Capítulo 4

_Me deixe apenas dormir em um cama confortável com você, Μέλι.






Ártemis não conseguia dormir, ela sentia uma angústia no peito, um desconforto como se algo não estivesse certo, se revirou na cama por uma hora até por fim desistir.

Ela tentou se entreter lendo o livro de sua irmã, o que funcionou, por algum tempo.

Resolvendo ir até a cozinha guardar o que sobrou da torta de limão que Cinco lhe deu, ela se encaminhou até lá encontrando o cômodo acesso.

- Não consegue dormir? - a pergunta saiu sem permissão de seus lábios.

Cinco que estava de costa pra ela não se virou para olha-lá, ele não se sentia forte o suficente para fazê-lo, estava decidido a se concentrar na missão, não era hora para deixar seus sentimentos tomarem sua razão, precisava ser lógico.

- Não. - foi tudo o que disse.

Zero guardou o restante da torta na geladeira e deu a volta na mesa se sentando de frente para Cinco.

Ela se debruçou sobre a mesa pegando as mãos dele que estava sobre ela, o olhando nos olhos.

- Você não pode mandar em mim Cinco, mas eu estava errada também, não deveria ter dito aquilo pra você, especialmente a última parte. - admitiu a velha garota. - Eu me sinto tão frustrada e cansada.

Vendo que ele não diria nada, e se sentindo ainda pior por causa disso, Zero soltou suas mãos e se levantou e caminhou pra fora da cozinha o deixando sozinho.

Antes que chegasse ao final do percurso de volta ao seu quarto Cinco apareceu na sua frente. Sem dizer uma palavra ele apenas a abraçou apertado.

Zero enterrou sua cabeça no peito do mais alto, sentindo aquela sensação de familiaridade, Cinco cheirava a lar.

Sem dizer uma palavra ele a conduziu ao seu quarto, onde deitaram de frente um para o outro em silêncio.

- O que aconteceu com a gente? Digo, no futuro, o que nós vimos? - perguntou em um sussurro, depois de um tempo.

- Amanhã falaremos sobre isso, hoje me deixe apenas dormir em um cama confortável com você Μέλι. - a abraçou depositando um beijo em sua bochecha corada.

- Você jura? - perguntou com um sorriso singelo.

- Eu juro. - Cinco disse com os olhos brilhando. - Boa noite Art.

- καληνύχτα, ταξιδιώτη. - sorrindo ela fechou os olhos.

A angústia em seu peito desaparecendo ao ser abraçada pelo moreno.





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Cinco a olhou mais uma vez antes de sair. Ártemis parecia tão serena ao dormir que quase perdeu a coragem de a deixar.

Mas ele tinha uma missão, tinha que impedir o apocalipse, já se sentia muito satisfeito de ter conseguido dormir com ela, sabia que não pegaria no sono sem ela ao seu lado, sua mente não conseguia relaxar  e descansar sem ela deitada ao seu lado, não depois de tantos anos tendo o calor do corpo de Art junto a si. Dormir sem Ártemis era algo que se tornará impossível.

Não demorou muito tempo para chegar até a empresa de próteses com endereço que conseguirá com o motorista no Griddys ontem a noite, antes de ser atacado pelos agentes que a Comissão enviou.

A Comissão era outro problema que Cinco deveria tomar cuidado, agora sem suas memórias Zero era um alvo fácil pra eles, por sorte ela não tinha um rastreador como ele, seus poderes de regeneração eram muito rápidos para conseguirem implantar um nela.

Tinha que contar pra ela, pelo menos parte da história deles, para estar ciente dos perigos que corria, ele sabia que também precisaria da ajuda de Art para impedir o fim do mundo, eles eram um dupla, e com suas memórias ou não Ártemis Hargreeves ainda era a única pessoa que Número Cinco conhecia confiava completamente.

Contudo, por hora, ele desvedaria o mistério daquele olho sozinho, a deixaria descansar em sua ignorância o máximo que podia.

Descendo do carro o Hargreeves segurava firme o olho em seu bolso no short da academia, e com passos apressados seguiu até a empresa chamada Meritech.






                       ☂️☂️☂️





Mesmo antes de abrir os olhos ela sabia que Cinco não estava na cama.

Sem pensar muito sobre o assunto ela se levantou e caminhou até o banheiro, onde tomou um banho relaxante e tentou esclarecer suas idéias.

Ela estava decidida a lembrar, leria todo o livro da Vanya, quantas vezes fosse necessário, pediria informações sobre tudo para seus irmãos e principalmente faria Cinco contar tudo que aconteceu com eles nos anos que haviam passado juntos.

Agora já vestida com outro uniforme da Umbrella desceu até a cozinha para tomar café.

- Você é a garota da foto. - disse assim que entrou na cozinha.

Vanya olhou confusa para a irmã, Zero e Sete sempre foram próximas, eram confidentes e melhores amigas, Art era a única pessoa na infância de Vanya que a fazia se sentir especial.

- O violino, na foto você estava segurando o arco de um, então presumo que seja você. - explicou a mais "nova" apontando para o violino guardado na capa que a mais velha trazia consigo.

Vanya não pode conter o sorriso, se lembrava daquele dia perfeitamente, elas estavam tão felizes, papai tinha viajado com os outros para uma missão e decidiu deixar Zero de prontidão em casa, as duas aproveitaram e se divertiram como nunca, tinham pedido para Grace tirar a foto depois de Vanya fazer uma pequena apresentação do que estava aprendendo nas aulas de música.

Foi um dia bom, um dos poucos da infância que Vanya se lembrava com carinho, e não conseguia pensar em um dia desses em que a irmã não estava.

Sem se conter a violinista abraçou Ártemis. - Senti sua falta.

- Que bom que alguém sentiu. - respondeu ao se separarem.

Aproveitando a ocasião as duas tomaram café juntas.

- Vim ver como você e o Cinco estavam, não conseguimos nos falar ontem com toda a confusão. - contou Vanya.

- Não me pergunte sobre Cinco, não faço idéia de onde ele está, estou evitando pensar para não me preocupar. Sobre mim, estou bem, apesar de tudo. - dá de ombros.

- Nada sobre as memórias? Nem um resquício?

- Não, nada. Quero falar com Cinco, quero que ele me conte o que houve com a gente, fora a conversa de quando cheguei, ele não me contou mais nada. Inclusive queria agradecer por ter escrito o livro, ele é praticamente meu guia para entender toda essa bagunça que é essa família. - riu sendo acompanha pela outra.

- Bom, pelo menos ele esta sendo útil pra alguém, digamos que a família não apoiou muito minha carreira como escritora. - a mulher sorriu triste.

- Ignore, eu to adorando,  você tem talento. - segura as mãos da irmã mais "velha".

Antes que pudessem continuar escutaram a porta da entrada bater com força.

Ambas foram até o local vendo Cinco chegar com uma cara nada boa, seus pés batiam forte no chão.

As garotas se entre olharam em um acordo mudo.

- Vou ver o que houve com ele. Foi bom ver você pequena Van.

Sorrindo pela irmã ter usado, sem perceber, o apelido de infância que havia lhe dado - Eu volto depois. - Vanya disse e abraçou Zero uma última vez antes de sair.

Vendo a ir embora, Art pois se a  refazendo os passos de Cinco.









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Μέλι = Querida

καληνύχτα, ταξιδιώτη = Boa noite, Viajante.





Espero que tenham gostado

Desculpe pelos erros

bjs da tia Charlie

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