Capítulo 5: (Re)Conquistar Cameron. Primeiro passo: Error 404
As últimas vinte e quatro horas foram cheia, onde todos eles tiveram ocupados no planejamento do encontro e como combinado eles estavam no quartel general da Gangue escolhendo a roupa perfeita para o Grande Encontro, que aconteceria dali a algumas horas, onde seria no restaurante de Tank, onde o humano já sabia de tudo e programou para que o jantar fosse confortável e muito romântico.
— Essas são as roupas que eu trouxe de casa, são roupas que eu nunca usei na minha vida, eu as criei e não sei qual usar para essa noite. — Kimama falou mostrando as roupas nas cabines.
— Melhor você as experimentar. — Dakota sugeriu, ele tinha o pequeno Jaspe no colo e o amamentava. — Assim com um pequeno desfile vemos qual que combinaria e deixaria você ainda mais lindo.
— Uma boa ideia! — Atisla sorriu. Ele tinha em mãos um livro. — Vou até parar de ler, pois quero ver você desfilar todo o seu charme.
Kimama riu e assentiu. — Ok então. Eu vou me trocar. — Ele se virou e foi para detrás do bioma, ele tinha trago junto com as roupas.
— E esse livro ai Ati, você comprou? — Stan indagou.
O nativo sorriu e desviou o olhar para o livro. — Quem dera, eu peguei emprestado com Sebastian, é um clássico de Jane Austen e pelo que vejo, um original. — Falou impressionado.
— Uau! Será que ele a conheceu? — Hopi indagou. — Sabe, ele é um vampiro e tudo mais. — Nesse momento Atisla arregalou os olhos.
— Será? Se sim, porra, sortudo filho da puta. — Eles riram. — Frank, você sabe algo parecido com isso? — Ele olhou para o vampiro.
— Bem, sei que alguns já conheceram alguns famosos, outros são vampiros e bruxos, Nicolas Cage, é um vampiro e é amigo de um dos nossos, então é provável que sim, você terá que perguntar a Sebastian.
— Nicolas Cage? — Hopi engasgou com o seu milk shake. — Ele? Caraca, eu não imaginava.
— É só ver na internet, existem boatos que ele é vampiro, têm fotos deles, mas nada confirmado, por que para o mundo humano: Vampiros não existem.
— Mas existem e ainda vivem no meio. — Dakota sorriu. — Se um dia essa bomba explodir, os humanos irão enlouquecer.
— E atacar a gente. — Atisla ficou pensativo. — Certeza, irão atacar, matar-nos e fazer experimentos. Eu li em livros e isso é meio que possível e isto assusta-me o inferno.
Hopi paralisou. — Ok, isso me deu medo. Vamos mudar de assunto... Tio Kim, já se trocou?
— Só um momento... Por favor, alguém coloca alguma música. — Ele pediu.
— É pra já! — Frank pegou o seu celular e foi no YouTube, onde pegou uma playlist e apertou play. — Pronto.
— Uma ótima escolha! — Kim vibrou. — Saudades da minha Lady Gaga, agora é Joanne. — Choramingou. — Mas vamos lá. Estou pronto.
Kim respirou fundo e saiu de trás do bioma, ele vestia uma calça preta junto com casaco marrom e a blusa branca por dentro, ele tinha um cachecol no pescoço e tinha os seus cabelo num rabo de cavalo. Com a feição suave e ao mesmo tempo firme ele caminhou entre os sofás onde tinha os garotos, que vibravam e batiam palmas e assim ele fez com as outras roupas até escolher a ideal.
A roupa que escolheram foi um casaco cinza, uma camisa longa azul claro, uma calça preta e suas botas de camurça. Com a roupa escolhida eles se juntaram para ver que penteado Kim usaria e optaram por um metade de rabo de cavalo e quando Dakota estava prendendo os cabelos longos de Kim eles escutaram passos na escadas e sorriram ao verem que era Yukiya, o único que estava faltando.
— Desculpa a demora pessoal! — Yukiya falou ofegante. — Fiquei meio preso na aula, tínhamos aula pratica, digamos que quase surtei de alegria, foi demais. — Ele tinha os seus cabelos negros bagunçados e ele parecia que estava muito cansado, mas pelo sorriso no rosto ele estava feliz pelo dia cheio. — Vejo que começaram sem mim, eu entendo. Kim, querido... Você está fabuloso, caraca, um gato. Vai ser demais! — Ele pulou e bateu palmas fazendo todos eles rirem da sua animação.
— Você veio direto da faculdade para cá? — Dakota indagou.
— Sim. — Deu de ombros. — Eu tinha que vim para cá, quero desejar a Kim toda sorte do mundo e participar do plano, eu não ajudei muito, mas fiz o que eu podia.
Kim riu. — Você ajudou muito, tu entregou o convite. — Ele puxou o japonês para um abraço. — Você deve estar com fome.
— Sem problema, irei na cozinha pegar a sua janta. — Dakota se levantou e entregou o seu filho a Stan.
— Não precisa...
— Nem adianta negar, você deve estar morto de fome, ainda tem janta. Volto num momento. — Dito isto ele andou rapidamente para as escadas os deixando para trás.
— Ok. — Yukiya sorriu. — Falta pouco para você ir no encontro, como está o seu coração?
— Quase saindo pela boca. — Gargalharam. — Estou tão animado, não vejo a hora de vê-lo, de falar com ele. — Suspirou. — Vocês vão ir na casa dele para ver se ele sai, né?
— Claro, o plano ainda não acabou. Até vermos ele saindo de casa, todo arrumadinho com a sua harley na direção da cidade, ai sim, a nossa parte está feita.
Kimama sorriu. — Bom! Espero que o convite tenha sido esclarecedor. Mas ei Yuki, vejo que têm certo cheiro de hospital em você. — Falou farejando. — Como está sendo o curso? Gostando?
Kim puxou o japonês para o sofá e na mesma hora Dakota voltou com uma bandeja. — Oh, comida!
— Aqui está, espero que goste. — Dakota disse entregando a ele.
— Está ótimo, muito obrigado. — Yuki farejou e suspirou. — Pelo cheiro está fabuloso. — Ele colocou a bandeja no centro e se sentou no chão assim poderia comer. — Sobre curso, eu estou amando loucamente. — Falou animado. — Eu nunca pensei que um dia iria cursar uma faculdade, sabe, mas aqui estou cursando o curso do meu sonho. É fabuloso.
— E os professores? Fez amizade com os alunos? — Stan indagou.
— Então, na minha sala só tem garotas, é um pouco estranho, mas eu fiz amizade com algumas, mas têm outras que dá para ver que não vai com a minha cara, não sei o motivo, se eu sou homem num curso de enfermagem ou por ter Adoette pagando o curso, não sei realmente. — Se encolheu e deu a primeira colherada no comer e ao degustar gemeu de satisfação.
— Como assim? — Hopi se endireitou no sofá e colocou o seu terceiro milk shake de lado. — Elas falam coisas rudes para ti? Yuki? Explique isso direito.
Yukiya deu mais outras colheradas e em seguida abriu a latinha de refrigerante que Dakota tinha trago. — Não diretamente a mim, mas pela minha audição eu escutei elas falando, falaram que eu estava tendo um caso com Adoette para ele pagar o curso, que eu sendo um japonês eu só estava ali para me achar, pois os japoneses são muito inteligentes e não precisa de cursos, a não ser para passar na cara dos outros. E também quando viram Peter indo me buscar para o almoço, elas falaram coisas homofóbicas e tudo mais...
— O que você está escondendo, fale Yukiya! — Hopi pediu.
Ele suspirou. — Algumas me denunciaram para ver se me expulsam por ser gay, mas felizmente não conseguiram, mas depois disso ai elas passaram a me ignorar, não me ajudam em nada quando é em grupo e as vezes me xingam coisas, ainda bem que os professores e as outras garotas estão do meu lado.
Eles ficaram em silêncio, todos ficaram surpresos e com raiva da situação, mas o primeiro a expor a sua indignidade foi Hopi que jogou o seu milk shake na parede e se levantou do sofá e começou a andar ao redor.
— Não acredito isso. Porra, que merda! — Ele gritou. — Que vagabundas isto não são mulheres, isto são vermes que a porra da sociedade conversadora trás. Eu deveria ir nessa faculdade e mostrar para essas imundas que gays têm o mesmo direito que elas e que são mais felizes, pois não verificamos a vida alheia e muito menos somos fiscais de bunda. Caramba, eu odeio, odeio preconceito. Elas que deveriam ser expulsas por serem ignorantes. Eu devia ir lá e mostrar para elas. — Hopi gritou ao andar, todos ficaram assustados, mas viram que o loiro estava com muita raiva e tristeza. — Odeio essa sociedade de merda, odeio essa sociedade conservadora que esbanja preconceito com as minorias, eu odeio.
— Está tudo bem Ho. — Yukiya se levantou e correu para o loiro e o abraçou. — Está tudo bem, eu estou conseguindo levar o curso, comentários preconceituosos não me fará desistir.
— Não está tudo bem. — Kim falou. — Sofrer preconceito só por causa da orientação sexual é horrível, isso só mostra uma sociedade não evoluída, porra, eu sofri quando estava no mundão, doía e ainda dói e imagina para você. Pelo jeito você não falou para o seu companheiro. — O japonês assentiu. — Imagino, mas ele deve saber, não adianta esconder, pois um dia ele descobrirá e ficara triste por não te dar forças nessa situação. Você deve também falar com os superiores para poderem parar essas mulheres, você tem o mesmo direito de todo mundo ali, você não pode ficar recebendo ofensas num lugar onde você estuda para ser um bom profissional, essas garotas merecem receber as devidas penitencia por isso.
— Eu concordo com Kim. — Stan falou e os outros assentiram. — Você deve procurar os seus direitos, vocês estão lá para estudar para serem um bom profissional, não para ofender e ser ofendido, porra, elas vão ser enfermeiras, fico até com medo quando receberem algum paciente LGBTT, certeza que vão recusar atendê-los e isto é muito sério.
Yukiya assentiu assustado. — Caraca, pensando para esse lado, elas com certeza fariam isso e eu não posso deixar isto acontecer, paciente é paciente, seja gay, hétero, branco, negro, bandido ou policial, merecem serem atendidos como uma pessoa, um humano, pois é o que somos. Porra! Eu vou falar com os superiores, pelo menos, ver se a situação se ameniza por lá.
Hopi fungou. — Eu espero que elas tenham o que merece e ao mesmo tempo que elas veem a razão, pois elas irão trabalhar com pessoas e essas pessoas merecem respeitos. — Suspirou e se virou para olhar nos olhos de Yuki. — E você, não esconda mais nada da gente, nós somos uma equipe e não toleramos omissão, principalmente quando se trata de estar sendo ofendido, você é nosso irmão e merece ter o nosso apoio e nossa ajuda. Eu te amo Yukiya, não quero o meu japa sofrendo.
O japonês sorriu emocionado e pulou nos braços do loiro, onde tiveram um abraço apertado. — Obrigado, também te amo! — Sussurrou para o loiro. — Obrigado pessoal, por sempre estão aqui por mim.
— Nos sempre estaremos, somos melhores amigos, irmãos. E qualquer situação a gente vai ajudar. — Atisla falou e puxou ele para um abraço. — Não queremos ninguém sofrendo, principalmente um dos nossos.
— Eu proponho um grande abraço coletivo. — Stan falou se levantado do sofá.
— Amo abraço coletivo. — Yukiya vibrou feliz fazendo eles rirem e o clima amenizou. — Amo vocês! — Ele gritou ao ser abraçados pela Gangue e até por Jaspe, que gargalhou entre eles.
— Agora o senhorzinho deve terminar a sua janta. — Kim falou. — Você deve comer e falta pouco para eu ir embora.
— Sim senhor! — Ele bateu continência fazendo todos eles rirem.
Depois que Yukiya comeu, passaram mais alguns minutos entre conversas e gargalhadas e finalmente deu a hora de Kim sair para o grande encontro e quem iria deixa-lo lá era Frank, com despedidas e desejos de boa sorte o vampiro se tele transportou para o restaurante deixando os outros para trás.
[...]
— Pronto, vou te deixar aqui, desculpe o local, mas é a única opção para o tele transporte. — Frank falou. Eles tinham parado no beco do restaurante.
— Sem problema, obrigado pela ajuda. — Kim abraçou o vampiro. — Agora eu vou entrar e falar com Tank. Obrigado novamente.
— Não precisa agradecer. Te desejo muita sorte, vai dar tudo certo. Agora voltarei, pois temos que espionar certo alguém. — Os dois riram. — Tchau.
— Tchau! — E assim Frank se tele transportou deixando Kim sozinho no beco escuro, ele suspirou e olhou para as suas vestes. — Essa é a hora. Vamos lá Kim, vamos reconquistar o seu homem. — Dito isso ele caminhou para fora do beco e foi na direção do restaurante e pelo visto estava bastante movimentado.
— Boa Noite, senhor! Gostaria de alguma mesa? — Indagou um rapaz, ele vestia formalmente e pelo visto era garçom.
— Boa noite, eu queria falar com Tank, diga a ele que Kimama Potawatomi está aqui.
O garçom sorriu. — É para já, irei o chamar. — Assim ele saiu o deixando sozinho.
Kimama olhou ao redor e sorriu, o restaurante Covil de Lobos era bastante grande, simples e muito elegante, tinha bastante pessoas nas mesas, uma boa musica de fundo e pelo visto funcionários simpáticos.
— Kim, boa noite! — A voz do marido de Stan o fez tirar dos seus pensamentos e ao virar o rosto sorriu ao ver Tank vindo na sua direção.
— Boa noite. Aqui estou eu para o grande encontro. — Os dois riram. — A minha mesa está pronta?
— Sim, mas antes quero apresentar o garçom particular de vocês hoje à noite.
— Ui, garçom particular, não estava sabendo disto não. — Falou surpreso.
— Sim, vi que um particular deixaria vocês mais à vontade, assim não precisam esperar nem nada. Só um momento, Greg, por favor, chame o Killian, diga que estou indo para A mesa.
— Certo, chef! — O garçom que tinha ido chamar Tank assentiu e caminhou para outro lugar.
— Vem, Killian nos encontra lá. Vejo que os garotos capricharam no seu visual, está muito lindo.
— Obrigado. Eles me ajudaram decidir a roupa, os acessórios e o penteado. Eles são demais.
Tank assentiu. — Vem é por aqui, não fica muito longe das outras mesas, mas também não muito perto, assim vocês terão uma ótima privacidade. Além de ser um espaço arejado e confortável, aqui a música é baixa, mas audível e suave. E mandei arrumar a mesa para dois, assim vocês ficariam de frente para o outro, não muito longe um do outro, tendo espaço para se tocarem, as mãos por cima da mesa, para terem uma boa conversa e além da decoração. O que achou?
Kim estava paralisado, o local, a mesa, a música estava perfeito e já estava imaginando ele e Cameron ali sentados, conversando, rindo, se tocando, trocando olhares apaixonados e se dando bem.
— Kim? — Tank o chamou.
— Oh desculpa, estava perdido na minha mente, está perfeito. Muito obrigado por se dar o trabalho para fazer isto, está lindo.
Tank sorriu. — Não precisa agradecer, só quero ver vocês se dando bem e finalmente juntos, então eu estou aqui para ajudar.
— Tank, você mandou me chamar? — Um rapaz vestindo formalmente indagou ao se aproximar deles. — Boa noite.
Kimama sorriu, ele conhecia o rapaz de vista. Ele tinha os seus cabelos longos pintados num azul turquesa, além de piercing na sobrancelha, no nariz e no lábio. Ele era magro e pouco alto e os seus olhos verdes combinava com os seus cabelos.
— Sim, quero lhe apresentar Kimama Potawatomi, ele será o cliente especial de hoje. Kim, este é Killian, seu garçom particular.
— Eu já o conheço de vista, mas é bom ver que será você hoje. — Os dois apertaram as mãos. — Agora é só esperar o meu encontro aparecer.
— Sim, falando nisto. Te desejo muita sorte e espero que dê tudo certo.
— Muito obrigado. Estou tão empolgado. — Os dois sorriram.
— Infelizmente terei que ir, voltar para a cozinha.
— Sim, vai lá! — Tank se despediu e deixou os dois sozinho. — Você trabalha faz muito tempo aqui, né? — Kimama indagou curioso. Ele andou e se sentou na mesa e em seguida viu a hora. — Por favor, se senta. Cameron vai demorar a chegar.
— Ah, certeza?
— Sim, pelo visto você será o nosso garçom particular e então não terá mais nada para fazer até ele chegar, se senta. — Sorriu gentil.
— Certo. — Killian se sentou e sorriu envergonhado. — E respondendo a tua pergunta, faz tempo que trabalho aqui sim, eu amo esse lugar, Tank é um ótimo chefe e o melhor chef do mundo. Aqui é muito bom. — Ele sorriu.
— Maravilha, fico muito feliz em saber disto, Tank é um ótimo amigo e um ótimo marido, Stan o ama muito. E então, você só trabalha aqui?
— Sim, na verdade, esse foi o meu primeiro emprego verdadeiro, por pintar o meu cabelo, ter piercing eu não era contratado, mas Tank foi diferente, ele nem se importou, pois eu já estava... — Kill olhou para o lado e fez uma careta. — Para. — Sussurrou. — Er, eu já estava para desistir das tintas e dos piercing, tinha perguntado a ele se eu tirasse a tinta e os piercing ele podia me contratar, mas... — Novamente Killian olhou para o lado e bufou. — Eu não vou te ajudar, eu não posso, está vendo que estou no trabalho não?!
— Oh, algum problema? — Kimama perguntou confuso.
Killian olhou para ele e sorriu envergonhado. — Sem problema, desculpa. Voltando, Tank falou que não precisava tirar, pois eu já estava contratado e não se importava da minha aparência, só dos meus serviços e aqui estou eu, com o melhor emprego do mundo.
Os dois sorriram. — Fico muito feliz por isto. — Nesse momento o celular de Kimama tocou. — Um momentinho.
Ele pegou o celular do bolso e viu que tinha chegado mensagens no grupo do WhatsApp e quem tinha mandado era Hopi.
"Tio Kim, Cameron acabou de sair da aldeia, ele saiu todo arrumado e sorrindo, ele parecia bastante empolgado e isto é muito bom, acho que daqui a vinte minutos ele já está chegando ai. Então, amanhã queremos saber de tudo. Beijos e bom encontro. Ass: Gangue Rose"
O seu sorriso se alargou. — O meu encontro acabou de sair de casa, logo mais ele estará aqui, mas enquanto isso vamos conversar, assim eu não fico tão nervoso. — Os dois riram.
— Você mora na aldeia né? — Kim assentiu. — Deve ser massa mora lá, eu nunca pisei lá, mas sou doido para conhecer, sei que Tank mora com o seu marido e seus dois filhos... — Novamente Kill olhou para o nada e sussurrou mais uma vez.
— Algum problema? — Kimama indagou.
Killian suspirou. — Não, não. Eu as vezes fico olhando para o nada e resmungando, não se preocupe, eu sou estranho.
— Todo mundo é estranho. — Kim falou. — Isto é normal.
— A minha estranheza supera. — Riu. — Vamos deixar isto de lado. Vamos continuar a conversar.
E assim eles continuaram a conversar, riram e compartilharam histórias e Kimama percebeu que Killian fazia muito aquilo, olhar para o nada e falava como se tinha alguém ali, era estranho, mas não se importou, cada um tinha suas estranhezas, quem era ele para julgar? Além do mais ele tinha gostado de Killian, viu nele como um amigo, um pouco solitário, mas isso não impedia de ver brilho em seus olhos.
O tempo passou, continuaram a conversar e quando viu ele olhou ao redor e pegou o seu celular e se assustou, desde a mensagem de Hopi já tinha passado meia hora e nada de Cameron chegar, já era para ter chegado dez minutos antes.
— Algum problema? — Kil indagou ao ver ele agitado.
— Cameron está demorando, deve ter acontecido alguma coisa, se atrasou dez minutos. Mas deve ser coisa da minha cabeça, logo ele chegará. — Mas ele continuou a olhar para o celular e assim a conversa entre eles morreu.
Kimama verificava o relógio a cada dois minutos, o seu coração estava acelerado e um sentimento ruim se apoderou nele e ao ver que passara quinze minutos ele não aguentou, alguma coisa tinha acontecido com o seu Cameron.
— Oh meu Deus! — Rapidamente ele se levantou e olhou para Killian. — Vá rapidamente para Tank e diga que aconteceu alguma coisa com Cameron, eu vou ver se acho ele, sei que algo ruim aconteceu. — Dito isto ele saiu correndo do restaurante sem deixar Killian falar.
Desesperado ele correu para fora e em seguida pegou o seu celular, as suas mãos tremia e o seu coração parecia que ia sair pela boca, ele parou e digitou o número de Stan, mas ao colocar o celular no ouvido o seu olhar foi diretamente para uma moto conhecida que estava estacionada num restaurante próximo ao de Tank e nesse momento o seu coração parou, ficou quase sem forças e automaticamente se aproximou da moto e suspirou, era a Harley de Cameron, a que ele tinha ido comprar com Cameron a vários anos atrás, a amada moto do seu companheiro.
O seu olhar foi diretamente para o restaurante, meio em choque ele caminhou para a grande janela de vidro que o edifício tinha e ao se aproximar ele abafou um soluço, numa mesa próxima a janela ele viu Cameron e ele não estava sozinho.
Cameron estava de costas para a janela, a jaqueta de couro era única, além dos seus cabelos negros e sua pele branca e em frente a ele estava Edgar, os dois conversavam, riam e Kimama do outro lado observava os dois, lágrimas caiam pelo seu rosto e atônito ele ficou ali, vendo tudo.
Ele viu Cameron rir, pegar na mão de Edgar, acariciar o seu rosto, dar comida na boca e por último e a facada final em seu coração quebrado ele viu os dois compartilhar um beijo, um beijo que só fez mais lágrimas descer pelo seu rosto e o seu coração apertar dolorosamente.
Chorando ele se afastou negando com a cabeça, ele viu o amor da sua vida indo embora, definitivamente Cameron não era mais seu, não era. O seu coração doía, lágrimas banhava o seu rosto, no mesmo momento um trovão se fez no céu, ele ainda sem ver nada andou para o lado, mas acabou trombando com alguém, mas era Tank.
— O que aconteceu, Kim? O que aconteceu com Cameron? Você está me assustando.
Soluçando, ele olhou para a janela e viu Cameron rindo e acariciando Edgar.
— Eu o perdi, eu o perdi! — Sussurrou. — Eu o perdi. — A sua voz foi tomando forças e desolado olhou para Tank. — Eu, fodidamente, perdi o amor da minha vida. Eu o perdi. — E assim ele correu quando as primeiras gotas de chuva começou a cair do céu e Tank viu Kimama sumir no escuro na direção da floresta e a chuva engrossou.
Tank olhou para o restaurante e viu o que Cameron estava vendo e negando com a cabeça escutou um telefone tocar e viu que era de Kim, rapidamente o pegou e atendeu.
— Sinto muito, mas a missão falhou. — Tank disse olhando Cameron se divertindo com Edgar.
[...]
Kimama correu e sem perceber acabou se transformando em seu lobo, a chuva estava grossa, trovões e relâmpagos se fazia no céu, o seu coração doía e o seu lobo estava perdido, completamente perdido.
Ele correu e correu, entrou na floresta, desviou das arvores, pulou nas poças de lamas que se formava no chão, ele continuou a correr, ele chorava e o seu coração doía.
Ele tinha o perdido.
Chorando e de coração quebrado, ele correu entre as árvores e com a chuva o acompanhando.
Ele tinha perdido o seu companheiro.
Continua...
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