Capítulo 16 - Pesadelo
Oie amores, quanto tempo né... *foge das pedras*, hahaha. Peço desculpas pela imensa demora, nunca pensei que teria um bloqueio que nem esse, foi muito grande, não conseguia escrever nenhuma linha, não sei o que houve, porém conseguir finalizar e espero que depois disso tudo volte ao normal. Desculpas novamente.
Boa leitura.
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Edgar subiu as escadas com Patty, ele foi diretamente para o quarto de hospede e com cuidado fez o rapaz deitar-se. O humano observou o fazendo caretas ao se mexer.
— Você vai ficar bem logo, Kim vai chamar o médico da aldeia. — Edgar falou ao se sentar na beirada da cama.
Patty mordeu o lábio rachado para não deixar escapar o gemido de dor. Ao se ajeitar na cama, suspirou e olhou para Edgar. — Para mim não importa em chamar um médico ou não, só quero que Kim fale com Cameron, ele precisa dizer tudo.
— Ele vai falar, seja o que for, ele vai. Mas a sua saúde e bem estar vem em primeiro. Vocês são amigos e Kim vai cuidar de você em primeiro lugar.
Patty sorriu e fechou os olhos. — Eu sei, ele sempre foi assim. Sempre. — bocejou. — Tão cansado...
— Eu sei, mas não sei se é bom dormir agora, vamos deixar o médico decidir.
Outro bocejo e Patty virou o rosto. — Bem, quando o médico chegar você me acorda, muito cansado para manter os olh.... — P se calou e assim Edgar percebeu que o rapaz dormira.
— Ok, você venceu. — Edgar suspirou e se levantou.
Ele não sabia o que pensar daquela situação, era bem confusa, mas tinha um mau pressentimento, principalmente ao ver o estado de Patty. O rapaz estava bastante ferido, ele esperava que ficasse bem.
— Que situação.
Depois de dar voltas por quase o quarto todo, ele arrastou uma cadeira que ali tinha e colocou ao lado da cama. — Eu já fiz isso antes, fazer novamente não faz mal. — disse se lembrando do seu meio irmão e na mesma hora o seu coração apertou. — A vida é tão difícil, pelo menos verei o gostoso médico hoje.
Edgar sorriu e se deixou aconchegar na cadeira, mas sempre mantendo um olho no rapaz adormecido, assim nem percebeu o tempo passar e se assustou ao escutar duas suaves batidas na porta. O jovem humano se levantou atordoado, olhou para Patty, que se mexeu, mas dormia como pedra e direcionou o seu olhar para a porta e esta foi aberta no mesmo momento e o seu olhar se prendeu em Adoette fazendo o seu coração acelerar.
Adoette sorriu para ele e entrou, atrás dele apareceu Kimama, com a expressão preocupada. — Aqui está ele, Doc! — Kim disse.
Edgar rapidamente saiu da frente da cadeira e foi na direção deles, mas é paralisou ao ver Adoette vindo na sua direção. — Ele dormiu. — disse. — Não pude fazer nada, pois ele está muito debilitado, espero que isso não faça mal algum.
— Não se preocupe. — Adoette passou do lado de Edgar e foi para a cama e analisou o jovem rapaz. — Ele está bastante ferido, vejo várias escoriações e cortes, vai precisar ser ponteado. Kim, chame Karolina, vou precisar da ajuda dela.
— Ok, obrigado por ter vindo. — o nativo lançou um último olhar para Patty e fechou a porta deixando Ed com o médico.
Depois de ficar sozinho com Adoette, que estava tirando um monte de coisas de uma maleta, que não sabia identificar o que seria, ele se aproximou um pouco e os observou. — Er, será que posso ficar aqui?
Adoette paralisou por poucos segundos a escutar a voz do humano, porém ele voltou a si e continuou a fazer o que estava fazendo e respondeu ao rapaz, mas sem olhar para ele. — Você é amigo? Namorado do rapaz?
— Não. — Edgar respondeu. — É um amigo, quer dizer, conheci hoje, encontrei-o na beira da estrada. É que eu não quero atrapalhar a conversar de Kim com Cameron, eles precisam conversar e estar aqui vai deixa os dois sozinhos, eu posso?
Adoette respirou aliviado e assentiu, assim ergueu o rosto e olhou diretamente para o humano. — Sim, pode ficar, só peço que não fique no caminho, não estou dizendo isso por mal, mas tenho que cuidar do rapaz.
— Sim, claro. — e na mesma hora a porta foi aberta por uma linda mulher de pele marrom avermelhada, Edgar viu que ela era também uma nativa americana.
— Karol, por favor. — Doc a chamou e assim começaram examinar e fazer o que era necessário para que Patty ficasse bem.
[...]
Kimama desceu as escadas depois que mostrou o quarto a Karolina. A sua mente estava um turbilhão, ele não sabia o que fazer, o que pensar, além de se sentir preocupado e angustiado. Depois de tanto tempo, de alivio, Kim estava naquela situação, em perigo e com medo.
— Kimama? — Cameron o chamou.
O nativo piscou os olhos confuso e viu que já estava no andar de baixo, em pé no lado da escada olhando para o nada, confirmando que ficou perdido em seus pensamentos. Kimama lambeu os seus lábios secos e respirou fundo. — Patty agora está em boas mãos. Vamos torcer para que ele fique bem logo.
— Desculpa pelo que irei dizer, mas não estou preocupado com ele, quer dizer, um pouco, porém estou perdido e confuso aqui, não sei o que pensar. O que está acontecendo? O que ele quer que você me conte? O que você esconde de mim, Kim? O que é de tão grande que faz de tudo para eu não saber. Por favor, me dê uma luz, estou perdido.
Kimama se sentiu fraco do estômago, impotente e desorientado. Ele não queria revelar aquilo, contar os seus 12 anos de prisão e violência, não queria, mas estava sem saída. — Ok, ok. — assentiu. — Eu vou contar, mas por favor, não me interrompe e o que irei dizer... por favor, só... Eu não sei.
Cameron rapidamente foi de encontro a ele o abraçou, o shifter lobo viu como o seu companheiro estava pálido e assustado. Ele o pegou e o levou para o sofá. — Aqui está bem? Você está bem?
— Pode ser aqui e não, não estou bem. — deu de ombros. — Mas tenho que lhe dizer.
— Tome o seu tempo, Kim. Mas só me diga.
O nativo assentiu e fechou os olhos, meditou por alguns segundos tentando reunir os seus pensamentos, quando viu que estava um pouco melhor ele começou a falar. — Você lembra do cara que veio aqui para me propor um estágio de seis meses em Paris como estilista aprendiz?
Cameron assentiu. — Claro que sim, o nome dele não era Maicon... Maicon Teller? Lembro que eu odiei, pois você aceitou.
— Sim, foi o maior erro da minha vida, mas infelizmente não tem como voltar atrás. Mas é só isso que você sabe?
— Sim. — Cameron franziu o cenho. — Eu pensei que você voltaria, principalmente depois que eu fui capturado por caçadores, mas você nunca veio.
Kimama fechou os olhos. — Não eram caçadores, nunca foi caçadores. Foi o Maicon, o cara que me levou para Paris, ele fez isso com você, fez isso para que eu não voltasse, foi minha culpa e a dele. Começou quando eu estava animado para voltar para casa, pois não estava aguentando ficar longe de você e da minha família, mas ele não queria isso, pois estava lucrando comigo, então ele foi para o meu ponto fraco, você.
..........
As suas malas estavam quase prontas, faltava pouco para arrumar tudo e finalmente voltar para casa, para sua família e principalmente, o seu noivo.
— Oh Cameron. — ele suspirou e pegou na aliança. — Estou voltando.
— Kim... Oh, vejo que está com quase tudo arrumado.
Kimama se virou e sorriu para Maicon, o cara que era a razão por estar ali, o cara que viu seus desenhos e roupas e gostou, o que fez ir para Paris. — Oi Maicon, sim. Estou ansioso para voltar para casa. Animado, na verdade.
Maicon era quase da sua altura, só quinze centímetros mais alto, além de ser branco e ter os cabelos castanhos. — Mm, pena que você deva ir. Tem certeza que mesmo ir embora? Paris te ama, a moda do mundo te ama e deixar assim é um ato digamos que, terrível. É seu sonho.
Kim suspirou e fechou a mala. — Eu sei, foi o meu sonho desde que nasci, mas se o seguir vou deixar minha família e o amor da minha vida para trás, não quero isso. Eu amei a experiências aqui, foram bons, mas não melhores porque Cameron não está, então vou pegar o que aprendi e fazer em casa, do lado dele.
Maicon assentiu e se virou. — Ok. Eu tentei te convencer a ficar por bem, mas vamos ver agora. Tive que tomar medidas drásticas.
O nativo sentiu um arrepio em sua coluna e franziu o cenho sem entender. Um sentimento ruim o tomou. — Que medidas, Maicon? Do que você está falando?
O dono da agencia virou a cabeça de lado, mas sem virar o corpo, e lançou um olhar frio e calculista. — Siga-me. — dito isto ele saiu do quarto.
Kimama olhou para a mala que estava em cima da cama e em seguida para a porta, sem ter outra saída ele foi atrás de Maicon. Passou pelos conhecidos corredores da mansão do humano e estranhou ao entrar no escritório dele. — O que estamos fazendo aqui?
— Sente-se. — Maicon disse e acenou para a cadeira em frente à mesa do escritório. — Você quer ir embora ou estou enganado?
— Não.
— Pois bem, mas tenho um problema. Um grande problema e isso envolve milhões de dinheiro, por sua causa. Então, você só tem uma única saída. E se você tomar a de sair daqui, não será nada bom para ti.
O estilista estreitou os olhos. — Você está me ameaçando?
— Eu nunca ameaço. Eu faço. — Maicon disse. Ele pegou um controle pequeno de cor preta e brincou com objeto. — Vou colocar uma vídeo conferencia e depois de ver, quero sua resposta definitiva de ir ou ficar.
Sem esperar uma resposta ele apertou o botão e a televisão de 52 polegadas ligou.
Kim viu um homem forte e um olhar frio, ele ficou sem entender nada.
— Chefe? — O cara da imagem falou.
— Mostre-me. — Maicon disse.
O cara assentiu e se afastou. A imagem e sons a seguir fez Kimama paralisar, o sangue fugiu do seu rosto e uma forte tontura o pegou.
— C-ameron? Cameron! — A raiva o pegou e quando ia saltar da cadeira para enfrentar Maicon, duas mãos pesadas o prendeu. — O que? O que você fez? Seu desgraçado!
Maicon tinha um sorriso abordado em seu rosto, olhava afiado e com um leve divertimento para o shifter lobo. — Chegou sua escolha. Você só tem duas opção, ficar e seguir minhas regras ou ir embora e encontrar o seu companheiro morto, se ficar ele vive. Então, meu querido filho, qual é sua escolha? Está nas suas mãos a vida dele, mate ou deixe vivo.
Kim olhou impotente. O seu olhar ficou vidrado na TV, nas imagens grotescas que passava. As imagens era de seu companheiro que parecia desacordado e estava sendo chicoteado por um chicote de lamina afiada, ele tinha marcas profundas em seu corpo, Kim via sangue por toda parte e em umas delas chamou a sua atenção, principalmente uma em seu rosto que reluzia uma luz prata, o que fez engasgar-se, era prata e aquilo dificultaria a cura do lobo de Cameron.
— Tic, tac. O relógio está batendo, qual é a sua resposta, meu querido filho?
Se sentindo sem saída e com medo, Kimama decidiu a única coisa que estava em seu alcanço, aquela que salvaria o amor da sua vida e acabaria decretando o seu futuro.
— Ok, eu fico. Mandem eles pararem e solte-o, agora!
— Sem problemas. — Maicon abriu um enorme sorriso. — Cameron vive e você, você está nas minhas mãos e seguirá tudo o que eu disser. A partir de agora Kim, você será meu e por favor, chame-me de pai, é o que irei ser agora para você.
Maicon caminhou até Kimama, afastou as mãos dos seus seguranças e fez com que seu peito ficasse nas costa do shifter, logo em seguida sussurrou em seu ouvido. — Sinto algo que daqui para frente tudo irá mudar, para melhor... querido.
..........
— E foi assim que aconteceu, eu fiquei e você se salvou, porém isso não quer dizer que eu fui o herói, nunca fui. Minha culpa o aconteceu contigo, de te pegarem e de te torturarem, eu te coloquei em risco, em dor... as cicatrizes são amostra do quanto eu fui imbecil, tolo, ganancioso. Mas eu recebi o meu castigo, depois disso tudo mudou. Ele me tirou da casa e me colocou junto com os outros e me amostrou de primeira mão a verdadeira face da moda, uma face feia, horrorosa.
Cameron estava sem reação, chocado pelo que acabou de ouvir, mas ao ver a expressão de dor e de angustia no nativo, ele rapidamente o puxou para os seus braços e sentiu Kim tremer, viu que o seu companheiro chorava silenciosamente.
— Oh meu amor, não se culpe, pois você não teve escolha, foi obrigado a aceitar essa decisão, você me salvou... esse monstro, ele está de volta, não está? Oh Kim, o que aconteceu depois?
Kimama soluçou, mas antes de poder falar Edgar e o médico, junto com a enfermeira desceram as escadas.
— Espero que não esteja interrompendo nada. — Edgar disse preocupado.
Kim rapidamente limpou o rosto e se levantou para ir encontro ao Doc. Com a expressão angustiada ele indagou sobre o estado do seu amigo.
— Não se preocupe, ele está bem, porém adormece. Estava muito desidratado, tinha alguns ferimentos profundos que tive que pontilhar, os outros fiz curativos e agora está no soro, tem que ficar de olho nele, pois tem que tomar três e sugiro que deem algo leve quando ele acordar, mas ao mesmo tempo forte, sugiro canja ou caldo de carne. Mas de resto, ele está bem e se recuperará logo.
Kim e os outros suspiraram aliviados. — Muito obrigado Doc, depois acertarei as contas contigo.
— Sem problema e não se preocupe com isso.
— Bem, eu sei que liguei bem na hora do almoço. Eu acabei de fazer o daqui, os convido para almoçar conosco, ou melhor, com o Edgar. Tinha o convidado para almoçar, mas aconteceu isto. Então, vocês aceitam? — O nativo indagou.
Karolina sorriu e negou com a cabeça. — Obrigada pelo convite, certeza que está maravilhoso a comida, mas tenho que voltar para casa, tenho duas crianças que me esperam e uma que ainda não consegue andar. — riu. — Mas tenho certeza que o Adoette aceitará, né?
O médico acabou rindo. — Oh Karol, você escutou a minha conversa?
— Eu e o resto do consultório.
Edgar olhou curioso. — Conversa?
Adoette sorriu sem graça. — Com o meu namorado, ele me ligou dizendo que teve uma viagem de última hora a trabalho, então não poderia fazer o meu almoço...
— Oh, sinto muito. — Cameron disse. — Mas já que está aqui, almoce conosco, por favor.
Sem saída o Doc acabou aceitando, o que trouxe alegria para o único humano na sala. Karolina saiu logo em seguida os deixando, assim eles se dirigiram para cozinha, porém Kim e Cameron acabaram deixando os outros dois na cozinha e saíram para outro lugar da casa, onde poderia retomar a conversa.
Eles escolheram a varanda do quarto deles, assim podendo ficar em privado e respirando o ar limpo da floresta.
— Quando você se sentir pronto.
O nativo assentiu e fechou os olhos. Ele estava sentado com as pernas encolhidas na cadeira que ali tinha, estava de frente para a varanda e um pouco de lado para o seu companheiro. — Depois o que aconteceu contigo, a minha decisão, tudo mudou. Eu deixei de ser um estagiário e amigo de Maicon, passei a ser estilista, modelo.... e um animal de estimação do papai.
Respirou fundo. — Depois que ele me mudou de casa eu conheci os meninos, o Adrian e o Patty, além de outros, mas os dois foram que mais fiquei amigos. Eles já estavam a bastante tempo, eu os vi antes, mas não nunca nos falamos, mas quando me mudei ficamos grudados, viramos melhores amigos, sempre juntos em todo momento, compartilhando a dor, a esperança de sair dali e tentar ser felizes, mas nunca foi cem porcento.
..........
Kimama olhava para as ruas de Paris pelo vidro do carro, os seus olhos estavam vermelhos e lágrimas desciam lentamente. Antes nunca pensou que um dia estaria morando em Paris e realizando o seu sonho, mas agora ali estava ele quebrado e com uma vontade de sair daquele carro e correr para casa, foda-se sonho, foda-se Paris, o nativo só queria o aconchego da sua mãe, do seu irmão, de ver Cameron, de abraça-lo, de cuidar de seus ferimentos e se ajoelhar para pedir desculpar, perdão, mas não podia e nunca poderia, estava preso no seu próprio sonho, que agora era pesadelo.
— Estamos perto de chegar, querido! Você vai amar os meninos e ah, quero que comece o quanto antes a nova linha de outono, você terá ajudar dos outros garotos, eles são excelentes.
— Foda-se!
— Olha o palavreado, não te eduquei assim, filho.
— Você não é o meu pai, desgraçado. — ao terminar de falar o cara que estava do seu lado deu um murro em seu rosto, a dor explodiu e sentiu gosto de cobre em sua boca. — Filho da puta.
Maicon riu. — Logo você se acostumará e saberá se comportar. E eu sou o seu pai, aceite. Você não tem mais família, namorado, casa, você só tem a mim e ao trabalho.
— Você pensa que irei ficar aqui, na primeira oportunidade irei sair, mas antes, irei te matar.
— Oh, tão ingênuo. Ah, chegamos, a sua nova casa. Lar Doce Lar.
Kim olhou para fora da janela e viu um enorme muro, o portão se abriu e eles entraram dando de cara com uma enorme casa e vários seguranças ao redor dela, parecia a Casa Branca, de tão segura, porém isso não era nada bom.
Maicon parou o carro e desceu acenando para o cara do lado de Kim, com força bruta o segurança o fez sair do carro, quase o fazendo beijar o chão.
— Sua mãe nunca te ensinou a ser gentil não? — Kim disse se ajeitando e estreitou os olhos para o cara, que abriu um sorriso.
— Ela estava muito ocupada fodendo para tal coisa.
— Que pena! Estúpido.
— Já pararam de bater o papo de garotas? Vamos, quero te deixar e ir embora, tenho uma viagem para fazer, mas amanhã estarei de volta, para você.
— Não faço questão, demore o quanto quiser, melhor. Nunca volte.
Maicon sorriu. — Adoro o seu humor, a valentia em seu olhar, isso me excita. — ele se aproximou e pegou no queixo do nativo o fazendo olhar para si. — Você me excita, a bravura, a confiança que você tem e até mesmo, o olhar de medo que você reluz quando olha para mim, me sinto poderoso.
— Larga-me. — Kim o empurrou. — Nunca toque em mim. — as suas garras apareceu. — Nunca.
— Não tenho medo do seu lobo, ele é inofensivo. Lembra? Você já tentou me atacar na hora que viu o seu ex-namorado ser torturado, você nem triscou em mim. Conforme-se, você não tem mais poder de nada mais, eu que mando em ti, em todos.
Kimama cuspiu nele. — Vá para o inferno.
O crápula limpou o rosto em seguida lambeu a mão contendo a saliva do nativo. — Iremos todos juntos, querido. Vamos entrar, já perdemos muito tempo aqui. Leve-o, não o machuque muito, ainda não.
O segurança de Maicon o prendeu e bruscamente o levou até a enorme casa, ao entrarem o nativo deu de cara com vários garoto da sua idade, alguns ele conhecia de vista, era os mesmo rapazes que trabalhava na maldita agencia de Maicon, estes caras estava na mesma situação que ele se encontrava.
— Por favor, chame os outros, Dylan! — Maicon abordou um jovem de cabelos caracolado e de olhos azuis.
— Sim, papai! — o rapaz assentiu e rapidamente saiu subindo as escadas.
Não demorou muito e logo a enorme sala estava cheia de rapazes.
— Acho que você devem já conhecer o Kimama, está conosco faz 6 meses, mas a partir de hoje estará fazendo parte do nosso quadro, permanentemente.
— Me pergunto do que você o ameaçou para estar aqui.
Kimama procurou quem disse aquilo e encontrou dois rapazes em a frente dos outros, um era negro e de lindos cabelos cacheados o outro, quem falou, era branco como papel, cabelos loiros com mechas vermelhas.
— Olá Patty, que desprazer de vê-lo. Adrian. Não importa de como fiz faze-lo ficar aqui, o que importa agora que ele é um de vocês. — Maicon se virou para Kim. — Agora essa é a sua nova casa, seus irmãos, sua família. Lembre-se, se tentar fugir, pessoas morrem. Seja bem-vindo, filho querido!
..........
— O que houve exatamente nesse lugar? Nesses doze anos? Por que não pediu ajuda? Você sempre vinha nos visitar, porquê?
— Eu não podia, nem podia vim aqui, mas ele me deixou, com uma regra. Só deixaria vim se me comportasse e para deixar bem claro isso me deu guardas shifters e se eu contasse, Maicon deixou bem claro: todos morreria. Eu aceitei, era a única coisa lógica a se fazer. Foi difícil vim para casa, ter um gosto de liberdade, era doloroso que eu não podia ter você, de ter você me odiando. Acabou comigo. — respirou fundo. — A outra parte, a parte que eu odeio, que tenho vergonha só de lembra. Eu jurei que nunca ia falar a ninguém, mas...
Cameron estava sem palavras, estava com raiva, com uma vontade de socar a parede e de chorar, mas se manteve firme, pois via em Kimama que ele não estava bem, estava quebrado, assustado, com medo e pior, não olhava em seu rosto e ele temeu.
— Quando ele me deixou na casa, descobrir um pouco tarde do que se tratava aquele lugar, foi só quando Maicon chegou com um cara shifter, aproximadamente de quarenta anos, foi que eu percebi, ali era uma casa de prostituição de luxo. — lágrimas desceram pelo seu rosto. — Eu virei garoto de programa nas horas vagas, porque Maicon queria mais dinheiro, muito dinheiro, e usava os seus funcionários para tal, num contrato e em ameaças. Eu fui forçado e não tinha saída... Não pense que eu não lutei, foi o que eu mais fiz naquela porra de lugar, mas só piorou... ai meu Deus.
O beta não aguentou e puxou Kimama para os seus braços, o abraçou fortemente e chorou junto com o seu companheiro. Ele tentou acalmar o nativo, falou que Kim não tinha culpa, que ele foi completa vítima, mas shifter estava destruído para tentar se livrar da dor, da culpa, de tudo.
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Fazia só três dias que estava naquela casa e odiava tudo, estava preso, sem saída, guardas perambulava, guardas shifter, ele não tinha como lutar, sozinho não, porém a única coisa boa daquilo, era os seus mais dois novos amigos, que odiava aquela situação igual a si.
Adrian e Patty, um brasileiro e um irlandês de sangue italiano, dois rapazes que sabia o que estava se passando consigo e tinha uma razão comum do porquê aceitou ficar. Os dois foram ameaçados, se saísse, a sua família morreria.
Kimama suspirou e limpou as malditas lágrimas, ele nunca pensou que iria chorar igual chorava agora. — Odeio isso! Odeio. Oh Cameron. Sinto amor, sinto muito. Foi minha culpa, meu estúpido sonho, porquê? Oh mãe natureza, porquê? Eu me odeio, me odeio. Não posso ficar aqui, enjaulado, sendo ameaçado, com medo.
Ele fungou e escondeu o seu rosto entre as pernas. Ele estava sentado num espaço da janela do seu quarto que dividia com Adrian e Patty. A janela que tentou quebrar para fugir, mas não deu muito certo, pois tinha um sensor no lado de fora, ao sair, alarmes disparou. Levou uma surra dos seguranças, para aprender a não escapar, porém isso nunca o faria desistir.
Momentos depois Kim foi tirado do seu breve cochilo por batidas na porta. Desorientado ele se levantou e caminhou até ela, ao abrir deu de cara com Maicon, no mesmo instante ele tentou fechar, mas foi impedido pelo crápula.
— Boa Tarde, querido! Estava com saudades. — disse Maicon ao entrar.
Kimama suspirou e se afastou dele e do cara que estava acompanhando Maicon, o homem tinha cheiro de shifter, apostaria sua perna direita que era uma hiena.
— E é? Sinto muito que não posso dizer o mesmo, venha daqui a uns mil anos, ai poderia dizer que estaria com saudades, que tal?
— Engraçadinho. Olhe Maron, eu te disse que ele era quente, suas palavras afiadas, o seu olhar bravo.
O cara, que agora soube o nome, Maron, sorriu e assentiu. — Você está certo, irei me divertir muito. — ajeitou a sua calça. Kimama sentiu e viu a excitação de Maron.
— Vocês querem privacidade para fazer "amor"? Fiquem a vontade, mas não na minha cama, por favor.
Maicon riu. — Não querido, você entendeu errado. Quem vai fazer "amor" és tu. Acho que esqueci de lhe falar do que se trata esse lugar e ninguém te avisou, não é mesmo?
Kim sentiu um calafrio na sua espinha. — Como?
— Você está em pé na maior casa de prostituição de luxo, querido. Ricos e famosos vem a esse lugar para brincar com os meus meninos e você é a principal atração. Maron é o seu primeiro cliente, espero que seja bonzinho.
O nativo entreabriu a boca e por segundos ficou paralisado, processando o que acabara de ouvir e a sua primeira ação foi o seu lobo, que se rebelou, fazendo as garras e dentes afiados aparecer.
— Em seu sonho. Ninguém me toca. — ele uivou e se afastou. Porém, os outros dois na sala parecia achar divertido a forma de Kimama, dando de ombros para sua ameaça.
— Não tem saída, nem tente fugir. Esse é o seu destino, o seu futuro. — Maicon sorriu maldoso. — Minha prostituta e se contente, pois os únicos caras que passará a dormir serão homens de sangue azul. Sortudo, hein?
— Repito: Ninguém. Me. Toca. — falou pausadamente. — Irei lutar até o final, até eu morrer. Filhos da puta. — Kimama deixou seu lobo sair e pulou em cima de Maicon, o atacando, deixou suas garras passear pelo corpo humano, tirando pele e sangue, fiapos de roupa, porém ele acabou se esquecendo do outro cara no quarto, todavia foi tarde quando sentiu alguém atrás dele e em segundos sentiu algo perfurar sua pele, que fez uivar de dor e se afastar de Maicon.
Desnorteado e confuso, ele se afastou, porém se assustou ao ver que estava mudando, pior ainda quando percebeu que estava muito debilitado, até para dar passos em seu quarto. Kim olhou fragilizado e viu Maicon sangrado e o outro cara com um objeto em mãos e seus olhos se fecharam e foi para a escuridão.
Não soube quanto tempo ficou desacordado, mas quando acordou em sua cama totalmente despido, sangrando, ele sabia que o pior tinha acontecido, o seu pesadelo de ter o seu corpo violado, de ter o seu corpo totalmente despido e tocado por um estranho.
Kim se sentiu sujo, imoral, envergonhado, humilhado, não aguentou e começou a chorar, enojado, o que fez vomitar no chão do lado da cama.
E o único pensamento seu era a morte, ele não queria ficar mais nenhum minuto naquele lugar e a morte era a forma mais fácil de sair daquele pesadelo.
..................
Kimama não aguentou e saiu dos braços de Cameron, ficou em pé tremendo. Lágrimas descia descontroladamente, seu coração palpitava, sua vista estava embaçada, estava frágil, quebrado, envergonhado e tantas outros sentimentos.
— Eu fui vendido como uma mercadoria, tocado, violado, humilhado. Estou sujo, por dentro e por fora, uma aberração. Sou uma vergonha, fui passado por mãos de outros homens por dinheiro e tudo isso, minha culpa. Eu fiz isso acontecer, eu... eu.... Eu tentei de tudo para escapar, lutei tantas vezes, que chegou uma hora que desistir.... — ele fechou os olhos e se encolheu.
— Tentei me matar, mais de dez vezes, porém nunca tive êxito. Eu tentei porque eu não aguentava mais, não aguentava me sentir uma mercadoria, um objeto. Sou sujo, imundo, imoral, o que aconteceu, foi culpa minha. Foram 10 anos sendo um objeto, torturado, batido, humilhado... eu... eu, mereci. — respirou fundo, sentiu o chão sumir, suas pernas ficarem fracas. — Está de volta, tudo, ele está vivo, acho que não tenho forças para enfrentar, enfrentar a minha vergonha, humilhação... enfrentar o meu pesadelo.
— Kimama... — Cameron se aproximou dele, porém o nativo o afastou.
— Não me toque. — balançou a cabeça. — Não me toque. Estou sujo, você não deve se sujar mais comigo. Pensei que daria para viver minha vida do zero, mas parece que não, não suporto ver as imagens do que aconteceu, a culpa... eu... eu.... — Kimama não aguentou e acabou desmaiando.
Ele caiu no chão sem dar tempo de Cameron poder segura-lo, todavia o shifter lobo correu ao seu encontro e o colocou em seus braços, gritou pelo Doc, chamando ajuda e no mesmo momento acariciava o rosto adormecido do amado.
— Oh meu amor, você não tem culpa, não tem! Por favor, entenda, por favor. Acorde, acorde Kim! Eu te amo, serei forte por ti, serei seu escudo. Esse monstro vai se ver nas minhas mãos, nunca mais ele irá te fazer sofrer, nunca mais. Eu te amo. — chorando Cameron fechou os olhos e encostou os lábios nos de Kim. — Você não é sujo, você é puro. Meu amor.
Continua...
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Obrigada por acompanhar/comentar, até logo amores. Beijos e abraços.
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