𝙲𝙰𝙿𝙸𝚃𝚄𝙻𝙾 𝚇𝙸𝙸𝙸

𝓖𝓮𝓷𝓮𝓿𝓲𝓮𝓿𝓮 𝓓𝓪𝓿𝓲𝓼

A PRIMEIRA coisa que eu faço quando chego na escola, é ir direto para a sala da senhora Cooper, ontem ela me avisou que precisaria falar comigo logo no primeiro horário. Acho que a senhora Clarke comentou sobre o que viu na biblioteca, aquela velha sempre foi fofoqueira sobre tudo o que acontece lá dentro.

— Bom dia, senhorita Davis. Pode se sentar — ela pede.

Apenas assinto gentilmente e me aproximo das cadeiras enormes à minha frente, todas de couro branco.

— Sobre o que seria? — pergunto, tentando encurtar a conversa ao máximo.

— Eu gostaria de lhe avisar que a Beverly vai fazer parte do Grêmio Estudantil a partir de agora, ela me pediu que avisasse diretamente a você.

— Por ela vai entrar?

— Isso já não é do seu conhecimento, mas eu gostaria que a tratasse com respeito, por mais que não goste dela.

— Quem te disse isso?

— Genevieve, as paredes tem ouvidos. — Ela usa uma péssima metáfora.

Não é que eu não goste dessa tal de Beverly, mas ela não é nada demais para mim, muito menos uma ameaça. Já ouvi falar algumas coisa sobre a mãe dela ter sido modelo. Não a odeio, muito menos desgosto dela, porém a pobre Beverly deveria se envergonhar de sua aparência devido à provável criação cheia de dietas rígidas. Acho que se a minha mãe ainda estivesse viva e me visse no estado que a Beverly está, ela provavelmente me daria um cirurgia plástica de presente.

— Posso ir agora? — peço.

— Por favor, peço que você e o resto dos integrantes do Grêmio tenham um pouco de empatia com ela — a senhora Cooper pede, ela age como se a Beverly fosse um cristal que não pode ser tocado ou derrubado no chão.

— É claro, senhora Cooper.

— Mais uma coisa, senhorita Davis. Eu sei que às vezes é difícil vocês adolescentes tomarem conta dos seus próprios hormônios, mas recebi alguns alertas de visitas suas à biblioteca, não necessariamente para uso do material. — Reviro os olhos internamente.

Eu sabia que aquela vaca não deixaria a gente em paz.

— Eu já entendi. — Dou uma jogada ombro e coloco a bolsa na mesma.

— Tenha um bom dia, senhorita Davis... — ela diz, assim que estou saindo da sala dela.

Eu quero gritar de raiva, mas decido não me posicionar desse jeito na secretaria.

Ando até o banheiro mais próximo e entro dentro de uma das cabines, abro a mochila e procuro uma barra de cereal de dentro da mesma, eu peguei lá em casa para caso eu realmente precisasse. Eu não como direito há três dias e eu estou morrendo de fome. De verdade, como eu nunca senti.

100 calorias! A minha mente conversa comigo.

— Foda-se, você! — digo, alto, contrariando a minha própria mente.

Mas logo em seguida a culpa toma conta de mim, cuspo o pedaço que estava na minha boca, jogo o resto da barrinha no lixo também. Saio da cabine e me direciono à pia, eu já cansei de ver o meu reflexo, é desnecessário. Sinto uma dor insuportável na minha barriga.

Começo a chorar involuntariamente. Não é apenas uma dor física, também é psicológica; tudo no meu corpo dói, é como se eu fosse um saco de areia sendo socado por um boxeador.

Sinto um aperto cada vez mais forte, não só na minha barriga, mas no meu peito também; está ficando difícil de respirar. Ouço conversar vindas de fora do banheiro, provavelmente alguém vai entrar por aqui. Jogo água gelada no rosto e começo a retocar a minha maquiagem para tirar a vermelhidão do meu rosto.

Assim que termino de passar o meu batom vermelho, a porta do banheiro se abre e algumas garotas entram. Seguro o choro que sobe pela minha garganta, sorrio para elas e pego as minhas coisas, saio do banheiro logo em
seguida.

Ando pelos corredores lotados, o sinal para a primeira aula acabou de tocar, ou seja, estou no meio do formigueiro.

Entro na sala de Ciências Sociais, é a minha única aula do dia com o Johann, busco ele com os olhos pela sala, mas ele não está aqui ainda. Ou vai se atrasar ou não vai vir para a escola, não consegui responder ele ontem porque eu não tinha forças, mas não fiz questão de responder hoje de manhã, não sei exatamente o por quê.

Durante as próximas aulas não encontro ele pela escola. Converso com a Hav e com a Dora na hora do almoço; depois do mesmo nós seguimos cada uma para a sua respectiva aula e nos encontramos para a aula de História no último horário.

O Grêmio decidiu se organizar na quadra para começarmos as decorações do baile às quatro horas; as aulas acabam às três, eu não quero ir para casa e voltar, então cruzo a quadra aonde vamos decorar e vou para os fundos, me sento em um banco, observo tudo que há aqui atrás, quase nunca venho aqui.

— Oi... — Ouço a voz do Johann, quase parece uma alucinação.

— Oi — digo, me virando para ele, sorrio com a sua presença.

Ele se senta ao meu lado, abaixa o capuz da jaqueta e eu observo as mãos dele. Estão cheias de feridas e arranhões, parecem levemente inchadas, parece que ele bateu em alguém, sinto uma mistura de sentimentos que vão de raiva até pena, mesmo sem saber o que aconteceu.

— Tudo bem? — pergunto.

— Sim — ele responde, ainda olhando para o chão a sua frente.

— O que foi isso na sua mão? Brigou com alguém? Foi por isso que não apareceu nas aulas? — bombardeio ele.

Ele balança a cabeça bem devagar, ponderando sobre alguma coisa. Ele respira fundo e me observa.

— Não, digamos que eu soquei a parede do meu banheiro — ele diz, a resposta definitivamente não é o que eu esperava.

— Meu Deus... — Aproximo uma das minhas mão e seguro a dele, observo a mesma, está cheia de ferimentos, o meu coração e uma vontade incontrolável de chorar toma
conta de mim, mas me contenho. — Quer me contar o que aconteceu? Sei que não é como se ele tivesse voltado a confiar em mim, mas eu ainda estou aqui...

Ele dá uma risada quase que debochada, mas depois volta a me olhar. Leva muito tempo até realmente abrir a boca.

— Os meus pais são uns babacas; eu não sou nem filho do meu pai, se é que eu posso chamar ele assim... — Ele parece realmente decepcionado.

— Quem te contou isso?

— Eu ouvi, Viv.

— Eu sinto muito, Johann.

Deito a minha cabeça no ombro dele, ele aperta a minha mão, mesmo estando claramente com dor, sorrio.

— Está tudo bem, Viv? — ele pergunta, do nada.

— Sim, por quê? Eu não pareço bem? — Levando rapidamente a cabeça e olho para ele.

— Você parece ótima... — ele diz, rindo.

— Do que você está falando?

— Não é nada de mais, eu só queria saber como você...

Me aproximo dele e o beijo, eu só preciso disso para deixar o meu dia um pouco menos assustador. Sinto cada descarga elétrica pelo meu corpo, é como se eu precisasse dele durante todos os segundos da minha vida insignificante.

Ele tira uma das mãos do casaco e passa ela pela minha coxa, apertando a mesma; ele sobre a mão e aperta a minha cintura, logo chega perto dos meus peitos e aperta com mesmos com a intensidade necessária, ele deve os beijos pelo meu pescoço e por instinto seguro o cabelo dele. Eu preciso que ele me foda urgentemente.

— A gente ainda tem tempo antes do pessoal se reunir no ginásio — digo, em meio a minha respiração abafada.

— Viv...

— Por favor... Eu prometo que vai ser a última vez.

— Na verdade... — Ele fecha a boca e abre algumas vezes, como se tivesse desistido de falar.

Ele volta a beijar o meu pescoço e a apertar os meus seios, ele volta para a minha cintura. Ele está há muito tempo ali, provavelmente ele achou uma gordura que eu não tinha visto ainda. Automática coloco a minha mão em cima da dele.

— O que foi?

— Vamos deixar para mais tarde... — peço, me ajeitando de novo no banco, abaixo a minha camiseta.

— Eu fiz alguma coisa? — ele pergunta, preocupado.

— Não! Sou eu... eu... — Engulo em seco. — Eu comi demais no últimos dias, vamos esperar um pouco.

— Você está falando sério? — Agora ele parece decepcionado.

— Não é o que você está pensando, vai ser fácil, em alguns dias eu perco isso e eu prometo te recompensar.

Passo a mão pelo rosto dele e ajeito alguns fios que estão sobre a testa dele; ele não diz nada.

Olá gente, primeiramente, queria deixar claro que essa é uma obra em conjunto com a babyluxifer e que este capítulo foi escrito por ela.

Deixem suas opiniões e críticas construtivas.

Tia Bia ama o cês!

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