CAPÍTULO IV | MEU ALPHA

Era perto da meia noite e Seungmin e Christopher dormiam abraçadinhos de conchinha.

As poucas roupas que Chris tinha, que foi comprando com os salários dos trabalhos que arranjava desde que acordou no hospital, estavam em uma sacola esportiva no canto do quarto.

Com menos de um mês de namoro, Seungmin o tinha convencido a vir morar junto com ele, já que Chan passava muito mais tempo no apartamento dele com as crianças do que na kitnet que alugava. As escovas de dentes no banheiro já estavam até acostumadas com a presença uma da outra.

O choro de bebê ecoou do aparelhinho da babá eletrônica na cabeceira da cama, e enquanto Seungmin acordava, Chris já estava a caminho do quarto dos bebês.

Ouviu do aparelho:

— Shhhh, tá tudo bem – O choro baixou de volume quando o bebê foi tirado do bercinho – Calma meu bebê, o Channie tá aqui.

Kim sorriu ouvindo Chan cantar baixinho uma musiquinha de ninar enquanto acalentava o bebê que chorava. Chris ainda não havia percebido, mas já estava chamando inconscientemente as crianças de “meu bebê” já faz um tempo.

Nas semanas que se passaram desde que “começaram” a namorar, Christopher estava querendo cada vez mais participar da vida de Seungmin e das crianças. Ao colocar fralda neles, Chris sempre ficava se distraindo querendo morder aqueles bracinhos e pezinhos de bisnaguinhas enquanto ouvia a risada de bebê ecoar. Muitas vezes em que Kim estava ocupado escrevendo seu livro, espiava o colchão da sala. Aquele colchão era onde cochilava de tarde agarradinho com os gêmeos, já que na cama alta eles tinham o risco de cair e se machucar, e no bercinho os dois só dormiam a noite. Agora, muitas vezes pegava Chan cochilando ali com cada um dos pequenos acolhidos em seus braços.
Pelo visto seu instinto protetor de alpha falava bem alto.

Depois de ter feito o bebê parar de chorar, Bang voltou para o quarto e se deitou outra vez ao seu lado.

— Poderia ter me acordado, eu ia até lá. - Min disse.

— Eu quis ir. – lhe beijou a nuca.

Min deu um sorrisinho acariciando o braço que o envolvia.

— Obrigado por ajudar.

Chris lhe beijava a nuca.

— Você precisa descansar. – cochichou.
– É? Do que mais eu preciso?

— Precisa – continuou a beijá-lo – de um alpha que te dê muito carinho e sexo sempre que você desejar.

Min deu uma risadinha.

— Mas isso eu já tenho.

— Tem, é?

— Tenho sim.

Seungmin se virou na cama, e com um sorriso bonito beijou o alpha. Ah, aqueles beijos eram uma delícia. Seungmin poderia já estar acostumado, mas para Chan aquelas sensações todas eram como uma nova experiência. O beijo foi se aprofundando cada vez mais, já que os gostos dos lábios e o arrepio eram deliciosos.

Moviam as mãos pelos cabelos alheios enquanto sentiam as línguas se entrelaçarem.

Chan mordiscava o lábio inferior do outro de um jeito provocante e isso chegou até a arrancar gemidinhos.

Aos poucos Chris foi ficando sobre o outro enquanto saboreava sua boca, e Min abraçava as costas largas sentindo o peso dele sobre si. Ao separarem os lábios, o ômega lambeu os próprios antes de sussurrar:

— Que tal uma rapidinha? – propôs.

Chan ficou bem animado com a ideia depois lançou um olhar preocupado em direção a babá eletrônica, o que fez Kim dar uma risadinha.

— Não se preocupe, não da de ouvir nada do outro lado.

Chan mordeu o lábio de leve antes de deslizar cerimonialmente a cueca do ômega por aquela pernas bonitas. Com exceção dessa peça de roupa, eles nem tiraram outras já que naquela transa os dois não chegaram a nem suar, mas isso não quer dizer que não foi uma das melhores que já tiverem. Os movimentos eram bem gostosos e sem pressa, as mãos acariciavam o corpo com carinho e desejo misturados com invejável perfeição. Muitos beijos foram trocados, beijos também sem pressa, deliciosos. A única coisa mais intensa eram os olhares, eram eles que faziam a excitação ficar no auge. Gemeram com o orgasmo que os acertou, depois ficaram trocando beijos doces com sorrisinhos travessos.

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Min se espreguiçou na cama. Estava descabelado e com a mesma camiseta de ontem à noite, mas não se lembrava de ter vestido a cueca de volta. Pelo visto Chan o ajudou com isso. Foi até a cozinha, onde o alpha estava dando de mamar para Won.

— Bom dia. – disse com o bebê no colo.

— Será que devo te lembrar que os filhos são meus? – brincou.

— Ah, não seja egoísta, podemos dividir. Não é, bebê? – ele perguntou para seu príncipe

— O Jake ainda tá dormindo?

— Tá sim. Esse aqui que é guloso e quis comer primeiro.

Depois de dar a mamadeira para Won, Chan o colocou no cercadinho com brinquedos, depois foi ajudar Min no café da manhã.

— Channie, - Seungmin começou hesitante - você não se incomoda com o fato de eu ser um ômega marcado?

Seungmin fez essa pergunta já que eram raríssimos os alphas que aceitavam isso. Principalmente pelo fato de que se envolver com um ômega marcado significava não se envolver com outros ômegas, ou seja, nunca sentir o prazer que é marcar alguém e torna-lo seu.

A natureza era bonita, mas também poderia ser bem cruel.

Chris parou um pouco pra pensar, depois foi até Seungmin entrelaçando os dedos dele com os seus.

— Me incomodo sim. – confessou.

Min engoliu em seco. Bang continuou:

— Me incomoda porque muitas vezes me pego pensando que eu queria ter te conhecido mais cedo. Eu teria te marcado sem hesitar. – disse com carinho lhe tocando a marca no pescoço – Você seria completamente meu... mas... se você não tivesse o seu passado, não teria o Won e o Jake. Então acho que tudo tem os seus motivos.

Seungmin se emocionou com sua resposta.
Então era verdade. Christopher o amava, mesmo sendo um ômega marcado, mesmo achando que os filhos não eram dele...

Mesmo sem as memórias... Chan realmente havia se apaixonado por ele outra vez...
Isso era tão romântico...

Seungmin decidiu que a hora de contar tudo estava chegando e que deveria se preparar.

Se inclinou em direção ao outro e o beijou antes de sorrir e dizer:

— Eu te amo.

Chris sorriu bonito antes de lhe tocar o rosto com carinho.

— Também te amo. – o beijou – Me faz um favor?

— Conta.

— Me chama de “seu alpha”?

— Que carência toda é essa, hein? - riu.

Chris o abraçou apertado.

— Vai, faz isso por mim. Por favooor...

Min riu outra vez.

— Você é o meu alpha, Channie.

Chris ficou feliz como uma criança ganhando um presente de natal enquanto agarrava Min e o girava pela cozinha.

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