Prólogo - Parte 1

"É inevitável que tudo o que é bom chega ao fim
É impossível saber se depois disto ainda podemos ser amigos, yeah
Eu sei que você está dizendo que não quer me machucar
E talvez você deva mostrar um pouco de misericórdia
A maneira como você olha, eu sei que você não veio para pedir desculpas"

Cinco anos antes...

Otávio Miller

Mordo meus lábios, sentindo a boca de Evan passando por todo meu abdômen, o que me faz sentir um friozinho na barriga e preciso conter os gemidos que querem escapar por meus lábios. Sua boca volta a subir em meu corpo e então ele captura um dos meus mamilos, agora sim fazendo minha sanidade ir embora e não impeço de gemer alto. Minhas mãos se embrenham em seus cabelos ruivos e de fios lisos, puxando os mesmos em meus dedos, ouvindo ele resmungar abafado por estar com a boca ocupada.

Meus olhos se fecham e me concentro nas sensações incríveis que ele me proporciona. Meu membro está duro contra seu abdômen, roçando em sua pele quente e isso me faz ansiar por apenas um toque dele, o que vem segundos depois quando sua mão passa a me acariciar. Sua boca abandona meu mamilo já inchado e em seguida sinto seus lábios húmidos contra os meus. Como se fosse ainda mais possível, nossos corpos se grudam ainda mais e me sinto satisfeito quando seu pau duro e escorrendo líquido pré-gozo toca minha entrada, que se contrai em antecipação.

- Por favor! - Sussurro contra seus lábios e no segundo seguinte sinto ele entrando lentamente dentro de mim. Os gemidos escapam em sincronia de nossas bocas e encosto minha testa na sua, sentindo ele ir até o fim, só então começando a se mover de forma dura e forte, me levando à loucura.

Não consigo manter meus olhos abertos e sinto meu rosto molhado pelas lágrimas de prazer que escapam. Minhas mãos se soltam de seus cabelos e deixo milhas unhas, pintadas com um esmalte azul claro, passear por suas costas, trilhando um caminho lento. Sua mão continua me masturbando e a outra aperta a carne em minha cintura, deixando a marca de seus dedos, algo que com certeza vai estar presente ali amanhã.

- O que acha de ser o meu cowboy agora? - Evan sussurra a pergunta em meu ouvido e todo meu corpo se arrepia com esse simples gesto.

Abro meus olhos, entendendo o que ele quer dizer e no instante seguinte suas mãos abandonam meu corpo, assim como seu membro deixa minha entrada, que pulsa por mais. Vejo Evan mudar de posição na cama, se colocando sentado com as costas apoiadas na cabeceira estofada. Me coloco de joelhos e engatinho até ele, me sentando sobre suas coxas malhadas e grossas. Pego seu pau duro em minha mão e me ergo um pouco sobre ele, me encaixando. Meus olhos ficam fixos nos de Evan e sorrio para ele enquanto desço lentamente em seu pau, o abrigando dentro de mim. Suas mãos se firmam em meu quadril e apoio as minhas em seus ombros, começando a subir e descer em seu colo.

- Já disse o quanto você é perfeito? - Ele pergunta com a voz extremamente rouca e isso é um estímulo para mim.

- Há meia hora atrás, mas sabe que não me canso de ouvir, então pode dizer novamente. - Respondo e vejo ele sorrir com minha resposta.

- Você é perfeito, meu Tatá. - Ele pega meu rosto e sussurra contra meus lábios, o que me faz sorrir igual a um bobo.

Deixo nossos lábios se juntarem em um beijo e acolho sua língua quando ele me pede passagem, podendo sentir um leve gosto de cerveja. Me sinto cada vez mais ofegante enquanto subo e desço em seu pau, sentindo ele ir cada vez mais fundo e atingir meu ponto de prazer, o que me faz afastar minha boca da sua várias vezes para apenas gemer. Nossos corpos se encontram em uma perfeita sincronia enquanto estamos unidos e não é surpresa alguma quando atingimos o nosso prazer juntos. Sinto ser inundado por seu gozo e o meu escorre entre nossos abdômens.

Meu corpo perde totalmente a força após eu atingir meu orgasmo e agradeço por Evan estar com os braços ao meu redor, me segurando em seu abraço. Nossos corpos estão suados e trêmulos, nossas respirações estão ofegantes e é quase inexistente, mas no final nada disso importa quando eu acabo de fazer amor com o homem da minha vida.

- Eu te amo, ruivo! - Falo após alguns minutos de silêncio, tendo recuperado minha respiração.

- Eu amo você! - Ele responde de volta e apenas ouvir isso me deixa em paz.

"Oh, meu bem, me deixe te amar de despedida
Oh, meu bem, me deixe te amar de despedida
Mais um gosto dos seus lábios apenas para me trazer de volta
Para os locais que estivemos e as noites que tivemos
Porque se é isso, então, pelo menos, podemos acabar isso do jeito certo"

[...]

Termino de tomar meu banho e me enrolo em um roupão felpudo e macio. Pego uma toalha limpa, disponível no pequeno armário do banheiro e começo a secar meus cachos, que batem em meus ombros e dão um pequeno trabalho para secar naturalmente. Saio do banheiro e abro um sorriso ao ver Evan já vestido, sentado na cama, agora já arrumada da nossa pequena bagunça. Nós começamos a tomar banho juntos, mas como ele sempre reclama que eu enrolo demais para lavar meus cabelos, acabou terminando antes.

- Meu secador faz uma falta enorme nesses momentos. - Resmungo e me aproximo dele, vendo uma expressão séria em seu rosto. - O que foi, amor? - Pergunto curioso, pois já faz algumas horas que ele está estranho.

Desde que voltamos de sua competição mais cedo, da qual ele saiu campeão, Evan está todo estranho e pensativo. E mesmo enquanto fazíamos amor, eu pude sentir seu corpo um pouco tenso.

- Precisamos conversar. - Ele diz e automaticamente sinto meu estômago gelar ao que ele levanta seus olhos até mim.

- Coisas boas não acontecem quando dizem essa frase. - Brinco, mas ele não ri e muito menos eu.

Ouço ele soltar um suspiro profundo e em seguida vira seu corpo totalmente em minha direção, pegando em minhas mãos. E somente isso faz meu coração bater acelerado em meu peito.

- Você está me assustando, Evan. - Falo, agora de maneira séria.

- Hoje, assim que eu acabei de receber meu prêmio na arena, o coordenador da liga me chamou, disse que havia alguém querendo falar comigo. Amor, eu fui convidado pelo presidente da PBR Brasil a fazer parte dos competidores da Copa do Mundo de Rodeio. Esse ano ela vai acontecer no Texas e eles me querem lá. Claro que eu vou ir antes e passar os meses que faltam treinando, mas o importante é que eu estou sendo chamado e meu sonho está se realizando. - Ele conta e sinto um aperto enorme em meu peito ao ver sua alegria tão evidente.

- Então você vai? É isso? - Pergunto e solto minhas mãos das suas, me levantando da cama em seguida.

- É o meu sonho, Otávio... Venho treinando para isso há anos. Eu tenho que ir. - Ele diz e isso me faz soltar uma risada amarga.

- Tem que ir? Você vai me abandonar para viver isso? - Pergunto com raiva e vejo sua expressão mudar.

- Eu não disse que abandonaria você e não chame algo que eu amo de "isso". Não é porque você estuda medicina, você é melhor do que eu. - Ele diz, elevando um pouco o tom de voz e isso me pega de surpresa, Evan jamais gritou comigo.

- Ah, não vai? E vamos ter um lindo namoro à distância, enquanto pessoas se jogam em cima de você e eu estou há milhares de quilômetros de distância? - Pergunto com ironia na voz. - E não, eu não sou melhor que você por querer ser médico, mas também não acho que peão de rodeio seja uma profissão descente. Na verdade, isso nem é profissão. - Falo o que realmente penso e vejo sua expressão se tornar um pouco chocada.

- Então é isso que pensa de mim? Que sou alguém fracassado por não seguir a profissão de sucesso que você provavelmente quer. - Ele diz com frieza na voz e sinto um nó se formar em minha garganta.

- Não, eu não acho que seja um fracassado, mas também não acho que pense em um futuro. Me diga, Evan... Como você quer estar daqui cinco anos? - Pergunto e cruzo meus braços, esperando por sua resposta.

- Eu sei lá, não sei nem se estarei vivo. - Ele diz com certo deboche na voz e isso me faz suspirar.

- Está aí uma diferença entre nós. Sabe o que eu imagino, ou imaginava? Eu pensava em nós dois juntos, estando noivos ou até casados, planejando uma família, mas eu vejo que você não quer isso. Você já tem vinte e dois anos, Evan, mas age como um adolescente de quinze, buscando por aventuras que podem ser passageiras. E me desculpa, eu realmente não sirvo para isso. - Falo e começo a sentir lágrimas escorrendo por meu rosto. - Eu apoiei você sim nessa ideia, mas isso não vai acontecer agora. Eu não vou ver a pessoa que eu amo indo embora por uma ilusão que pode matá-la. Porque isso pode acontecer também, Evan. Em oito segundos você pode ser o campeão, mas também pode ter sua vida tirada de você e eu não suporto mais isso. - Confesso, mesmo que sinta meu coração sendo dilacerado em meu peito.

O quarto entra em um silêncio profundo e nossos olhares continuam fixos um no outro. Eu sei que ele me ama, eu sinto que ele me ama, mas há coisas que não podemos ter ao mesmo tempo.

"(Eh eh eh)
Oh, por que você está usando isso para sair da minha vida? (Eh eh eh)
Oh, mesmo que esteja acabado, você deveria ficar esta noite (eh eh eh)
Já que amanhã você não será minha
Você não vai me dar isso pela última vez?"

- É isso então? - Ele pergunta após minutos de silêncio e eu respiro fundo, enxugando minhas lágrimas.

- É isso. Acho que chegou o momento de cada um seguir seus sonhos e aquilo que almeja. Pessoas diferentes não combinam e olha que sempre ouvimos isso. - Falo o mais firme que consigo, segurando a vontade de desabar em sua frente.

É incrível como há minutos atrás nós estávamos nos declarando e agora está tudo acabando entre nós dois.

- Os opostos realmente se atraem, mas isso não é tudo. - Ele diz de forma lenta e é como uma pequena faca sendo cravada em meu peito.

- Não, não é. - Respondo e me viro de costas para ele, deixando as lágrimas caírem sem barreiras.

- Eu vou te esperar lá embaixo, o jantar já deve estar pronto. - Ele diz e ouço seus passos se aproximando da porta, mas não falo absolutamente nada.

Escuto a porta sendo fechada após alguns segundos e meu corpo simplesmente desaba no chão. Abraço meu corpo com força, sentindo ele tremer pelos soluços que escapam por minha boca. É como se meu coração estivesse sendo arrancado do meu peito e eu não pudesse fazer nada.

Eu me sinto completamente sozinho e a dor parece aumentar cada vez mais em meu peito, se tornando algo físico. E por mais que seja difícil admitir, eu sempre soube que isso iria acontecer mais cedo ou mais tarde. No final das contas o amor não é tudo e nunca vai ser.

"Inesquecível, juntos eu tenho o mundo inteiro em minhas mãos
Inexplicável, o amor que apenas nós conseguíamos entender, yeah
Eu sei que não há nada que eu possa fazer para mudar isso
Mas isso é algo que poderia ser negociado
Meu coração já está quebrando, meu bem, vá em frente, torça a faca"

Não sei quanto tempo fico sentado no chão, ainda apenas de roupão, mas consigo me recompor após um tempo. Enxugo as lágrimas em meu rosto e me levanto, seguindo até o closet no quarto. Me visto com a primeira troca de roupa que vejo pela frente, não me importando com absolutamente nada e começo a refazer minhas malas. A única coisa que preciso agora é dos braços dos meus pais e isso eu não tenho aqui.

Saio do quarto após alguns minutos, trazendo minha mala junto comigo e tenho um pouco de dificuldade por ela ser enorme, já que minha intenção era passar a semana aqui na fazenda com Evan. Assim que passo pelo corredor que dá acesso a porta de entrada, infelizmente sou avistado e a voz dele me faz parar.

- Ei, onde você vai? - Sua voz chega até meus ouvidos e solto um suspiro.

- Embora, Evan. Não há mais nada para mim aqui. - Respondo, mas não me viro para ele.

- Deixe de ser infantil e mimado, Otávio... Não é porque terminamos que você deve sair às dez da noite para ir embora, dirigindo sozinho. - Ele diz e isso me faz rir.

- O que está acontecendo aqui? - A voz do meu tio Castiel interrompe, antes que eu me vire e dê uma boa resposta ao ser atrás de mim.

- Nada, tio... Só estou indo embora. - Falo ao me virar e olhar apenas para ele, que me lança um olhar de confusão.

- O quê? Por que isso, Otávio? Está tarde, é perigoso você ir sozinho. - Ele diz preocupado e isso me faz abrir um sorriso pequeno.

- Não se preocupe, tio... Posso ser mimado, fútil e infantil, mas sei cuidar de mim mesmo. Obrigado por ter me recebido e manda um beijo para todos. - Falo e saio em seguida, sem olhar para trás.

E enquanto sigo até meu carro, estacionado em frente à casa, meu coração bobo e idiota cria a esperança dele vir atrás de mim, mas isso não acontece. O que me faz ter certeza de que estou tomando a decisão certa, por mais que seja muito doloroso. Amar também é saber a hora de desistir e deixar a pessoa simplesmente ir.

"Oh, meu bem, me deixe te amar de despedida
Oh, meu bem, me deixe te amar de despedida"

One Direction - Love You Goodbye

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E começamos, jujubas!! O que acharam dessa primeira parte???

Calminha, que jujuba está boazinha hoje. 🤭❤

Capítulo dedicado a ValquiriaQueiroz7

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