CAPÍTULO VII | CERCADO DE AMOR
Chan se arrumava apressado, ansioso para sair do trabalho. Trocou de roupa na sala dos funcionários e antes de sair pegou o livro “As memórias perdidas de Christopher Bang” atrás do balcão. O livro ficava ali pois Chris sempre lia nas horas vagas e intervalos.
Hoje era aniversário de seu ômega, e Bang estava com um sorrisão no rosto. O mês de setembro daquele ano estava bem frio, mesmo sendo outono, Chanmin comemorou o aniversário de Seungmin junto de seus amigos e os bebês. Bang tirava fotos de todos com a câmera que Minnie lhe deu de presente natalino junto com o livro.
Depois da janta, Chris foi até o quarto dos bebês com Wonpil no colo pois ele chorava bastante por estar morrendo de sono, e no colo do alpha-pai, ele foi acalentado até finalmente dormir. Min apareceu e encostou a porta para que o barulho dos convidados na sala não atrapalhasse. O cômodo estava escuro com exceção da lampadazinha em formato de lua crescente na tomada para deixar uma penumbra no quarto das crianças.
— Antes os dois só queriam o meu colo quando faziam birra, - disse o ômega — agora você consegue acalmá-los também. – Min acariciou a cabeça do bebê adormecido no colo do outro.
— Está com ciúmes, é?
— Estou sim. - confessou.
Bang deu um sorrisinho e entregou o bebê para Kim, que o acalentou também.
— Hoje consegui ler mais uns capítulos no trabalho. – contou.
— Do seu livro de memórias?
— Já estou terminando. – contou.
— Em que parte parou?
— Hoje a tarde li sobre o dia que descobrimos sobre a gravidez.
— Então descobriu que somos dois papais chorões? – brincou.
— No fundo eu sempre soube.
Os dois riram.
— Mas também li sobre o dia que te apresentei aos meus pais.
O sorriso de Min sumiu. E com razão. Chris suspirou.
— Foi o capítulo mais difícil de ler. – o alpha confessou.
— Os capítulos do nosso tempo de namoro passaram voando, não é? – disse com nostalgia.
— Sim. E apesar de não lembrar, eu sinto que estou lá, em cada cena quando leio. Você é um excelente escritor.
— Obrigado.
— Estou lendo o capítulo sobre o seu acidente de carro.
Seungmin colocou o bebê no bercinho com cuidado. Bang voltou a falar:
— Eu ainda não acredito no que fizeram com você...
— Chris...
— Além de te destratarem na minha frente, ainda tentaram...
— Calma. – o tocou no rosto – está tudo bem agora.
Bang respirou fundo para se acalmar. Kim lhe perguntou:
— Quais foram suas partes favoritas no livro?
— Ah, tem tantas... – admitiu. – Teve o dia que tomei coragem pra te chamar pra sair, teve a tarde que fomos fazer uma trilha, mas pegamos chuva o dia inteiro – riu – os beijos escondidos na biblioteca... A vez que você escorregou em uma pista de boliche e teve câimbras de tanto rir depois...
— Os tempos de faculdade foram tão legais...
— Pena que não chegamos a concluir.
— Você queria largar o curso pra ir fazer fotografia. É a sua chance nessa nova vida. – disse otimista – E eu quero ser escritor, vou treinar e me especializar. Vai dar tudo certo.
— O que te faz ter tanta certeza?
— Humm – o abraçou juntinho – Porque você é bom em tudo e sempre consegue o que quer.
Os dois sorriram e trocaram alguns beijinhos antes de voltarem para a sala de estar.
Lá, todos estavam jogando cartas e o pessoal estava rindo pois Jake, no colo de Jeong, pegava uma carta dele quando ele estava distraído e mostrava pra todo mundo. In não estava entendendo nada de qual era a graça, e o bebê, notando que aquilo fazia todos rirem, fazia sempre que tinha chance.
Depois disso, trouxeram o bolinho para Seungmin assoprar a vela, e Bang foi buscar a câmera.
Seung olhou para seu arredor.
O apartamento era quente, acolhedor, e o cheiro de comida ainda estava no ar.
Amanhã seus pais iam chegar no aeroporto para visita-lo e também para conhecerem Jake e Wonpil, e aproveitar o dia com Min, já que não puderam estar presente no dia certo de seu aniversário.
Min olhou para Chris. Este estava com o sorriso lindo usual, o observando por trás da câmera.
Um flashback da noite de natal lhe passou pela cabeça, de quando Chris o mordeu na nuca, sentindo a conexão deles de alpha-ômega, e de como o alfa chorou de felicidade com aquilo.
Min olhou mais uma vez para todos, que o observavam animados enquanto cantavam parabéns.
Estando cercado de tanto amor, Seung lacrimejou de felicidade ao assoprar as velas.
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Seungchan e as crianças chegaram do aeroporto cansados.
— Vou sentir falta dos seus pais – Chan falou colocando os bebês no tapetinho da sala e tirando o casaco grosso.
— Eu os amo muito, mas eles mimaram muito os gêmeos nesses dias. – Min, apesar de ter ficado um pouco enjoado com o taxista barbeiro, foi direto pra geladeira pra atacar os morangos frescos que tinham ali – Eles ficaram desrespeitando minha autoridade na frente das crianças o tempo todo. – disse lavando os morangos.
— “Autoridade”... Seungmin, são só bebês, - riu - eles não reconhecem autoridade nenhuma ainda.
— É fácil pra você falar, já que é alpha e tem uma autoridade natural – falou sentando na mesa e atacando os morangos com grandes mordidas – Você fala sério com os pequenos e eles na hora obedecem.
— Nossos dois alphinhas – Chan disse fazendo cócegas nos bebês e eles riram alto com aqueles sorrisinhos lindos.
— Daqui a poucos meses vão fazer um ano. – Kim disse.
— Tudo isso, já?
— Uhum.
— E Minnie, quanto ao seu cio? Desde que nos reencontramos você não teve.
— O médico me explicou que por causa do parto de risco que eu tive, ia demorar uns seis meses pra eu ter outro cio. – mastigou um morango – Está um pouco atrasado, mas nunca se sabe. – deu de ombros.
— Esses morangos estão tão bons assim? – Bang perguntou quando notou que Min comeu a tigela inteira cheia deles.
— Não resisti – confessou – estavam uma delícia. A última vez que comi tantos morangos assim foi...
Seung congelou.
Arregalou os olhos e lançou um olhar em direção aos gêmeos.
Chris entendeu e arregalou os olhos também.
Os dois correram até a porta para buscarem os casacos pendurados, e depois disso entraram em uma competição sobre qual dos dois iria até a farmácia.
“Você fica com as crianças, eu vou!”
“Eu vou! Você tem que descansar!”
“ E eu lá to com problema na perna?! EU que vou!”
“Compre três testes pra ter certeza!”
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Chris roía as unhas de nervosismo andando de um lado ao outro no quarto sem parar. Min já estava naquele banheiro há muitos minutos, e Chan já estava quase sem unhas pra roer.
— CHRISTOPHER BANG! – Seungmin gritou abrindo a porta com fervor e o alfa saltou de susto – VOCÊ E SUA BENDITA FERTILIDADE DE LOBO PURO! – gritou indo até ele e o derrubando na cama com um abraço forte, quase como um lutador de MMA faria.
— É SÉRIO? – o alfa perguntou com olhos brilhando de esperança quando se encararam.
— SIM! – o ômega sorriu pra ele.
Os dois gritaram alto de alegria com o teste de positivo ao lado deles na cama.
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