Capítulo Treze

AVISO: Para quem não gosta do tema rodeio e tals, não aconselho a ler, pois isso vai estar bem explícito na história, como esteve na sinopse. Então, estou avisando para não haver pessoas falando demais. Eu estou abordando esse tema, pois tem muito haver com a história e espero fazer de uma forma legal.》

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Otávio Miller

Corro até meu carro e entro apressado nele, batendo a porta em seguida. Sinto meu coração bater de forma acelerada em meu peito e preciso respirar fundo algumas vezes para me acalmar. Fecho meus olhos por um momento e sinto meus lábios formigando pelo toque recente dos lábios de Evan nos meus. Meus olhos ardem e uma vontade imensa de chorar me toma.

Por que isso agora? Por que ele não pode simplesmente ir embora antes de me magoar novamente?

Eu estarei mentindo em dizer que minha vontade era não me jogar em seus braços. Eu queria muito continuar o beijando, sentindo seus toque sobre mim, mas isso seria bom para quem? No final ele vai embora novamente e eu ficarei aqui como um bobo, sofrendo por um amor. E eu já tenho dores demais para isso. Eu só preciso de um pouco de paz agora.

Me assusto ao ouvir a porta do carro abrindo e sendo fechada em seguida. Viro meu rosto e fico ainda mais surpreso em ver Evan, sentado no banco do carona do meu carro.

- Evan... - Começo, mas ele me interrompe, começando a falar.

- Me escuta, ok? - Ele diz sério e me olha, o que me faz manter o silêncio.

- Eu sei que errei há anos atrás, sei que fiz as coisas de um modo errado e agi por impulso. Você não é o único culpado em toda essa histórias, nós dois somos e isso porque éramos imaturos, mas agora somos adultos, Otávio. Você tem sua profissão, eu tenha a minha, sabemos o que queremos e também sabemos dos nossos erros para não cometer eles novamente. E, porra! Eu te amo, Otávio! Nunca deixei de amar e nunca senti nada igual por outra pessoa. Então sim, eu vou insistir até você me deixar ao menos tentar arrumar as coisas entre nós dois, nem que seja para dizer um adeus definitivo. - Ele diz um pouco irritado, enquanto fala tudo olhando em meus olhos.

E eu me encontro estático, nem ao menos sei se consigo respirar nesse momento, após ouvir da sua boca que ele ainda me ama. Isso é sério?

Pisco meus olhos algumas vezes, tentando me situar melhor, pois me sinto flutuando, totalmente longe daqui. Seus olhos de um verde azulado me olham com expectativa, mas não sei se posso supri-las nesse momento.

- E como eu fico nessa história, Evan? Sou apenas comunicado quando você for embora de novo? Vou ficar na angústia enquanto você está em alguma competição longe de mim? Correndo risco de vida? - Jogo as perguntas em cima dele e o ouço bufar.

- De novo isso? Já fazem quase dez anos desde que montei em um touro para compartir e nunca me aconteceu nada, Otávio. E quer saber? Em tudo há riscos. Você mesmo, pode pegar uma doença misteriosa no hospital e morrer sem que alguém saiba a causa. Ou nem isso, você pode sofrer um acidente de carro, cair da escada em casa ou simplesmente um tombo bobo e bater sua cabeça. Em tudo há riscos, qualquer pessoa pode morrer a qualquer momento. Então deixe esse seu preconceito bobo de lado. Não é isso que vai afastar de você. - Evan responde com irritação e eu solto uma risada amarga.

- É mesmo, o que vai nos separar é a distância... Literalmente. - Falo com sarcasmo na voz.

- Não, Otávio... Quem vai nos separar é você! Se quiser realmente ficar comigo, se quiser dar uma chance a nós, eu simplesmente venho para o Brasil novamente. Já tenho muito dinheiro, posso competir em torneios por aqui mesmo. Mas acontece que você não quer isso, sempre haverá uma barreira entre nós dois. Sempre estaremos em lados opostos e nunca juntos. - Ele diz com frustração e suas palavras me atingem com mais intensidade do que deveriam.

- É, você tem razão. Somos opostos demais para estarmos juntos... Negativo com positivo sempre dará negativo e isso não é algo bom. - Respondo por fim e isso o cala.

O carro permanece em silêncio por alguns segundos, onde não fizemos mais nada um ao outro. E, se dando por vencido, Evan sai do carro, batendo a porta em seguida.

Meu olhar o acompanha e não me passa despercebido o quanto ele aperta suas mãos, quase as deixando sem cor alguma. E meu peito dói ao ver essa cena, mas é melhor assim. Já nos magoamos demais para voltar atrás logo agora.

[...]

Reviro meus olhos pela milésima vez, sentindo os olhares nada agradáveis que Cecília Giovani me lançam a cada instante. Me concentro na estrada, para não causar nenhum acidente e totalmente ignoro a presença dos meus irmãos inconvenientes.

- Tá! Falem logo. - Digo após incontáveis minutos de silêncio desde que saímos da casa dos meus padrinhos.

Não vi Evan para me despedir e acho que nem seria a melhor coisa naquele momento. Ele pode estar magoado e irritado, mas eu também estou. E essa mágoa já dura mais de cinco anos.

- Você é idiota? Que porra você fez, Otávio? - Cecília pergunta e arqueio uma sobrancelha para ela.

- Deixa só papai te ouvir falando isso, coitada de você. - Respondo sem me abalar ou mudar minha expressão.

- Para de se fazer, Otávio. Como você disse não ao amor da sua vida? - Gio pergunta totalmente indignado e quase rio da sua expressão.

- Isso é simples. Eu não quero sofrer tudo de novo por alguém que vai me deixar novamente. - Respondo.

- Evan não te deixou! - Os dois dizem em uníssono e isso me faz bufar baixinho.

- Vocês terminaram em uma comunhão, da forma errada, mas teve um consenso. Nunca teve abandono. E você está sendo precipitado mais uma vez, Otávio. Eu tenho certeza que Evan não te pediria uma chance para ir embora no dia seguinte. Ele pode ter errado, mas tem caráter e não é qualquer um. Mas você está o afastando por medo. Eu entendo, de verdade, mas não deixe sua oportunidade de ser feliz passar, meu irmão. Vocês se amam e isso é um fato. - Giovani diz e eu fico em silêncio.

Não o respondo e se dando por vencido, ele e Cecília não dizem mais nada. Continuo prestando atenção na estrada, mas também reflito nas palavras do meu irmão gêmeo. Não que eu precise de um homem para ser feliz, mas ele está certo em dizer que minha oportunidade está junto com Evan. Assim como ele, eu nunca deixei de o amar, mas é muito mais complicado do que isso. Às vezes apenas o amor não é suficiente.

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゚・*:.。*:゚・♡

Evan D'Ávila

Observo a noite se tornar mais escura e o crepúsculo me envolve, aumentando a sensação melancólica dentro de mim. Enxugo uma lágrima solitária que escorre por meu rosto e me sinto um idiota por isso.

Eu entendo Otávio, entendo mesmo, mas é tão frustrante toda essa situação. Eu realmente quero ele de volta, quero começar de novo e ser melhor. Quero não cometer os mesmos erros, mas ele não parece disposto a ceder e nos dar uma chance.

- Sabe, eu também me senti frustrado quando seu pai me negou há anos atrás. Ele não deixava ninguém entrar, não queria se apaixonar e por isso não me dava brechas, mas isso mudou após ele ver que eu realmente queria aquilo e estava disposto a ser um homem melhor por ele e por você. Na verdade, foi você quem me fez apaixonar primeiramente. - Levo um pequeno susto ao ouvir a voz do meu pai tão perto, mas abro um sorriso pequeno ao ouvir suas últimas palavras.

- Já ouvi essa história, pelo menos a de vocês teve um final feliz. - Falo com amargura e meu pai ri.

- A sua também pode ter, é só não desistir fácil. Otávio está machucado, precisa se encontrar novamente e querendo ou não ele tem muito medo guardado. Dê segurança a ele e vá aos poucos. Às coisas boas dessa vi sem exigem esforço e paciência. Não desista agora, pois vai valer a pena no final. - Meu pai diz e me abraça de lado, deixando um beijo em meus cabelos.

Sorrio, pois esse gesto me faz sentir muito amado. Não importa quanto tempo passe, nem se eu já sou quase maior que ele, meu pai Adrian, assim como pai Castiel me tratam como uma criança. E acho que pais são sempre os mesmos, só mudam o endereço.

- Eu quero tanto acreditar em suas palavras, papai. Mas eu não sei. Eu também estou tão confuso com tudo isso, ainda mais sobre Luz, mas eu queria poder ser forte com ele. - Falo em um suspiro.

- Eu sei, ruivinho, mas antes você precisa ser forte para você. - Ele responde e me apego em suas palavras.

Abraço meu pai de volta e não me importo de parecer frágil, sei que posso ser assim com ele. Então eu decido apenas respirar fundo e seguir em frente. O tempo coloca tudo em seu devido lugar e eu só espero que ele seja rápido dessa vez.

[...]

Sinto o sol escaldante da tarde em minha cabeça e parece que nem o chapéu me protege muito. Sem contar que estou quase derretendo debaixo de todas essas roupas, mas não poderia ser diferente.

Há dois dias, John, José Victor e eu chegamos a capital para os primeiros treinos oficiais da competição que fui classificado. Durante essa semana nós podemos treinar com alguns touros disponíveis, que também vão estar no dia da competição principal e acho isso muito válido. Apesar de na hora ser um sorteio, é bom já conhecer os animais.

- Pronto, a arena está disponível agora. - John chega ao meu lado e eu assinto, vendo alguns outros peões passando para todos os lados.

- Ok! Em qual eu vou agora? - Pergunto, pois já fiz esse mesmo processo duas vezes só hoje.

- É o touro bandido. - John responde com humor e reviro meus olhos para ele.

- Se ele estivesse vivo, eu faria questão de monta-lo. - Respondo em deboche. - Diz logo! - Peço a ele, mas é meu irmão quem responde.

- Fúria, é o nome dele. E ele me parece furioso mesmo. - José diz e estremece.

- Vai ficar ainda mais. - Pisco de forma travessa para meu irmão e sigo aos bretes.

Vejo o touro que vou montar e noto que ele é bem maior que os outros dois que já montei hoje. Sua cor é escura, de um preto que chega a reluzir com a luz do sol e ele realmente é furioso.

Subo na grade e respiro fundo antes de montar no animal. Seguro a corda com força, procurando uma posição agradável enquanto o animal já pula comigo em seu lombo.

Faço o sinal da cruz e em seguida aceno para o ajudante, que libera o animal do cubículo em que estamos.

Sinto o frio na barriga me dominar enquanto sou jogado repetidas vezes para o ar, em uma tentativa de me derrubar de suas costas. Seguro firme na corda com minha mão direita, enquanto a esquerda me dá equilíbrio.

Os oito segundos parecem se passar horas enquanto estou naquela posição, mas então finalmente ouço o alarme soando, me dizendo que cumpri meu tempo. Abro um sorriso satisfeito e tento acalmar o animal, o que não parece funcionar muito.

Fúria gira em torno da arena sem parar, ainda dando altos saltos e em um descuido meu, sua cabeça vem totalmente de encontro a minha, se chocando com força com meu rosto. Me sinto totalmente zonzo e algo quente escorre por minha face. Minha visão escurece e não tenho mais força em meu corpo, o que me leva a soltar a corda americana. E com mais um pulo do animal, eu caio com tudo na arena.

Ainda tenho um pouco de consciência e tento me levantar, mas ao sentir o impacto em minhas costas, eu desmaio totalmente.

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Jujuba ama vocês...

Desculpa, mas era necessário, jujubas. E ??? O que acontece agora???

Bjus da Juh até a próxima 😘😘

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