.

Lee não falou nada, apenas ficou observando o rosto inexpressivo de Hyunjin. A observação perdurou por longos minutos e toda aquela demora estava deixando o moreno outra vez frustrado.

— Fala alguma coisa! — estava nervoso.

Felix abriu a boca, suspirando.

— E-eu não sei! Eu fiquei sem reação, Hyunjin.

— Por quê? Por que está sem reação? Responda a minha pergunta.

— É difícil, Hyunjin. É muito inesperado ouvir você fazer tal pergunta. — respondeu — E ainda mais tão do nada. A gente não ia estudar?

— É, a gente ia. Mas eu quero saber, felix. O que nós temos?

— Eu não sei, hwang. — suspirou — talvez nós sejamos apenas ficantes. Isso já tem o quê? Duas semanas? Quanto tempo mais isso irá durar?

Hyunjin se aproximou mais dele, fazendo a bibliotecária ficar em alerta. Pegou em uma mecha laranja e ficou brincando com ele entre os dedos.

— Eu já te disse que se depender de mim, isso durará até o fim. Pra sempre. — sorriu — Por que acha que fui enfrentar seu pai? Ele vai ter que me aceitar como genro de uma forma ou de outra.

Felix sorriu mas não deixou de ficar preocupado.

— Hyunjin, não acha que isso está indo rápido demais? Até ontem nós nos odiávamos. Até ontem nós não nos importávamos com quem ficávamos. Até ontem nós-

Antes que pudesse terminar a frase, o moreno o interrompeu levando o dedo até os lábios dele.

— Até ontem é passado. Foca no hoje, amor. — tentou fazê-lo entender — E não estamos indo rápido demais porque eu te quero a muito tempo.

O ruivo suspirou.

— E o que você quer que nós tenhamos? Duas semanas é o suficiente para se apaixonar?

— Eu quero que a gente tenha algo. Sabe, eu sou seu e você meu. Sem mais ninguém. E duas semanas é tempo o suficiente.

Hyunjin acariciou os fios ruivos fazendo felix suspirar pelo contato.

— Sem mais ninguém?

— Sem ninguém. Só eu e você. — selou os lábios dele com rapidez.

Felix desviou o olhar.

— Eu não sei, Hyunjin. Não quero passar por tudo outra vez.

— Amor, meu escuta. Eu não sou como ele. Você me conhece, sabe que não sou tão filho da puta ao ponto de brincar com os sentimentos das pessoas. Eu não sou mais o moleque idiota sem maturidade.

— Eu sei que você mudou, mas ainda assim é complicado. Tem a Soha.

— Nós não temos nada.

— Não é isso o que ela acha.

Hyunjin respirou fundo, soltando o ar pelo nariz.

— Eu vou conversar com ela. Vou acabar tudo o que nós temos e vou ficar com você.

— Acho melhor você ser rápido porque ela já mandou as amigas dela me questionarem o que nós estamos tendo. E nem eu sei.

O moreno sorriu, finalmente beijando ele. O beijo não demorou muito já que eles se separaram quando ouviram um barulho.

— Aqui não é lugar para namorico. Se quiserem fazer tais impurezas, fora! — a bibliotecária os repreendeu.

Eles quebraram o beijo entre risadas.

— Se ela soubesse o que eu imagino fazer com você aqui dentro, nos mandaria pra prisão. — hwang falou mordendo a lateral do piercing com um sorriso maroto.

— E o que você imagina? — o ruivo foi na onda dele.

— Mais tarde eu te conto.

Felix gargalhou fraquinho.

— Tudo bem. — levou as mãos até as próprias coxas — Você vai amanhã, não vai?

Hyunjin fez uma careta engraçada.

— Não tô muito a fim.

— Por que não? Vai ser legal! E é uma aula, vale nota, hwang.

— Eu sei, mas não sou muito fã de dormir no meio do mato.

— Não é no meio do mato. É uma área própria para acampamentos! Além do mais tem as barracas.

— Ainda assim. Não quero ir.

— Vamos! Vai ser divertido!

Hyunjin pensou em negar outra vez, mas ao ver a empolgação no olhar do ruivo, um sorriso radiante cresceu em seus lábios.

— Tá legal, eu vou.

Felix assentiu felizinho. Depois da conversa que tiveram, ambos foram estudar e resolver as questões sobre o conteúdo.

...

Depois que terminou de estudar com o ruivo, o sinal bateu indicando o início das aulas do período da tarde, as quais passaram rápido. Já se aproximavam das oito da noite e Hyunjin já havia jantado e agora tomava banho.

Assim que finalizou o banho, hwang foi procurar algo confortável para dormir. Não estava nem um pouco animado para a aula de campo e o acampamento que teriam no dia seguinte e até pensou em ir pra casa, porém faria esse esforço para agradar o ruivo.

Seu telefone acendeu em uma notificação e ao olhar do que se tratava, revirou os olhos ao ver uma mensagem de Soha. Já estava prestes a ignorar, quando lembrou-se que ainda precisa conversar com ela sobre o fim de seja lá o que eles tivessem. Mas conhecendo bem o temperamento da garota, sabia que ela não concordaria em ter essa conversa.

Entrou no contato dela e mudou o nome de "Solzinha ☀️" para "Im Soha", o que foi perda de tempo já que ele iria excluir o número.

Im Soha

Está livre agora?

[19:20]

Pensou um pouco no que deveria fazer.

Se falasse para ela que queria apenas conversar, ela provavelmente rejeitaria. Então pensou em falar que estava livre e deixar ela pensar que ele queria o que ela também queria. Se sentiu horrível por fazer isso com seu ruivinho. Então digitou ligeiramente antes que se arrependesse.

Sim. O chan hyung está por aí com o namorado. Estou sozinho.

[19:45]

Me encontra às 21:00

[19:45]

Aquele horário não era tão bom para se ter uma conversa, mas se falasse um mais cedo, Soha desconfiaria.

Im Soha

Claro, amor! 👌🏻

[19:46]

Suspirando, desligou o aparelho e foi se vestir.

Pela primeira vez, sentiu medo de uma conversa séria que estava prestes a ter, e não podia adiar mais. Tinha que ser hoje. Precisava tirar esse peso de suas costas, para que quando fosse no dia seguinte, se divertisse ao lado de seu ruivinho já que ele havia o convencido de ir a aula de campo.

Enquanto não chegava a hora em que a morena iria para seu dormitório, decidiu sair um pouco e ir até o térreo ou ao almoxarifado. Planejava fumar e esses eram os dois lugares onde sempre ia, pois ninguém nunca ia até lá. Isso também era uma preocupação que tentava resolver há tempos. Precisava parar de fumar.

Um tanto atordoado, saiu do dormitório já com o cigarro e o isqueiro na mão. Acendeu a droga e deu uma grande tragada, levando a fumaça escura para os pulmões que a essa altura, pediam por socorro.

Ao cruzar o corredor, ele quase engoliu o cigarro ao ver sua mãe arrumar o terninho azul bebê que usava, erguendo a cabeça logo em seguida. Ele foi rápido quando retirou o "palitinho" da boca e o escondeu atrás das costas.

Ela nunca poderia ver que ele estava fumando outra vez dentro dos corredores da escola. Ela já não aprovava que ele fizesse tal coisa fora, dirá dentro da Hyunmin High.

Não tardou muito e a mulher já caminhava em sua direção com um enorme sorriso.

— Filho! Suas notas estão melhorando muito, não estão? A mamãe está orgulhosa de você! — sorriu — O felixie é mesmo um garoto de ouro, olha como ele está mudando o meu bebê!

— Mãe! — ele a repreendeu.

Agradeceu mentalmente por estarem apenas os dois ali. Não caia bem um garoto de 19 anos, 1.84 de altura, inteiramente tatuado e lotado de piercings, ser chamado de bebê. Porém, logo um sorriso grande enfeitou seu rosto. Ele estava feliz por está se saindo bem nos estudos e ainda mais por sua mãe estar orgulhosa de sua mudança.

— Oh, não tenha vergonha! — ela finalmente parou em sua frente — Está tão cheiroso, para onde vai?

— Pra lugar nenhum, estou apenas em busca de ar. — sorriu amarelo, suspirando aliviado por ela ter sentido apenas o cheiro de seu perfume.

Ela ficou um tempinho ali, o analisando sem dizer nada, mas o sorriso orgulhoso não deixava seus lábios rosados pelo batom.

— Você já está tão crescido, seu pestinha! Tenho que ficar nas pontas dos pés para tentar olhar nos seus olhos, e eu estou de salto!

Hwang gargalhou.

— A senhora que é baixinha demais, até os gêmeos já passam do seu tamanho.

A mulher o olhou incrédula.

— Ora, seu moleque, me respeite! — tentou soar intimidadora mas logo estava sorrindo de novo — Vamos, abaixe um pouco, assim não consigo te beijar.

O moreno iria contestar, mas deixou para lá. Sua mãe era carinhosa e ele adorava receber carinho, mesmo que não demonstrasse.

Dobrou um pouco os joelhos, abaixando-se até ficar na mesma altura da mulher. Ela levou os lábios pintados até sua bochecha esquerda e beijou bem em cima da pequena cicatriz.

— Seu delinquente! Se não tivesse arrumado briga na escola, não teria essa cicatriz!

— Mãe, eu tinha 10 anos.

— E já era encrenqueiro. — ela negou em um balançar de cabeça o fazendo rir. — Mas foi bom te encontrar aqui, assim não precisei te procurar.

Hwang franziu o cenho.

— A senhora quer falar comigo?

— Sim, aconteceu um imprevisto e eu precisarei ir até Seul.

— Agora? — arqueou uma sobrancelha. Não estava entendendo nada.

— Isso. Tenho algo para resolver.

— E a senhora não quer falar comigo só para me avisar isso, quer?

— Não. Como não estarei em casa hoje não terá ninguém para ficar com os meninos então eles virão para cá. Vão dormir com você.

O moreno arregalou os olhos.

— Como é? — espantou-se.

Não podia ser. Ele não podia ficar com os irmãos justo hoje que pretendia se resolver.

— Isso mesmo, Hwang Hyunjin. Hoje você vai ficar com seus irmãos, então tenha responsabilidade e trate de ativar o seu modo "irmão mais velho".

— E o papai? — se agarrou ao seu último fio de esperança.

— Teve que viajar de última hora para o Japão. Só tenho você.

— Mas, mãe, hoje eu não posso...

Ela o encarou desconfiada.

— E por que não?

Porque hoje eu vou dar um basta na minha vida de cafajeste. Pensou, mas logicamente não falou em voz alta.

— Nada, esquece. — mudou de assunto — Que horas eles chegam?

— Mandei mensagem para o motorista a pouco tempo e ele me informou que já estavam saindo de casa. Então não demora muito para eles chegarem. Esteja os esperando no portão. — Hyunjin assentiu, cabisbaixo — Eu irei voltar ainda hoje, porém muito tarde. Não se preocupe com a aula de campo, amanhã cedo os meninos vão para casa e você poderá se divertir bastante.

Assentiu novamente, mas estava pouco se importando com a aula de campo só iria porque o ruivinho pediu.

— A senhora vai amanhã?

— Não, mas o coordenador irá. Comporte-se.

— Mãe, não sou mais uma criança.

— Mas age como uma. Eu não estarei lá, mas vou estar de olho em você, por tanto não apronte. — arrumou a gola de sua camiseta — E também não brigue com seus irmãos hoje. Não os estresse, principalmente o Junghee, a fase da adolescência é a pior.

— Tudo bem.

— Agora eu preciso ir. Vá esperar seus irmãos. — se afastou dele para ir embora — Amo você, filhote.

— Também te amo, mãe.

Ela sorriu e saiu desfilando em seus saltos altos.

Hyunjin murchou, ficando agora sem nenhuma animação. Sem escolhas, foi em direção aos grandes portões do colégio para esperar os dois pestinhas.

No caminho encontrou um lixeiro onde descartou o cigarro que pouco tragou.

Próximo ao saguão, a atenção do moreno foi tomada por um ruivinho que tinha uma carranca no rosto bonito. Ele bebia um suco de caixinha e já estava prestes a cruzar o corredor. O rosto do hwang se iluminou com a possibilidade. Apressou os passos.

Seu coração também se animou.

— felix! — o chamou.

Ao ouvir seu nome ser proferido, lee parou para ver quem o chamava, mas não tardou a voltar a caminhar ao ver quem era. Se fosse dar atenção aquele moreno era capaz de nunca mais sair do corredor.

Hyunjin revirou os olhos e correu atrás dele.

— Ruivo, espera aí.

Felix passou a caminhar mais rápido, não se preocupando nenhum pouco com o garoto que o chamava a plenos pulmões.

— Ei, ruivinho! — aumentou o tom de voz ao ver que mais uma vez foi ignorado. —  Calma aí, amor.

O ruivo respirou fundo, estancando no lugar e girando sobre os calcanhares. Hyunjin parou em sua frente, ofegante. Descansava com as mãos nos joelhos e a coluna levemente inclinada para frente. Sua respiração estava pesada.

— O que foi, hein?

— Para essas perninhas curtas... você anda bem rápido, não é? — resfolegou. — Já está de mal comigo, amor? Eu vou à aula de campo.

Felix precisou de muito para não revirar os olhos, mas acabou sorrindo.

— Diz logo o que você quer.

O capitão assentiu, se reerguendo. Encarou os olhos miúdos e sorriu amarelo.

— Posso te beijar?

— Era apenas isso?

— Não, mas eu quero te beijar primeiro.

O ruivo negou com a cabeça.

— Seja rápido.

Ele assentiu e juntou as bocas em um beijo lento e quente. Assim como Jimin pediu, não prolongou muito o contato. Ao separar os lábios, pensou em como pediria aquilo a ele.

— Olha, amor, eu te adoro. Eu te amo muito, Cenourinha. — sorriu grande — Às vezes eu só implico com você porque te acho fofinho. Eu também te admiro muito por ter toda essa inteligência e beleza, você...-

— Hyunjin, chega. — interrompeu o moreno, conhecendo bem a peça. — Para com tanta bajulação e me diz logo o que quer.

— Tá bom! — coçou a nuca — Sabe, os meus irmãos vão passar a noite aqui. O meu pai como sempre está viajando a trabalho e minha mãe foi para Seul para resolver algumas coisas pendentes. A babá deles está de licença maternidade porque acabou de ter um filho, e eles não podem ficar sozinhos.

— Certo, e onde eu entro nisso? — ergueu a sobrancelha ruiva.

— Aí é que tá, ruivinho. Eu não contava que eles iriam dormir aqui e marquei de me resolver com a Soha, sabe? — sorriu amarelo — E como o chan tá se pegando com o minho, nós vamos conversar no meu dormitório. Mas relaxa, nada vai acontecer.

Ao ouvir aquilo, felix apertou com tanta força a caixinha de suco que se ainda tivesse alguma coisa dentro, teria espirrando em ambos.

— Você vai se encontrar com ela? — perguntou baixinho.

— Vou, mas é apenas para terminar tudo o que temos.

Felix assentiu. Sua atenção foi levada até a bochecha manchada. Engoliu em seco.

— Pelo visto você já se encontrou com outro alguém.

Hyunjin ficou confuso, mas ao ver para onde ele olhava, arregalou os olhos.

— Não, amor! Isso foi a minha mãe. — limpou a marca de batom — Não estou mentindo. Você acredita em mim, não é?

— Acredito. — sorriu.

— Nossa ruivinho, que susto você me deu agora.

Felix gargalhou fraquinho.

— Pode me dizer logo qual a minha parte? Estou com pressa, ainda tenho que tomar banho.

Hyunjin suspirou antes de começar a falar.

— Bom, o Minho está por aí com o chan sem horário para voltar ao dormitório e você também está sozinho. Não tem ninguém com você. — começou como quem não quer nada.

— Não, pode parar. — o interrompeu novamente, entendendo tudo. — Eu não vou bancar a babá de seus irmãos para você ser o psicólogo particular daquela magricela. — pisou firme no chão — Eles são sua responsabilidade.

— Eu sei, eu sei. Mas você tem que me ajudar, ruivinho. Isso também te envolve. É rápido, eu prometo.

— Não, Hyunjin. Eu estou cansado e tenho que dormir para levantar cedo amanhã. Vocês podem conversar outro dia. Mas se não quiser adiar, eles já tem 13 anos, podem muito bem dormir sozinhos em um dormitório vazio.

— Minha mãe me mataria caso descobrisse.

— É capaz dela te matar se descobrir que você está tentando jogar seus irmãos para escanteio só para "conversar"!

— Você está com ciúmes, bebê? Não vai acontecer nada eu te prometo.

— Não estou com ciúmes. E não me importo se você de repente tiver uma recaída e quiser transar com ela.

Hyunjin suspirou passando a mão tatuada pelos fios negros, frustado.

— Não vou ter recaída nenhuma, Lixie. Se eu recair, pode ter certeza que eu vou atrás de você.

— Hwang...

O capitão pensou um pouco, sorrindo logo em seguida. Deu mais um passo na direção do ruivo o fazendo caminhar outro para trás. Caminhou em um passo maior, agarrando a cintura fina.

— Gatinho... — acariciou a cintura curvilínea, soprando uma risadinha no ouvido sensível. — Eles te adoram, amor. — deixou um beijinho no pescoço arrepiado — Dorme com eles, uh?

O sangue do ruivo ferveu e se concentrou todo em seu rosto. Sentiu ódio e acima de tudo, atração pelo jogador. Hyunjin era bonito e muito gostoso, mas também era um tremendo infantil que o irritava só para ter uma fonte de diversão. Felix o odiava.

O baixinho juntou toda sua força e o restinho de sanidade que ainda existia, e empurrou o corpo másculo para longe.

— Por que quer tanto assim que eu fique com seus irmãos para ter essa conversa com a Soha? Quer comer ela? — perguntou afetado.

— Não. Quero comer você. E eu já disse que só quero pôr um basta no que temos. — explicou novamente — Como vou ficar contigo se essa maluca não sair do meu pé achando que sou namorado dela? Meu sogro também já me odeia e se ele ao menos sonhar que a Soha existe, aí sim ele terá mais motivos para arrancar meu pau.

Felix gargalhou alto.

— Você é tão louco, hein.

O moreno sorriu de canto.

— Louco? Vai dizer que não quer dar pra mim?

O ruivo foi pego de surpresa com aquela pergunta repentina.

— Não, eu não quero!

Hwang sorriu, voltando a caminhar na direção do menor, o agarrando outra vez a cintura.

— Não minta para si mesmo, gatinho. Eu sei que você me quer. Eu também te quero. — sussurrou ao pé do ouvido dele. — E aqueles beijos. Os nossos beijos, porra... Eu não os tiro da cabeça. Os seus lábios são tão macios e deliciosos. Não vejo a hora de provar o gostinho de melancia do seu gloss outra vez.

Colou os corpos e passou a deixar selares pelo pescoço branquinho, ainda com algumas marcas. Ele beijava com carinho, aproveitando do cheirinho doce do seu perfume.

— Hwang, não faça isso. — juntou todas as suas forças naquele momento para falar aquilo.

— Isso o que, amor?

— Você está me provocando. No meio de um corredor.

— Te provocando? Não.

Continuo com os beijos lentos pela derme ainda marcada. O ruivo se controlava para que nenhum som escapasse de sua boca. Ele não podia mostrar para aquele Coelho soberbo o quanto estava gostando de seus toques. Não fora de um quarto.

— Hyunjin, para. V-você precisa resolver sua vida hoje, não deveria está me provocando assim.

Hwang parou com os beijos molhados e encarou os olhinhos ofuscantes do ruivo.

— Ah, Cenourinha, me deixe te beijar, uh? Vou me resolver com a Soha mas não é agora, então eu posso fazer o que quiser até lá.

— Não pode não. O corpo é meu e quem decide isso sou eu, seu babaca.

Hyunjin o olhou confuso, e se afastou minimamente.

— Certo. Então, pelo amor de Deus, me permita que eu beije sua boquinha com gostinho de melancia ou eu vou morrer!

Felix sorriu do desespero dele.

Hyunjin apertou a cintura fininha o fazendo soltar um guincho de puro prazer. Se o moreno tatuado não estivesse tão entorpecido por aquele ruivo e se entregado à própria provocação, ele com certeza teria percebido.

Antes que aquilo acabasse em algo que provavelmente os dois se arrependeriam, felix decidiu interferir.

— Para, tá bom? Eu fico com seus irmãos. Mas não demore e quando acabar volte pra mim, tá bom?

Hyunjin sorriu abobalhado e precisou de muito para se afastar do ruivo e de bastante autocontrole para não avançar nele e o deixar com os lábios ainda mais cheinhos.

— Eu volto, meu amor. Vou te encher de beijos.

Felix gargalhou.

— Quando seus irmãos dormirem.

— Certo. Agora vem comigo.

Antes mesmo que pudesse pensar em dizer algo, foi arrastado pelo moreno afoito pelo grande saguão, atraindo olhares de pessoas curiosas que estavam ali, as quais haviam presenciado toda aquela cena.

Quando passaram por um grupinho de meninas, não deixaram de ouvir o que elas comentaram:

— Você viu o que acabou de acontecer, Mina? — falou uma menina de cabelos curtos e esverdeados.

— Sim. E você viu a forma que o Hyunjin oppa puxou o presidente? Eu fiquei com as pernas molinhas só de ver essa pegada. — respondeu a morena baixinha.

— Nossa, sim! Imagina a brutalidade dele na cama? Deve quebrar alguns ossos. Ui, me arrepio só de imaginar.

Hyunjin puxou o ruivo, o fazendo grudar em si. Sorriu safado para a conversa das garotas e pela reação do mais novo.

Felix estava inteiramente vermelho e suas sardinhas quase que transparentes.

— O que foi? Minutos atrás você estava tão cheio de si. — debochou.

— Mais é diferente, idiota! Elas assim como todos os outros que estavam aqui acham que agora nós vamos transar e não vai demorar muito para essa fofoca se espalhar!

— Mas nós vamos transar, gatinho. — sorriu cafajeste — E não se preocupe com as fofocas, eu mesmo farei questão de te assumir pra escola e pro mundo inteiro.

Felix preferiu ignorar a presença e as provocações do moreno e os dois seguiram em silêncio até a saída do grande colégio, ficando parados no portão, mas sendo protegidos pelo grande muro.

O silêncio ainda engolia ambos os garotos e para que aquela monotonia não ficasse desconfortável, o ruivo decide quebrá-lo.

— O jogo é na próxima semana, não é?

— Sim, na segunda.

Felix assentiu.

— Com quem vão jogar?

— Com os Kings da escola Busan High School. É só um amistoso para aquecer para os jogos futuros, mas não quero perder e envergonhar o time. — suspirou.

O ruivo olhou para o moreno com certo pesar.

Por mais que hwang não se interessasse nem um pouco pelos estudos, ele gostava muito de basquete. Suas notas ainda eram uma questão bem crítica, por mais que ele se esforçasse para melhorá-las, o que poderia o levar a perder o cargo de capitão e por esse motivo ele se esforçava um pouco, mais ainda não estava bom.

— Está tudo bem, hwang. Mês passado vocês amassaram os Demons, vão conseguir ganhar o jogo contra os Kings também. — o tranquilizou — E além do mais, é apenas um amistoso, não precisa se cobrar tanto.

Hyunjin sorriu, visivelmente agradecido.

— Valeu, gatinho.

Felix assentiu e eles voltaram para o mesmo silêncio mórbido. Mas nenhum dos dois queriam ficar naquela monotonia.

O ruivo olhava para todos os lados à procura do carro que trazia os gêmeos mas nenhum sinal. De repente, ele assustou-se ao sentir algo tocar sua coxa, e olhando para aquela mão tatuada que adentrava os rasgos da calça, engoliu em seco. Mas ele também não pediu para que o outro retirasse-a.

— Como andam suas notas? — questionou.

Hyunjin suspirou alto, apertando a mão em volta da carne coberta.

— Estão melhorando, mas se eu não conseguir um D em matemática e um B em anatomia, corro o risco de perder o título de capitão.

Felix assentiu e pensou no que dizer para não feri-lo. O encarou com um certo pesar.

— Você falou que ia melhorar já faz um mês, e está se saindo bem. Mas a questão é que não vai ficar bom em tudo em apenas 30 dias, Hyun. Não fique tão mal, você vai conseguir.

O moreno suspirou outra vez.

— Eu sei, felix. Mas uma vez rebelde, sempre rebelde. Não dá para mudar de uma hora para outra, mas eu quero!

— Sei que não, hwang. Mas se você tentar por mais alguns meses, vai conseguir superar tudo. E você não é mais aquele garoto rebelde e encrenqueiro de dois anos atrás.

Hyunjin parou um pouco para pensar e concordou com o ruivo. Mas antes que pudesse falar algo, o clarão de uma luz atravessou seus olhos, quase o deixando cego.

Ao ajustar a visão, viu quando o carro parou e a porta se abriu. Por ela, dois garotos de 13 anos desceram.

Felix encarou os meninos com atenção, vendo que eles tinham a mesma altura e eram quase idênticos, se não fosse as roupas e personalidade. Um vestia um conjunto de moletom em cores neutras, tinha um fone branco em volta do pescoço e um livro embaixo do braço. Os cabelos estavam bem arrumados e mal saiam do lugar. O outro vestia uma calça de alfaiataria preta, regata e um casaco de couro também pretos. Seus cabelos estavam bagunçados e ele tinha uma bola de basquete nas mãos. O ruivo sorriu ao se tocar de que ele era um mini Hyunjin. Os gêmeos eram bem mais bonitos pessoalmente.

Assim que ambos os garotos se aproximaram do enorme portão do colégio, o porteiro o abriu e eles atravessaram. Não demorou muito para que eles parassem ao lado dos mais velhos.

— Oi, amores. — Hyunjin os cumprimentou sorridente.

— Hyunjinnie! — Jungmin correu e o abraçou forte. O mais velho deixou um beijinho no topo da cabeça dele.

— Para de boiolice. — Junghee murmurou, revirando os olhos — Trouxe minha bola pra gente jogar.

Hyunjin soprou um risinho por dentro do nariz e encarou o gêmeo mais velho quando o mais novo o largou.

— Podemos jogar outra hora, Hee? Agora eu preciso resolver um assunto.

Junghee revirou os olhos.

— Você nunca tem tempo.

Felix encolheu-se em seu canto, lembrando-se da conversa que o moreno teve com os irmãos pelo celular.

— Eu jogo com você, Hee! — Jungmin ofereceu.

— Tá. — deu de ombros.

Jungmin sorriu para o irmão e finalmente notou que eles não estavam a sós.

— Você não é o garoto que estava com o Hyunjinnie semana passada quando ligamos pra ele? — perguntou curioso.

Felix ficou tímido, sem saber o que responder.

— Sim, sou eu! — sorriu.

— Uah, você é ainda mais bonito pessoalmente.

— Obrigado! Você também é muito bonito. E não, não é porque parece com seu irmão mais velho. — falou sorridente.

Junghee bufou.

— Mentira, Minmin. Ele só disse isso porque nós nos parecemos com o Hyunjin.

Hyunjin suspirou. Não estava a fim de brigas.

— Meninos, esse é o Felix. — apresentou o ruivo. — Ele ficará com vocês enquanto eu resolvo um problema.

— Ah, não. Eu não vou ficar com esse aí. Eu nem conheço ele, Hyunjin!

O gêmeo mais velho reclamou.

— Não implica, Hee. Não vê que o Felix está fazendo um favor para o irmãozão?

— Tá bom!

Hyunjin sorriu e deixou um beijinho na testa de Jungmin.

— Agora eu preciso ir. Eu não demoro. — falou indo até Junghee. Também lhe deu um beijo. O menino fez uma careta.

— Sai daqui! — protestou.

O moreno gargalhou da reação do irmão e foi até o ruivo.

— Eles não vão te dar trabalho, ruivinho. Eu prometo. — selou os lábios cheinhos.

Os gêmeos fizeram uma expressão enojada, desviando o olhar.

Hyunjin se virou, pronto para ir. Antes, olhou os irmãos e disse:

— Se comportem!

Os mais novos assentiram e ele entrou para dentro da escola, indo até seu dormitório.

— Vamos entrar? — felix sorriu ao indagar.

— Vamos! — Jungmin saiu na frente, animado.

O ruivo também passou a caminhar e Junghee o seguiu.

— Ei.

Lee olhou para o hwang mais novo.

— Oi?

— No seu quarto tem cesta de basquete?

— Não, mas podemos ir pra quadra.

— A essa hora? Pode ir?

— Uh, eu dou um jeito.

Junhee concordou e eles também entraram na escola.

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