07
Louis POV:
Harry está tão adorável dormindo em minha cama, que eu perco a noção do tempo o encarando e acabo esquecendo do meu sono, que não é pouco.
Ele rola em minha cama e resmunga algo ilegível, Harry fala enquanto dorme. Isso sim é adorável.
— Harry! Hey, acorde. – eu balanço seu corpo e nada dele acordar. — Hazz, acorda – assopro seu ouvido.
— O que aconteceu? Onde eu estou? – Harry pergunta confuso, talvez por conta do álcool.
— Você estava falando algo e eu te acordei, mas volte a dormir – eu me sento em sua frente.
— O que eu estava falando? – ele pergunta.
— São segredos que eu vou guardar para mim. Agora durma. – eu falo rindo.
— Seus olhos estão cinzas. – ele se sentou.
— E os seus estão verdes. – eu passo minha mão em sua bochecha.
— Eles sempre estão verdes, os seus nunca estão cinzas. – ele suspira e se aproxima de mim.
Eu nunca tinha reparado na cor intensa dos olhos dele. Era um verde tão forte, mas ao mesmo tempo tão suave. Os olhos de Harry transmitiam paz, assim como ele.
Meu dedo ainda está em sua bochecha, quase parando em sua covinha. Harry continua me encarando, seus lábios avermelhados se separam e eu mordo suavemente a argola que eu tenho em minha boca.
Os olhos de Harry estão colados em minha boca, quando eu puxo minha mão, ele se inclina para perto e pressiona sua boca contra a minha.
Eu respiro, completamente confuso. Que porra é essa que ele está fazendo? Que porra eu estou fazendo?
Eu estou passando minha língua pelos seus lábios, eles são macios e contém um certo gosto de vodka. Engulo alguns suspiros que saem de sua boca enquanto pego seu rosto com a minha mão e o puxo para mais perto.
Harry suspira aliviado por estar me beijando, sua pele está quente e sua boca é nervosa. Sua língua passeia por cada canto existente em minha boca.
Passo minha mão em seu quadril e o puxo para o meu colo. 'Hazz', deixo escapar quando ele está em cima de mim. Harry puxa meu lábio inferior, suavemente.
Eu passo minha língua por seus lábios; os separando, novamente. Eu suspiro tentando tirar esses pensamentos da minha mente. Como chegamos a esse ponto?
Eu me sinto ótimo, o oposto que vive dentro de mim, o oposto do fogo que eu tenho vem á tona. É uma sensação boa, um constante alívio de queimadura. Eu nunca senti essa sensação de calma antes, é ameaçador.
Minha mente já processou tudo que está acontecendo, Harry é o primeiro cara que me faz sentir isso. A sensação da boca dele assumiu todo o controle. Eu o puxo para mais perto, prensando meu quadril no seu e nos deitando no colchão. Harry subiu em meu torso, descansando suas mãos em meu peito. Sua boca nunca desistindo da minha. Porra, ele é bom nisto. Bom pra caralho.
Eu tiro meus lábios dos seus, uma única vez. E o gemido estrangulado que sai de sua boca me deixa completamente duro. Harry me quer. Suas mãos se movem em meu peito, para cima e para baixo. Tentando achar um ponto certo para me dar prazer.
Eu quero ele, mas não nesse estado. Harry mal se lembrará disso quando acordar, melhor não levar isso longe.
Eu rolo minha língua por todo o seu pescoço, um gosto de perfume e álcool pode ser sentido. Ele geme e se mexe ainda mais em meu colo, Harry sabe que eu estou duro e que eu quero ele. Porra! Eu quero muito ele.
— Louis! – ele geme baixinho — Para! – Harry ainda está me beijando —Lou... – eu puxo seu corpo para trás e o encaro, seus lábios estão inchados e vermelhos. — Não podemos! – ele diz, ofegante.
Harry tira suas mãos do meu peito, antes o que era fogo, virou gelo. Era apenas coisa de momento esse calor todo, não iria durar. Ainda mais com Harry.
— Desculpa... por isso! – ele sai de cima de mim e deita do meu lado, Harry está ofegante. Seus olhos não deixam minha boca, sua respiração entrega o quanto ele gostou de um simples beijo.
— Por isso o quê? – eu pergunto me levantando.
— Por parar o beijo. – Harry me segue com o olhar.
— Foi apenas um beijo, normal isso acontecer. As pessoas fazem isso o tempo todo, ainda mais quando estão bêbadas.
— Então... isso nunca aconteceu, quero dizer, eu já beijei outras pessoas, mas esse nosso beijo não aconteceu. – Harry falou confuso.
— Eu nunca falaria para ninguém. Confie em mim, Harry. Se você não queria isso, imagine eu. Nem gay eu sou. – eu abro minha gaveta e tiro uma t-shirt preta de lá, na verdade, eu sou bi, mas ninguém precisa saber disso.
— Olha! O ego do Mr. Tomlinson voltando. Já vi que voltou a ser rude. Não sei porque eu fiz isso – ele me encara, seus olhos estão transbordando ódio.
Harry não sabe porra nenhuma sobre mim. Não é só porque eu falei com ele algumas vezes nas aulas,que eu dei o direito dele ser uma pessoa que conhece a minha vida toda. Nem eu mesmo conheço minha vida, não vai ser um merda que vai bancar o esperto comigo.
— Eu nunca fingi ser outra pessoa, Styles. – eu me viro para ele — Não pense que porque você me beijou, contra a minha vontade, na minha cama alguma coisa mudou. Nós não temos nada e nunca vamos ter. Você não é nada para mim, apenas um beijo em uma festa qualquer. – eu jogo as palavras em cima dele.
— Você teve a chance de parar. Não me parou, por quê? Você me beijou de volta, Tomlinson. Assuma que queria isso. Assuma que queria isso mais do que eu – ele pega o copo d'água na mão.
— Dificilmente eu pararia um beijo, é um beijo. Você nunca deve para-lo. Ainda mais quando a pessoa está em sua cama. Se você não está satisfeito com isso, se retire, a porta está bem ali. – aponto para minha porta, Harry está na minha frente.
Ele vira o copo de água bem no meu rosto e solta uma gargalhada, me encarando.
— Você é um idiota! – ele abre a porta - espero com todas as minhas forças que você se foda, e se foda muito.
— Onde você vai? – eu enxugo meu rosto tentando ignorar a raiva que começa a subir pelas minhas veias e o sigo — Harry, você pode continuar aqui. Liam não vai lhe levar embora.
— Não piso mais dentro do seu quarto, nunca mais – ele bate a porta na minha cara.
Eu fico encarando a porta, Harry é tão emocional. Isso não é estranho, o estranho é ele ser tão aberto para isso. Ele deixa que todos vejam isso, ele sempre está chorando por aí e por mais confuso, Harry sempre chora na minha frente. Ele é transparente demais.
Harry Styles é uma coisa enlouquecedora, ele me deixa confuso por ser tão aberto, frágil e ao mesmo tempo tão fechado e afiado. Isso é confuso, mas ao mesmo tempo é tão adorável. Harry tem uma facilidade de se mostrar para o mundo, ou talvez só para mim, ele me deixa ver os sentimentos dele.
Abro a porta e vejo um Liam de boxer o xingando.
— Harry, porra! Eu estou bêbado, não tenho chance alguma de lhe levar embora. – Liam bufa.
— VOCÊ PROMETEU QUE IRIA CUIDAR DE MIM! – Um Harry furioso sai em disparada pelo corredor.
— Vá atrás dele, Tomlinson. – Liam me encara e bate a porta do quarto.
Desço as escadas e vejo Harry conversando com Niall, o loiro entrega uma chave para ele. Porra! Harry está bêbado, que caralhos deu na cabeça de Niall para entregar a chave do seu carro?
Harry some no meio das pessoas que ainda estão bebendo, eu volto para o meu quarto, tiro a camiseta molhada e coloco a t-shirt preta, pego as chaves do meu próprio carro. Tranco meu quarto e volto para as escadas, trombando em um Niall totalmente bêbado.
— Que porra deu nessa tua cabeça? – eu o pego pelo colarinho e o empurro na parede — O HARRY ESTÁ DIRIGINDO A PORRA DO SEU CARRO BÊBADO. – Niall está vermelho.
— D-desculpa. – ele gagueja — ele sumiu do nada, achei que já estivesse sóbrio.
— Porra Niall! Você só faz merda, Harry está andando por essas ruas...Se ele sofrer um acidente, você será o primeiro a ser culpado. — solto seu pescoço e ele despenca no chão.
Desci as escadas correndo. Faz no máximo dez minutos que Harry saiu, ele deve estar quase chegando no campus.
Ando até o estacionamento e olho ao redor, procurando o carro de Niall, ele pegou o mesmo esses dias e já entrega as chaves para uma pessoa que nunca bebeu na vida.
Eu acho a minha Rover e logo atrás está o carro velho de Niall, um Ford Capri preto. Harry não usou o carro.
Ele não seria estupido o suficiente para andar cinco quilômetros até os dormitórios? Ou seria? Merda, Harry é estupido e ele deve estar andando por essas ruas agora.
Puta que pariu... Ele está andando sozinho.
Puta que pariu... Harry me irrita.
Entro em meu carro e ando em torno da fraternidade, depois vou em direção aos dormitórios. A neblina está forte, impossibilitando minha visão.
Eu ilumino com os faróis do carro alguns cantos e nada de Harry. Merda, onde esse garoto foi se meter?
As ruas estão vazias, todas. Depois de andar cinco minutos em torno da fraternidade, eu ando até os dormitórios. Diminuindo a velocidade quando vejo um vulto, na verdade um corpo se aproximando da entrada do local.
Harry.
Ele está tropeçando nas próprias pernas e carrega algo em sua mão. Estaciono o carro perto dali e ando em sua direção.
Percebo suas costas largas curvadas. Ele está curvado em seus joelhos. Harry leva a garrafa até sua boca e da um grande gole. Depois anda até a escada que tem na entrada para os dormitórios e joga seu corpo ali, despencando no chão frio.
Harry está chorando, como de costume.
— Harry? – eu me aproximo dele e ele levanta o rosto.
— Que porra você está fazendo aqui? – ele se levanta, mas suas pernas não aguentam seu corpo e acabam levando ele abaixo.
— Eu-eu! Merda, eu fiquei preocupado. Você estava sozinho e bêbado. E convenhamos, não é uma boa você andar por aí sozinho, ainda mais á noite.
— Não se aproxime! – Harry grita e logo em seguida cai em uma gargalhada, alta e escandalosa.
— Você está bêbado demais. Eu vou te levar para o seu quarto. – eu estendo minha mão, mas ele não pega.
— Não preciso da sua ajuda. Eu sou apenas mais um beijo em uma festa qualquer, você não deveria se preocupar.
— Cala a porra da boca. Céus! Você me irrita. – eu o levanto e abro a porta que leva para os dormitórios.
— Por quê? Por que você está fazendo isso? – ele pergunta com a voz cansada e um tanto quanto rouca.
— Eu prometi que iria cuidar de você, então eu vou cuidar de você. Eu cumpro minhas promessas – entro no corredor C.
— Mas eu sou apenas um beijo de uma festa! – Harry fala dando um gole em sua vodka.
— Harry, porra. Pare de beber, que merda. Eu to aqui cuidando de você e você tá piorando as coisas. É raro eu querer ajudar as pessoas, mas com você é diferente. Então colabora e me ajuda, caramba. – tiro a garrafa de vodka da sua mão.
— Você tá aqui porque você quer, eu não te chamei. Não preciso da sua ajuda – ele para no corredor e pega a garrafa da minha mão.
— Eu to aqui porque eu quero, então? – eu cruzo os braços e coloco um sorriso falso no rosto — se eu estou aqui porque eu quero, então tchau, Harry. Se afogue na sua garrafa de vodka barata, quem sabe Liam apareça aqui e cuide de você. Porque ele prometeu que cuidaria de você, não foi? Mas quem está tentando fazer isso, sou eu. Se você não quer aceitar minha ajuda, vai pra merda. – saio andando em direção a porta.
— Por que você está tentando ser bom? Você nunca vai ser bom para alguém, nem para si mesmo. – Harry grita no corredor.
—Você não sabe da porra da minha vida, cuida da sua vida de merda. – eu me viro e encaro um Harry chorando no meio do corredor.
— Eu estou tentando, mas você não deixa. – ele suspira, levando a garrafa até sua boca e limpando as poucas lágrimas que haviam escorrido.
— Cala a boca! – eu me aproximo dele novamente.
— E se eu não calar, o que você vai fazer? – ele parou de chorar, deixou a garrafa no chão e está se aproximando também.
— Você não quer saber o que eu faria, sinceramente.
— Por que não? – Harry está confiante do que está falando.
— Não me provoque Harry, você vai se arrepender.
—!Eu me arrepender? – o encaracolado me questiona.
— Sim! Você se arrepender. – estou na frente de Harry. – empurro Harry contra a parede, e foco meus olhos em sua boca.
— O que você está fazendo?
— Tentando te deixar quieto.
Junto nossos lábios, um beijo rápido e não tão necessitado assim. Harry deu passagem para que minha língua percorresse toda a sua boca, sentindo um gosto de vodka ainda mais forte que o de antes.
— Louis. – ele geme meu nome enquanto eu pressiono o meu quadril no seu.
— Nunca duvide de mim. – eu sussurro mordendo seu lábio inferior e começando outro beijo, dessa vez mais intenso.
Harry passa suas pernas em minha cintura e eu o empurro ainda mais contra a parede. Ele puxa meu cabelo e geme baixinho meu nome.
—Você não deveria estar fazendo isso. – ele para o beijo e começa a morder o meu pescoço.
— Você não deveria ter mandado eu te deixar quieto, arque com as consequências.
Estamos perto do seu quarto, enquanto Harry morde meu pescoço eu procuro a porta do dormitório, rezando para que ela esteja aberta.
— As chaves estão no meu bolso. – ele fala.
Eu procuro as chaves em seu bolso e as pego, abrindo a porta. Harry volta a beijar minha boca, seu beijo está selvagem, Harry está bêbado, ele não sabe o que está fazendo. Muito menos eu; não estou respondendo meus sentidos.
Várias luzes vermelhas piscam em minha cabeça para eu não fazer isso, mas eu não as respeito. Harry está dominando até o meu consciente.
Que porra esse garoto está fazendo comigo?
Eu o deito na cama calmamente, o fazendo suspirar por sentir meu quadril pressionar o seu.
— Louis... – ele me puxa para mais perto, não tirando os olhos da minha boca. Eu fecho os olhos e me aproximo do seu rosto — que porra é essa? – Harry me empurra, fazendo meu corpo desabar no chão.
— Que merda você fez? – eu explodo.
— Que merda você estava tentando fazer comigo? Não sou igual as vadias que você está acostumado a levar para a cama. Porra Louis! – Harry se encolhe na cama.
— Você estava agindo igual a elas. – eu me levanto.
— Eu? Quem começou a porra do beijo foi você. Eu só dei continuidade – ele se levantou.
— Você poderia ter impedido. – eu aponto o dedo na sua cara.
— É um beijo, nunca devemos negar o simples desejo de trocar saliva com alguém. E não aponta o dedo na minha cara, seu idiota, é uma atitude rude! – Harry levanta sua mão e em questão de segundos minha pele está queimando.
— Qual é a porra do seu problema? Eu não coloquei a mão em você, por que caralhos você me deu um tapa? – eu estou com os punhos fechados ao lado do meu corpo.
— Não colocou a mão porque eu não deixei. – Harry grita.
— Eu nunca colocaria a mão em um merda como você, Harry. Você nunca foi o certo para mim, você trás o meu melhor lado á tona. Eu não quero isso para mim, eu não quero ser bom para ninguém. Eu sou orgulhoso demais; eu só me importo comigo mesmo, como você mesmo disse. Eu não consigo ser bom para as pessoas, e sinceramente? Não dou a mínima para isso – eu cuspo as palavras em Harry.
— Parabéns, Louis. Você enxergou seu ego, cuidado para não se tornar dependente dele, ou melhor você já é – ele bate palmas e gargalha bem na minha frente. — Agora por favor, se retire do meu quarto. – Harry aponta para a porta.
— Não precisa pedir duas vezes. - eu me viro e abro a porta – esqueça que tudo isso aconteceu, Harry. Pois a partir do momento que você me bateu, eu perdi o pouco respeito que ainda existia por você.
— Que respeito? Pois você estava me agarrando até agora nos corredores. – ele sorri, ironicamente.
— Quem se jogou no meu colo foi você, me fazendo lembrar as vadias que eu pego. Pensando por outro lado, elas são apenas um beijo de uma festa, igual a você. Que acabou de entrar para a listinha – bato a porta do com tudo.
— NUNCA MAIS APAREÇA AQUI! – Ouço Harry gritar do quarto.
Ando em direção a saída, mas antes, pego a garrafa de vodka e dou alguns goles. Não me importando com o treino de amanhã ou hoje, não me importando com nada.
Ando até meu carro, e o abro. Jogo a garrafa no banco e deixo minha cabeça cair no volante. Abro o porta luvas e tiro um beck dali, isso vai me acalmar.
Dou quatro tragadas, prendendo um pouco da fumaça na minha boca. Ficando submisso dos meus próprios pensamentos.
E se Harry não for apenas um beijo de uma festa qualquer? E se ele realmente trás o meu melhor lado á tona? E se Harry, com todos os defeitos dele, for a única pessoa que conseguirá me salvar? Mas como um garoto que eu mal conheço poderia me salvar? Quem é Harry Styles? Um garoto qualquer que cursa inglês, um garoto que usa a porra de uma coroa de flores e é inseguro para tudo. Harry é uma menininha que eu acabei de beijar.
Ele me bateu. Passo minha mão em minha bochecha e sinto a queimação. A queimação que eu estava sentindo enquanto eu beijava aqueles lábios avermelhados, eu nunca senti isso com ninguém, e nunca imaginaria que iria continuar um beijo, que eu iria realmente querer beijar alguém de volta.
Mas Harry me fez sentir as famosas borboletas no estômago. Porra, eu não deveria sentir isso. Eu realmente não sirvo para isso, eu não sei o que são sentimentos.
Harry sabe disso, ele sabe sobre sentimentos. Nós somos tão opostos.
Porém opostos sempre se atraem.
Mas será que realmente se atraem?
Afasto esses pensamentos.
Olho para a rua, meu carro está cheio de fumaça. Eu inalo isso, quase me engasgando com o tanto de fumaça que entrou em meus pulmões. Faço mais uma nota mental sobre parar de fumar, porém, logo esquecerei isso.
Ligo meu carro e volto para a fraternidade, dou alguns goles na garrafa de vodka e sinto minha cabeça rodar, eu definitivamente estou chapado.
Estaciono o carro em algum lugar ali e rezo para me lembrar dele. Entro na festa, que ainda está lotada. As cabeças estão rodando e eu só enxergo uma moita de cabelos roxos se aproximando. Mandy? Molly?
— Lou! – a voz estridente me chama, Molly está bem na minha frente.
— Oi, Molly. – passo minha mão em sua cintura e a puxo para perto do meu corpo, começando um beijo.
Eu não estou confortável com isso, não tem a mesma animação. A mesma queimação que eu senti com Harry. Molly não é o Harry. Obviamente o beijo não vai ser igual.
A boca de Molly é pequena comparada com a minha, ela passa sua língua pelo meu lábio inferior e o morde, levando minha argola dourada junto.
— Merda, Molly! – eu paro o beijo — meu piercing, morde devagar, porra! - eu grito.
— Eu sempre mordi assim e você nunca reclamou – talvez porquê eu nunca tinha percebido o quão ruim você é nisso, penso.
— É, dessa vez você quase arrancou meu piercing – rolo meus olhos e me separo dela.
— Desculpa! – ela morde meu pescoço, e eu sinto nojo disso. Os lábios dela não são calmos, eles não sabem como fazer isso — vamos lá pra cima – sussurra e morde o lóbulo da minha orelha, era de se esperar que eu me arrepiasse, mas nada acontece.
Molly me puxa pelas escadas e abre um quarto qualquer. Eu não sei o que estou fazendo, minha mente está rodando com ideias e mais ideias.
Harry. Ele está na minha cabeça. Ele e sua coragem, o modo como ele se tornou outra pessoa. De um cara ingênuo e inseguro, ele foi para um cara cheio de si e corajoso. Ou... Pode ter sido o álcool, isso muda as pessoas.
Molly está rebolando em meu quadril. Não é do mesmo jeito que Harry estava fazendo. Ela é uma pessoa legal, mas não. Eu não estou com vontade de foder ela, não agora. Eu tenho que tirar certos olhos verdes dos meus pensamentos.
Por mais que ela seja uma distração, eu não quero.
— Hoje não! – a empurro, ela cai na cama e bufa.
— Por quê? Você sempre quer – ela pergunta e rola para perto de mim.
— Porque eu não quero, não estou com cabeça para isso – passo as mãos em meu cabelo e me levanto.
Saio do quarto deixando uma Molly cheia de tesão deitada em uma cama.
Vou direto para o meu quarto, tateio meu bolso e acho a minha chave. A coloco na fechadura e abro a porta. Um cheiro de rosas e vodka invade minhas narinas.
Isso está me irritando.
Esse cheiro está me deixando louco, ver minha cama bagunçada e meu carpete molhado. Ver minha camiseta jogada no chão e ainda mais, o cheiro de Harry no quarto. Isso definitivamente está me deixando irritado.
Abro as janelas para que o cheiro saia. Me deito na cama e abraço meu travesseiro, que por incrível que pareça está com o maldito cheiro de Harry Styles.
As palavras que ele me disse, ainda ecoam em minha cabeça.
'Você não é bom para ninguém, nem para si mesmo'.
Eu sou bom.
Para os meus amigos, eu deixo Niall entrar aqui de vez em quando. Eu perdoei Zain por ele ter ficado com Liam Payne. Eu só não perdoei Liam, ele é um bosta. Mas ele é amigo de Harry.
Será que aquele merdinha seria capaz de falar alguma coisa para o amiguinho dele? Porra, se ele falar eu estou fodido.
Não por questão de Liam ser o melhor amigo de Harry, mas por ser Liam o cara que eu zoei por ter ficado com o meu melhor amigo... Eu fiz a mesma coisa, eu fiquei com o melhor amigo dele. Mesmo não querendo.
Coloco o travesseiro em meu rosto para abafar o grito, eu realmente fiquei com um cara. E isso foi a primeira vez, e eu gostei. Mas eu fiz merda e estraguei tudo, como sempre faço.
Me levanto para fechar a janela. Eu não queria estragar isso, eu queria Harry.
Dou um soco na parede, descontando minha raiva nisso tudo e, principalmente descontando a raiva que eu estou sentindo de Harry Styles.
Por mais que eu queira ficar longe dele, eu sei que não vou conseguir. Harry está mudando alguma coisa em mim, e eu não gosto disso.
Eu não gosto de quem eu sou quando estou com Styles.
Eu não gosto dele. E nunca vou gostar, eu só gostei do beijo que ele me deu.
Eu nunca vou gostar dele.
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