07
No dia seguinte todos os participantes da confraternização estavam parecendo zumbis. Os olhos estavam inchados e as caras péssimas. Até mesmo felix que ama estudar, estava enrolando para se dirigir até a sala de aula. E mesmo que quisesse matar aula, não poderia. As duas primeiras eram com a sua mãe.
Assim que chegou na sala, sua visão imediatamente correu para as últimas carteiras, mas quem procurava não estava lá. Suspirando, ele foi até o seu lugar costumeiro. Sentou-se calado e sequer cumprimentou os amigos.
— Ei, o que foi?
Virou-se para encarar jisung, que o questionou em um tom manso.
— Nada não. Só estou com sono. — respondeu baixinho.
— Eu também estou morto. — minho concordou.
O ruivo voltou a sentar-se com postura e começou a tirar os materiais de sua mochila.
— Antes que a tia Minji apareça, me digam como foi ontem! Eu preciso muito saber.
— Não teve nada demais.
— É. A gente só comeu e brincamos de eu nunca.
felix gargalhou fraquinho ao lembrar das alfinetadas que o amigo e o namorado davam um no outro a cada rodada.
— E você e o chan hyung quase se mataram. — levou a mão para a boca e começou a rir.
— Mas era porque ele ficava me provocando a todo momento!
— Ele não te provocou, lino. Você que não queria superar o passado dele.
— Você é meu melhor amigo ou é melhor amigo dele?
Enquanto os dois amigos discutiam, jisung estava mais perdido do que cego em tiroteio.
— Gente, calma lá. Eu não estou entendendo nada! — frustrou-se — E poxa lino, você começou a namorar tão de repente e já está querendo terminar com seu relacionamento?
— Não, hannie. Credo.
O mais velho sorriu e levou sua atenção para o ruivo.
— E você se divertiu lá, Minnie? Eu vi o que postou no Instagram. A carne parecia tão suculenta. Vocês deveriam ter ido ao restaurante do meu pai.
— Lá foi legal. E eu realmente teria aproveitado mais a comida se fosse a do seu pai. Sinto até água na boca.
jisung concordou.
— Nesse final de semana vou pedir para ele preparar uma boa refeição pra mim. Não é falando mal da comida daqui, mas quando se tem um pai cozinheiro e bem afamado, parece que todas as outras perdem o sabor.
— Nossa, sim! Agora que você falou, sinto falta da comida do papai.
Os dois continuam a conversar, mas o loiro matutava um assunto que até então não tinha morrido em sua cabeça. Empolgado ele chamou pelo amigo.
— felix!
lee parou de falar com o amigo e de súbito, levou a mão até o peito.
— Que susto, minho! Você tem que parar com isso!
Ignorando a bronca que levou, ele disse animado:
— Depois que o jisung falou sobre você ter postado como foi ontem no seu Instagram, eu lembrei de que vi nos stories do hyunjin uma foto sua que ele mesmo tirou, e você repostou!
O ruivo arregalou os olhos.
— E qual o problema?
— Qual o problema? Ele te convidou para ir com ele, ficou todo tempo ao seu lado, te alimentou, tirou fotos sua e a Soha ainda apareceu lá, surtando porque o Coelhinho dela levou você e não ela! Agora vão achar que vocês estão ficando!
— Eu realmente não me importo com o que vão pensar. Eu não estou ficando com ele, então não estou nem aí para terceiros.
jisung ficou surpreso.
— Espera, a maluca da Soha apareceu lá? Sem ser convidada?
— Apareceu e fez o maior barraco — o loiro virou-se para o mais velho, em sua posição de velha fofoqueira — Ela surtou porque o hyunjin convidou o felixie invés dela e saiu gritando no meio do bar que o namorado dela a deixava largada para ficar traindo ela pelos cantos.
— Essa menina não tem um pingo de senso e de vergonha na cara lisa.
— Não mesmo. Ainda quis humilhar o lixie, mas eu não deixei por isso mesmo. Joguei várias verdades na cara dela. Disse que o hwang só come ela porque não tem opção e porque o ruivinho não quer ele.
Nesse momento jisung soltou uma risada alta e escandalosa. felix revirou os olhos.
— Não acredito que você falou isso, lee know!
— Falei! E ela ainda teve coragem de falar que o chan só me comia, porque não conseguia esquecer a sirigaita da Minhee. Eu juro que se ele não estivesse me segurando, eu tinha voado em cima dela!
— Você não fez nada, lixie? — virou-se para o ruivo.
— Não. Apenas rir da cara de idiota dela quando ela achou que ao derramar uma caneca de cerveja no meu cabelo tão bem cuidado, iria me humilhar.
O han arregalou os olhos.
— Ela fez isso com você? Ah, mas se eu pego essa garota eu faço picadinho dela e olha que quem é barraqueiro é o minho.
O ruivo sorriu.
— Agora já está tudo bem, hannie. Não precisa se preocupar.
O garoto assentiu.
felix pensou em contar sobre o que havia acontecido no banheiro, mas se viu sem palavras quando um garoto baixinho, musculoso, usando óculos de grau redondinhos e portando vários cadernos, parou em frente a eles. Era seo changbin, o melhor aluno do clube de matemática e também namorado do amigo moreno.
— Bom dia, meninos! — o seo os cumprimentou com um sorriso de covinhas.
— Olá, changbin! — minho também sorriu.
— Oi, changbin! — o ruivo também o cumprimentou.
— Bom dia, meu amor. Por que chegou tão tarde hoje? — jisung perguntou ao olhar o horário em seu relógio e ver que faltavam apenas 5 minutos para o início das aulas.
— Na verdade eu cheguei no horário de sempre, eu só não quis atrapalhar a conversa de vocês.
Ele falou um pouco tímido, arrancando risadas dos três amigos.
— Ah, que fofo! Quero um namorado.
felix revirou os olhos.
— Você já namora, minho.
— Ah, é verdade.
changbin sorriu, e abaixou-se um pouco para conseguir ficar na altura dos lábios do namorado. Deixou um beijinho casto e voltou a postura ereta.
— Eu só vim desejar bom dia a vocês. Agora vou indo para não atrapalhar mais a conversa. — acariciou a bochecha de jisung — Até mais tarde, bebê. Até mais, jisung e felix!
Se despediu com um sorriso e foi sentar em sua carteira que era do outro lado da sala. Eles estudavam juntos, mas changbin sempre respeitou a escolha do namorado em ficar junto dos melhores amigos e sempre que eles estavam conversando, procurava um brechinha para ver o outro han, sem que atrapalhasse eles.
— Ele é mesmo um fofo. — felix concordou.
Mas aquilo ainda o incomodava e antes que perdesse a coragem, decidiu desabafar.
— Oh, gente. — começou sem jeito e os amigos lhe deram atenção — Junta mais.
jisung que sentava na carteira atrás do ruivo, esgueirou-se mais para frente e minho que sentava ao lado, quase caiu da cadeira ao inclinar ela para se aproximar.
— Qual a fofoca? — o loiro perguntou curioso.
— Sabe a conversa que tivemos, sobre o hyunjin supostamente está apaixonado por mim? — assentiram — E se for ao contrário?
— Como assim? — jisung não entendeu.
— E se eu... se eu quem estiver apaixonado? — exitou — Por ele...
O han e lee arregalaram os olhos.
— Mas como? O que você sente por ele?
— Eu não sei explicar, mas ao mesmo tempo que é uma coisa boa também é uma coisa ruim. — se confundiu nas palavras — Sabe, minho, quando você me perguntou se eu queria beijar ele e eu não conseguir responder, é porque eu estava confuso. Mas agora eu já sei.
— E você quer?
— Quero — concordou — Ontem, no banheiro, nós quase nos beijamos.
Outra vez, jisung deu um grito estridente.
— jisung! — felix e minho o repreenderam em uníssono.
— Desculpa! Eu só fiquei surpreso.
— Por que não se beijaram? — o loiro perguntou.
— Porque o chan chegou bem na hora.
— Ah, mas eu mato aquela coisinha irritante! Ele vai ver só, vou ficar de greve! Onde já se viu atrapalhar o meu casal mais shippavel?
O ruivo riu.
— Não o culpe, lino. Ele só veio nos chamar para irmos embora. Mas aí eu saí correndo e não sei mais o que eles conversaram.
— Aposto que o hyunjin ficou frustrado por não ter conseguido te beijar. É inegável a vontade que ele tem. — jisung comentou.
— É mesmo. Ontem ele não parava de te olhar. E quando voltou e você estava no banheiro, ele perguntou todo preocupado para onde você tinha ido.
felix suspirou.
— Eu não sei não. Talvez ele só tenha se sentido culpado por meu cabelo ficar com cheiro de cerveja.
— felix, acorda! No jogo, você fez uma pergunta de nunca ter mentido para si mesmo sobre gostar de alguém e ele bebeu. E olhando nos seus olhos! Você também bebeu. A tensão que existe entre vocês dois não é segredo para ninguém.
— Mas ele pode ter bebido pensando em outro alguém. Até mesmo na Soha.
jisung que não sabia do que tinha acontecido em detalhes na comemoração, já tinha sacado as investidas do moreno sobre o ruivo e acabou revirando os olhos para tamanha lerdeza dele.
— E qual Desculpa você dar para a pergunta dele? Quando ele falou que nunca teve um sonho erótico com alguém que ele quer muito pegar? Só ele bebeu! Olhando para você!
Agora jisung já tinha pegado tudo.
— E quem foi que teve um sonho erótico recentemente? Não foi ele que sonhou transando com você? E ainda te contou, felix! Ele te quer muito! — jisung falou já impaciente.
— Mas eu nunca fiquei com ele!
— E daí? Fica agora!
— Esse é o problema. É como eu disse, talvez eu sinta sim algo por ele e se eu ficar só uma vez, vou querer ficar sempre. Sem contar que ver ele pegando outras pessoas com certeza vai me deixar mal!
Os meninos se entreolharam e suspiraram fundo. Antes que algum deles pudesse falar algo, Minji chegou.
— Bom dia, crianças! Cadernos abertos para a correção do exercício que foi passado na semana anterior.
Jisung e minho voltaram para seus lugares, abrindo os cadernos.
— No almoço conversamos sobre. — jisung falou.
A ruiva começou a corrigir as questões do exercício e felix sorria orgulhoso por ter acertado todas elas. Em um dado momento, ele se assustou quando a porta foi aberta com brusquidão.
Todos os alunos, inclusive Minji, olharam assustados para a porta, onde um moreno tatuado, repleto de piercings, usando o uniforme interinamente amassado e a mochila como de costume, em apenas uma alça em dos ombros, estava parado. Ele tinha um sorriso amarelo nos lábios.
— Mas que falta de respeito, hwang hyunjin! — Minji o repreendeu.
— Desculpe, senhorita Minji. Foi sem querer — sorriu torto — Eu posso entrar? Eu fiz o exercício, prometo.
A ruiva o olhou desconfiada, mas assentiu, permitindo que ele entrasse.
Ninguém, a não ser os dois ruivos olhavam mais para o moreno, já conhecendo bem o tipo dele. Minji voltou a corrigir as questões e felix observou cada passo seu. hwang fez questão de passar por ele e jogar um pedacinho de papel laranja sobre sua mesa.
Antes que conseguisse ir até o final da sala, sentiu quando seu braço foi segurado. Confuso, ergueu a sobrancelha ainda machucada para o loiro que o segurava.
— Onde está meu namorado? — perguntou.
Ele deu de ombros.
— Dormindo. Disse que não viria hoje de manhã porque estava cansado de ontem.
minho assentiu o soltando.
— Diga a ele que não quero falar com ele pelos próximos dois dias por conta de algo que ele impediu de acontecer.
hyunjin o encarou sem entender onde ele queria chegar, mas assentiu.
— Tá.
E saiu.
felix voltou a se concentrar em seu exercício, mas o papel laranja chamou-lhe a atenção. Pegou ele com as pontas dos dedos e o abriu, vendo que o formato do post it era redondo, e representava uma bola de basquete. Sorriu para com aquilo, e sorriu ainda mais ao ler o que estava escrito:
"Você tá lindo hoje, minha Cenourinha ruiva."
felix olhou para trás, vendo quando o moreno o lançou um sorrisinho.
— O que ele escreveu? — jisung perguntou afoito.
O ruivo voltou sua atenção para o papel e depois para o amigo moreno. minho também queria saber o que era.
Em resposta, felix mostrou o post it a jisung e depois o entregou para minho, que ao ler, não segurou seu surto.
— Ai. Meu. Deus! — soltou um gritinho — Ele tá tão não sua, lixie.
felix prendeu um risinho e quando ia responder o amigo, seu nome sendo chamado o fez olhar na mesma direção.
Mingyu estava vindo na sua direção com um sorriso radiante. O seu rosto, assim como o de hyunjin, ainda estava machucado. Mas era mesmo. O olho estava um tanto roxo e ao lado da boca tinha um band-aid. A consequência da discussão, ocasionou em detenção para os dois. Kim já havia ido no dia anterior, e hwang iria hoje.
— Oi, felix! — sorriu — Oi jisung, oi minho.
— Olá! — os três falaram em uníssono.
— Então, lixie, eu queria te agradecer pelo o que fez pelo o Woozi. — o ruivo pareceu confuso — O Jihoon. É que eu chamo ele assim desde criança.
— Ah, entendi. Não precisa se preocupar, Gyu. Eu faria isso por qualquer um.
— Mesmo assim, obrigado. Ele é bem tímido para falar com pessoas então vim por ele.
Quando felix iria dizer algo, um pigarro chamou sua atenção. Ao olhar na mesma direção, quase teve um ataque cardíaco ao ver hyunjin a quase dois metros de distância. Como ele foi parar ali tão rápido, não sabia.
Desviando o olhar, voltou a encarar Mingyu quando ele continuou a falar.
— Eu queria que você me fizesse um favor, Ji.
— Pode falar. Se estiver ao meu alcance eu farei.
— Então, você poderia almoçar com o meu Woozi hoje? Só hoje pelo menos. Ele sempre fica sozinho e não quer que eu coma com ele porque disse que ia me fazer vergonha. — falou com um pouco de receio — Ele não sabe que eu tô fazendo isso, mas sei lá. Como você ajudou ele, eu acho que ele gosta de você. Ele é do segundo ano.
— Quem é Woozi? — minho perguntou.
— Longa história, lino — felix respondeu — Eu almoço com ele sempre que precisar, Mingyu, não se preocupe.
— Posso almoçar com ele também, yang? Estou brigado com meu namorado e não quero saber dele. — o loiro encarou o mais alto.
— Claro, minho. Mas não quero confusão com o chan.
— Ele não vai arrumar confusão com você, relaxa. Além do mais você quebrou a cara do hwang, pode quebrar a dele também — falou convicto — Só pega leve com meu channie, não deixa ele tão feio.
Mingyu gargalhou o que acabou chamando a atenção de hyunjin que coçou a garganta.
— Oh, tia Minji.
A ruiva olhou para o moreno rebelde que tinha seus braços cruzados. felix e os outros fizeram o mesmo.
— Pode dizer, hyunjin — Ela sorriu — Está com dúvidas?
— Não. Só queria saber o que a senhora acha sobre conversas paralelas na hora da aula.
A mulher não entendeu o porquê da pergunta, mas respondeu educadamente.
— Acho uma falta de respeito com o professor e os demais colegas.
— Então a senhora deveria mandar o Mingyu pra fora, porque ele tá atrapalhando e ainda atrasando o desenvolvimento do seu felix.
Minji olhou para onde o filho estava, vendo Mingyu parado ao seu lado.
— Não estou atrapalhando nada, senhorita Minji.
— Volte para seu lugar, querido. Por favor.
— Claro, desculpa. — Kim olhou uma ótima vez para o ruivo — Obrigado pela ajuda, felix.
— De nada.
Mingyu voltou para seu lugar e felix fuzilou o moreno com o olhar, esse que tinha um sorriso vitorioso nos lábios.
— Agora restam apenas 20 minutos de aula e eu gostaria de ver o caderno de vocês. — a ruiva falou.
Conhecendo como a sistemática da professora funcionava e sabendo que ela olhava os cadernos por ordem de chegada, hyunjin se apressou para chegar primeiro.
Assim que parou em frente a professora de inglês, ela se assustou com sua rapidez. Ao pegar o caderno em que as folhas mais eram usadas para fazer bolinhas ao invés de anotações, se surpreendeu ao ver a atividade completamente feita e as anotações sobre gramática que ela havia passado anteriormente.
— Parabéns, hyunjin! Estou muito orgulhosa.
— Estou tentando ser um aluno melhor.
— E conseguirá — sorriu devolvendo-lhe o caderno.
Quando uma garota passou na frente entregando o seu próprio caderno à professora, hyunjin continuou ali, olhando a mais velha.
Assim que olhou o caderno da garota, a entregou o mesmo, logo pegando o próximo.
— Não irá se sentar? — perguntou o menino curioso.
— Não. Eu quero conversar contigo.
— Sobre o que?
Ele olhou para a enorme fila de alunos que se formou com seus cadernos em mãos e sorriu ao ver o ruivo quase no final.
— Sobre relacionamentos.
Minji pegou o próximo caderno.
— Relacionamentos?
— Sim. — concordou — O que acha sobre o felix namorar?
A mulher o olhou e deixou um risinho escapar.
— Por que? Tá querendo namorar meu filho? — perguntou em meio a um risinho.
O garoto que esperava seu caderno também gargalhou daquela pergunta e logo saiu.
hwang se engasgou.
— N-não! Eu só estou curioso. O felix não tem cara de quem começaria a namorar.
— Ele já tem 17 anos. É normal namoro nessa idade.
— Ele não pode namorar! — falou um pouco mais alto — Não com qualquer um.
A ruiva ergueu uma sobrancelha laranja.
— E por que não?
— A senhora ainda não me respondeu do que acha sobre relacionamentos. — mudou de assunto.
— Acho algo bom. Quando se é vivido na idade certa — pegou mais um caderno — Para que um relacionamento funcione, ambos os envolvidos precisam ter a mente aberta e amar. Não só ter paixão. E o mais importante, a fidelidade. Sou casada há mais de 20 anos por conta disso.
— Isso é lindo, titia. — sorriu.
— Que intimidade toda é essa, moleque? — tentou parecer brava mas sorriu logo depois.
— Foi mal. — coçou a nuca.
— Está tudo bem. Tem mais alguma pergunta?
— Qual seria o genro perfeito para a senhora? Ou nora...
Ela sorriu para toda aquela curiosidade.
— Genro. O felix é gay.
— Oh. — expressou verdadeiramente surpreso — Achei que ele também gostava de garotas.
— Não — negou — E o genro perfeito para mim seria alguém que fizesse meu menino feliz. Isso basta.
— Só isso?
— Sim. — devolveu o caderno de uma menina e pegou o de outra.
A cada pessoa que ia deixando a fila, mais o ruivo ia se aproximando.
— E se o cara por quem ele se apaixonar for encrenqueiro e não gostar de estudar?
Minji sorriu baixinho e a garota na fila revirou os olhos.
— Por que está se descrevendo, hyunjin?
Ele arregalou os olhos.
— O-o quê? Não tô me descrevendo coisa nenhuma!
— Tudo bem. — sorriu — Se o meu genro for como você, hyunjin, eu não me importo. O que quero é que ele faça o felix feliz e não o influencie a fazer as mesmas coisas.
Ela entregou mais um caderno e agora minho entregou o seu.
hwang suspirou. Pelo menos já tenho um grande ponto. Pensou.
Agora era a vez de jisung.
— Por que quer saber disso? Está interessado em alguém e não sabe como pedi-la em namoro?
minho arregalou os olhos.
— Como é a história?
Minji sorriu devolvendo o caderno de jisung e pegando o do filho.
— Tudo correto, meu amor. Parabéns. — sorriu, entregando-lhe o caderno.
— Obrigado, mamãe.
— Quem você quer pedir em namoro, Coelho lazarento? — o loiro insistiu.
— lino, deixa ele. — felix tentava tirá-lo de lá.
— Não, eu quero saber!
— Não é da nossa conta! — jisung falou.
Com muito esforço, os amigos conseguiram arrastar o loiro com seu espírito de velha fofoqueira dali.
hyunjin sorriu.
— Obrigado pelo conselhos, senhorita Minji.
— De nada, meu bem. Pode me chamar de tia, não tem problema.
O moreno curvou-se em respeito e o sinal bateu, anunciando o horário do almoço.
...
Assim que o horário do almoço passou, hyunjin andava desleixado pelos corredores, com um pirulito na boca. Seu destino agora era a sala de detenção, onde passaria as últimas aulas. Já estava até mesmo sentindo falta de lá. Nos 4 anos que morava na hyunmin, seu dormitório, o terraço e a detenção eram os lugares que mais visitava.
Ao dobrar em um corredor, parou por um segundo ao achar que estava sendo seguido, mas essa sensação logo passou e ele continuou a andar. Porém, agora ouvia passos. Ao virar-se, deu de cara com Soha. Revirou os olhos.
— Oi, amor. — ela o cumprimentou sorridente.
— Oi.
A garota não avançou em sua direção, mas estava inquieta.
— O que você quer?
— Eu só vim te avisar que já está na hora da detenção. — falou com uma voz fina.
hwang ergueu uma sobrancelha, sentido falta do seu piercing e moveu a bola açucarada pela língua.
— Eu sei, Soha. Não precisa me lembrar.
— Ah. É que eu estava indo até a diretoria buscar alguns documentos e a sua mãe me pediu para te avisar caso você tivesse esquecido.
O moreno assentiu e curvou-se em agradecimento, dando as costas à garota logo em seguida. Mordeu a bola de açúcar e descartou o palitinho em uma lixeira próxima.
— hyun, espera! — ela gritou. hyunjin a olhou — Não vai perguntar quais documentos fui buscar?
Ele franziu a testa.
— Não.
Novamente deu as costas.
— Era os meus dois boletins dos bimestres passados! — desesperou-se ao ver indo embora — Estão todos azuis.
— Parabéns. — falou sem a olhar.
— A minha futura sogra disse que também era para você ir pegar os seus o quanto antes! — falou em um tom mais alto por ele já estar um pouquinho longe.
hyunjin revirou os olhos e não parou de caminhar. Aumentou os passos ao ouvir que a menina passou a correr em sua direção para o acompanhar. Assim que conseguiu parar ao seu lado, Soha desacelerou.
— Nós ainda estamos tendo o que tínhamos antes, não é? — perguntou como quem não quer nada.
O moreno precisou de muito para não soltar uma lufada de ar pesada.
— Sim, Soha, mas não quero você no meu pé o tempo todo. — não é porque transamos que significa que estamos namorando.
A garota assentiu.
Os dois passaram a caminhar em silêncio e hyunjin revirava os olhos a cada segundo. Ele estava indo para a sala de detenção e não sabia para onde Soha queria ir o seguindo, porque para ficar duas horas trancada em uma sala sem fazer nada, com certeza não era.
Novamente o moreno começou a ouvir passos em sua direção, e quando olhou para trás, foi impossível que um sorriso grande não aparecesse em seu rosto.
felix estava vindo naquela direção, com o uniforme como sempre bem alinhado ao corpo bonito. Os cabelos ruivos voavam para cima, deixando os cachinhos que ele tinha feito, dançarem no vento. O rosto bonito sem resquícios de maquiagem mostrava a beleza que era todas aquelas sardinhas laranjas espalhadas. Como uma constelação de estrelas em uma noite escura.
Ele carregava alguns papéis e sua atenção estava neles. O bico que tinha em seus lábios cheios eram tão adoráveis quanto ele mesmo. Ao erguer o olhar, seus olhos foram de encontro com os do moreno.
Soha estranhando a parada repentina dele, virou-se também, vendo felix caminhar graciosamente em direção aos dois. Possessiva, agarrou o braço tatuado com força, fazendo hyunjin chiar em dor.
— Aí está você. — felix falou para hwang — Eu te procurei pela escola inteira, garoto!
hyunjin franziu o cenho.
— Está falando comigo, gatinho?
— E com quem mais seria? — cruzou os braços, parando na frente dele — Com essa aí que não é.
hwang sorriu vendo a carranca que ele tinha no rosto. Mas seu sorriso morreu dando lugar a outra careta dolorida quando Soha intensificou o aperto em seu braço, suas unhas afiadas cravando na pele bronzeada.
— hyunjinnie, Oppa! — afinou a voz — Vamos logo ou você vai se atrasar e sua mãe vai brigar com você por não ter ido para a detenção.
Falou mansa, tentando afastá-lo dali. Mas hyunjin grudou os pés no chão, e com muito esforço conseguiu soltar as garras da garota de seu braço. O ruivo revirou os olhos.
— Não se preocupe, Solzinha. Ele não chegará atrasado — felix sorriu, puxando o braço de hyunjin — Até porque o hyunjinnie oppa irá comigo. — ironizou o modo que ela falava.
— Não! Eu vi ele primeiro, então ele vai comigo! — a morena puxou o outro braço dele.
felix travou a mandíbula e puxou o mais alto para seu lado. Soha fez o mesmo. Ambos se encaravam com os olhos pegando fogo, e cada vez colocavam mais força nos braços do hwang para ver quem venceria.
— Já chega! — hyunjin gritou assustando os dois — Eu não sou a porra de um fantoche ou um boneco de ventríloquo. Eu vou com quem eu quiser, cacete!
felix o soltou e levou as mãos para cima, em sinal de redenção. Porém, Soha continuou atracada nele.
— Desculpa, hyunjinnie, mas você vai comigo. — voltou a falar.
hwang sorriu.
— Vou mesmo, ruivinho?
— Vai. — pisou fundo — Até porque, a senhorita Somin praticamente me implorou para que eu ficasse junto com você e te ajudasse a estudar.
hyunjin ficou surpreso.
Ele sentiu quando a garota ainda agarrada em si, bufou alto. Revirando os olhos, afastou Soha de si e foi até o ruivo.
— É mesmo? Então vamos logo porque hoje eu acordei com vontade de estudar.
felix revirou os olhos.
— Para de mentir, hyunjin. É feio.
— Mas não estou mentindo. Você mesmo viu que eu fiz as atividades da minha sogrinha. — sorriu galanteador.
O ruivo quase teve um derrame.
— Da sua o que? — o olhou com um olhar ameaçador.
— Da sua mamãe, bebê.
Voltou a sorrir, passando a mão pela cintura dele o guiando até a sala de detenção que não estava muito longe, esquecendo até mesmo da garota que encarava aquilo com a boca aberta.
— Oppa! — ela gritou, correndo destrambelhada até eles. — Você não pode ir com ele! Você sabe como o felix adora contar mentiras!
Ela parou em frente aos dois, abanando com as mãos.
— Para com isso, Soha. Tá parecendo uma galinha depenada. — o ruivo falou. — Descansa um pouquinho tá bom? Vai assistir sua aula, amanhã o hyunjin volta pra você — piscou pra ela, e começou a andar, fazendo hwang ir com ele — Hoje o oppa é só meu.
hyunjin o olhou surpreso, mas gargalhou fraquinho, o puxando para mais perto. Já Soha estava perplexa, chocada com o que acabou de presenciar.
— E obrigado pela hidratação grátis que me proporcionou ontem. — o ruivo completou.
A garota saiu dali batendo o pé com força no chão. Não demoraram muito e eles chegaram na sala de detenção.
— Não sabia que você era do tipo que briga por alguém, gatinho.
— E não brigo, apenas não queria perder mais do meu tempo. — o encarou — Afinal, vou passar 2 horas aqui com você.
hyunjin sorriu e não o largou.
— Bem que você poderia beijar o oppa durante essas 2 horas, uh? — sussurrou no ouvido dele.
felix se arrepiou inteiro e os pelinhos ruivos acabaram por ficar eriçados. hyunjin gargalhou e se afastou dele, indo se sentar em uma das cadeiras.
— Não vou te beijar, hwang. Nós vamos estudar.
O ruivo então caminhou até a carteira onde o professor fica, mas como a diretora Somin pediu para que ninguém acompanhasse o filho a não ser ele mesmo, sentou-se ali.
Ele não negaria que preferia mil vezes estar assistindo aula de filosofia, a qual nem era tão fã, do que ter que ficar todo esse tempo, ajudando um rebelde sem modos.
Suspirando, pegou os documentos sobre a mesa.
— Certo, vamos começar. — pegou a folha com a documentação do moreno — Uh, você tem muitas notas baixas.
hyunjin estalou a língua, cruzando os braços.
— Me conta algo que eu não saiba?
O ruivo revirou os olhos. Voltou sua atenção para os documentos, franzindo o cenho.
— Você tem muitas notas vermelhas em biologia. — olhou mais um pouco, ficando imaginando — Citologia, hwang?
O tatuado ergueu uma sobrancelha.
— O quê? Acha que eu gosto de saber e estudar células? Isso é uma perda de tempo. Em que as mitocôndrias vão me ajudar?
felix sorriu, levantando-se e indo até o moreno. Parou em sua frente, e começou a falar:
— As mitocôndrias são responsáveis pelo processo de respiração celular, hwang.
— Só isso? — o desafiou.
Sem perder a postura, continuou:
— Elas apresentam membrana dupla e um DNA circular próprio e surgiram de um processo de endossimbiose entre um organismo aeróbico e um anaeróbio. A respiração celular é um processo aeróbio para obtenção de energia.
hyunjin arregalou os olhos.
— Pode traduzir todas essas palavras em grego? Eu não falo nem coreano direito.
— Não são em grego e sim em latim. Mas isso não vem ao caso — se afastou minimamente — O que quero que entenda, é que as mitocôndrias são ricas em energia, as quais são convertidas pela oxidação e acabam formando moléculas carregadoras de energia, como o ATP.
— Continuo sem entender. — fez pouco caso.
— Certo, olha, — suspirou — Sem mitocôndrias, sem energia e sem energia, sem basquete. — falou pausadamente para que ele entendesse.
hyunjin levantou-se da cadeira assustado.
— Ou, calma aí, gatinho. Sem basquete não.
felix sorriu.
— Entende agora como essas organelas vão te ajudar? Você sempre está treinando e jogando pesado, nisso há gastos de energia. Quando o exercício físico é praticado regularmente ao longo da vida, a frequência de mitocôndrias fusionadas aumenta, o que beneficia tanto o metabolismo mitocondrial quanto o funcionamento celular, contribuindo assim para a manutenção da fisiologia muscular durante o envelhecimento.
hwang abaixou a cabeça. Realmente não deveria ter subestimado tanto as mitocôndrias.
— Você ainda acha que as mitocôndrias são inúteis?
Voltou a encarar o ruivo.
— Não, gatinho.
felix sorriu.
— Ótimo. — se afastou — Agora vamos revisar o básico do campo da biologia que estuda as células — se animou — Eu amo citologia!
hyunjin revirou os olhos ao ver o ruivo sair saltitando e dando pulinho, indo até a mesa, onde se sentou.
— Certo, agora serei seu professor. — falou — coloque uma cadeira aqui do meu lado, hyunjin.
Obedecendo ao que o ruivo ordenou, hwang levantou-se e pegou a sua cadeira, a colocando ao lado dele. Sentou-se novamente.
— Por onde vamos começar, bebê?
felix pensou um pouco e logo falou:
— Pelas organelas celulares. Você sabe o que são?
— Não faço a mínima ideia.
— Não sabe nem o básico?
hyunjin parou para pensar e algo veio à sua mente.
— Hum... São partes da célula que fazem coisas diferentes, né?
O ruivo concordou.
— Sim, mas não é só isso. As organelas celulares são como órgãos dentro da célula. Elas têm membranas que as separam do resto do citoplasma e permitem que elas realizem suas funções de forma mais eficiente. — o explicou.
— Ah, entendi. E quais são as principais organelas celulares?
felix sorriu satisfeito.
— O que foi? — ficou confuso.
— Nada. Só que mal começamos a estudar e você já está bem interessado.
— Se vamos ficar aqui por 2 horas, e não é aos beijos, que seja estudando então.
O ruivinho revirou os olhos mas concordou.
— Respondendo a sua pergunta, temos o núcleo, que é o centro de controle da célula. Ele guarda o material genético, o DNA, que determina as características da célula e do organismo. — falou pausadamente — Temos também o retículo endoplasmático, que é uma rede de canais que transportam e modificam as moléculas dentro da célula. Essa parte é um pouco chatinha de se entender porque há dois tipos de retículos.
hyunjin assentiu e se recordou de algo.
— Isso eu sei. Tem um que apresenta aqueles pontinhos pretos, né? O outro não tem.
felix assentiu.
— Sim. Os pontinhos pretos são ribossomos que estão aderidos à face. Apenas o retículo endoplasmático rugoso ou granuloso tem, por isso o nome. Granular que vem de grânulos. O retículo endoplasmático liso não possui ribossomos.
— Acho que entendi. Quais são as outras organelas?
Questionou, pegando o seu caderno e uma caneta de dentro da mochila.
— Temos o complexo de Golgi, que é como uma fábrica de embalagens, que recebe, processa e distribui as moléculas que vêm do retículo endoplasmático. Os lisossomos, que são como o sistema digestivo da célula, que quebram as moléculas grandes e eliminam os resíduos. As mitocôndrias, como já expliquei, são as usinas de energia da célula, que produz ATP, a moeda energética da célula. E temos os cloroplastos, que são exclusivos das células vegetais, que fazem a fotossíntese, que é a conversão da luz solar em energia química.
hyunjin concordou, e tudo o que o ruivo ia falando, ele anotava para não esquecer.
— Pode repetir a função do último?
— Dos cloroplastos? — assentiu — Eles estão apenas nas células vegetais, as quais fazem fotossíntese.
O moreno terminou de escrever.
— Estou impressionado em te ver empenhado em saber, hwang.
Ele sorriu.
— Você explica bem. Melhor que a senhora Kim. Estudar contigo é mil vezes melhor.
hyunjin encarou o ruivo. A luz do sol que vinha da janela, batia no rosto branquinho, manchado pelas belas sardas. Os cabelos laranjas estavam em uma cor mais bela e viva por conta da luz, parecendo chamas acesas.
Descendo mais o olhar, encarou os lábios bonitos, molhados por aquele gloss que tanto tinha vontade de saber o sabor. O maldito gloss que morria de inveja por ser ele a molhar a boca farta. A luz também os deixa mais chamativos e rosados. hwang engoliu em seco quando o ruivo os entreabriu, passando a pontinha da língua no inferior.
— O que foi? — felix perguntou sorridente, ao o notar tão fissurado em algo.
Umedecendo os seus próprios lábios, não pensou duas vezes quando admitiu:
— Você é lindo pra cacete. — falou, pensando consigo mesmo, enquanto ainda admirava os lábios e o sorriso de felix.
— O que você disse?
— Que você é lindo.
Ficando envergonhado, felix desviou o olhar. Nunca saberia como lidar com aqueles elogios e investidas tão repentinas do moreno, ainda mais quando seu coração traidor batia tão acelerado por ele.
De umas semanas para cá, até mesmo lidar com todos os apelidos carinhosos que ele o chamava era uma tortura. E ainda não conseguiu esquecer do duplo sentido que jisung o fez descobrir em cima do apelido em que mais gostava de ser chamado; Cenourinha.
Voltando a realidade, ele clareou a garganta.
— Vamos voltar a estudar.
— Claro, minha Cenourinha.
felix arregalou os olhos.
— E-então, você entendeu o que são as organelas celulares? — gaguejou, fraco demais.
— Mais ou menos... Elas são como pequenas fábricas dentro da célula, certo? — questionou ainda confuso — Eu anotei tudo o que você falou, então quando eu esquecer é só olhar.
felix assentiu.
— Isso mesmo. Cada uma tem uma função específica, como produzir energia, sintetizar proteínas, digerir substâncias, etc.
— E como elas se formam? Você não me falou.
— Elas se originam a partir de outras organelas, por um processo chamado de endossimbiose. Como o exemplo das mitocôndrias que te falei. As mitocôndrias e os cloroplastos eram bactérias que foram incorporadas por células primitivas e se tornaram parte delas.
— Porra, ruivinho. Como pode ser tão bom? — jogou a caneta sobre a mesa — Você sabe tudo de citologia, né?
Ele sorriu fraquinho.
— Ah, eu gosto muito de biologia, dessa área em específico. Acho fascinante como as células são complexas e organizadas.
— Eu não acho, mas são necessárias.
— Sim, elas são.
— Eu não gosto nenhum pouco de biologia e células são bem complicadas. Além de que tenho dificuldade em decorar os nomes e as funções de todas elas. É por isso que sempre me dou mal nessa matéria.
— Bom, agora você já sabe do básico e já tem um pouco anotado. Basta ficar revisando sempre que esquecer. — sorriu — Eu posso fazer um resumo mais completo pra você sobre as organelas, suas funções e origens.
— Eu adoraria, bebê. — sorriu.
— Tudo bem. Mas tem que me prometer de que sempre vai estudar por ele para que eu não faça tudo em vão.
— Eu prometo. — ergueu o dedo mindinho.
felix o olhou sem entender. Encarou o dedo dele erguido, vendo a tatuagem de uma aranha descendo em uma teia.
— O que é isso? — perguntou.
— É uma promessa, bebê. Nunca ouviu falar de promessas de dedinho?
— J-já, só não pensei que você fosse do tipo que as fazia. — também ergueu o seu dedinho — Sabe que esse tipo de promessa nunca pode ser quebrada, não sabe?
— Eu sei.
Concordando, felix cruzou os dedos. hyunjin encarou o mindinho dele, sorrindo aperfeiçoado.
— Do que você está rindo?
— O seu dedinho. É fofo.
Irritado, o ruivo puxou o seu dedo, o escondendo.
— Ora, seu... Não ouse falar do meu dedinho! — rugiu, tentando botar medo — Vamos voltar a estudar.
hyunjin gargalhou alto.
— É melhor mesmo. Vamos voltar a estudar antes que eu caia de amores por você e te beije de uma vez.
felix o ignorou.
— O que você ainda tem dificuldade.
Ele parou para pensar e depois de alguns minutos, disse:
— Tenho dificuldades em diferenciar as células vegetais das células animais. A única coisa que eu sei é que as vegetais têm parede celular e as animais não.
— Isso mesmo. A parede celular é uma estrutura rígida que envolve a membrana plasmática e dá forma e proteção à célula vegetal. Ela é feita de celulose, um tipo de carboidrato.
hyunjin pegou a caneta, se preparando para anotar.
— E quais são as outras diferenças?
— As células vegetais também têm cloroplastos, que são as organelas responsáveis pela fotossíntese. Elas contêm um pigmento verde chamado clorofila, que capta a luz solar e a transforma em energia química. As células animais não fazem fotossíntese, elas obtêm energia a partir da respiração celular, que ocorre nas mitocôndrias. Você lembra o que falei das mitocôndrias? Elas são bem importantes.
— Lembro — terminou de escrever — E tem mais alguma diferença?
— Sim, as células vegetais têm um vacúolo central grande, que é uma bolsa cheia de água e outras substâncias. Ele ajuda a manter a pressão e o equilíbrio osmótico da célula, além de armazenar nutrientes e resíduos. As células animais têm vacúolos menores e mais numerosos, que desempenham funções semelhantes, mas em menor escala.
— Puta merda, como você sabe de tudo isso?
felix deu de ombros, juntando seus materiais ao ver que o tempo passou voando e faltavam apenas meia hora para retornar a aula.
— Eu apenas procuro entender melhor as coisas e sempre reviso os conteúdos.
— Poxa, bebê. Não precisa jogar na minha cara que sou burro.
— Eu não fiz isso, hwang.
— Você faz sem nem perceber, gatinho.
felix revirou os olhos. Pegou o gloss que estava em seu bolso para retocá-lo. Procurou por um espelho em sua bolsa, se frustrando ao ver que não tinha nenhum. Também não estava com seu celular.
— Você está com seu celular? — perguntou para o moreno.
— Estou. — o tirou da bolsa, mostrando para ele.
— Poderia me emprestar? Eu preciso retocar o gloss.
hyunjin entreabriu os lábios.
— Ah, claro. Toma.
felix sorriu para ele, pegando o aparelho de suas mãos. Não se preocupou em pedir para que ele desbloqueasse, apenas deslizou o cantinho esquerdo de baixo para cima, onde estava o ícone da câmera, que logo foi aberto. Então desrosqueou a tampa do gloss, e começou a passar.
hyunjin engoliu em seco ao ver o modo em que ele passava o líquido pegajoso e rosado nos lábios, nunca sentindo tanta inveja como estava sentido naquele momento. Observar o ruivinho passar o hidratante, era no mínimo, torturante.
Já felix continuou empenhado em retocar seus lábios, não se dando conta de que a câmera do moreno estava no modo automático, e só de apenas olhar para ela, uma foto seria tirada. Ao terminar de passar o gloss, desligou o celular e o devolveu para o dono.
— Obrigado. — sorriu. hwang estava paralisado — O que foi?
— Porra, eu quero tanto te beijar agora. — suspirou.
felix o olhou.
— Você quer me beijar desde o momento em entramos, hwang.
— Eu quero.
O ruivo suspirou. Girou o corpo para que ficasse de frente para hyunjin, que encarava seus lábios sem ao menos piscar.
— Tá legal, já que você quer tanto assim me beijar, então me beije.
hyunjin ficou sem palavras. Afobado com as possibilidades, se inclinou um pouco mais até ficar a centímetros do rosto do ruivo.
— Você tá falando sério? — sua voz quase falhou.
— Eu pareço estar brincando por um acaso? — ergueu uma sobrancelha.
— Não — suspirou, levando a mão até o rosto dele — Então eu vou te beijar.
— Beija. Mas aproveita que será apenas uma vez.
Assentindo, hyunjin foi se aproximando cada vez mais. Os rostos estavam tão próximos que era possível até mesmo sentir a fragrância do gloss rosinha.
Soltando uma lufada de ar, hwang fechou os olhos e entreabriu os lábios secos, pronto para umedecê-los com os do ruivo. As bocas se tocaram. felix desviou.
hyunjin abriu os olhos e o olhou confuso, sorrindo, felix sussurrou:
— Acha que vai ser tão fácil assim?
— O quê? — questionou em um fio de voz.
— Se quer tanto me beijar, hwang, me responda só mais uma pergunta. — falou confiante — Sobre biologia.
— Biologia? — o moreno ergueu uma sobrancelha — Tá bom.
felix sorriu cúmplice, certo de que se dependesse dele, aquele beijo demoraria muito para sair.
Clareou a garganta e perguntou, ainda sorridente:
— Quem foi que criou a teoria da evolução?
hyunjin o olhou surpreso e ao que seus olhos se arregalaram, o sorriso do ruivo crescia.
— Foi o.. o.. f-foi — gagueja sem saber a resposta.
— Anda, hyunjin. Me responda.
— Calma! Me deixa pensar! Eu sei. Foi o... o... O Einstein!
O ruivo murchou com a resposta.
— Não, hyunjin. Não foi o Einstein. Até porque ele era físico e não biólogo.
felix sorriu, levantando-se. hwang se desesperou.
— M-mas não é justo! Eu não tinha como saber! — também se levantou — Então quem foi? Diz!
— Descubra por si só, Coelhinho. — pegou suas coisas — Bom, agora eu tenho que ir.
Deu a volta na mesa e parou no meio da sala.
— Não vai não! — foi atrás dele — E o meu beijo?
— Você não o conseguiu — sorriu cínico — E você também está cansado e ainda tem mais alguns minutos aqui então tenta dormir um pouco.
— Não vou dormir, ruivinho. — bocejou — Fica aqui comigo.
— Não dá. Eu ainda tenho aula.
— E se não tivesse você ficaria? — perguntou esperançoso.
— Não, hyunjin. Eu tenho coisas mais importantes para fazer do que ficar servindo de babá para você. — revirou os olhos indo até a porta — Até mais.
hyunjin estava sozinho.
O moreno então sentou-se, bufando frustrado por agora está sozinho. Passou a observar cada cantinho da sala, esperando que o tempo passasse. Mas ele parecia ter parado.
Irritado, pegou o celular de cima da mesa e passou a rodá-lo nos dedos. Pela tela escura, viu um pequeno carocinho em baixo do queixo e achando que fosse alguma acne, desbloqueou o celular, entrando na câmera para ver melhor. Ao visualizar direito, viu que se tratava apenas de alguma ferroada de pernilongo. Já iria desligar o celular, quando algo chamou sua atenção.
O quadrinho no canto esquerdo, onde ficam as fotos, havia uma nova, a qual ele não capturou. Ao apertar no ícone, seus olhos se arregalaram ao ver uma foto do ruivinho, onde ele passava seu gloss concentrado. Os lábios estavam entreabertos e rosados. Ele olhava para outra direção, mas a foto estava linda. hwang sorriu ao se tocar que agora tinha mais uma foto do seu garoto.
Mas o seu sorriso logo morreu e a carranca voltou ao se lembrar de que não conseguiu beijá-lo e que estava sozinho.
Fazia poucos minutos que o ruivinho saiu e a partir do momento que ele foi embora, hyunjin entrou em um tédio enorme. Estar ao lado de felix, mesmo que estudando, era bom. Se bem que hwang não absorveu quase nada já que a todo momento estava encarando o ruivo bonito.
De repente, a porta da sala foi aberta com certa pressa e olhando o movimento, hwang viu quando por ela, felix entrou. Sem entender o motivo de sua volta repentina, hyunjin arqueou uma sobrancelha e acompanhou com os olhos todos os seus movimentos.
— Mas já voltou? — perguntou animado — Decidiu ficar comigo, gatinho?
felix revirou os olhos.
— Não, hyunjin. Eu apenas deixei cair meu gloss.
O tatuado sorriu de canto e continuou a observá-lo.
O ruivo parou no meio da sala e olhou para o potinho que continha o tão famoso gloss, caído no chão. Ele abaixou-se fazendo com que seu traseiro ficasse em destaque. Bem empinado.
Quando se deu por si, hyunjin já estava encarando aquela beldade que era o corpo esculpido e bem desenhado de lee felix. Seu olhar era desejoso e tinha um tanto de maldade. A bunda redondinha parecia implorar por oxigênio dentro daquela calça apertada.
Ao se erguer com o objeto em mãos, felix sorriu asqueroso ao fazer um movimento em que suas nádegas ficaram ainda mais arrebitadas. O moreno engoliu em seco, suspirando fundo.
— Para de olhar a minha bunda, hwang.
hyunjin engoliu a saliva que nem sabia estar acumulando e desviou o olhar.
— E-eu não estava olhando.
lee virou-se para encará-lo e ainda sorrindo maldoso, disse:
— Ah, não estava? — caminhou até ele, parando no meio de suas coxas abertas — Você não me engana, Coelhinho.
Falou com calma, tocando no queixo dele em um movimento singelo. hyunjin estava sem palavras. Saindo do meio das coxas dele, felix as fechou, sentando-se nelas logo em seguida.
As mãos tatuadas foram de imediato até a bunda redonda onde apertou as bandas com gula.
— O que está fazendo? — perguntou assustado.
— O que você sempre quis.
O ruivo sorriu, passando a se mover no colo tenso e a beijar o pescoço que aos poucos ia ficando arrepiado. Os movimentos sutis passaram a ser reboladas lentas e logo quicadas afoitas. Um gemido rouco irrompeu da garganta do moreno.
— Não faça isso comigo, amor. Porra...
— Mas não estou fazendo nada demais. — o olhou com um ar inocente, cessando os movimentos de vez.
Antes que hyunjin pudesse pensar em alguma coisa, o ruivo desceu de seu colo, abrindo novamente suas pernas. Ajoelhou-se bem no meio delas e sorriu de canto.
Levou as mãozinhas curiosas até o cinto dele e com esperteza, o abriu, o retirando dos passadores e o largando de qualquer maneira no chão. As pontinhas dos dedos gordinhos foram até o botão da calça, logo descendo o zíper em um movimento lento e torturante. hwang engoliu em seco.
— felix... — tentou alertá-lo.
O ruivo o ignorou e baixou um pouco o cós da calça. A barra da cueca preta Calvin Klein chamou-lhe a atenção. Abaixando-a também, levou a mão para dentro do tecido fino, sentindo a rigidez do membro dele.
Um gemido rouco saiu dos lábios entreabertos do moreno.
— Você já está tão duro, amor. — lee provocou, com uma voz manhosa.
Sem perder mais tempo, arrancou o pau para fora, o bombeando. Sua boca se encheu de água ao ver a extensão grossa, com as veias saltadas. O pré gozo escorria pela cabeça em abundância, melando os dedinhos pequenos.
felix umedeceu os lábios e foi surpreendido com uma dor latente na nuca. hyunjin puxou seus cabelos com mais força, o olhando com desejo.
— O que está esperando? — falou firme — Coloca na boca.
O ruivo sorriu.
— Ah, mas você não queria tanto um beijo meu? Para que a pressa? Deixa eu te beijar primeiro, hyun. — manhou.
Ele gemeu com o tapa na bochecha que fez seu rosto ir para o lado. Sorriu, voltando a encarar o moreno com os fios do cabelo em seus olhos e o lado esquerdo da face avermelhado.
— Vai beijar meu pau primeiro.
felix então não esperou mais nada ao colocar todo membro do tatuado em sua boca. Se engasgou quando o caralho teso bateu fundo na garganta. Retirou tudo da boca e tossiu de leve, colocando novamente momentos depois.
Passou a lambuzar tudo o que conseguiu pôr na boca, acumulando bastante saliva para que deslizasse melhor. O que não conseguia engolir, ia masturbando com as mãos na mesma velocidade em que mamava com força.
hyunjin gemeu rouco, movimentando o quadril para foder a boca quente do ruivo, enquanto ainda segurava os fios laranjas, controlando seus movimentos. Seus olhos reviraram dentro dos glóbulos e sua mente estava entorpecida por todo prazer que estava sentindo. Ser mamado por felix parecia até mesmo um sonho.
— Continua assim, gatinho. Não para.
O ruivo se empenhou em dar o seu melhor, e com dificuldades, levou todo o membro já babado até o fundo da garganta. Levou as mãos até as coxas grossas as apertando. Encarou hyunjin no fundo dos olhos com os seus lacrimejando pelo esforço. Subiu lentamente, voltando a engolir tudo até o final.
hwang rugiu alto, sentindo uma pontada gostosa no baixo ventre. Os dedos de seus pés se encolheram dentro do sapato, a mão formigava e a cabeça girava.
— Eu... amor eu.. tô quase — sussurrou com a respiração entrecortada.
O ruivo o engoliu com mais ligeireza, não se importando mais com a garganta já toda arregaçada. Relaxou o corpo e abriu mais a boca, deixando que hyunjin fizesse o que queria. E ele fez.
Segurou os fios ruivos agora com as duas mãos, e controlou o quadril, fodendo a boca dele com pressa. Seguiu com esses movimentos até soltar um gemido gutural e explodir em seu prazer na boca pequena. Seu corpo sofria espasmos, mas só retirou o pau agora flácido da boca do ruivo, quando esporrou tudo, o permitindo respirar apenas depois disso.
A porra viscosa escorria pelo queixo, pingando no chão. Jatos haviam ido parar no rostinho corado, deixando apenas um olho aberto. O outro estava fechado, com gozo na pálpebra.
hwang respirou fundo, tentando controlar sua respiração desregulada. Encarou o ruivo, ajoelhado no chão, coberto por sua porra. Ele estava arruinado. Um sorriso travesso se esboçava nos lábios grossos e inchadinhos.
— Você amou isso, não foi? — perguntou com a voz rouca.
felix apenas assentiu.
hyunjin levou a mão até o rosto dele, acariciando a bochecha que havia batido. No fundo de seu subconsciente uma voz o chamava, como se estivesse tentando o acordar. Assustado com aquilo, retirou a mão com pressa do rosto do ruivinho e aos poucos, ele foi sumindo. Se tornando apenas um borrão em sua mente. Mais uma de suas fantasias.
— Ei garoto!
A voz o chamou outra vez.
Atordoado, abriu os olhos. Agora em sua frente, estava um senhor de meia idade, trajando um macacão cinza e segurando uma vassoura e um esfregão. Ao clarear a mente, percebeu que tudo não se tratava de apenas um sonho. Apenas o último acontecimento, pois se recordava perfeitamente de tudo o que estudou ao lado do ruivo. Tudo não passou de apenas mais um maldito sonho.
— Hora de ir. Eu preciso limpar a sala. — o homem tornou a dizer.
Assentindo, hyunjin levantou-se sentindo um incômodo nas partes baixas. Ao olhar para baixo, suspirou frustrado ao ver a ereção formada. Pegou suas coisas e deixou a sala, mas com um propósito. Estava decidido. Iria atrás de felix e ele não escaparia nem tão fácil!
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