Capítulo 1
"You shoot me down but I won't fall
I am titanium"
"Você me derruba, mas eu não caio
Sou de titânio"
(Titanium David Guetta ft. Sia)
"Mantenha a calma e sorria."
Repito esse mantra mentalmente para não me desesperar pois à minha frente, o homem que aprendi chamar de pai, me encara esperando uma reação. Olho bem no fundo de seus olhos e vejo um sorriso presunçoso em seus lábios. Ao lado dele, minha mãe encontra-se de cabeça abaixada. Estamos num restaurante chique que, com certeza, não está sendo bancado pelo meu pai. Minha mãe levanta o rosto e vejo tristeza em seus olhar, mas ela não diz nada e abaixa novamente a cabeça.
À minha esquerda, Eric White esbanja toda sua arrogância, com um terno preto que cai perfeitamente em seu corpo e destaca seus olhos azuis. O sorriso torto no rosto perfeito, demonstra satisfação pela minha falta de reação.
— Eu não sabia que estava à venda — digo, com a voz carregada de ironia.
— Amélia, não foi essa educação que eu lhe dei — George diz .
— Oh, me desculpe — rebato, com sarcasmo.
— Sem problemas, querida — fala, com a típica voz fingida — Eu sei que deveria ter lhe comunicado sobre isso antes, mas não tivemos muito tempo para conversarmos, durante a semana.
— E isso é problema meu? Eu não vou me casar com um desconhecido.
— Ele não é um desconhecido, nós somos amigos desde sempre.
George diz como se fosse o melhor exemplo a ser seguido. Por Deus, isso só pode ser um pesadelo! Eu não posso me deixar levar pelo medo, se não, nunca vou conseguir nos tirar desse inferno. Reúno toda coragem e pronuncio as palavras, grosseiramente:
— Olha aqui, você não pode me obrigar... — minha voz some, assim que percebo o olhar preocupado de minha mãe e toda a coragem vai embora.
— Amélia, isso não está em discussão. Você sabe que...
— Será que eu posso ter uma palavrinha com minha futura noiva à sós? — Eric se pronuncia pela primeira vez e algo em seu olhar me deixa temerosa.
— Claro que sim — responde, insatisfeito por ter sido interrompido.
— Pode me acompanhar, por favor?
Me levanto e ele põe a mão em minhas costas nuas. Obrigo minhas pernas a me obedecerem, mas tudo em mim grita para fugir desse homem. Chegamos em uma área externa, como se fosse uma varanda, e ele me solta como se eu tivesse alguma doença contagiosa. Ele me analisa, com as mãos no bolso, por uns instantes e eu me mantenho à uma distância segura.
— Você tem que aceitar. — Ele diz, me encarando de um modo estranho.
— Eu não tenho não.
— Mas deveria — sua voz soa ameaçadora, mas eu me mantenho firme.
— Que eu saiba, sou uma pessoa livre.
— Será mesmo? — desdenha.
— O que quer dizer com isso?
— Quero dizer, que todo mundo tem uma fraqueza e você tem muitas. Uma delas está ali naquela mesa junto com seu pai — aponta a cabeça delicadamente —, mas eu acho que você não se importaria se eu brincasse um pouquinho com ela, não é?
— Você não seria capaz — falo, transmitindo uma segurança que eu não tenho no momento.
— Você não me conhece, amor. Não sabe do que eu sou capaz ou não. — Ele se aproxima, com um olhar mortal — O idiota do meu pai deixou uma merda de uma cláusula no testamento e eu não posso ter o que é meu por direito — aperta meu rosto com força, antes de continuar — Então, gracinha, se eu fosse você, ficaria ao meu lado e faria tudo o que tem que ser feito ou passarei por cima de você sem pena.
Minha respiração está entrecortada e meu coração, acelerado. Seus olhos percorrem todo o meu rosto e o pânico toma conta de mim. Tento me afastar, mas não consigo.
— Por que logo eu? — questiono, depois de um tempo.
— Porque seu pai está louco para meter a mão em meu dinheiro e acha que eu sou burro o bastante para cair na conversa dele — sorri, desdenhoso —, mas ele está tão cego que vai ser fácil eu lhe tomar o que é mais precioso.
— Ele vai descobrir...— o alerto — Eu contarei.
— Você vai ficar bem caladinha ou vai ver o meu pior lado. — Ele aproxima mais o seu rosto do meu e põe mais força em seu aperto — Acha seu pai um monstro? Eu sou o próprio diabo. Nós vamos voltar para lá, você vai aceitar a proposta ou eu acabo com a raça da sua mãe.
Ele diz tudo num tom baixo e frio e me beija, de repente. O empurro, mas ele é bem mais forte do que eu e nem saí do lugar. Então, pressiono os lábios com força, impedindo de sua língua entrar em minha boca. Percebendo isso, se afasta com um sorriso e me solta bruscamente. Cambaleio um pouco para trás e olho em volta, ofegante. Será que ninguém viu essa cena ou pensaram que era só mais um casal discutindo?
— Eu vou te esperar lá dentro e é bom você estar sorrindo, gracinha.
Eric arruma o seu terno e passa por mim, me lançando um olhar divertido.
Escroto!
Parece que o destino está brincando com minha cara. Com tantos homens no mundo, meu pai escolhe logo o imundo do Eric para dar o golpe e usa quem? Eu, como sempre. Me aproximo das grades e admiro as luzes dos prédios, antes de levantar os olhos para o céu e respirar fundo.
— Deus, eu sei muito bem no que eu me meti quando aceitei aquele trabalho, mas essa proposta está fora do meu alcance e eu me sinto tão, mas tão insegura. Eu não temo por mim, mas pela minha mãe... — algumas lágrimas escorrem pela minha face, mas eu as seco rapidamente — Não. Eu sou forte e eu consigo! Se Eric quer guerra, terá um oponente à altura.
Abaixo o olhar, observando a cidade à minha frente e me recomponho, antes de voltar ao campo de batalha. Sigo em passos firmes e determinados de volta para mesa e um sorriso se abre em meus lábios, quando meus olhos se cruzam com os de Eric. Me sento, sendo observada pelos seus olhos, enquanto ele degusta de seu whisky caro. Espero que se engasgue, morra e vá para o inferno!
— Eu aceito! — digo, recebendo um olhar convencido de Eric, satisfeito de meu pai e assustado, da minha minha mãe. Olhando em seu rosto, vejo que isso é necessário, por mais que eu esteja morrendo de medo. Podem mexer comigo, me aprisionar, me ameaçar, mas a ela, ninguém fará mais nada.
Eu não vou desistir, irei lutar.
Então, o que acharam desse primeiro capítulo?
Quem quer matar o Eric e o George levanta a mão!! \o/\o/\o/\o/\o/
Gente, esse livro promete muito babado e confusão e não se preocupem, não irei romantizar nenhum tipo de abuso.
Até a semana que vem, amoreeeeeesss!!!!
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