Capítulo 14 - Caixa de Pandora

— Então, eu vou indo. Tenho que ir para casa, tomar um banho e ir trabalhar. — Edgar falou se levantando da mesa. Ele tinha dormindo na casa do alfa, no antigo quarto de Kim. — E obrigado por me deixar ficar a noite aqui.

— Não precisa agradecer. — Meda disse a ele. Ela se aproximou do humano e pegou em sua mão. — E fico feliz que meu filho e você agora são amigos e você é muito bem vindo aqui, espero que venha aqui mais vezes.

Edgar sorriu doce. — Foi um prazer e pode deixar, irei visita-los. Gostei muito de conhecer e conversar contigo, infelizmente já está na minha hora, tenho que ir trabalhar. E obrigado pelo café da manhã, sua comida é excelente, com certeza virei mais vezes.

Meda riu e assentiu. Ela apertou carinhosamente a mão dele. — Certo. Vou te deixar até a porta.

— Não precisa. Pode ficar e continuar o seu café da manhã. Tchau, Hana.

A bruxa acenou para ele e continuou a beber o seu café.

— Ok, tchau e se cuida. — Meda ficou de ponta de pé e o beijou no rosto.

Edgar sorriu surpreso e devolveu o beijo, depois de se despedir ele deixou a cozinha deixando as duas para trás e foi na direção da saia. Quando ficou no batente da varanda, o humano respirou fundo e sorriu, era quase onze hora da manhã, estava um pouco com ressaca, mas o café e a comida deliciosa de Meda o fizera bem, nem sentir dor de cabeça nem sentia mais.

Comer era bom.

— Porra, papeis. Não fujam. Merda. — Edgar franziu o cenho e se virou na direção da voz e bem na hora um papel bateu no seu rosto e ficou.

— Oh. — Surpreso ele tirou o objeto da sua face e viu um pouco longe o dono dos seus sonhos molhados de joelho pegando vários papeis do chão, agora sabia qual era a origem do papel que tinha em mãos.

Sorrateiramente ele se aproximou do Doc, mas antes de abrir a boca ele foi surpreendido pela fala de Adoette.

— Edgar, Bom Dia. — O Doc falou ainda pegando os papeis.

Confuso Edgar se abaixou e pegou alguns papeis que estava ao seu alcanço. — Como você sabia?

Adoette ergueu a cabeça e olhou para ele. — Lobo, lembra? — Sorriu.

Edgar riu. — Tinha esquecido.

— E também o seu cheiro é maravilhoso. — Ao terminar de falar o Doc percebeu o que tinha dito e no mesmo instante baixou a cabeça e olhou para os papeis fingindo que aquilo era a uma coisa bem interessante.

O humano entreabriu a boca surpreso, mas se sentiu um pouco feliz. — Oh, acho que isto é uma coisa boa. O meu cheiro. — Riu e deu de ombros.

— Sim, é. — Adoette sussurrou. E muito. — Mal que me pergunto, mas o que está fazendo na aldeia tão cedo?

— Ontem teve uma pequena festa de comemoração para Kim e Cam, os dois finalmente estão juntos, morando na mesma casa. Me convidaram e a festa foi até a madrugada e acabei dormindo na casa do irmão de Kim.

— Oh, fico feliz pelos dois. Agora vejo do porquê Yukiya não foi trabalhar hoje.

— Yukiya é o japonês, certo? — O Doc assentiu. — Digamos que ele ficou bem alegre na festa e quase que não ia para casa.

Adoette gargalhou deixando Edgar encantado pela a melodiosa risada do shifter. — Não sentimos efeito de álcool, um pouco, mas quando bebemos muito, muito mesmo, porém acho que ele dormiu demais. Todavia fico feliz que ele esteja se divertindo, ele vem estudando e trabalhando demais, merece uma folga.

— Vejo que você é um chefe compreensivo, isso não vemos todo dia.

Adoette tomou coragem e ergueu a cabeça. — Pode ser. Eu acredito que um funcionário feliz, faz o seu serviço melhor, do que um funcionário triste e amargurado.

— Eu sou assim também, por isso que sempre recompenso os meus funcionários e o que recebo é o excelente trabalho de cada um.

— Mal que me pergunto, de novo. — Os dois riram. — Você trabalha em quê?

— CEO, empresa da minha família, no momento eu estou sendo o manda chuva, o meu pai não estava aguentando o serviço e se aposentou o quanto antes, mas também ele teve dois ataque cardíaco, o trabalho estava o desgastando, mas agora tá de férias e se divertindo com a minha mãe, madrasta, mas vejo ela como mãe.

— Entendi... E ah, obrigado pela ajuda. Às vezes eu sou muito destrambelhado. — Os dois se levantaram e ficaram um de frente para o outro, ambos sem jeito e com a face corada.

— De nada. E quem não é destrambelhado? Quando era mais jovem vivia fazendo as coisas caírem da minha mão, mas depois controlei isso... depois que acidentalmente deixei cair um café muito quente no colo do dono da maior empresa dos EUA, juro, depois daquele dia eu quis morrer. — Adoette não se controlou e soltou uma risada.

— Hey, não ria do meu vexame. — E de brincadeira ele bateu de leve no ombro do Doc e por um instante o humano queria que sua mão ficasse ali e sentisse os músculos por de baixo da roupa.

— Sinto muito, mas não me venha dizer que depois foi engraçado. — Adoette falou rindo.

Edgar revirou os olhos. — Ok, você me pegou. Agora é engraçado, mas na hora lá eu estava me cagando de medo, principalmente por que fiquei com medo dele não fazer um acordo de bilhões de dólares com o meu pai, mas para a minha surpresa, do meu pai e dos outros na reunião. O cara riu e só pediu um pano molhado.

— Deixa adivinha, ele assinou o contrato?

— Sim, o que fez meu pai não brigar comigo, só pediu para não deixar mais isso acontecer.

— E agora você se polícia para não acontecer acidentes.

— Sim. — Assentiu. — E agora não derrubo mais nada como antigamente, só quando estou muito nervoso para tal.

Adoette sorriu. — Entendo. Então, o papo está bom, mas preciso ir para casa, já está na hora.

— Oh, sim. Desculpa prendê-lo aqui.

O Doc negou com a cabeça. — Não se preocupe, eu amei conversar com você, foi divertido.

— Vejo que gostou do meu acidente com o cara, na próxima lhe contarei outros vexames meu.

— Adorarei. Então até logo, Edgar.

— Até, espero ver você de novo. — Eles se despediram e o humano ficou parado vendo o Doc andar até sumir de sua vista.

Ao ver que não via mais Adoette, Edgar suspirou e foi na direção do seu carro. — Oh, esse homem. Jesus, por que você só coloca homem gostoso e comprometido no meu caminho? Acho que joguei pedra na cruz, pedra, pau, ferro, dancei Macarena em cima para merecer isso. — E Edgar se assustou ao escutar uma risada vinda da casa e ficou surpreso ao ver Meda encostada na varanda.

— Que susto, Meda!

Ela riu. — Sinto muito, mas escutei tudo e que coisa, hein?! Mas não se preocupe, Jesus sabe o que faz e se ele colocou em seu caminho, é por um bom motivo.

Edgar estreitou os olhos. — Você sabe de algo e não quer me dizer, desembucha.

Meda gargalhou. — Paciência, querido, paciência. Na hora certa você saberá e quem sabe, com o médico gostoso e solteiro.

— Que Deus te ouça. Que Deus te ouça.

Meda sorriu. Ele vai ouvir, pois o Doc é...seu companheiro.

[...]

— Hora de acordar. — Cameron disse suavemente ao tocar o ombro do seu parceiro, que dormia tranquilamente em seu peito. — Amor!

Kimama resmungou e continuou com os olhos fechados, fingindo que estava dormindo, o que causou risos ao shifter. — Eu sei que você está acordado, nem adianta fingir.

— Se você já sabe, deve ter percebido que não quero acordar. Quero continuar aqui, está quentinho e confortável. — Ele disse manhoso e no final escondeu o seu rosto no peito desnudo de Cameron.

O beta riu ainda mais e acariciou os seus longos cabelo. — Sei que está confortável aqui, mas já se passa de uma hora, ainda temos que arrumar as suas coisas, colocar no guarda-roupa e colocar seus objetos no quarto.

— Você é sem graça, sério que você vai me tirar daqui para arrumar? Ah não, bebê.

— Sim, bebê, sim! — Cameron falou com um sorriso no rosto. — Sei que você está cansado e ainda com sono, dormimos tardes e ainda fizemos amor, mas já está na hora de acordamos, precisamos agilizar isso.

— Tá, você venceu. Mas espero que você me recompense no final. — Kim se mexeu e bolou para o outro lado da cama, ele suspirou e olhou sonolento para o amado. — Ok?

Cameron sorriu. — Fechado, agora levanta, preguiçoso.

— Calma. Estou indo.

E assim os dois se levantaram e foram direto para o banheiro, ignorando as roupas jogadas no chão e as várias caixas ao redor do quarto. Já que os dois estavam já desnudos, aproveitaram e tomaram um banho em conjunto, o que fez o banho ir além, se tocaram, se beijaram e acabaram fazendo amor no box do banheiro, os pombinhos parecia que estavam de lua de mel e muito necessitados um do outro.

Depois do longo banho, eles se vestiram e começaram a arrumar a bagunça, colocaram a roupa suja no cesto, mas quando a fome chegou, Cameron ficou encarregado de preparar algo, deixando Kim colocando as suas roupas no armário, que era do seu lado do móvel, o que fez o nativo ficar todo sorridente.

Cantarolando ele continuou a dobrar as roupas e as guardar, minutos depois Cameron voltou com uma bandeja.

— Vamos nos sentar e comer, uma pausa. — Cameron falou colocando a bandeja no chão.

— Amém! — Kim exclamou fazendo o seu companheiro rir. — O cheiro está tão bom. — Ao terminar de falar a sua barriga roncou.

— Vejo que está com muita fome, venha. — Ele acenou e rapidamente Kim veio para perto dele, assim ficaram lado a lado e passaram a degustar as torradas, os waffles e os ovos com bacon que o beta fizera.

— Comi demais, estou satisfeito e sei que se comer mais alguma torrada, eu expludo. — Kimama disse e escorou a cabeça no ombro do amado e sentiu o outro tremer ao rir. — O senhorzinho está rindo demais, mmm... Amo sua risada. — Declarou.

Sorridente Cameron o abraçou. — Estou rindo é porque estou feliz, muito. Então, vamos voltar para a arrumação?

— Ain, sem graça. — Protestou. — Mas ok. Continuarei a guardar as roupas, você pode ir pegar as coisas das caixas e guardar.

— Certeza? Não quer guardar as suas coisas onde poderá achar?

— Confiarei em você, qualquer coisa pergunto a ti.

— Ok, vamos lá.

Com isso voltaram a arrumar o quarto e quando Kim terminou o que estava fazendo, ele ajudou a Cameron, as caixas já estavam sumindo e o quarto ficando cheio de coisas do nativo.

— Amor, vem aqui. — Kim foi tirado dos seus pensamentos pelo companheiro e se virou, ao ver Cameron segurando uma caixa preta o seu coração acelerou e as lembranças viera como fogo. — Kim, tudo bem?

Ele sacudiu a cabeça e engoliu em seco. — Você achou a Pandora.

— Pandora? Será que se eu abrir, irei libertar o mal no mundo?

Kim sorriu. — Não, essa caixa é ao contrário do mito, nela guarda boas memórias. Pode abrir.

— Agora estou curioso. — Cameron não perdeu tempo e a abriu e logo Kim se juntou a ele. — Uau, tem tantas coisas.

— Pandora foi um meio de criarmos para guardar os únicos momentos felizes vivido por nós.

— Nós?

Kim sorriu e pegou o álbum que ali tinha. — Sim. Quando.... quando estava na Europa conheci dois garotos que estava na minha situação, viramos melhores amigos. Deixa apresentar a você. — Ele abriu e os seus olhos se encheram de lágrimas.

A primeira foto do álbum era dos três juntos, ambos sorridentes e com roupas de luxos, os seus sorrisos eram genuínos e os olhos brilhantes, escondendo a real situação. — Este aqui, de pele negra e de lindos cachos é Adrian, brasileiro e de sangue quente, mas o chamamos de A, este do meio é Patty, ou melhor, P. Ele é da Irlanda, mas ele é uma mistura italiana e irlandês. Éramos nós contra o mundo. Sinto falta deles.

Cameron sorriu ao ver as fotos, mas claro que o bichinho verde o picou. — Espero que vocês só tenham sido só amigos.

Kimama olhou surpreso, mas logo gargalhou. — Oh, bebê. Não tínhamos nada sexual, éramos como irmãos. E para você ficar relaxado, o A é hétero e o P disse na minha cara que eu não era o seu tipo, você está mais para o tipo dele.

— Desculpa, sei que não devo ficar com ciúmes, mas vejo nas suas palavras total carinho por eles, fiquei com ciúmes, mas não se preocupe.

Kim sorriu e puxou Cameron para um beijou. — Eu sei bebê e você é lindo todo ciumento. — Disse ainda com os lábios próximos e como resposta o shifter o beijou, deixando o nativo sem fôlego.

Depois de beijar o seu companheiro, Cameron pegou o álbum das mãos dele e olhou as fotos. — Por que você chama eles de P e A? Algum motivo?

— Sim. — Kim olhou distante. — Era um código só da gente, uma maneira carinhosa e segura da gente se falar.

— Oh, entendi. Coisa de melhores amigos... não vejo em nenhuma foto o Maicon, por que?

Kim sentiu uma imensa vontade de vomitar ao escutar aquele nome, reação que ele estava acostumado a sentir ao pensar naquele homem. — O pa... Maicon, não está ai por que é só uma coisa de nós três, ai nessa caixa não tem nenhum vestígio da existência dele.

— Ah, soube que ele tinha desaparecido, a três anos atrás. Como você se sente com isso, bebê?

Alivio, paz, esperança, justiça e felicidade. — Não sei como falar isso, foi pesado o sumiço dele, mas certeza que está morto e num lugar melhor. — No inferno, espero.

— Ah, oh... E esse colar? — Cameron indagou ao mexer na caixa. Kim sorriu e pegou o objeto, o colar era de ouro e tinha a letra K encravada de joias.

— A gente estava passeando pelas ruas de Londres quando vimos uma joalheria, já que iríamos passar um mês lá, encomendamos três colares e cada um com a letra inicial do nosso nome. A, P e K.

— E porque você não usa?

O nativo deu de ombros. — Não tenho uma resposta para isso, mas o não por usar não tira a grande importância desse colar e das recordações que ele traz.

— Verdade. Aqui tem muita coisa e certeza que para você é um mar de recordações.

— Sim. — Kim olhou para ele e sorriu, mas logo recordou de algo, o que fez tomar a caixa de Cameron e começou a vasculhar, o que deixou o shifter sem entender.

— O que está fazendo?

— Espera ai, um momentinho.... Achei! — Kim exclamou ao tocar num pendrive. — Pega o notebook para mim, por favor!

— Certo, o que tem ai? — O beta se levantou e foi até a escrivaninha, onde pegou o notebook e voltou para onde estava.

Sorridente Kim plugou o objeto e acessou as pastas. — É para você, foi feito a quase dois anos, por assim dizer.

— É uma gravação?

— Sim. — Kim deu play e deixou o vídeo seguir.

O vídeo começou com a imagem de Patty mexendo na câmera e ao terminar de posicionar ele se afastou e sorriu para ela. — Pronto, meninos. Está gravando. — Ao terminar de falar, Patty foi empurrado por um Adrian com uma garrafa em mãos e foi ai que Cameron percebeu que os dois estavam quase bêbados.

— Oh, que legal. — Adrian soluçou. — Oi gostoso, sou o Adrian, amigo do seu namorado...Cameron não entendeu nada do que o cara falou, o que fez o nativo gargalhar do seu lado. — Kim, vem aqui. — E foi ai que Cameron viu Kimama, ele tinha um enorme sorriso no rosto e parecia o mesmo que estava do seu lado, mas os três no vídeo irradiavam completamente felicidade e satisfação.

A, você está falando em português, o Cameron não vai entender nada.— Kim disse rindo.

Adrian riu e assentiu, fazendo os outros dois gargalharem. — Peço desculpas, Cameron de Kim, quando estou bêbado troco as palavras, falo português, um pouco de inglês e muito palavrão. Né garotos? Ah, como amo vocês. Como amo comemorar, estou tão feliz, finalmente... — E Patty empurrou Adrian para fora da câmera. — Hey, olha minha garrafa, Guri! Custou os olhos da cara.

Patty negou com a cabeça e voltou o olhar para a câmera. — E assim você conheceu o Adrian, não se preocupe, ele é gente boa...

— Tem alguns parafusos soltos. — Kim complementou.

Mas vocês me amam. — Adrian voltou para a câmera já sem garrafa em mãos. — Até o Cameron vai me amar, pena que sou hétero, se não pegava ele.

Kim revirou os olhos. — Tu nem pega mulher e quer pegar o meu homem.

— Não sei o A, mas eu pegava o seu Cameron sim. Meu Deus, você é muito gostoso. — Apontou para a câmera. — E Kim tem sorte de ter você e se você está vendo esse vídeo, você está com ele, olha... Transem muito, se beijem, porque não aguento escutar a ladainha de Kim.

— Hey. — O nativo exclamou.

Adrian empurrou Kimama e puxou Patty para a câmera, deixando o outro para trás. — P está certo, K passa 24/7 falando de você, o quanto você é inteligente, bonito, sensual, romântico, gostoso, bom de cama.

— Ele fez tanta propaganda que até cheguei me apaixonar por ti, mas você é dele e espero que você o perdoe e que faça o nosso K feliz, ele é o nosso irmão, se não fizer ele feliz.

A gente, oh desculpa... A gente vai atrás de você, estamos falando sério.

Kim gargalhou e se enfiou no meio deles. — Para de falar isto, irei voltar para conquistar o meu homem, vocês vão ver, ele vai me amar de volta, irei morar com ele. Irei até convidar vocês para o nosso casamento.

— Amém, alguém aqui tem que se casar. — Patty falou. — E Cameron, cuide do nosso K, ele merece ser feliz, Kim é o melhor cara que conhecemos, é o nosso irmão mais velho e amamos ele muito, então... SE ACASALEM LOGO, PORRA.

— Tenham filhos e coloquem o nosso nome neles, é uma ordem. — Mandou Adrian.

Kimama gargalhou e olhou diretamente para a câmera. — Esses dois aqui é a minha família pelo mundo e o que eles dizem é verdade, Cameron, se você está vendo esse vídeo saiba que eu nunca te esqueci e amanhã mesmo estarei voltando para casa, para seus braços.

Patty e Adrian gritaram e bateram palmas e acabaram fazendo Kim pular junto com eles, a dançarem ao redor e minutos depois o vídeo chegou ao fim.

Quando o vídeo terminou Kim tirou o pendrive e o silêncio se fez, mas as seguintes palavras do seu companheiro o fizera ficar paralisado e emocionado.

— Adrian e Patty é um belo nome para duas crianças.

— O quê?

Cam olhou para ele sorrindo. — Quem sabe num futuro teremos um Adrian e Patty correndo pela casa e pode dizer aos seus amigos que iremos fazer muito sexo, muitos beijos e que finalmente você está aqui, comigo. — E Cameron o beijou apaixonadamente.

[...]

Algumas semanas depois...

— Então meninos, podem ir para casa, irei fechar a loja mais cedo. — Dakota disse limpando as mãos, ganhando total atenção de Atisla e Hopi.

— Por quê? — Indagou Hopi, ele estava sentado com os pés em cima do banquinho.

— Porque hoje é sábado e merecemos uma folga. Vão para casa, descansem e ficam com a família.

Atisla e Hopi se entreolharam e com um sorriso faceiro o nativo cutucou Dakota. — Isso me cheira um vampiro esperando você em casa.

Kota pulou e riu em seguida. — Não, quer dizer... Um pouco, mas a gente trabalhou muito essas semanas e Hopi precisa ir para casa e ir pros braços do meu irmão e loiro, você vai ter que parar de trabalhar.

— O quê? — Hopi gritou assustado.

— Você está gravido e não pode ficar em pé muito tempo, sua barriga vai crescer, seus pés vão inchar e você não vai aguentar o ritmo como antes.

— Mas...

— Ele está certo. — Atisla concordou. — Olha Stan, ele deixou de dar aula para cuidar de Mapi, depois veio Jade, você tem que tirar alguns meses para você e o bebê.

— Eu sei, mas não gosto disso, não quero ficar em casa trancado, é chato.

— Sabemos, olha, você tem a casa do seu pai, a loja para visitar, Stan e os outros, só não pode se esforçar mais. Agora vamos, vou te deixar em casa.

— Não sou aleijado. — Hopi reclamou.

— Eu sei. — Kota revirou os olhos. — Mas quero ver meu irmão e ficar um pouco com vocês para poder voltar para casa.

— Mmm, que tal você almoçar lá em casa? Atisla, quer ir? — Hopi sugeriu.

— Acho melhor não, quem sabe na próxima.

— Por quê? — Dakota indagou. Eles já estavam tirando os jarros que estavam fora da loja e colocando para dentro.

— Porque vocês merecem um tempo a sós, em família.

— Mas você é da família.

— Eu sei. — Atisla sorriu para Dakota. — Quem sabe na próxima. Agora vamos pegar o resto das coisas.

— Se você diz, mas na próxima não adianta recusar, irei arrastar você. — Hopi ditou.

Atisla riu e continuou a ajudar Dakota, não demorou muito para eles terminarem, depois os três seguiram por caminho diferentes e assim Atisla foi sozinho para casa, mas alguns metros antes de chegar o seu telefone tocou e ele atendeu sem ver quem era.

— Alô?

— Oi, Ati, aqui é o Sebastian. — Ao escutar a profunda voz do seu companheiro Atisla paralisou. — Er, espero que não esteja te interrompendo nada, sei que está trabalhando, mas liguei por que queria perguntar algo... Ati? Você está ai?

— Oh. — Ele rapidamente voltou a si. — Sim, estou aqui sim, oh... O que queria perguntar?

— Bem. — Arranhou a garganta e continuo a falar. — Se você queria sair num encontro comigo hoje à noite, só nós dois, para jantar, se não tudo bem, eu entendo.

— Claro. — Atisla gritou, mas rapidamente se recompôs e respirou fundo. — Sim, eu aceito.

— Bom. — O lobo podia sentir o sorriso no rosto do vampiro só pelo tom de voz, o que deixou feliz. — Te pegarei de sete e meia, pode ser?

— Ótimo, te esperarei.

— Estou ansioso para te ver, tenha um ótimo dia, Atisla, Beijos. — E o vampiro desligou.

O nativo de olhos de cor de jade ficou paralisado com um enorme sorriso no rosto, só recordando o que o vampiro lhe dissera, mas não demorou muito e saiu do seu estado e correu para casa, ele estava feliz.

Ao chegar em casa o nativo deu de cara com os seus irmãos vendo um filme de suspense que não conseguiu identificar qual era.

— Chegou cedo hoje. — Hunter comentou ao vê-lo fechar a porta. — Isto quer dizer que fará o nosso almoço, que bom.

Atisla revirou os olhos de brincadeira, ele estava sorrindo. — Pois é, Dakota liberou antes das onze. Não se preocupem, farei algo simples, não agora, claro.

— O importante é você que vai fazer, odeio a comida que Hunter faz, se isso é chamado de comida, pois tem gosto de queimado. — Ao terminar de falar Hunter acabou jogando uma almofada em Hanzel, causando risos a Atisla.

— Se comportem, vou para o meu quarto. Depois faço o almoço, mas quem lava é vocês. — E ele correu para o quarto deixando os seus irmãos reclamar da tarefa.

Quando chegou em seu quarto Atisla tirou os tênis e a camiseta, o que fez lembra-se de que roupa iria hoje, ansioso ele foi para o seu armário e fez uma careta ao ver as peças.

— E agora? Não sei o que usar hoje à noite, bem, mãos à obra... Queria ser o Kim, aquele ali sabe do assunto, bem, todos sabem melhor do que eu. — Atisla suspirou e começou a procurar uma roupa decente.

A noite...

E pela milésima vez Atisla estava de frente para o espelho, já tinha se trocando umas dezenas de vezes, o seu quarto tinha roupa espalhada, o seu guarda roupa nem se fala, mas não ligou, pois ele queria ficar bonito para o vampiro, para o seu primeiro encontro com o seu companheiro.

— Essa tem que servir. — Ati olhou novamente e suspirou. — Vai dar certo, tem que dar.

— Vai dar certo o quê? — Hunter indagou, ele estava escorado na porta e olhava curioso para o seu irmão e ao falar Atisla acabou levando um susto.

— Pirralho, bata na porta antes de entrar.

— Eu bati. — Hunter falou como se fosse óbvio. — Você que não atendeu. Está todo arrumado, vai para onde?

— Não te interessa. O que está fazendo aqui, hein?

— Chato. — Mostrou a língua. — A mãe ligou, ela disse que hoje não viria para casa, pois vai ter que dormir na empresa por causa de um projeto e ela falou que não era para você deixar Hanzel e eu sozinhos.

Atisla arregalou os olhos. — O quê?

— Foi o que ela disse. — O irmão de Atisla disse se encolhendo. — Se quiser ligar para ela...

— Ah não, Sebastian, o encontro... Ah não. — Ele sentiu uma enorme vontade de chorar e antes de poder derramar sequer uma lágrima, Hanzel entrou gritando no quarto.

— Ati, Ati...

— O quê foi? — Ele pegou o pequeno e o parou.

Hanzel respirou fundo. — Um tal de Sebastian está na sala esperando por você.

— Fodeu! — Atisla exclamou.

Continua...

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