[🌇] - or forever?


Acordei e reconheci levemente a decoração do quarto de Park. Na verdade, era a primeira vez que olhava, ontem à noite não tive tempo de reparar em móveis pois estava concentrado demais transando.

Depois que me declarei, eu e Jimin transamos mais algumas vezes, e eu peguei no sono antes mesmo dele me por para fora, estávamos ambos cansados e eu tinha certeza que me arrependeria depois.

Abri os olhos e, totalmente sozinho.

Estava nu e totalmente sozinho na cama do meu amado, olhei ao redor quando me sentei na cama e minhas roupas estavam dobradas em uma cadeira perto de mim.

Me vesti em silêncio, quase querendo chorar e então avistei a camisa de Jimin, ele também tinha juntado os botões.

Peguei ela sem pensar muito, tentei dobrar e colocar numa sacola plástica que também achei ali.

— Jungkook?

Me virei surpreso: — Oi.

— Bom dia.— ele sorri, parecia normal, mas senti uma pitada de "quando você vai embora?".— Quer tomar café?

— Não, eu estou bem, Seokjin me prometeu uma torta de maçã.

— Uh... Está bem.— deu de ombros e saiu do quarto, eu segui.

E novamente, olhei em volta, a casa dele era bem simples, mas tinha alguns toques únicos de Park Jimin, como um mural de fotos dele com sua imensidão de amigos, viagens e coisas fodas que eu nunca vou ter, algumas pelúcias no sofá da sala de vários Pokémons, que eu achei adorável.

— O que tem na sacola? — perguntou desconfiado.

Roubei sua camisa.

— Minha cueca, ela tá... Suja? — Como melhorar sua situação com o cremoso? Diga que sua cueca está suja, sempre melhora qualquer situação.

— Oh, ok.— deu de ombros.— Não quer mesmo tomar café? Eu comi uns cinco pães, acordei morto de fome...

Eu também estou morto de fome, mas acho que seria muita cara de pau sentar na mesa dele e comer enquanto ele me encara com aquele olhar de julgamento.

— Estou bem, bom... Já vou indo.— apontei para a porta.

— Eu acho que você deveria pelo menos pentear os cabelos.— ele ri, pelo reflexo da televisão eu vi, parecia um super Saiyajin.

Não, super Sayiajin não é o que meu cabelo parece, eu parece um ninho de João de barro depois da chuva.

— Vem, eu arrumo para você.— Ficou na ponta dos pés e começou a passar a mãos pelos meus cabelos, suspirei meio triste sabendo que esse era o nosso último contato.— Prontinho.

Depois que ele se afastou, caminhamos em silêncio até a porta. Jimin não foi mal educado e ficou esperando eu ir embora para fechar a porta, mas eu continuei no mesmo lugar.

— Posso falar algumas coisas de ir? — perguntei.

— Vai em frente.— deu de ombros e cruzou os braços encostando na porta.

— Você acredita em amor à primeira vista? Eu não acho que você acredite. Você deve ser sensível demais para isso. Mas você já viu alguém e soube que realmente conhecesse você, teria, é claro, se livrado do modelo perfeito com quem vinha saindo pois sabia que você é a pessoa certa, uma pessoa com quem você vai envelhecer? Alguma vez já se apaixonou por alguém que nunca conversou?

— Eu...

— Eu já. Por você. E não tenho problemas em dizer isso. Os grandes babacas que você saíram, nenhum deles têm um pingo do amor que eu tenho por você, ou melhor, o amor que você merece.

O rosto dele ainda parecia não ter emoção, senti que exagerei, mas ainda não me arrependi.

— Eu preciso ir, tchau, Jimin.

— Tchau, Jungkook.— balançou a mão.

Eu dei dois passos para trás, e comecei a me distanciar, que ouço sua voz me chamar com um certo desespero.

Ele me chama: — Jungkook, eu te prometi um beijo de despedida.— meu corpo congelou.

Era a despedida, não uma de "hm, até logo", ou "te vejo qualquer dia desses", é absolutamente a despedida.

Me virei para ele, e num gesto brutal peguei sua cintura e prensei na minha. Os olhos de Jimin arregalaram com meu ato, mas eu não disse nada, apenas o beijei.

Beijei mesmo, de verdade, querendo explorar por uma última vez aquela boca, talvez eu tenha pegado um pouco pesado porque senti ele gemer certa vez ou outra durante o beijo.

Afastei-me dele totalmente, sem arrependimento, eu olhei em seus olhos... Tão lindo.

— Nossa... Wow.— colocou a mão no peito parecendo estar cansado.

— Adeus, Jimin.— beijei sua testa uma última vez antes de sair pelo corredor.



[...]




Passou uma semana e eu, como um bom idiota realmente acreditei que aconteceria algo depois daquilo.

Não era obrigação dele ligar, ou dizer alguma coisa, mas eu fiquei ansiando por isso como um otário, esperei ele se manifestar de alguma maneira, nem que fosse para perguntar sobre a camisa.

Eu costurei a camisa faz alguns dias, mas não sei com qual cara e coragem irei fazer isso, mas graças a recepção de hotel que eu trabalho, eu ganhei uns chocolates no final do ano e coloquei um deles na sacola de papel reciclagem, que também era do hotel.

Decidi esquecer tudo, falei com Seokjin, mas ele me falou que fui ingênuo, não por ficar com Jimin, mas achar que poderia viver uma grande história de amor e ele gritar para que eu ficasse com ele.

Não sou príncipe encantado.

E ele estava certo, eu — apesar de não me arrepender por ter passado aquela noite incrível com ele — só me sinto triste, o que é normal para uma situação como a minha.

Quando meu expediente de meio período no hotel acabou, eu decidi ir para casa dele, entregar a camisa já nova em folha.

Eu não tinha segundas intenções, de verdade, apenas tinha a consciência que precisava devolver o que era dele.

Quando cheguei perto da porta, ouvi música, muito alta, e ela era bem animada, bati na porta e demorou para alguém aparecer, mas para a minha decepção, não era Jimin, e sim Shin, seu ex namorado.

— Oi, posso ajudá-lo? — perguntou, ele estava com os cabelos molhados.

— O Jimin está?

— Está no banho. Por quê? — não senti que ele foi rude, apenas curioso, mas não tanto quanto eu para saber o que houve ali.

Eles estavam tomando banho juntos, ou Jimin entrou depois que Shin saiu? Ou melhor, por que o ex namorado estava tomando banho na casa dele?

— De qualquer forma, eu já estou saindo, então pode entrar, ele já sai.— abriu a porta para mim.

Eu entrei com vergonha de negar.

— Já vou, fala para o Jimin que eu deixei você entrar se ele questionar.— ele estava segurando uma caixa de papelão e com algumas coisas dele, acredito eu.

— Hm... Ok.

Shin foi embora, e eu fiquei no sofá meio tenso, não sabia se deveria ir embora e deixar a sacola ali, de qualquer forma só precisava devolver mesmo...

Não pensei muito quando coloquei a sacola com a camisa na mesinha de centro e caminhei até a porta querendo ir embora, mas então eu ouço uma voz.

— Jungkook? — eu estava de costas e não sabia como ele me reconheceu, mas ele fez. Virei-me para encarar ele, estava só com uma toalha amarrada na cintura e uma na cabeça.

Oh, droga, tão lindo.

— Eu vim devolver sua camisa.— apontei para a sacola.

Jimin não disse nada, foi até o local onde apontei e então retirou a camisa totalmente renovada.

— Você recolocou os botões? — questionou observando a camisa limpa, eu assenti.— Obrigado, não precisava.

— Tudo bem, eu que arruinei, de qualquer forma.— dei de ombros e coloquei as mãos no bolso da blusa de moletom.

— Quem abriu a porta pra você? — perguntou.

— O Shin. Ele já foi embora também.— olhei para o chão.

— Ah, então vocês se encontraram?

— É, foi bem rápido.

Um minuto de silêncio, eu nunca me senti tão desconfortável com algo quanto agora, a tensão era óbvia, nenhum dos dois se encaravam.

Ridícula. Essa situação é completamente ridícula.

— Eu ia ligar para você.— ele falou.

— Mas seu dedo escorregou no contato do Shin, certo? — arqueei a sobrancelha, não tinha motivos para ficar com ciúmes, nós não possuímos nenhum tipo de relacionamento, mas meu comentário me pareceu tão certo.

— Nós não voltamos.— falou.

— Claro que não estão, você não quer um relacionamento.

— Jungkook, você tira conclusões muito precipitadas das coisas.— ele começa a rir, porém não sei aonde tem graça naquela situação maldita.— Eu e ele não voltamos. Shin me ligou ontem à noite e ele estava procurando algumas coisas, como ele praticamente morava comigo tivemos que procurar aqui. Mexemos num monte de poeira então tomamos banho. Só isso.

— Tomaram banhos juntos? — perguntei, e ele ri mais uma vez.

— Quando ele saiu, eu entrei. Não estamos juntos e não vamos estar.

Aquilo não melhorava e nem piorava minha situação, mantinha ela do mesmo jeito de antes, então apenas soltei: — Hm. Preciso ir.

— Te acompanho até a porta.— caminhou e quando mais ele se aproximava, mas lindo ficava, e cheiroso também.

E novamente, parando um na frente do outro, sem falarmos nada.

— Jungkook...— começou, provavelmente me daria um fora, então eu quis eu mesmo falar algo, para evitar ser um fora tão deplorável.

— Olha, eu te amo. E eu sei que a outra noite não significou tanto para você quanto significou para mim, mas eu não me arrependo e não paro de pensar nisso desde então. Não só porque foi ótimo, o que foi, mas porque foi certo. Foi tão certo, e você não pode não ver isso agora, mas eu vejo. Eu não vou a lugar algum. É isto o que eu quero.

— Isto o que?

— Você. Você é o que eu quero. E, sinto muito, não posso fingir que sinto menos do que isso, simplesmente não posso.

E novamente um silêncio, por que eu continuo insistindo em falar o que eu sinto? Vai ser vergonhoso ver ele qualquer dia desses pela rua, tenho certeza que será.

Sem dizer nada, comecei a caminhar em direção ao corredor.

— Eu também sou apaixonado por você.

Parei.

Olhei para trás.

Jimin tinha realmente dito aquilo?

— Espera, o que você disse? — regressei até parar na sua frente novamente.

— Eu também sou apaixonado por você, eu tirei essa semana para pensar e ia te ligar pra gente combinar de fazer alguma coisa, conversar sobre isso... Sei lá.

Ele tirou a semana para pensar que me ama, gente???

Achei que estivesse sozinho no departamento do amor...— murmurei.

— Acontece que você tem companhia.— deu de ombros.

Meu coração batia rápido, mais do que em qualquer dia, eu estava tenso e não sabia exatamente o que estava acontecendo ali.

— Não disse nada naquele dia porque eu tinha acabado de sair de um relacionamento, e tomei um tempo para pensar sobre isso, o que poderia acontecer e tirei várias conclusões.

Tipo?

— Que me dei conta de que sou eu que escolho pra quem entregar meu coração, e no passado eu escolhi mal.

Puta merda.

E isso significava o que para mim?

— Ok, olha, eu já te disse, sempre tive uma quedinha por você, mas eu achei que você namorava, bom, isso é bem estranho de se falar...— suspirou — Então, pensei na razão de não querer um relacionamento com você, o que na verdade eu sempre quis, e você estava bem na minha frente, dizendo que me amava e tudo... Entrei em desespero, precisava pensar.

— Desculpa, eu sabia que tinha te assustado.

— Tudo bem, só tirei um tempo para decidir, e bom, eu decidi.— deu de ombros.

— Hm, e o que você decidiu? — não conseguia arranjar uma posição confortável, então troquei ela várias vezes.

— Estava pensando, você não gostaria de sair comigo qualquer hora? Ou melhor, quer entrar pra gente ver um filme? — foi a primeira vez que eu vi Park Jimin nervoso, e eu sorri.

Dei um passo para frente e choquei meu corpo com o do loiro, ele precisou olhar para cima para conseguir me encarar, suas bochechas estavam meio vermelhas.

— Você não está querendo me transformar no seu namorado, está Park Jimin? — coloquei as mãos em suas bochechas e fui puxando para minha direção.

— Eu te chamei para ver um filmezinho, você que está pensando muito alto...— murmurou, suas bochechas estavam quentes, podia sentir pelas minhas mãos.

— Sendo assim... Jimin, você quer ser meu namorado?

— Sem nem antes pagar um jantarzinho, Jungkook? Céus, que homem horroroso eu fui arranjar? — passou as mãos por minha cintura e foi puxando para dentro do apartamento.

— Você é o jantar.— me aproximei para beijar seus lábios, mas ele começa a rir da minha frase.

— Credo, seu ridículo, sai da minha casa.— mostrou a língua.

— Mas é você que está me puxando para ficar.

— Tem razão, eu estou. Agora você é meu prisioneiro, Jungkook.

— Uh, vai me prender aonde?

— No meu coração, depois irei trancar essa porta e calmamente irei te prender na minha cama, para sempre.

— Vai me dar três refeições por dia?

— Vou.

— Água?

— Também.

— Promete me soltar pra ir no banheiro?

— Depende, se você se mostrar meio agressivo, talvez não.

Eu ri.

— Então eu acho que tenho tudo que preciso.— me aproximei para um beijo, e novamente ele afasta o rosto rindo.

— Parece que eu não sou só seu primeiro beijo de 2019...— ele pensou alto mordendo o lábio.

— Uh, não?

Balançou a cabeça negativamente: — Também serei a única boca que você vai beijar a partir de hoje, todos os anos eu serei seu primeiro, certo?

Eu sorri, e mesmo que minhas bochechas doessem de tanto sorrir, eu continuei, porque estava imensuravelmente feliz naquele momento.

— Somos o famoso caso de uma noite eterna.— comentou.

É, uma noite, e agora essa noite serão todas.

— Uma noite eterna? Até que gosto desse termo.

— Hm, eu também... Agora vem cá, e beija seu namorado.

E eu beijei, já conduzindo para o quarto, onde consumamos várias e várias nosso amor, não apenas em uma noite, mas em várias outras.


End.


Não sei se ficou bom, mas não saberei se não postar.

Me inspirei em todas as musicas de amores de uma noite para fazer essa fanfic, como Waste It On Me e 1 Night, entre outras aí.

Obrigada a todos que leram e...

FELIZ ANO NOVO!!!!!

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