CAPÍTULO XI | A MARCA


Nota Autor: Bom dia!!! Já começamos nosso dia com att dos nossos maravilhosos Seungchan.
Esse CAP é um pouco maior do que os outros, então espero que gostem.
Quero lembrar vocês que isso é apenas uma adaptação da fic original.
E avisar que essa fic ficará um tempinho de lado, não por eu não gostar dela, mas sim porque todos os capítulos ficaram salvos nos notebook e no momento estou sem notebook. Esse foi o último capítulo que deixei salvo no celular e vou ficar um tempo sem notebook.
Mas lembrando que estarei postando att assim que eu estiver com notebook em mãos. Voltando a ser caps diariamente.

E só para animar um pouquinho a manhã de vocês, quero dizer que tenho várias fics autorais minha (e com a autora da parceria) em andamento.

Uma já saiu aqui na WATTPAD e no SPIRIT, Ela se chama Sintonia Quase Perfeita, é Seungchan.

Se preparem porque será 3 fics Seungchan, 1 Minsung, 1 Changlix e 1 Hyunin.

Fiquem espertos!

Boa leitura!

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A lua estava cheia no céu e os empregados estavam nervosos.

Eram dois os que cuidavam dos gêmeos, um homem e uma mulher, e eles traziam más notícias para a dona da casa.

E má notícias eram algo que temiam muito dar a ela.

Eles, com olheiras profundas, gaguejaram enquanto contavam para ela:

— Levamos os gêmeos hoje à tarde para o pediatra como a senhora pediu e... e... ele contou que a agitação e choro deles não é nenhum problema de saúde. Isso seria resolvido se... – as crianças, no carrinho duplo, começaram a chorar e a moça foi tentar acalmá-los.

— Prossiga. – a senhora Bang ordenou, sentada em sua poltrona.

— E-Ele falou que o choro dos bebês seria por carência do calor e cheiro dos pais...

A senhora Bang o interrompeu:

— Há milhões de órfãos no mundo todo que sobrevivem sem os pais. Dêem um jeito.

— Mas senhora... seria mais fácil deixa-los na companhia do ômega... pelo menos algumas vezes por dia.

— O ômega está grávido, e depois que ele tiver o bebê, ele não ficará mais nessa casa, por isso as crianças têm que se acostumar a viver sem ele. Fui clara?

— Sim senhora... – disseram se curvando em respeito.

O jovem acompanhou a moça para fora da sala levando o carrinho dos bebês com estes chorando.

— Eu não aguento mais vê-los e ouvi-los chorar – a moça cochichou para o colega. – Parece tão doloroso pra eles ficarem longe dos pais.

— Você ouviu a madame. Temos que seguir ordens.

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Na mesma hora daquela noite, Seungmin entrou na grande banheira quente, colocou primeiro o pé direito, depois o esquerdo, depois se sentou e se deitou na água deliciosa. Já havia jantado, e estava tentando relaxar. Olhou para a própria barriga, não sabia dizer se estava inchadinha por ter comido demais ou se a gravidez finalmente estava aparente. Era difícil dizer.

Já fazia quatro dias desde chegaram na mansão dos Bangs... Acariciou a barriga sob a água quente e cochichou:

— Hoje eu só consegui ver os seus irmãos de manhã. Depois do banho vamos lá espiá-los? Ai de quem tentar me impedir – sorriu. – Vamos de fininho no quarto deles pra dar boa noite.

Min se recostou na banheira e deitou a cabeça para trás.

Tentou esvaziar a mente... mas por mais que tentasse, não conseguia evitar de pensar em como gostaria que Chris estivesse ali com ele.

Se lembrou como o alfa o mimava quando estava no começo da gravidez dos gêmeos, antes de toda essa confusão, em tempos que tudo parecia mais simples... Bang Chan o massageava, o trazia comida, e lhe dava carícias nas costas quando vomitava de madrugada no balde ao lado da cama.

Chris sempre foi um alfa tão protetor...

Tinha certeza que ele estava sofrendo muito por não saber aonde o parceiro e os filhos estavam.

— Channie... – murmurou com os olhos fechados.

Um homem tão nobre, querido... tão lindo e gentil...

Começou a pensar intensamente em seu alfa...

A marca em seu pescoço começou a esquentar de um jeito bom.

— Chris... – repetiu baixinho imaginando que seu alfa estava ali com ele.

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Christopher e seus amigos estavam na busca de Seungmin e as crianças, e a primeira pessoa que perguntaram foi a tia de Kim, mas esta também não tinha notícias dele. Chan perguntou para os pais de Kim, mas estes também não sabiam de nada. Em compensação agora eles também estavam os ajudando a procurar.

O moreno pegou um avião para a sua cidade natal para tentar busca-lo por lá, e seus sogros o deixaram se hospedar no antigo quarto de Seungmin. Chris quase não dormiu desde o sumiço de Seung e das crianças, mas nesses quatro dias, aquele foi o primeiro que ele desmaiou de cansaço pois seu cérebro estava no limite.

Sentia tanta falta do seu ômega e dos filhos...
Sentia falta do calor de Seungmin, do cheiro e sorriso dos bebês... Foi torturante passar esses dias sem saber o que estava acontecendo com as crianças, ficar sem dar comida pra eles, sem dar mamadeira, sem niná-los, sem escolher a roupinha que iam vestir, sem as sonecas no colchão da sala, sem poder lhes assoprar a barriga para ouvi-los rir, até mesmo de trocar a fralda estava com saudade. E Seungmin... como sentia falta de ouvi-lo dormir ao seu lado, de beijá-lo, de sentir seu calor e ver o seu sorriso.

Era como se um enorme pedaço de si estivesse faltando.

Como aquela era a primeira vez desde o sumiço que dormiu por mais de duas horas, chegou a sonhar.

Em seu sonho, viu Seungmin deitado em uma banheira grande, relaxado com a água quente. Ele parecia tão cansado... Chris se aproximou dele, querendo tocá-lo e abraça-lo.

Mesmo que fosse só em um sonho.

Chris removeu as roupas e estas caíram sobre o chão.

Ele entrou na banheira junto ao seu ômega para poder abraça-lo.

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Seungmin, ainda deitado e com os olhos fechados na banheira, deixou a imaginação rolar. Sentiu como se Christopher estivesse ali com ele, sob si, e o abraçando de saudades. Do abraço, o alpha o beijou na boca. Um beijo profundo e sedento, que refletia a necessidade acumulada de seu toque. Seungmin tocava a própria boca, mas naquela hipnose poderia jurar que estava recebendo um beijo de seu alpha..

O calor da água quente, e imaginar Chan ali consigo, o fez se excitar. Começou a acariciar o membro.

Seungmin...” o alpha o chamou com voz doce, e Min se excitou ainda mais. Estava se masturbando... Os cabelos molhados lhe caíam no rosto.

Kim estava cada vez mais excitado, colocou os dedos dentro de si com uma mão, e com a outra tocou o pescoço de um jeito afobado.
Era como se Chris é quem estivesse fazendo isso com ele.

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Inconscientemente, Bang começou a se masturbar enquanto estava tendo seu sonho erótico com Seungmin. Na banheira, depois de abraçar e beijar seu ômega, as mãos de Bang deslizaram por aquele corpo lindo, nu, e também com muita carência de seu toque.

Sentia o desejo dele como se fosse o seu, e com isso rapidamente teve uma ereção.

No sonho, dentro da banheira, ele o beijou perto da orelha e nem chegou a preparar o ômega antes de penetrá-lo com determinação. Kim gemeu arrastado lhe segurando o braço enquanto Chan o segurou no pescoço para apoiá-lo. Investiu com força, e a água da banheira moveu-se junto.

Na segunda investida Seungmin puxou o ar com força como se estivesse se afogando no prazer.

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Seungmin gemeu com a penetração que Chris deu. Eram seus próprios dedos, mas a sensação era como se o seu alpha é quem estivesse o invadindo. Colocou uma das pernas para fora da banheira como apoio, e a água pingou de seu pé que se contorcia.

— Chris... – implorou rouco e puxando o ar com força.

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Chris...” – seu ômega implorou rouco.

O alpha não segurou forças com as investidas, a água da banheira se derramou no transbordar que os movimentos causavam. Sentia o braço arder com o toque quente de Seungmin, que o segurava para apoio naquele vai e vém estonteante. Christopher se inclinou e o beijou com saudade e desejo enquanto lhe apertava a cintura. Apesar do sexo afobado, Chan tomava muito cuidado para não machucar o outro, já que ômegas não ficam só carentes na gravidez como também ficam com o corpo sensível.

A urgência em querer sua presença era gritante.

Queria seu ômega nos seus braços. Queria protege-lo, tocá-lo, abraça-lo...

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Seungmin” – o Chris de sua imaginação murmurou em meio ao sexo e Kim gemeu sentindo-o beijá-lo mais uma vez.

Tocou os próprios lábios, sentindo o orgasmo cada vez mais próximo, e mordeu a ponta do dedo. A pele fervia e os movimentos de atrito em seu interior apertado eram maravilhosos. Seu alfa sempre soube como agradá-lo... Se lembrou do cheiro de Chris e como seus feromônios o excitavam.

— Ahhh... – gemeu agarrando-se na banheira com a mão livre. – Chris...

Jogou a cabeça para trás.

Seus gemidos estavam pervertidamente audíveis, ecoando pelos ladrilhos.

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Quando os dois por fim alcançaram o clímax, Christopher abraçou seu ômega, ofegante, e sentiu o seu cheiro.

Estava com tantas saudades...

— Eu vou te encontrar, - disse - eu prometo.

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Seungmin arfava em meio àquela experiência que envolveu o que pareceu um dos orgasmos mais fortes da sua vida. Seu alpha o abraçou forte, e lhe sussurrou a promessa:

Eu vou te encontrar, eu prometo.”

Seungmin abriu os olhos.

Estava sozinho.

Ele tocou a marca em seu pescoço.

Poderia não entender muito bem a conexão da marca e os poderes dela.

Mas tinha certeza que ouviu a voz de Chris quando este prometeu encontra-lo.

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Depois do banho, Seungmin vestiu um pijama confortável, pantufas e por fim um roupão. Foi de fininho até o andar do quarto dos bebês, mesmo que soubesse que estava sendo filmado pelas câmeras dos corredores, e antes mesmo de abrir a porta, ouviu o choro dos gêmeos.

— Senhor Kim... – o empregado disse surpreso ao vê-lo. Ele balançava Jake no colo tentando fazê-lo parar de chorar. A outra babá carregava Wonpil e estava fazendo o mesmo.

Sengmin foi até o outro, pegou Jake no colo e o acalentou contra o peito.

— Shhh... calma bebê... o papai tá aqui.
O bebê se acalmou e começou a soluçar, finalmente se sentindo confortável no calor familiar. Seungmin foi em direção a outra babá para segurar Wonpil também, mas a moça se afastou.

— Senhor Kim... recebemos ordens... e...

Seungmin fechou a cara, furioso.

— Tentem afastar meus filhos de mim para vocês verem só – ameaçou entredentes.
A moça, com medo do instinto protetor do outro, entregou o menino sem pensar duas vezes.

— Você, traga as chupetas deles. E você, a pelúcia de lobinho e cachorro. São os favoritos deles.

Seungmin se sentou na poltrona do quarto com os bebês no colo, e estes se agarravam nele com as mãozinhas miúdas como se tivessem com medo de que ele sumisse. Os babás entregaram as chupetas e os bichinhos de pelúcia, depois se retiraram para deixá-los sozinhos. O papai começou a ninar os bebês balançando os braços devagar e cantando baixinho uma música que ele escreveu para eles quando eles tinham poucos dias de idade:

Hold On.

Nunca falhava. Os gêmeos, com as chupetas, piscavam devagar com os narizes perto do papai e com os bichinhos de pelúcia no braço.

Com a voz doce, Seungmin cantava:

“선물같이 내게 온 네가 무의미한 날에 행복이 되었고

하루 종일 네 모습을 바라만 봐도 미소가

무감정한 매일에 내일을 꾸게 한 너야

(TRAD: Você veio para mim como um presente e se tornou felicidade em um dia sem sentido.

Só de olhar para você o dia todo traz um sorriso

Você é quem me fez sonhar com o amanhã em meus dias sem emoção…)”

Demorou um pouquinho, mas Seungmin amava ficar com os dois no colo daquele jeito. O calor nos seus braços, o cheirinho deles, aquelas mãozinhas...

Seus bebês...

Não dava pra continuar assim, vendo-os só de vez em quando... não conseguia suportar. Ficou imaginando o quanto deveria ser torturante para Christopher ficar tanto tempo longe deles.

Deixou-os dormir um pouco nos seus braços. Queria poder dormir com eles assim grudadinhos...

Mas não podia.

Levantou-se, beijou-os na cabeça e colocou-os no berço com cuidado. Logo os babás voltariam para checá-los, e Seungmin fechou a porta do quarto com o coração partido. Odiava ficar tão longe de Wonpil e Jake.

Antes de dormir naquela noite,Seungmin teve bastante tempo para pensar.

Na próxima semana, os gêmeos fariam um ano de idade, e a bruxa estava planejando usar o aniversário deles como “revelação” da existência deles para a sociedade.

Era assim que ela queria “oficialmente” declarar que eles pertenciam a ela.

E isso Seungmin não ia permitir.

Por mais que Min quisesse que Chris viesse resgatá-los, não poderia esperar.

Precisava tentar fugir.

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Seungmin teve o dia inteiro para planejar a fuga.

Haviam muitos carros na mansão, mas apenas um tinha as cadeirinhas das crianças no banco traseiro, e era o SUV preto que ficava estacionado do lado de fora da casa porque os empregados sempre precisavam de bastante espaço para colocar e tirar o carrinho duplo dos bebês do porta-malas.

Já sabia o carro que iriam fugir.

A chave do veículo ficava pendurada perto da cozinha, para que todos os empregados pudessem ter acesso se for necessário. O controle do portão da mansão era acoplado ao carro. Seungmin pensou em passar na cozinha e pegar a chave, mas se alguém notasse o sumiço do objeto, haveria um alarde que ele não queria. Ele teria de ser rápido por causa das câmeras na casa. Iria agir de madrugada, mas sempre havia um segurança acordado na sala de vigilância.
Infelizmente, a comunicação naquele casa era somente via walkie-talkies, e quem tinha celular sempre mantinha o aparelho por perto. Era muito arriscado tentar surrupiar um.

O plano foi elaborado.

Estava nervoso e chegava a suar bastante.

Eram quatro da manhã.

Era hora.

Seungmin se vestiu, desceu até o primeiro andar da mansão e foi até a área de serviço, onde ficava o gerador da casa. Ele usava para guiar o seu caminho uma lanterna pequena que tinha em seu chaveiro.

Respirou fundo, e olhou para a câmera que o analisava.

Agora seria contagem regressiva.
Acionou a alavanca que cortou toda a energia. As câmeras desligaram-se.

Seungmin correu, foi até a cozinha, pegou a chave do carro, subiu as escadas e foi até o quarto das crianças. Tinha que se apressar pois apesar de todas na casa estarem dormindo, o único que notaria a queda de energia era o segurança noturno, e este com certeza iria apressado até o gerador religar.

O ômega pegou os bebês no colo, que dormiam pesadamente. Não podia levar mais nada com ele, roupas, comida, ou o que quer que fosse. Isso ele daria um jeito depois. Foi com cuidado, mas rapidamente, até a porta da cozinha que levava até o lado de fora. A energia ainda estava cortada, então o aviso de que aquela porta foi aberta não chegou ainda ao segurança. Seungmin foi até o carro, suando muito, e colocou os gêmeos nas cadeirinhas com seus cintos. Estava terminando de ajeitar o último cinto quando as luzes do jardim voltaram a se acender.

Agora seria uma questão de tempo. Seungmin foi até o assento do motorista e soltou o freio de mão para que o carro se afastasse um pouco da casa antes de ligá-lo para que o som não os denunciasse. Tinha certeza que o segurança noturno o estava procurando porque sabia que ele era responsável pela queda de energia.
Depois de uma distância segura, ligou o carro e dirigiu até o portão da mansão. Seu coração parecia que ia explodir pela adrenalina. Estava morrendo de medo que aquilo não desse certo, e a última vez que ele pegou em um volante foi há mais de um ano atrás, no acidente que ele teve quando ainda estava grávido.

Seus dedos tremiam pelas lembranças do trauma daquele acidente. Se lembrava vividamente daquele dia.

Apertou o volante com força. Ele teria que ser forte.

Pelos seus filhos e por Christopher.

Chegando ao portão, ele acionou o botão perto do painel do carro e sentiu que voltou a respirar quando viu este se abrir a sua frente.

A liberdade estava perto.

Mas ainda não podia comemorar, a mansão era cercada de quase dois quilômetros de mato.

Aquele portão parecia demorar torturantes séculos para abrir. Provavelmente devia ser por conta da queda de energia, mas ele já estava quase na metade do caminho.
Seu coração pulava no peito e ele checava o retrovisor para ter certeza de que ninguém descobriu sua fuga ainda.

De repente o portão parou, e um frio na espinha o acertou.

Descobriram. Alguém na casa interrompeu o portão.

Quando as grades de metal começaram a deslizar para se fechar, Seungmin apertou o volante com força e pisou fundo no acelerador. O espaço para o carro passar ficou perigosamente estreito, mas arrancando os espelhos, o veículo atravessou o portão. Kim engoliu o coração de volta, que parecia ter ido até a garganta, e lançou um olhar rápido para os gêmeos no banco de trás pelo retrovisor, mas estes continuavam dormindo sonoramente. Voltou a olhar a estrada, respirando fundo. A motivação que o fazia apertar o acelerador era o fato de não suportar imaginar a bruxa megera criando seus filhos.

Alcançou a metade do caminho, com árvores e mais árvores cercando a estrada, quando viu outro carro se aproximar cada vez mais em seu encalço.

— Merda...

Estava quase... só precisava chegar até a cidade e encontrar uma delegacia.

O som de tiro o quase fez perder a direção.

Ficou em choque que abriram fogo contra ele. Outro tiro foi disparado e Seungmin se agachou instintivamente. Antes que notasse, o carro que o seguia o ultrapassou e indicou que iria em sua direção. Lembrando-se do trauma do acidente, Seungmin freou o carro, e o outro ficou a sua frente para lhe tampar o caminho.

O segurança noturno apareceu e foi em sua direção. Seungmin foi retirado do carro pelo braço.

— A madame ficará furiosa. – disse o segurança.

Seungmin tentava se soltar, mas era em vão.

— Eu quero é mandar a “madame” se foder, aquela bruxa desgraçada! – vociferou – E você? O que tem na cabeça para atirar contra o carro?! Poderia ter nos matado!

— Os tiros foram apenas para advertência. E funcionou.

Seungmin estava pronto pra lhe chutar a canela, mas o gorila o levou pelo braço até o acento do carona do SUV e depois se sentou no banco do motorista para leva-los de volta à mansão.

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A madame estava à espera na sala tomando seu chá de camomila e perto da lareira acesa. Estava de coque e roupão leve. Os babás estavam de pé a um canto, com as olheiras ainda marcantes. Se a patroa estava acordada, mesmo que de madrugada, todos tinham que estar acordados. Eram as regras.

O patrão não estava em casa já que ele passava mais tempo com as amantes.

O segurança trouxe Seungmin pelo braço, e seu aperto estava machucando. Os babás se retiraram da sala para buscar as crianças que ficaram no carro.

A senhora Bang colocou a xícara no pires.

— Pensei que fosse mais esperto, ômega.

Seungmin a fuzilava com o olhar.

— Mas imagino – ela voltou a falar – que essa tentativa desesperada seja a única forma que conseguiu imaginar que ia conseguir fugir não é mesmo? Afinal... todos esses dias e Christopher não apareceu para te salvar. – tentou o provocar.

Kim deu um sorriso debochado para ela e se soltou do aperto do gorila.

— A senhora provavelmente não sabe, mas quando eu e ele fugimos de você de navio, Christopher perdeu a memória no naufrágio.

A mulher parou o movimento que fazia de levar a xícara até a boca. Ela abaixou o braço.

— Ele o quê? – perguntou devagar.

— Ele deve achar que uma maluca como você não nos perseguiria depois que fugimos, assim como eu também achei. Quem adivinharia que não ia nos deixar em paz? Provavelmente ele nem deve se lembrar do caminho pra cá.

Ela estreitou os olhos

—Você está blefando. Christopher não perdeu a memória coisa alguma.

— Ele perdeu sim. E adivinha? Mesmo sem as memórias, ele se apaixonou por mim outra vez. – Kim sorriu – Mesmo tendo a chance de ter outra vida, ele ME escolheu. Ele sempre vai me escolher! No fundo quem sabe ele perder a memória foi uma coisa boa. Desse jeito ele não deve se lembrar de nada da vida que ele tinha com você.

A mulher se levantou, foi até ele e o deu um tapa com força no rosto. Seungmin ia pular pra cima dela, quando o fortão segurou seus braços para trás.

— Covarde! – Seungmin gritou para ela.
Ela foi devagar até a própria xícara, segurou-a, depois jogou-a contra o fogo da lareira com os cacos se espalhando.

Antes, ela queria Christopher morto.

Ter seu filho morto era uma coisa. Tê-lo vivo e ele não se lembrar de nada de todos os anos que ela o educou para ser o menino perfeito?

Todas as noite que recitou e o influenciou a ser um bom menino? Todas as vezes que lhe escovou os cabelos para limpar a mente dele...

Todo seu esforço ser jogado fora assim?

Christopher simplesmente apagar a mãe da mente e ser feliz com o ômega que causou tudo isso?

Isso era pior do que a morte.

Ela olhava para as chamas da lareira. Chamas estas ardentes como seu ódio.

- A culpa é sua – ela falou para o ômega, ainda sem tirar os olhos do fogo. – Christopher ainda seria um bom menino se não fosse por você.

Ela se virou para ele.
Aquele era o olhar de uma pessoa descontrolada.

— Você deveria ter morrido sozinho naquele acidente de carro. – ela disse – Assim eu não teria perdido o Christopher.

— Mas eu não morri – ele a encarava com a mesma ferocidade.

— Como pôde separar uma mãe de seu filho?

— OLHA QUEM FALA SUA FILHA DA... ! – gritou enfurecido, mas o segurança o torceu o braço para que parasse de gritar.
A mulher andou de um lado ao outro, encarando a lareira. Estava hipnotizada pelas chamas.

— No começo, eu me perguntava “o que eu fiz de errado”? – ela contou – “Porque Christopher está com um ômega e me desobedecendo? Ele sempre foi um bom menino...” Mas aí eu percebi que a culpa não era minha. – suspirou - É desgastante ter que consertar o erro dos outros. – Ela pegou o atiçador de lareira e com ele cutucou a lenha – Teria sido muito mais fácil se tivessem morrido no naufrágio. Pelo menos agora tenho meus netos, e farei de tudo para educa-los adequadamente. Não cometerei os mesmo erros que cometi com Christopher.

Seungmin estava abismado com o quanto um ser humano poderia ser tão ruim.

Os babás voltaram depois de terem colocado as crianças no berço e ficaram em silêncio a um canto.

A madame se virou para Seungmin com um olhar provocante.

— Eu acredito que Christopher ainda virá atrás de você – disse ela – Achei que seria divertido deixa-lo viver sem o ômega que ele tanto ama. Sendo cada dia torturado pela própria incompetência por não ter conseguido proteger o parceiro... Mas... agora vejo que não terei paz até resolver todos esses assuntos. – ela deixava o atiçador de metal ao fogo – Lidarei com Christopher com minhas próprias mãos. – disse alto, mas mais para si mesma – Foi um erro deixar para outra pessoa lidar com o incidente do navio.

Seungmin abriu a boca, em choque.

— Foi... você..?  - o silêncio da outra foi a resposta. – SUA LOUCA! – se debateu – Dezenas de pessoas morreram naquele dia! Como pode??!! Sua maníaca!!

— Traga-o – a mulher ordenou para o segurança e este levou Seungmin até ela. Ela fez sinal com a mão para que o homem imobilizasse o ômega contra o chão.
Ela encarou de cima... a marca.

Foi aquela marca no pescoço que causou tudo isso.

— A nuca, - ela se agachou e tocou a pele dele – é a parte mais sensível do corpo de um ômega. Tanto para o prazer... quanto para a dor. – ela desenhou a marca com os dedos - Há lendas que a marca une um alpha e um ômega de um jeito incrível.

Kim se debatia tentando se soltar, e o grandalhão o imobilizou a cabeça.

A mulher ergueu o atiçador fervente.

— Você se gaba tanto que Christopher te escolheu – a mulher disse calma – Que tal colocarmos a prova o quão conectados você são?

O metal incandescente foi guiado até chegar a nuca do ômega.

A dor fez Seungmin gritar a plenos pulmões.

Os babás estavam com as mãos sobre a boca, horrorizados. A moça não aguentou e desviou o olhar da cena. No andar de cima, mesmo estando longe, os bebês começaram a chorar. Sentiam que havia algo errado com o papai deles.

O ômega acabou perdendo a consciência devido a dor aguda e ficou desmaiado sobre o tapete.

Havia o cheiro de pele queimada no ar.

O servente, trêmulo, foi o primeiro a falar.

— S-Senhora... – sua voz e pernas tremiam – U-Um trauma desse nível... o ô-ômega pode perder o bebê...

Ela se levantou e colocou o atiçador perto da lareira.

— Seria uma pena. – respondeu – Mas na pior das hipóteses, dois netos já são o suficiente. Leve-o para o quarto e tranque-o lá. – mandou ao segurança. - Espero que ele tenha aprendido a lição sobre o que acontece com quem me provoca.

___________
 
Chris acordou passando mal. Suava e sentia coração bater com arritmia.

Olhou para o relógio, eram quatro da manhã.

Ainda estava na casa dos sogros, ele se levantou e foi até a cozinha tomar um copo d’água.

Ele sabia que estava se sentindo assim por causa de Seungmin.

Seungmin estava nervoso.

Muito nervoso.

O que será que estava acontecendo com ele?

O nervosismo foi piorando e Chris suava muito. Seus instintos de alpha diziam para correr e encontrar seu ômega. Precisava protege-lo do que quer que fosse.

Ficou sentado na mesa da cozinha por bastante tempo. O nervosismo diminuiu.

Ele se levantou para colocar o copo sobre a pia... Mas de repente...

Chris entrou em um transe.

Ficou congelado no mesmo lugar.

Sem se mover.

Ele quebrou o copo de vidro que tinha em mãos com toda a força dos punhos. Sua mão sangrou com os cacos, mas ele nem ligou.

Seu olhar agora era mortal.

Seus instintos mais primitivos de alpha despertaram.

E ele disse entredentes:

— Eu vou matar a desgraçada.

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