"Eu não sei patinar" (Todobaku)

— Por que eu topei ir contigo, mesmo?!

— Porque você me ama muito?

Virou a cabeça, constrangido, arrancando uma risada do maior.

Era 17 de dezembro, e a neve tomou conta das ruas. Crianças faziam anjos de neve, guerra de bolas de neve e bonecos de neve em conjunto com os pais, avós ou amigos. Todoroki achou uma boa ideia levar seu namorado para um pista de patinação no gelo. E, realmente, a ideia era tanto divertida quanto romântica.

... Acontece que Bakugo não sabia patinar, e seu orgulho o impediu de dizer isso ao bicolor. E ele parecia tão feliz com a ideia ... que não queria negar o pedido.

Chegaram logo ao local. Haviam banquinhos de madeira, uma "lojinha" para alugar os patins e banheiros não muito longe dali. Bem simples, mas arrumadinho.

O primeiro mico foi quando o loiro teve que amarrar os cadarços. Não fazia a menor ideia de como se fazia. Deu vinte mil voltas e quase deu um nó em todo o cadarço. Vendo a dificuldade do menor, Todoroki ajoelhou-se e amarrou para ele, fazendo-o sentir-se um pirralho inútil.

Depois, quase levou um tombo ao tentar levantar. Se não fosse pelos fortes braços do namorado, teria caído de boca no chão.

— ' tudo bem, Suki? — perguntou, uma leve preocupação no rosto e na voz.

— Claro, porr@! — mentiu, sentindo o rosto esquentar, e não precisamente de raiva — Esse treco que deve ' com defeito!

— Suki, os seus patins estão em perfeito estado.

— Foi o vento!

Decidiu não continuar a "discutir". Conhecia seu irritadinho o suficiente para saber que não admitiria que perdeu o equilíbrio. E, por via das dúvidas, foi à pista segurando fortemente sua cintura – apenas fazendo com que o loiro se sentisse mais inútil.

Sinceramente, perdi a conta de quantos micos Bakugo pagou a partir daqui. Enquanto Todoroki deslisava pela superfície gelada com habilidade e graciosidade, o loiro explosivo sofria para manter-se de pé. Teve de apoiar-se sobre a grade de segurança, levou varios tombos feios e gritava de monte. Algumas criancinhas riam da situação dele.

— Suki, vem cá!

— Eu não quero, bastardo! — gritou, apoiando-se fortemente sobre a grade — Eu ' f@did@mente bem aqui!

— É que eu queria patinar do seu lado ... ia ser muito divertido.

— NÃO ME VENHA COM ESSE PAPIN- ...!!!

Dessa vez, caiu de frente e com força, batendo o nariz direto no gelo. Apoiou-se com a destra e segurou a região com a canhota, fechando os olhos com força. Suas orelhas e bochechas ficaram carmim de vergonha.

— Katsuki! Você ' bem!? — questionou, correndo para acudi-lo.

Ele nem respondeu. Levantou como pôde e saiu do rink o mais rápido possível. Afrouxou os patins sem cuidado e arrancou-os, enfiando os sapatos e nem amarrou-os para sair em disparada em direção aos banheiros.

Todoroki também tirou os patins rapidamente, calçando os sapatos de qualquer jeito e falando para a moça da "lojinha" que eles já voltavam.

Bakugo chutava a parede do banheiro com força, frustrado. O bicolor estava completamente alheio à situação. Chegou de mansinho e abraçou-o cuidadosamente por trás.

— M-Me sol-ta, Shoto! — ordenou, a voz falha.

— O que aconteceu, Suki? — perguntou, beijando levemente o pescoço do namorado e fazendo suaves carinhos com ambas as mãos — Por que saiu correndo?

Queria chorar. Aquela personalidade amorosa, melosa, carinhosa e suave era algo que apenas o loiro tinha o privilégio de conhecer. E sabia que acabaria contando tudo se continuasse usando-a naquele momento. E, no entanto, deixava uma sensação deliciosa ser essa personalidade a querer saber o que doía e a lhe dar atenção e carinho. Oh, céus!

— Sh-Shoto, sai!

— Não! Aconteceu alguma coisa e você não quer me contar. — forçou-o a virar e prendeu o corpo menor contra a parede — Nós somos um time, não somos? Pode me falar o que foi, Suki. Eu te amo.

Mordeu o lábio inferior, deixando algumas lágrimas escaparem. Todoroki esperava, beijando sua testa e acariciando sua coxa e cintura com cuidado. Sabia que precisava deixar que ele engolisse um pouco do orgulho para falar — o que não era uma tarefa muito fácil para ele.

— ... Eu não sei patinar. — confessou — E você faz tão bem ... e eu só levo tombo ... e até aqueles pirralhos de merd@ sabem andar naquela porr@ de gelo!

— Mas ' tudo bem, Suki. — enxugou algumas lágrimas com o polegar — Ninguém consegue fazer tudo.

— MAS EU SEMPRE CONSEGUI TUDO! — reclamou — As melhores notas, a melhor individualidade, o mais bonito, o mais forte ... — listou, irritado.

Sentiu um dedo encostando em seus lábios, calando-o. Olhou com atenção aquelas orbes heterocromáticas que tanto lhe intrigavam. Havia compreensão nelas.

— Suki, não precisa ser "o exemplo de homem másculo e bem-sucedido" comigo. — ajeitou-lhe o cabelo, levantando seu queixo com delicadeza — Só precisa ser ... o meu Suki.

"Que em paz descanse tanto o meu coração quanto dignidade e orgulho", desejou mentalmente o menor. E querem saber? ... Não precisava de nenhum deles se estivesse com seu namorado. Podia demonstrar fragilidade com o homem que amava, não?

     O bicolor começou um beijo profundo e romântico. Ao invés de invadir a boca do amado, pedia a passagem gentilmente, chegando bem fundo. Talvez, conseguira abrir um caminho até o coração do loiro explosivo. E o outro não ligava. Parecia incentivar.

     Apoiava as mãos sobre o peito do maior, entregando-se à sensação avassaladora que a submissão momentânea gerava. Porque ele que tomava o controle quando ninguém olhava, e trazia à luz sua parte mais vulnerável – mas, ao mesmo tempo, mais bonita.

     O maior subia e descia sua mão sobre a perna esquerda do menor, apertando a cintura alheia. Amava quando seu esquentadinho ficava tão entregue. Não imaginava que ele não sabia patinar e que este pequeno fato poderia desencadear um "surto". Porém, estava lá justamente para aquilo. Pois eram um time. Pois o amava.

— Quer que eu te ensine a patinar? — perguntou, ajeitando o cabelo alheio — Se não quiser, a gente volta pros dormitórios e faz outra coisa.

— ... Me ensina, então?

— Certeza? — após um aceno positivo de cabeça — Vamos com calma, então. Me dá a sua mão.

     Tirando a vergonha de ter o namorado praticamente colado à si em algumas posições estranhas em público, foi muito bom.

     O bicolor mostrou como se amarravam os patins, como equilibrar-se, como movimentar-se. Era paciente, atencioso e objetivo. Não riu uma só vez da situação do namorado, mesmo que realmente quisesse.

O loiro não conseguiu fazer muitos movimentos, mas parava de pé e andava um bom tanto sozinho sem cair.

— Não foi tão ruim no final ... — confessou, virando a cabeça para ocultar seu rubor.

— Você teria aproveitado mais se tivesse me dito aquilo antes.

— É difícil admitir essas coisas p'ra mim, Sho!

— Eu sei. — puxou-o pela mão, ambos os narizes quase se encostando de tão próximos — Obrigado por admitir p'ra mim ...

Ele lhe tomou a cintura, e algumas pessoas cochichavam e apontavam para eles com isso. Katsuki corou mais forte ainda.

— Para, Sho! A gente ' em público!

— E daí? Tem vergonha de mim?

Não esperou uma resposta. Roubou-lhe um selinho demorado e voltou a andar, puxando um loiro envergonhadíssimo pela mão. Ah, só não matava aquele meio-a-meio de merd@ por amá-lo com todo o coração e pela pena de homicídio ser de 20 anos de cadeia.

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Palavrinhas rápidas:

    Pra começar com chave de ouro, um dos meus OTP's OwO

     E aí? O que acharam? Ficou "acreditável"?

     Eu também vou colocar cenas românticas de possíveis futuros livros de romance que eu venha a publicar (e vão ser caps mais curtos por serem apenas cenas).

Beijos e roteiros,
                          Aliindaa.

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