CAPÍTULO XIII | ACERTANDO AS CONTAS
Já estava escuro por passar das oito da noite, e Bang Chan passou o tempo todo ao lado dos bebês. Estava aproveitando um pouco o tempo com eles, já que estava morrendo de saudades, mas também estava cauteloso...
Aquela noite seria decisiva para o futuro de todos eles.
Sem aguentar mais a presença provocativa de Chan, a mãe dele se aproximou, e quando ele olhou para ela, esta indicou a casa discretamente.
Estava na hora de resolver as coisas de uma vez por todas.
Chris beijou os filhos na cabeça antes de ir até a mãe e acompanhá-la em direção a casa. O rabo-de-cavalo da mulher balançava a cada passo, e ela segurava a echarpe que lhe caía sobre os cotovelos e que combinava com o vestido verde.
Chan entrou na mansão, continuando a seguir a mãe com cautela. Não muitos passos depois ouviu a porta da cozinha se trancar atrás de si. Alguém recebeu ordens para isso. Era um sinal indicando que ninguém atrapalharia a conversa deles.
O alpha continuou a andar pela casa até chegar na grande sala de visitas, com sua mãe de pé perto da lareira acesa. Adentrou o cômodo e foi direto ao assunto:
— Onde está Seungmin? – disse ríspido - Eu vim buscar ele e os meus filhos.
— Você tem muita coragem de aparecer assim e me enfrentar. – disse autoritária – Me parece que você realmente perdeu todo o respeito por sua mãe.
— Você não achou mesmo que eu fosse deixá-los na suas mãos, achou?
— Como descobriu que estavam comigo? – perguntou com um leve tom de curiosidade – Presumo que seu ômega mentiu ao dizer que você perdeu a memória.
— Eu perdi sim, - disse com o mesmo tom de rispidez - mas quando você tentou matar o Seungmin, eu as recuperei.
— Que incrível. – disse admirada – Pelo visto a marca de um ômega realmente faz coisas inimagináveis.
— Eu não só me lembrei de tudo, como também senti como se eu estivesse presente quando você o feriu. – Se aproximou um pouco e olhou para perto da lareira. – E aconteceu aqui, nesta mesma sala.
Ela também olhou para ali.
— Eu não tentei matá-lo – disse calma, cruzando os braços e mantendo sua postura – Se eu o quisesse morto, ele já assim o estaria.
— Será que não existe nada que eu possa fazer para você nos deixar em paz?
Ela o encarou por longos segundos.
Chris não precisou ouvir nada dela. Ele já sabia a resposta.
Nada a faria parar.
— Christopher, – ela começou – você não percebe que foi você que causou tudo isso?
— Eu?
— Sim. – disse com uma calma perigosa – A partir do momento que deixou de me obedecer e ser um bom menino... Você deve se lembrar, não? – Os dois se encaravam intensamente – Coisas ruins acontecem com meninos maus.
— Você é louca.
— Eu já não sei a quem mais culpar – suspirou – Não sei se é você, por ser fraco, ou o ômega por ter aparecido no caminho. – Ela arranhou o próprio braço que cruzava-se com o outro – Ele não passa de um verme insistente que não percebe os estragos que faz...
— Cale-se.
— Mas você me surpreendeu quando simplesmente apareceu assim de repente. – disse virando-se para ele – Porque não apareceu com as autoridades para resgatar seu tão precioso ômega?
— Porque eu sei que mesmo se eu os resgatasse hoje, você nos perseguiria de algum jeito amanhã. Você não vai parar, vai?
— Garoto esperto, admito. E acha mesmo que sozinho vai conseguir resgatá-los? Acha que consegue passar por mim?
Ela fez sua presença de mãe alpha preencher o ambiente.
Uma presença esmagadora, intimidante, que puxava mais forte que a gravidade em direção ao chão. Qualquer um cairia de joelhos à sua frente, com os ombros trêmulos e suando por sua vida. Um alpha puro conseguia fazer até mesmo outros alphas se curvarem.
Mas mesmo com tal presença e sentindo dores por todo o corpo...
Chris não moveu um músculo.
Continuou a encará-la com ferocidade e mantendo a mesma postura.
A mulher ficou impressionada com sua determinação.
Ela caminhou até ele a passos lentos e encarou-o de perto.
— Porque, Christopher? – ela perguntou com dor nos olhos – Porque insiste tanto em me desobedecer? Porque simplesmente não pode ser o meu bom menino, como antigamente?
Ele a encarava.
— Eu escolhi ser feliz. – respondeu.
Ela arranhou o braço com essa resposta.
— Eu vi o quanto você ama seus filhos, fique comigo e com eles. – sugeriu. – Podemos fazê-los serem perfeitos juntos.
— Onde está Seungmin? – a ignorou.
Ela crispou os lábios.
— Você falou antes que poderia me matar se fosse necessário. – disse com um sorriso provocante – Está disposto ir preso pelo resto da vida por algo assim?
— A lei diz que um alpha pode matar outro se existir a ameaça contra seu ômega.
O sorriso sumiu do rosto dela.
— Vejo que fez sua pesquisa. – disse séria.
— Não tomo riscos sem planejar antes.
— Esta é sua última chance, Christopher.
- Onde. Está. O Seungmin? – perguntou outra vez.
Ela o encarava séria.
— Se é esta sua resposta, considere seu ômega morto.
— Você não cansa? – perguntou com desprezo. - Quantas vezes já tentou matá-lo, sua louca?
Ela sorriu de lado ao lhe responder:
— A primeira vez foi de carro, a segunda foi em um naufrágio... – Chris ficou em choque – E a terceira... está acontecendo neste exato momento enquanto conversamos.
Chan se recuperou do choque para começar a correr a procura de Seungmin quando foi nocauteado fortemente. O grande vaso que estava acima da lareira agora encontrava-se em muitos cacos espalhados pelo corpo do filho desacordado, com sangue escorrendo pela testa. A mulher o encarava de cima, analisando-o com curiosidade. A ameaça foi apenas um blefe para pegá-lo desprevenido.
Ela olhou para o atiçador pontiagudo ao lado da lareira, o pegou, e caminhou pela sala. Passou por cima dos cacos e também por Chris, indo até os corredores da casa.
A ameaça pode ter nascido como blefe, mas a alpha a cumpriria.
Ia matar o ômega de uma vez por todas. E faria isso com as próprias mãos.
Sem pressa, subiu as escadas puxando a barra do vestido longo com uma mão, e com a outra segurava o ferro deslizando-o por cada degrau.
Chegou até a frente do quarto do ômega, pegou a chave que estava escondida em seu decote, e abriu a porta.
O quarto estava escuro, e o cheiro do ômega estava por toda a parte. Ela viu o volume deitado debaixo dos lençóis. Ela foi até lá, apreciando este momento tão valioso que esperou por tanto tempo...
Ergueu o atiçador até o alto...
E perfurou o cobertor atravessando-o até o colchão.
Ela removeu o ferro com sua força de alpha e puxou os lençóis, que revelaram a pilha de travesseiros perfurados.
— Onde ele está? – vociferou para si mesma.
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Seungmin estava em sua quarta tentativa para abrir alguma das portas para o lado de fora, mas todas na casa pareciam trancadas. Ele ainda estava com poucas forças nas pernas, mas faria de tudo para usar a oportunidade para fugir enquanto todos estavam distraídos com a festa. Não teria conseguido nem sair do quarto se os babás não tivessem esquecido de trancar a porta quando levaram os bebês para visitá-lo mais cedo.
Mancando, Seungmin usava as paredes como apoio enquanto andava. Ele subiu as escadas com dificuldade para procurar alguma janela do segundo andar que poderia usar para pedir ajuda. Suado e cansado, finalmente alcançou o corredor do andar acima e ao se virar para o lado, seu rosto empalideceu.
Ao final do longo corredor a senhora Bang apareceu, e em suas mãos ela segurava o atiçador pontiagudo.
Uma coisa estava clara no olhar dela e na sua presença...
A intenção de matar.
Min correu o máximo que pode até o quarto mais próximo, e notando que não havia chave para se trancar, empurrou rapidamente o armário que havia ao lado em direção a porta. Assim que terminou de empurrar o móvel para ali, o atiçador atravessou a madeira da porta e do armário como se não fosse nada, e Seungmin caiu de costas ao chão pelo susto.
A força da alpha fazia com que investidas perfurassem a madeira para abrir caminho, e Kim correu com dificuldade até a janela. Hesitante, olhou para trás mais uma vez antes de colocar os pés para fora. Teria poucos segundos até a mulher entrar naquele quarto.
Daquela janela, andando-se um pouco pelos cantos até a direita. Chegando até o teto de vidro da piscina interna da casa, começou a andar com cautela sobre o chão de vidro, observando a grande piscina sob si a dezenas de metros.
Mesmo de vestido, a mulher o alcançou sem dificuldades e agora havia poucos metros entre os dois. A alpha o encarava com ausência de expressão.
Seung olhou para o chão de enormes quadrados de vidro aos seus pés, e analisou ao redor. Mesmo que gritasse por ajuda, sua chance de ser ouvido era pequena por causa do barulho da festa e mesmo que alguém ouvisse, seria tarde demais.
— Acabou, ômega. – foi tudo que ela disse.
Ele continuou a dar passos para trás pensando em alguma solução.
— O que a fez mudar de ideia? – perguntou – Porque só quis me matar agora?
— Porque eu percebi que não terei paz enquanto você viver. Então... – apontou o objeto pontiagudo. – Você vai morrer.
A mulher investiu o ferro e Seungmin conseguiu desviar por poucos centímetros. De todo o seu corpo, o que ele mais queria proteger era a barriga.
Ela atacou mais uma vez, agora irritada, e deixou sua presença espalhar pelo ar, mas mesmo assim o ômega não se deixou afetar.
— O que estava acontecendo? - ela perguntou - Ômegas deveriam se curvar quando um alpha mostra seu poder de superioridade.
Min a encarava em posição de defesa. Ela investiu em outro ataque, e Kim, ao desviar do ferro, o segurou e depois deu uma cotovelada no rosto da alpha. Ela grunhiu de dor com um som parecido com um rosnado enquanto tocava o nariz que sangrava.
— Insolente! – ela gritou em meio a dor.
Seungmin segurava o atiçador agora. Seus instintos primitivos o dominavam naquele momento tão importante.
— O que você esqueceu... – ele arfava - é que um ômega pode ser mais forte que um alpha quando se trata de proteger um filhote.
A alpha estava furiosíssima.
Ela olhou para o chão aos pés deles, se agachou, e simplesmente socou o vidro com força. Kim sentiu um frio na barriga quando começou a cair, e com o chão estilhaçado, os dois caíram por muitos metros até afundarem na grande piscina em meio ao cloro e cacos de vidro.
Seungmin nadou até a superfície, e puxou o ar com força por causa da adrenalina. Não iria ficar parado para descobrir aonde a louca estava, então nadou até a borda o mais rápido que pode. Ele ainda segurava o atiçador pois estava com medo de não conseguir mais nada para se defender quando a mulher aparecesse. Ele se puxou para fora d’água com as roupas pesadas e encharcadas, cambaleou com as pernas doloridas tentando escapar já que sabia que alpha estava atrás dele, mas acabou caindo de joelhos. Sentiu um chute jogar o ferro que segurava pra longe, e logo depois Seungmin foi empurrado para que caísse na piscina infantil. Ele se sentou para respirar naquele raso, mas logo foi impedido por mãos que o seguraram pelo pescoço para que permanecesse dentro d’água.
A alpha o segurava com força e observava cada vez mais bolhas subirem até a superfície.
Ela sorriu torto, com os olhos em fúria e cabelos grudados por toda a pele.
— Eu devia ter te afogado naquele navio eu mesma. – disse entredentes.
Cada vez mais bolhas surgiam e o ômega se debatia tentando se soltar de seu aperto firme.
Ela estava hipnotizada pela mera possibilidade de que tudo ia acabar ali e agora. Esperava tanto por isso...
Faltava pouco, muito pouco.
O ômega estava perdendo as forças e estava parando de se debater.
A alpha gritou quando sentiu o atiçador a perfurar pelas costas, atravessando seu ombro. Ela foi empurrada para o lado quando Chris foi até Seungmin o retirando de dentro d’água rapidamente. O alpha o puxou para fora da piscina rasa e tirou os cabelos do rosto do ômega enquanto este tossia fortemente.
Ainda tonto pela falta de oxigênio, Kim piscou lentamente e se viu nos braços de seu alpha, que o olhava preocupado.
Chris?...
Era... ele mesmo? Sentia-se tão tonto...
— Eu morri? – Kim perguntou com a garganta arranhada. – Estou no céu?
— Não, você não morreu. – Chris disse com os olhos lacrimejando de saudade e felicidade por rever seu amor. Acariciou o rosto do ômega com carinho. – Eu estou aqui.
— Vocês..! – ouviram a mulher gritar em agonia, e eles olharam para ela.
A alpha conseguiu, com um puxão, arrancar o atiçador perfurado de seu ombro. O sangue manchou seu vestido e tingiu a piscina de escarlate.
Infelizmente, era preciso mais que isso para se matar um alpha.
Chris e Seung se levantaram apressados para sair dali e a alpha os seguiu saindo da piscina.
Correndo por entre os corredores, Chan puxou Seung, abriu a porta de um dos cômodos e o empurrou para dentro.
— Eu preciso resolver isso de uma vez por todas – disse rápido – Fique aqui e tranque a porta.
— Não, eu não posso te deixar ir sozinho – Kim disse com a voz trêmula de medo – Channie…
- É preciso, Minnie. Ela vai estar aqui a qualquer segundo.
Seungmin entendia que sua proteção era prioridade por causa do bebê... ele entendia... mas...
Chorando e segurando a mão do outro, Min disse fraco:
— Eu já te perdi uma vez... - chorou - não quero te perder de novo.
— Não vai perder – beijou-o rápido. – Eu prometo.
Sem mais delongas, ele empurrou Seungmin para dentro do quarto e fechou a porta. Escutou sua mãe se aproximando não muito longe, e foi até onde ela estava.
Assim que virou o corredor, seu reflexo foi rápido de se esquivar do ferro que cravou contra a parede. Mesmo com o vestido encharcado e com o ombro banhado em sangue, a mãe de Christopher ainda era mais forte do que ele. Ele se esquivou de muitos ataques, mas por fim foi atingido no rosto por um soco e cambaleou para trás.
Foi derrubado com outro soco, e encolhido ao chão recebeu chutes fortes contra o peito e estômago. Ele conseguiu segurar o pé da outra em um dos ataques e então a derrubou. Os dois, arfantes, ficaram de pé outra vez em posição de ataque. A alpha se jogou contra ele, segurando-o, e o fez atingir a cristaleira espalhando os cacos por tudo que é direção. Ele empurrou-a com toda força, jogando-a contra a mesinha de centro, que também quebrou-se com pedaços de vidro e madeira.
Chris arfava diante do corpo da mulher que parou de se mexer.
Ele sabia que ela ainda estava viva.
— Já chega – ele disse cansado segurando uma costela que provavelmente estava fraturada. Tinha sangue seco pelas bochechas e testa.
A alpha se levantou devagar.
Sua maquiagem e cabelos se derramavam por estarem molhados, seu ombro e braços sangravam.
Ela se ergueu, o encarando.
— Se você se entregar sem lutar... – a mulher falou – eu prometo que a morte do ômega não será tão dolorosa.
— Porque tanta obsessão? – perguntou desesperado. – Porque não consegue nos deixar em paz?
— Porque você é meu, Christopher. Sempre foi. – seu olhar provava que ela estava além da loucura. – Talvez.. você não seja o meu Christopher... – ela o olhou em choque – O que fez com o meu filho?
Chan ficou confuso, e não foi rápido o suficiente para evitar outro ataque. Ele foi derrubado ao chão, gemendo de dor, e sua mãe estava sobre ele. Ela o segurou pelo pescoço com a mão do ombro machucado e com a outra ela segurava um grande caco de vidro.
— Cadê o Christopher?! – ela gritou o ameaçando com o pedaço de vidro - Meu filho jamais me desobedeceria... Ele é perfeito!! Traga-o de volta!!
Chris grunhiu com o pescoço enforcado pelas garras e força da alpha.
— Aquele ômega matou o meu filho perfeito! – gritou - Eu vou matá-lo!! EU VOU MATÁ-LO!!
— Já chega. – outra voz se manifestou.
Ela olhou para a direita, vendo seu marido parado na entrada do cômodo.
— Sook, - o Bang mais velho se referiu a esposa – Solte-o. – ordenou e apontou uma pistola em sua direção – Isso tudo já foi longe demais.
— Você está do lado dele? – ela perguntou ultrajada.
— Esta história toda de perfeição tornou nossas vidas um inferno. – disse se aproximando e ficando alguns metros na frente dela - Você não vai mais torturar o nosso filho.
— Desde quando você se importa com ele?! – gritou – Ele é apenas MEU filho!
— EU DISSE QUE JÁ CHEGA! – gritou também – Solta ele, agora.
Ela olhou para o filho nos olhos.
— Adeus, Christopher. - ela ergueu o caco de vidro para acertá-lo quando dois tiros foram disparados. O corpo da mulher caiu para o lado e Chris se sentou se afastando e massageando o pescoço.
Chan encarou a mãe deitada sobre o tapete com os tiros no peito sangrando...
Ela estava morta.
Finalmente... tudo acabou.
Chris, mancando um pouco por causa da dor na costela, passou pelo pai sem dizer nada, e o homem não se moveu, ainda com a pistola em mãos.
Quando já estava quase alcançando a saída do cômodo, ouviu o homem falar atrás de si:
— Não vou pedir perdão pois minha negligência e ausência nos momentos que você mais precisava são injustificáveis. – o senhor Bang disse com sua postura séria de sempre – Eu fugia dessa casa para não perder a sanidade, e fui egoísta em não fazer nada mesmo sabendo que você sofria tanto quanto eu.
Chan se virou, olhando para as costas do outro.
— E o que fez o senhor finalmente fazer alguma coisa?
Os dois ficaram em silêncio.
Chris perguntou outra vez:
— O que o fez querer me ajudar dessa vez e ficar ao meu lado?
O alpha mais velho olhou para cima, com uma lembrança lhe vindo à mente.
Se lembrava em uma das tardes naquela casa, em que olhou pela janela e viu o ômega de Chris brincando com os filhos sobre uma toalha de piquenique. Apesar de todo o sofrimento, aquele ômega sorria de um jeito belíssimo e sua presença era calorosa e brilhante. Aquelas crianças, que o avô nem conheceu ou chegou perto para não se apegar, gargalhavam e brincavam com tanta felicidade...
Ele sentiu algo que há anos não sentia. Nem sequer sabia o nome daquele sentimento.
— Cuide de sua família, Christopher. – foi o que o pai disse – Cuide como nunca cuidei da minha.
Chris saiu dali para procurar Seungmin.
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Aquela foi uma longa noite. Todos os convidados foram dispensados da festa, a polícia apareceu, os jornalistas estavam à loucura, e agora Chris se abraçava a Seung e os filhos na parte de trás de uma ambulância.
O alpha abraçava-se ao seu ômega e eles não diziam nada. Fechavam os olhos encostando suas cabeças e deixavam suas presenças simplesmente falarem por si só.
Sentiam tanta saudade…
Depois, tiveram de dar seus testemunhos sobre tudo o que aconteceu. Os empregados confessaram para os policiais que o ômega foi mantido em cativeiro, e também falaram que não fizeram nada a respeito pois estavam sobre ameaça de morte.
Quando teve a chance, Chris contou a Seungmin tudo o que aconteceu.
— O seu pai te salvou? – perguntou olhando o homem ao longe falando com a polícia.
— Sim, difícil de acreditar.
Os dois conversaram um pouco mais até Min entregar Won para Chan, se levantar da traseira da ambulância e ir até o senhor Bang. Este virou-se em sua direção.
Seung curvou a cabeça, em respeito.
— Obrigado por salvar o Chris. – o ômega agradeceu.
O homem o encarou, curioso.
— Como consegue baixar a cabeça e agradecer alguém que nunca fez nada para te salvar? – se referiu a todos aqueles dias que Kim ficou naquela casa.
Kim ergueu a cabeça.
— Mas o senhor salvou o Chris. Isso pra mim já é o suficiente.
- Ômega...
Min esperou ele continuar, e ele assim o fez:
— Porque aguentou todo esse sofrimento só pra ficar com o meu filho?
Era uma pergunta válida. Muitos não iriam tão longe por um amor.
Kim sorriu pequeno e simplesmente respondeu:
— Porque eu o amo.
O Bang observou o ômega voltar para perto de Chris e os filhos. Todos se abraçavam e sorriam, aliviados que estavam juntos e que todo aquele pesadelo acabou.
Aquela era a primeira vez…
Que o alpha mais velho via o filho sorrir de verdade.
Ele entendeu o porquê que o filho lutou tanto para chegar até ali. Lutou tanto para ficar ao lado de seu amor.
Foi pra conseguir sorrir daquele jeito.
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