10
Aconselho ouvirem Friends! Ou Never Say Never, The Fray.
Harry POV:
Meu despertador está tocando, coloquei o mesmo para despertar quinze minutos mais cedo do que o habitual. Queria demorar mais um pouco no banho, já que hoje seria um dia longo.
Zain estava roncando no outro lado do quarto, nem se importando com o barulho do meu despertador pelo quarto. Me levanto e pego as coisas necessárias para um banho. Corro para o banheiro. O bom de acordar trinta minutos mais cedo do que todos aqui, é que eu consigo tomar um bom banho e ainda tenho toda a água quente do chuveiro só para mim.
Tomo um banho demorado. Saio do chuveiro e enrolo a toalha em minha cintura. Seco meu cabelo com o secador que eu trouxe, na verdade, Gemma trouxe ele. Ela disse que eu precisava de algo para deixar os meus cachos menos rebeldes, e um secador sempre ajuda, certo? Errado. Isso deixa meu cabelo ainda mais rebelde, tendo uma única solução para acalmar ele, minha coroa de flores.
Ando pelos corredores e vejo o quão assustador isso daqui pode ser, digo, se você é algum aluno novo perdido por aqui. Você se assustaria.
Entro no quarto e Zain ainda está dormindo, talvez as aulas dele comecem mais tarde. Nunca parei para perguntar qual curso ele fazia, talvez seja música ou artes. Ou ambos. Ele parece ter dinheiro.
Pego minha calça jeans preta, meu all star e um suéter qualquer. Me troco no closet mesmo, deixo apenas o tênis para colocar fora dele. Abro a caixa em que eu guardo minhas coroas e pego uma vermelha, talvez combine com a minha roupa.
Volto para o meu quarto e vejo um Zain apenas de boxers, ele nem se importou comigo ali.
— Você não toma banho, não? – pergunto sentando na cama e colocando meu tênis.
— Você não tem uma vida, não? – ele responde, rude como sempre.
— Tenho.
— Então cuida dela, porra.
— Rude. – ele me mostra o dedo e entra em seu closet.
Reviro os meus olhos e me olho no espelho, arrumo minha coroa e pego minha mochila. Minha câmera está bem na minha frente, pego ela e a ligo.
Me assusto quando vejo uma imagem de Louis. Ele tocava piano. Parecia que sua alma estava em seus dedos, estava tão lindo. Desligo a câmera e a jogo dentro da minha mochila e saio do quarto.
Rumo para a aula de história, Liam já deve ter comprado o meu café então não me importo de passar na cafeteria. Hoje seria um dia longo, definitivamente. Dois horários de História, um de Filosofia e por fim, Literatura.
Entro na sala e Liam está com o meu café e na primeira fileira, me aguardando. Eu me sento e ele elogia minha coroa, ficamos falando sobre nada até o professor entrar na sala e começar com a matéria.
As horas demoraram para passar, um dia tão lindo, mas tão entediante. Isso era terça feira. Entro na sala de Literatura e Louis está em seu lugar habitual.
— O que você está fazendo aqui? – pergunto colocando meus livros na carteira.
— Aula extra. – ele me responde sem nenhuma importância.
— Mas você nunca é o primeiro a chegar.
— Mérito seu esse? – ele já voltou a ser rude.
— Rude! – eu bufo e me sento, arrumo meu material e espero Liam chegar.
Ele entra na sala e com ele os outros alunos também entram. A aula começa e tudo ocorre bem, nada de discussões sobre livros ou outras coisas.
O sinal toca e eu começo a guardar o meu material.
— Pronto para o nosso encontro de hoje á noite? – Louis pergunta. Me assustando. Liam me encara com aquele olhar de 'você está fazendo merda'.
— É só um encontro, Lee. Calma. Vamos sair apenas como amigos, nada mais que isso – olho para o meu melhor amigo e ignoro por completo Louis, que revira os olhos.
— É a mesma coisa, qual é Harry. – ele se levanta e arruma seu material.
— Só procure se divertir, e qualquer coisa, me liga. – Liam me da um abraço e nós seguimos para a porta.
— Eu só estou tentando ser um pouco civilizado, sabe? O melhor amigo dele divide o quarto comigo, não quero desentendimentos.
— Ele só não merece a sua simpatia, você é tão bom, Hazz. – Liam arruma minha coroa de flores.
— Pare de falar coisas horríveis sobre mim, Payne. Some daqui logo. – Louis diz irritado.
— Lembre-se do que eu disse. – Liam beija minha bochecha e vai para a sua última aula.
Eu encaro Louis que está com um cigarro na boca, prestes a acende-lo. Pego o mesmo de sua boca e ando em direção ao lixo, o jogando ali dentro.
— Você deveria ao menos se importar com as pessoas, eu tenho asma e você iria fumar do meu lado. Você é problemático. – falo tentando parecer sério.
— Aí ele te asma, desculpa. Mas o que Payne te falou? – pergunta curioso.
— Tudo! Tudo que você fez com ele. – eu falo calmamente, esperando Louis explodir, ele não explode — onde vamos hoje á noite?
— Ele te disse tudo? – Louis grita no meio do corredor — eu vou matar esse cara, merda.
— Ele falou porque eu insisti. – reviro os meus olhos — responde a minha pergunta, por favor.
— Não vamos a lugar nenhum! Foi uma péssima ideia querer sair com você, me esquece. – ele joga as palavras em mim e vai embora.
Que caralhos deu nesse cara? Qual é a porra do problema dele? Ele definitivamente é bipolar e precisa de tratamento.
A raiva e a frustração tomam conta de mim e eu vou correndo para o meu quarto. Abro a porta e me deparo com um Niall todo sorridente pulando em Zain, eu até acharia ruim pela bagunça que está no quarto, mas é engraçado ver isso.
— Opa! Oi, Harry! Como foi seu dia até agora? – o Loiro pergunta assim que para de pular na barriga de Zain.
— Foi até que interessantes e o seu? – coloco meus livros no lugar e tiro meu suéter, estava quente.
— Tirando o fato de que na aula de sonoplastia o professor derrubou café no equipamento todo, foi ótimo. Saímos mais cedo das aulas, né Zee? – o moreno está jogado no chão e apenas acena em concordância. — Eu estava pensando em chamar essa coisa aqui para ir assistir um filme ou sei lá, apenas sair. Você quer ir com a gente? Vai ser legal, o Louis não vai, ele disse que tinha compromisso.
— Acho que o compromisso de Louis foi por água abaixo. Quem sabe eu vá...
E a porta se abre com tudo, um Louis totalmente furioso entra no quarto e Zain resmunga alguma coisa.
— Poderia pelo menos bater na porta, Jay te deu um pouco de educação. Use-a. – Niall fala e ajuda o amigo jogado no chão a se levantar.
— Foda-se! – Louis senta na minha cama como se tivesse alguma intimidade, que porra — o que estavam fazendo?
— Harry estava respondendo o Niall assim que você entrou no quarto, acho que ele vai ao cinema com a gente.
— Não! – Louis me encara — ele vai sair comigo.
Que porra? Como assim eu vou sair com ele? Há exatos quinze minutos ele me dispensou e agora vem com esse papo de que eu vou sair com ele?
— O quê? – Niall arregala os olhos e pergunta assustado.
— Isso ai cara, eu vim busca-lo. – ele levanta e me encara — está pronto ou vai demorar mais um pouco?
Minha cabeça grita para eu negar isso, grita para eu xingar ele e o colocar para fora do meu quarto, mas eu não faço isso. Concordo com cada palavra de Louis e deixo ele me guiar para fora do quarto.
Ele me leva até o seu carro, um carro importado, por sinal. Abre a porta para que eu entre, mas eu não dou a mínima importância em entrar ou não.
— Nota mental: nunca abrir a porta para as pessoas. – ele suspira.
— Vai me explicar a sua ceninha idiota no quarto ou eu vou ter que ir embora? Sei que não veio para me buscar, você tinha acabado de falar que nós não iríamos sair. – eu grito e vejo Louis encolher os ombros. Voltamos para o começo, onde ambos viviam gritando um com o outro.
— Sim! Eu disse, agora faz a merda do favor e entra logo nesse carro. – ele rosna.
— Não! Assume logo que você foi lá para me ver. Assume que foi para se desculpar. Assume, ou eu volto lá e saio com Niall. – Louis tenciona o maxilar e deixa suas mãos fechadas, apertando as mesmas tão forte, que elas acabam ficando brancas. — Assume ou eu vou embora. – cruzo meus braços.
— Merda! Eu assumo, fui lá para me desculpar. Agora por favor, entra na porcaria do carro. – ele se afasta e entra no mesmo e um sorriso vitorioso surge em meu rosto.
Eu entro na Range Rover dele e coloco o cinto de segurança, Louis faz a mesma coisa. Ele tira o carro com tudo do estacionamento e no mesmo instante liga o rádio, eu reviro os olhos. A musica está muito alta, então eu aproximo minha mão do rádio para abaixar um pouco o volume, mas ele me segura e o choque passa pelo meu corpo, Louis solta a minha mão no mesmo instante.
— O quê? – eu pergunto.
— Não vai mexer no meu rádio. – ele fala rápido.
— Se vai ser idiota o tempo todo, pare o carro agora e me deixe sair.
— Não estou sendo idiota, apenas não mexa no meu rádio.
— A música está alta. – eu rolo os olhos.
— Você acha? – Louis aumentou ainda mais o som.
Eu suspirei fundo, contei até dez e me lembrei do quão insuportável ele pode ser. Lembrei dele jogando todas as minhas anotações no chão, e negando que iria pegar.
— Você. Por favor. Pode. Abaixar. Isso? – eu pergunto pausadamente, esperando que ele me escute. Louis me encara e sorri de lado, por fim abaixa a música — Isso é horrível.
— Qual é! Vai falar que não gosta de Avenged? – ele ri nasalado — acho que não, não faz seu tipo. Qual seu tipo de música preferida?
— The fray, The 1975, The Script e Jonh Mayer, as vezes eu escuto alguma coisa relacionada ao rock, porém rock antigo. – respondo olhando para Louis.
Ele parece tão despreocupado com a vida. Com os cabelos voando por conta do vento que sai da sua janela. Louis passa a mão pelo cabelo, o arrumando em uma franja. Eu amo o jeito que ele faz isso, parece tão delicado. Mas ele é uma bomba relógio que a qualquer momento pode explodir, mas não deixo de me imaginar passando as mãos por seus cabelos. Afasto estes pensamentos e volto minha atenção para a estrada.
— Claro que você gosta. – ele ri, irônico.
— Não há nada de errado com eles, são todos talentosos. E não vem falar mal de The Fray, você estava tocando na aula. – eu deixo isso escapar, ele nem deve se lembrar.
— Estava! Porém, era uma música qualquer. A partitura estava ali, de qualquer maneira. Mas eles não são talentosos, nunca. – ele ri e eu dou um soco no ombro dele.
— Eu gosto deles, então fique quieto. – poderíamos ficar nesse estado brincalhão para sempre, sem gritos, sem discussões.— Para onde está me levando?
— Para um dos meus lugares favoritos.
— Que é onde?
— Você precisa mesmo saber de tudo que faz? Meu Deus! Você é tão doente.
— Eu gostaria de saber, vai que você está me sequestrando. O doente daqui...
— Controlar tudo, certo Harry? – ele me interrompe e eu fico quieto, Louis está certo sobre isso — bom, não vou te falar até chegarmos lá, daqui cinco minutos eu te falo. – ele responde e aumenta o som do carro.
Ele canta a música baixinho e eu fico observando como os lábios dele se mexem, tão devagar, igual a música que ecoa por todo o carro. Eu poderia ficar horas vendo os lábios de Louis se mexer.
— Não gosto de ser observado. – ele diz seco, mas logo em seguida um sorriso brinca em seus lábios.
— Eu estava apenas... Olhando a paisagem. – minto, por sinal muito mal.
— Enfim, chegamos. – Louis entra com o carro em uma estrada de cascalho.
Continuo quieto e fico olhando ao redor, só tem mato aqui. Ele desliga a música, fazendo com que o silêncio volte. Não é um silêncio constrangedor, é um silêncio bom.
— Eu não vou te matar, Hazz. Se acalme, consigo ouvir seus batimentos daqui.
Eu engulo seco. Tenho mais medo do que eu poderia fazer quando fico sozinho com ele, do que se ele mesmo queria me matar.
Ele continua dirigindo por mais três minutos, sim eu estou contando o tempo. Louis para o carro e eu olho por todo o lugar. Um lugar calmo, algumas árvores e flores silvestres azuis espalhadas por todo o lugar. Realmente, o lugar é agradável e sereno.
— Nós vamos ter que andar, talvez algumas subidas, mas você consegue. – Louis zombou da minha cara e desceu do carro.
Ficamos calados boa parte do caminho, eu já tinha em mente o lugar para onde ele estava me levando, porém preferi ficar quieto, seria o melhor a fazer. Louis de vez em quando fazia alguns comentários rudes sobre eu andar devagar, mas eu ignorava ele. Começo a perceber o porque dele gostar daqui, eu realmente pararia em alguma árvore e leria um bom livro. O lugar é totalmente calmo e tem um ar tão fresco, tão calmo. De fundo posso ouvir o barulho da praia, Santa Monica está perto de nós.
— Louis, você está me levando para Santa Monica? – eu pergunto, apoiando minhas mãos em meus joelhos e respirando com dificuldade.
— É quase isso, se quiser a gente passa lá depois. Vamos! – ele me apressou.
Andamos mais alguns metros e o barulho de água estava mais perto, dava para ouvir... Wow!
— Uma cachoeira! – eu exclamo assim que eu vejo a água cristalina cair — é lindo, Lou.
— Sim! Prazer, meu lugar preferido em toda a grande e barulhenta Los Angeles! – ele senta e começa a tirar seu tênis — se você ficar na pontinha dos pés, consegue ver a praia e se olhar para a direita, a placa de Hollywood.
— Porra! Que lindo isso, Louis. – eu falo abismado com a beleza do lugar — você não vai entrar nisso, né? É proibido.
— Eu vou, faço isso o tempo todo. E por favor, não banque a menininha, você também vai entrar – ele começa a desabotoar a sua calça.
Tento não olhar os músculos das costas dele se contraindo quando ele se abaixa para que as calças possam sair.
— Não vou nadar nisso, mal sei nadar em uma piscina. – eu rolo os olhos quando vejo Louis apenas de boxer na minha frente.
O tecido preto que reveste suas nádegas marca perfeitamente o formato delas. Louis tem uma bunda totalmente empinada e aparenta ser durinha.
— Anos de futebol! – ele fala apalpando sua bunda — e você vai entrar sim, eu te ajudo. Não tem perigo, da pra ver o fundo e ainda está claro.
— Pode até ser, mas deve ter peixes aí dentro e sabe-se lá o que mais. – eu cruzo meus braços — e outra, eu não tenho outra troca de roupa.
— Você não usa cueca, Styles? – Louis pergunta se aproximando da beirada da cachoeira — qual é, pare de ser medroso.
Então esse era o plano. Fazer toda aquela ceninha na uni, me deixar com raiva.. Aparecer no meu quarto e ainda por cima não deixar eu sair com os amigos dele. Me trazer nesse lugar lindo, e por fim, querer que eu nade praticamente nu com ele em uma cachoeira proibida.
Quando penso em nadar junto com Louis, alguma coisa acende aqui dentro, aquele choque que eu sinto quando ele me toca. Parece uma boa ideia, de imediato. Deve ser bom ter Louis me tocando sem ser por cima das roupas, o toque dele deve ser bom. O que ele está fazendo comigo? Nunca tive esse tipo de pensamentos. Nem com Nick, e olha que nós namoramos durante quatro anos.
— Não vou nadar de boxer. Nunca! – eu sento onde ele estava sentado — vou ficar só te observando, eu poderia ter trazido a minha câmera.
— Não é divertido ficar olhando. – ele fala e pula na água cristalina. Eu puxo alguns ramos de grama enquanto escuto a risada de Louis — Vem, Hazz! A água está quente. — Louis me chama assim que vem para perto da onde estou sentado.
Gotas de água caem em seu rosto por conta do seu cabelo. Louis passa a mão entre eles, os levando para trás e longo em seguida passa a mão em seu rosto e solta um sorriso fraco.
Por um momento, me encontro desejando ser outra pessoa. Uma pessoa mais valente; que tirasse a roupa e entrasse na água junto com ele, que fizesse competição de mergulhos e mais mergulhos. Uma pessoa divertida e despreocupada. Pena que eu não sou assim!
— Posso te falar uma coisa? – Louis está do meu lado agora, ainda na água — essa nossa amizade está chata – ele gargalha e puxa o cabelo para trás — tudo bem que não quer entrar, mas pelo menos tira o sapato e coloca os pés dentro da água.
Colocar os pés não seria uma má ideia. Tiro os sapatos e ergo as calças o suficiente para poder molhar os meus pés. Louis estava certo, a água é quente e clara. Mexo os dedos e não posso evitar em sorrir, como diria minha mãe 'um sorriso de covinhas'.
— É bom, não é? – ele pergunta e eu aceno — entra aqui, vai.
Nego e ele me joga água. Fujo para trás e faço uma careta.
— Se entrar, respondo uma das suas perguntas. Qualquer pergunta! Até sobre meu pai, que eu não gosto muito de falar.
A curiosidade invadiu meu subconsciente. Eu sempre tenho várias perguntas para ele, na verdade, eu comecei a contar ontem. Todas elas fugiram da minha mente agora. Merda!
— Minha oferta expira em dois minutos – ele mergulha, consigo ver o desenho do corpo dele na água. O sol já está se pondo, então a luz está bem fraca. Mas ainda consigo ver as curvas de Louis e os pontos pretos em seu corpo — pare de ser chato, Harry! Parece uma menininha mimada, entra logo aqui antes que eu me irrite.
— Eu não tenho nada para vestir. Se eu entrar com essa roupa, eu vou deixar os bancos do seu carro encharcados.
— Coloca a minha camiseta, então. Já que tem vergonha de mostrar seu corpo. Até vou dar um mergulho pra você poder se vestir, quando eu voltar, quero você aqui dentro.
Espero Louis mergulhar e tiro minha roupa, dobrando ela perfeitamente e colocando ao lado do meu tênis. Coloco a camiseta branca de Louis, que por incrível que pareça, vai até os meus joelhos.
Eu sou menor que ele, mas não tanto. Eu bato no ombro de Louis, não sou tão baixo assim. Comparando com a altura dele.
Assim que eu ando, o cheiro de baunilha invade minhas narinas. O cheiro de Louis, ele tem cheiro de baunilha e isso é tão adorável.
Me sento na borda, onde eu estava antes e noto o corpo dele se aproximando. Ele se mexe com tanta rapidez.
— Oi! – falo assim que ele coloca sua cabeça para fora da água.
Os olhos dele se arregalaram e posso vê-los a percorrerem o meu corpo. Ele mexe na argola em seu lábio e eu noto o rosto dele corando. Louis está com um sorriso fraco no rosto, um tanto quanto convencido.
— Pronto? – ele sugere. Com a voz um pouco rouca, e isso soou como música para os meus ouvidos! — Entra logo – Lou joga um pouco de água no meu rosto.
— Calma! Calma! – grito sorrindo.
— Levanta e corre, simples. Eu te pego aqui em baixo.
Eu me levanto e ando até nossas roupas, dando um impulso forte. Estou parecendo um idiota, mas tento afastar esses pensamentos enquanto corro. Ao chegar na borda e notar a altura, eu paro subitamente e escuto a gargalhada escandalosa de Louis.
— Qual, Harry? Você já tá enrolando demais.
— Eu... Eu estou com medo, e se eu quebrar o pé ou algo do tipo? – eu falo assustado.
— Se apoia aqui na beirada que eu ajudo você a entrar, vem.
Sento e coloco meus pés na água, Louis está longe, ainda. Eu fecho os olhos e conto até três, mentalmente. Quando eu os abro novamente, ele está bem na minha frente. Com o cabelo molhado e um sorriso no rosto. Louis passa as mãos em minhas coxas e as aperta, e mais uma vez, aquele maldito choque percorre o meu corpo.
Porque é que o meu corpo tem de responder a ele desta maneira? Estou tentando ser amigo dele, então preciso ignorar este fogo. Ele move as mãos para a minha cintura e me dá um pequeno sorriso.
— Eu estou com medo, nunca nadei antes. – seguro em seu pulso quando sinto meus joelhos entrarem na água.
— Vai dar tudo certo. – ele coloca meu corpo todo na água.
A sensação quente da água, com o meu corpo gelado. É uma delícia, está refrescante. Louis me afoga de brincadeira e quando eu volto para a superfície, ele está gargalhando. Tão verdadeiramente. Tão feliz.
— Isso não tem graça. – bato minhas mãos na água e começo a rir.
— Nada pra você tem graça. – ele goza com a minha cara e mergulha — não fique aí parado – fala assim que volta para superfície.
— Eu não sei nadar, e essa camiseta está me incomodando. – resmungo apoiando meus braços na borda.
— Já pensou em tira-lá? Seria bem melhor. – Louis se aproxima e eu jogo um pouco de água nele — você jogou água em mim? Como ousa fazer isso.
Eu jogo novamente e ele ri. Balança a cabeça molhada e mergulha. Eu fico sem enxergar seu corpo, mas sinto algo em minha cintura e logo em seguida estou sendo levantado no ar.
— Me coloca no chão! – eu grito e Louis faz isso.
Joga meu corpo na água e antes que o impacto me acerte, eu fecho os olhos e tampo o nariz. Minha mãe sempre disse que eu devo tampar o nariz quando for mergulhar, tá, ela falava isso quando eu tinha oito anos. Quando eu saio da água vejo Louis rindo. Se divertindo com a situação. E eu também estou me divertindo, como se nunca tivesse me divertido antes.
— Eu não sei o que é mais engraçado: o seu desespero ou o modo como você tampou seu nariz. – ele joga a cabeça para trás e sorri.
Crio um pouco de coragem e ando até ele, ignorando sua camiseta que me atrapalhar ao nadar. Chego perto dele e empurro sua cabeça para água, tentando ao menos afoga-lo, mas nem força para isso eu tenho. Ele gargalha ainda mais quando eu faço isso. Rolo os olhos e desisto.
— Você me deve uma pergunta. – lembro e ele me olha confuso.
— Oh! Claro. – Louis tira o cabelo de seu rosto — só uma.
Não sei por qual começar, devo perguntar uma coisa que eu não saiba e que não faça Louis explodir. Várias perguntas rodam na minha cabeça, mas nenhuma faz algum sentido.
— Quem é a pessoa que você mais ama? – eu pergunto e sinto as mãos de Louis em minha cintura.
— Eu não amo ninguém, Hazz. – ele morde o meu pescoço e me roda na água — na verdade, eu me amo.
— Isso não é verdade! – tiro suas mãos da minha cintura. Louis pode ser arrogante, mas nem tanto — nem mesmo seus pais?
— Não fale deles, nunca. – o maxilar dele tenciona e eu sinto a raiva em seu olhar. Me bato mentalmente por ter estragado o clima legal.
— Desculpe, Lou. – eu suplico e mergulho, não querendo encarar o rosto repleto de raiva dele.
No que eu volto, sinto os braços dele novamente em meu corpo. Louis morde meu pescoço e tira um cacho teimoso do meu rosto. Deposita beijos por toda a linha do meu pescoço.
— Tudo bem! – ele sussurra fazendo todos os pelos do meu corpo se arrepiarem.
— Eu não falarei deles novamente. – coloco minhas pernas em torno da sua cintura e descanso meus braços em seu ombro — desculpa, novamente. – noto que a raiva dele passou.
Ele me aperta ainda mais contra o seu corpo, me prendendo nas pedras da cachoeira. A eletricidade que eu sinto volta. Eu noto o que estamos fazendo e apenas relevo esses pensamentos, por mais sujos que eles possam parecer, é apenas o Louis.
— O que você está fazendo comigo, Hazz? – ele diz com a voz baixa e em pouco rouca. — você me deixa louco – passa seu polegar sobre o meu lábio inferior — esses lábios avermelhados, essas sardas em seu rosto.
— Eu... Eu não sei o que eu faço com você. – eu sussurro e me entorpeço do toque dele.
— Seus lábios são lindos, imagina as coisas que eu poderia fazer com eles – ele fala com a voz mais baixa ainda, e um tanto quanto sensual — quem sabe eu poderia morde-los – e ele morde — ou chupa-los – e ele chupa meus lábios — ou até mesmo beija-los.
Louis invade minha boca com tanta delicadeza. Com tanto desejo. Eu puxo seu cabelo e ele aperta minha bunda, deixando um gemido estrangulado sair de sua boca quando eu mordo seu lábio inferior. Ele para o beijo e me olha fixamente. Seu olhar está repleto de alguma coisa indescritível. Suas pupilas estão dilatadas, tanto que, eu só consigo ver uma linha azul bem fraca em volta de sua pupila.
— Nós não somos amigos. Poderíamos ser qualquer coisa se tentássemos. – eu sussurro em sua orelha e mordo o lóbulo da mesma.
— Eles vão descobrir sobre a gente. – ele sussurra — eu não me importaria. – um trovão pode ser ouvido de longe.
— Eu não me importaria, se fosse com você. – eu afundo minha cabeça em seu pescoço e sinto a água bater em meu queixo — acho que vai chover, melhor sairmos daqui.
— Eu não quero sair. Mas é perigoso e temos um caminho longo até o carro. – Louis pega minhas coxas e me levanta, me colocando na borda — se troque, eu vou dar mais um mergulho e já vou.
Vejo ele desaparecer na água, o tempo ficou nublado do nada, então eu não conseguia ver o corpo dele na água. Parei de pensar nisso e fui me trocar.
Tiro a camiseta dele e torço ela, está totalmente amarrotada. Quando eu me abaixo para pegar meu tênis, sinto a presença de Louis e o calor que ele irradia.
Ele se abaixa e pega sua calça, colocando ela de uma forma rápida e depois pega seu tênis e bate o cabelo, tentando tirar um pouco da água que ficou nele.
Eu me pego sorrindo ao admirar Louis.
— Eu já falei que não gosto de ser observado, vamos logo porque não quero pegar chuva.
— Você já está molhado, Louis. Não vai fazer diferença alguma. – eu o sigo de volta para o carro.
— Eu queria te levar para Santa Monica, aquela praia é linda no pôr do sol. – ele suspira e deixa com que eu passe em sua frente — fica pra outro dia, já que começou a chover.
— Eu odeio chuva! – sinto uma gota cair em meu ombro — isso me assusta.
— Vem aqui, deixa eu fazer você perder esse medo. – ele me puxa e parece que o mundo começou a cair bem nessa hora, estávamos ambos ensopados — feche os olhos.
Louis passa as mãos em minha cintura e me puxa para o seu corpo. Sussurrando para eu não abrir meus olhos. Senti sua boca percorrer meu queixo, maxilar. Minha orelha. Lou beijou cada centímetro do meu rosto. E por fim, deixou um beijo calmo em meus lábios.
Me fazendo sorrir entre o beijo. Ele era tão delicado, quando queria. Eu só tenho medo que ele exploda bem agora.
— Você consegue ser bom. Quando quer. – eu suspiro, ainda de olhos fechados.
— Eu sou bom quando tenho você, Hazz. – ele beija minha testa — vamos entrar, a chuva aumentou muito.
Ele segura minha mão e abre a porta do passageiro, eu entro no carro e segundos depois Louis está do meu lado.
— Eu gostei do encontro! – eu digo, ligando o aquecedor.
— Isso não foi um encontro. – ele fala em um tom rude.
— Sério? Que vai voltar a ser um idiota? – eu rolo os olhos e sinto sua mão em minha coxa, fazendo pequenos círculos.
— Desculpa! – ele suspira e liga o carro — vou te levar ao meu segundo lugar preferido, agora.
Dois lugares preferidos em um dia? Isso é mais do que necessário para eu conhecer Louis. Eu concordo e ele liga o rádio, está tocando The Fray.
Eu olho para ele e sorrio, ele sente isso e aperta ainda mais minha coxa.
— Eu posso ser diferente, por você. – Louis fala baixo demais.
•••
Ah, eu vou colocar todas as minhas leitoras em um potinho e nunca mais soltar.
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