Capítulo 1 - Lobo de Olhos Dourados
Sexta-feira
Hopi estava deitado no sofá com um ventilador quase em cima dele, mas também quase fazia 40 graus.
— Hopi. — Gritou Dona Carmem, mãe de Hopi. Fazendo que o mesmo quase cair do sofá com o susto. Hopi ligeiro se levantou e gritou: — Que é?
— Venha aqui e me ajude a levar essas malas para o táxi. — Ela disse, ou melhor, gritou. Ele quase se esqueceu de que a sua mãe ia passar o final de semana fora, a casa ia ficar só para ele. Não pense besteira, ele era um filho perfeito.
Depois que Hopi ajudou carregar as oitos malas, você não leu errado, foram oito malas. Parecia que colocaram pedra dentro, Dona Carmem às vezes exagera quando vai viajar, ela parece que tem uma síndrome, pois tem medo que precise de alguma coisa e não tenha na viagem. Como uma vez que eles foram para a Suíça, no inverno, e adivinhe o que ela levou?! Dois pares de biquínis, sim, isso mesmo e ainda ele lembra o que ela disse: — Vai que a gente ache uma piscina com água aquecida?! — Eles não acharam piscina, mas havia uma hidromassagem no quarto que ela se apossou e nem deixou Hopi entrar nela.
Os braços de Hopi já estava já estava doendo de tanto carregar mala, e ele tinha certeza que o taxista estava rindo dele.
"Quem ri por ultimo ri melhor, quem vai tirar as malas no aeroporto vai ser você", Hopi pensou, e então começou a rir descontroladamente. Sua mãe e o taxista o olharam estranho, fazendo o seu rosto aquecer de vergonha.
— Bebê, vem dar um abraço na tua mãe. — Carmem disse com os braços abertos.
— Mãe, não me chame de bebê, eu não sou mais criança, já tenho 18 anos. — Hopi falou indo abraçá-la. Ele ia sentir muita falta dela, principalmente por que ia ficar sozinho nesse final de semana. Hopi não tinha muitos amigos, poderia dizer que ela era a única amiga dele.
Ela deu um beijo na cabeça dele. Sua mãe era mais alta do que ele. Bem, todo mundo é mais alto do que ele, para quem tem 1,57 e pesava 47 quilos e parece um anão de jardim. Depois da despedias e muita choradeira da parte da mãe dele, ela foi embora e ele ficou na porta. Mais um final de semana sozinho.
Depois de assistir alguns anime online, Hopi foi tomar banho. Já era de noite, fazendo esfriar o clima, ainda bem, pois a tarde parecia que ia derreter. Hopi entrou no banheiro e ligou o chuveiro. A água bateu na pele pálida, que nele fazia um contraste atraente. Depois de um belo banho tomado, vestiu uma camisa que era duas vezes o número dele e vestiu uma cueca boxer, e foi para a varanda do quarto. Uma suave brisa batia ali.
A vista que Hopi estava vendo era magnifica. Ele e sua mãe moravam perto de um bosque, e a varanda de Hopi era privilegiada pela linda vista de árvores. Ele morava ali desde que nasceu, e ele ainda lembra-se do pai dele, que morreu quando ele apenas tinha uns cinco anos. Mas ele nunca lembrou foi do porque da morte ou do enterro, ele só lembrava-se da sua mãe dizendo que o pai dele não estava mais entre eles, e foi fazer uma viagem. Quando ele era pequeno, não sabia para onde ele foi, mas quando ele cresceu que deu contar que o pai não foi viajar e sim que o mesmo estava morto. No final, nunca perguntou a sua mãe sobre o pai, pois ainda via a tristeza nos olhos dela. A solidão em seus olhos, e sabia que o trabalho é a linha de escape dela.
Com a vista da varanda, Hopi pegou no sono na rede que tinha privilégio de ter, e acordou um tempo depois com uns sons de uivos que fez ele se assustar e cair da rede. Ele ficou com um pequeno hematoma na perna esquerda, o fazendo praguejar. Ele olhou para as árvores, e percebeu uns sons de moitas se mexendo, o fazendo se arrepiar e ao mesmo tempo ficar com curiosidade.
Hopi se aproximou mais da varanda, até encostar-se ao parapeito da mesma. Ele olhou com curiosidade, mas lá fora estava muito escuro e ele forçou os olhos até se acostumar à escuridão e percebeu olhos dourados olhando para ele. O menino pulou de susto e percebeu que esses olhos eram de um lobo, um belo lobo. Desde pequeno Hopi era fascinado por lobos, até que uma vez, quando ainda pequeno, sonhou com um lobo. Olhos dourados. Sim, por isso parecia bem familiares, já tinha visto esses olhos em seu sonho.
Hopi olhou admirado para o lobo, que o mesmo começou a andar para perto da varanda e percebeu que o belo lobo estava mancando da pata esquerda, fazendo Hopi suspira.
Como o lobo estava perto da luz da varanda, Hopi viu como lobo tinha uma pelagem preta e era maior que os outros lobos normais.
O menino olhou com tristeza nos olhos, pois o belo lobo dos olhos dourados estava ferido. Hopi não se o preocupou que aquele animal poderia ser selvagem e atacá-lo. Depressa se virou e desceu do quarto o fazendo tropicar nas escadas, mas conseguiu segurar no corrimão e evitou uma queda das grandes seria mais uma para lista dele.
Quando chegou perto da onde o lobo, o mesmo batia nos ombros dele, Hopi ficou surpreso por que ele não ficou com medo do lobo, pois o mesmo transmitia segurança. Ele achou estranho, mas se aproximou mais perto do lobo.
O lobo parecia olhar para ele com admiração. O garoto achou besteira e balançou com a cabeça para dissipar esses pensamentos. Hopi com coragem levantou a mão e com surpresa o lobo respondeu e abaixou à cabeça fazendo com que sua mão acariciasse o pelo lindo lobo. Descobriu que a textura da pelugem era macia. Acabou chegando mais perto e começou a cariciar o pelo. Quem visse de longe acharia uma linda cena e ao mesmo tempo assustadora, pois um enorme lobo estava sendo acariciados pelo belo menino dos olhos azuis cobalto.
— Quem fez isto com você, Olhos dourados? — Perguntou Hopi ao lobo, claro que ele fez a pergunta sem esperar a resposta. Mas para a surpresa dele o lobo começou a lamber o rosto, como se tivesse dizendo que estava tudo bem, que não precisasse se preocupar.
Hopi com a atitude do lobo começou a rir, fazendo o lobo pula de susto e depois começou a abanar o rabo como se tivesse feliz por ouvir a risada dele. Realmente a risada de Hopi era contagiante, uma risada que era gostosa de ouvir, e quando ele ria o mesmo tempo fechava os olhos e as covinhas dele apareciam o fazendo mordível. O lobo parecia fascinado, pois ficou só olhando e nem piscava, pois parecia que não queria perder a linda visão que estava tendo. Depois que Hopi terminou de ri, ele percebeu que o Lobo não parava de olhar, o fazendo ficar sem jeito, o rosto começou a ter uma tonalidade avermelhada, os olhos do lobo parecia que estava vendo através dele, causando um arrepio em Hopi.
Uns barulhos de pegadas interromperam o momento, fazendo que o lobo ficasse de guarda, as pegadas ficaram mais fortes, mas parecia que ia a outra direção, e alguns segundos depois um forte uivo foi escutado. O lobo dos olhos dourados olhou para Hopi com os olhos tristes, Hopi não entendeu nada, até que o Lobo correu e seguiu em direção do uivo. Hopi ficou confuso, pois quando o lobo correu era como se tivesse perdido alguém.
Ele queria ficar mais tempo com o lobo e com isso ele correu para dentro de casa, pegou a primeira calça que viu, e pegou a lanterna. Hopi correu na mesma direção da onde o lobo foi, com a lanterna ligada, Hopi desviou dos galhos e com a lanterna, foi seguindo os passos do lobo dos olhos dourados até ele escuta vozes.
— Kendall vem aqui! — Falou um homem encapuzado de preto com botas, onde a única parte descoberta era as mãos. Quando o homem tirou o capuz da cabeça mostrando o cabelo negro. A pele era um marrom-avermelhado.
Hopi se escondeu atrás da moita e ficou surpreso quando viu o homem e impulsivamente levou as mãos à boca, pois aquele homem era o seu pai. Hopi já estava com os olhos brilhando com as lágrimas, ele não a deixou a cair, até que ele viu o lobo dos olhos dourados que estava com a cabeça baixa, parecia que estava pedindo desculpa, até que Hopi viu caindo de bunda no chão.
No lugar do lobo agora estava um homem que Hopi ficou com a boca aberta, pois ele nunca viu um homem lindo como esse. A pele marrom-avermelhada, os cabelos que iam até os ombros, o maxilar forte, os lábios carnudos, que parecia que estava escrito: "Beije-me". E principalmente os olhos, os lindos olhos dourados, que fez Hopi comprova que o lobo tinha se transformado no belo homem. O belo homem estava totalmente nu, e foi inevitável que o olhar de Hopi seguisse em direção ao meio das pernas e o mesmo soltou uma exclamação fazendo assim chamando atenção para ele.
— Hopi! Os dois falaram.
Os olhos de Hopi pareciam que ia sair da órbita. Hopi tentou fugir só que o lindo homem o pegou pelo braço causando arrepios em Hopi, ele olhou para aqueles magníficos olhos dourados e o mesmo disse:
— Pequeno, não era para me seguir. — A voz surpreendente linda, uma voz rouca que causou mais arrepios no corpo de Hopi. O homem que parecia o pai de Hopi se aproximou.
— Filho! — Disse com a voz embargada, parecia que estava tentando não chorar. Hopi o olhou com confusão, pois aquele homem parecia o pai dele, mas ele sabia que o mesmo já estava morto, e principalmente, como o lindo homem que o estava segurando antes era um lobo.
— Como isso é possível? — Hopi indagou. — Como você virou homem? Você era um lobo antes. Quem é você que parece o meu pai? — Hopi perguntava igual a uma metralhadora atrás de uma resposta. Lágrimas já desciam do rosto pálido.
O homem dos olhos dourados puxou Hopi e o abraçou e disse: — Meu pequeno, calma, tudo que você querer saber, vou te explicar tudo. — Disse acariciando a cabeleira loira.
Hopi acabou acalmando em meio os braços do lobo como passe de mágicas. De alguma forma ele sentia-se seguro.
— Kendall está certo! Pequeno Hopi. Vamos para a minha casa. E lá te explicaremos tudo.
Hopi sem saída foi junto, o lobo, que se chama Kendall não deixou de abraçar Hopi, o mesmo ficou feliz por dentro, pois não queria de deixar de abraçar aquele corpo quente, mesmo que o mesmo esteja nu. Alguns homens que estavam ali se transformaram em lobos fazendo Hopi olhar admirado, pois aquilo era uma nova descoberta.
Kendall e o outro homem não saíram do lado de Hopi. Eles caminharam até chegar numa aldeia que parecia uma pequena, melhor dizer uma mini-cidade. Crianças brincavam, pessoas conversavam, mesmo sendo tarde da noite, até que eles os perceberam vindos e ficaram surpresos pelo estranho, que para eles não era tão estranho. Uma dessas pessoas era Dakota, que ficou surpreso pela chegada do estranho e ao mesmo tempo feliz, pois o seu irmão estava abraçado ao pequeno estranho, e correu aonde os recém-chegados estavam.
— Kendall, Kendall — Disse Dakota correndo e gritando para seu irmão.
Kendall o olhou e sorriu.
— Você o trouxe, — Dakota disse depois de chegar perto deles. Hopi o olhou surpreso e ao mesmo tempo assustado. — Oi, meu nome é Dakota, irmão do seu companheiro, espero que possamos nos dar bem. — Falou Dakota, com um enorme sorriso. O mesmo era mais alto um ou dois centímetros de Hopi, e tinha o cabelo até a cintura, e usava apenas uma calça azul. Os olhos do garoto eram impressionantes, pois o mesmo tinha os olhos verdes água. O mesmo parecia um pouco com Kendall.
Hopi ouvindo tudo aquilo, ficou mais confuso e perguntou:
— Companheiro? O que é companheiro?
Dakota escutando a resposta de Hopi ficou com um semblante triste: — Você ainda não contou para ele? — Disse para Kendall
— Ainda não irmãozinho, quando tudo acabar, você pode conversar mais com ele. — Kendall disse dando um aperto no ombro de Dakota, como o confortando.
A mente de Hopi estava toda bagunçada. Tudo novo, pessoas novas e novas descobertas. E principalmente, o que era companheiro? Por que o reconfortou muito quando ele foi chamando de companheiro de Kendall? Ele sabia que o homem tinha uma aparecia magnifica, mas o mesmo tinha tantos segredos, ele não sabia que estava preparado para saber a maioria.
Deixaram Dakota para trás e seguiram em frente até chegar numa casa que tinha uma linda varanda, com flores, cheias delas. A mãe de Hopi ia adorar de ver esse jardim, e foi então que ele se lembrou da sua mãe e ficou com o peito apertado, Kendall deve ter notado a sua angústia, pois ele deu um pequeno aperto no abraço e deu um beijo na testa de Hopi, o fazendo suspirar.
Quando entraram na casa era de tirar o fôlego. A decoração era magnifica. Kendall o fez sentar no sofá e sentou do outro lado. O outro homem ficou em pé e sem jeito, era uma cena bem inusitada, pois um homem tão grande e forte sem jeito era de se admirar. O mesmo soltou um suspiro e olhou para os dois e disse: — Bem Hopi, você deve estar todo confuso, até eu estou. Nem sei por onde começar. — Disse suspirando.
— Comece pelo começo. — Disse Hopi o olhando.
— O.K! — Disse suspirando. — Quando tinha quinze anos conheci a minha companheira, só que a mesma não era da aldeia, e sim da cidade, ela estava em um acampamento perto da nossa reserva e foi ai que a vi, me apaixonei logo de cara, pelos lindos olhos azul cobalto, o lindo sorriso que me encantou, além da aparecia ela me fez apaixonar pelo interior dela. Ela não sabia o que eu era, estava com medo de contá-la até que um dia ela me viu mudando e descobriu tudo. Ela ficou em choque, mas a convenci que eu e os outros lobos não seríamos uma ameaça, até um dia eu a chamá-la de companheira e ela me perguntou o que era se tinha algum significado. Expliquei que companheiros são dados pela mãe natureza, cada lobo tem um companheiro predestinado, sorte é aquele que o encontra, muitas vezes é difícil, mas quando o encontra é a melhor coisa que um lobo pode ter. Carmem, sua mãe, é a minha companheira. Eu, Manitú, sou seu pai. Quando sua mãe te teve, a gente morava aqui nesta casa, até saber que você não se transformou em lobo quando era criança, isso foi um choque, até descobrimos que você era um Ômega. Um ômega é muito valioso, a sua mudança estava demorando por que sua mãe era uma humana, até você completa a idade de que seus poderes estejam controlados dentro de ti o seu lobo vai vim à tona.
Hopi ficou sem palavras, pois aquilo parecia tudo mentira, mas ele sabia no fundo do seu coração que aquilo era tudo verdade. — Por que vocês estão separados? Por que minha mãe me contou que você estava morto? Você sabe como a minha mãe estar todos esses anos longe de você? — Disse Hopi com às lágrimas.
— Se eu pudesse anos atrás ficar com você, eu teria feito, mas para você aqui era perigoso, um ômega que não tem seu lobo pronto, seria um perigo para você e para aldeia, e sua mãe e eu concordamos que o melhor era nos separarmos, para que o perigo não chegasse até você. Para mim foi como me matar, separar de você, do meu filho e da mulher que amo foi a pior coisa que o destino fez para nós. Eu nunca deixei de acompanhar você crescendo, a sua festa de aniversário de sete anos, a sua primeira nota alta, a sua ida para o ensino fundamental e do ensino médio, sempre estava lá vendo. Eu estava louco para quando o seu lobo viesse à tona. Só que ele nunca veio. — Disse chorando.
Hopi vendo aquilo tudo, escutando aquilo tudo correu e o abraçou. Kendall tinha lágrimas, mas não a deixou a cair, ele saiu para não estraga o momento dos dois.
Manitú ficava só falando: "Meu querido filho. Que saudades".
Hopi nem conseguia falar por causa das lágrimas. O abraço do reencontro dos dois foi perfeito. Depois que os dois terminaram de chorar, eles ficaram só se abraçando.
— Sabe o que falta aqui?— Disse o pai de Hopi. — A sua mãe. — Disse com os olhos esperançosos.
— É, mas ela esta viajando por causa do trabalho, e ela só vem segunda.
— Bom, vou fazer ela vim amanhã. — Disse Manitú com um sorriso.
—Mais como? — Perguntou Hopi.
— Eu tenho o número da sua mãe, e é só dizer "Temos uma encomenda sua aqui" — Disse rindo e fazendo Hopi ri, o mesmo olhou para a sala e não encontrou nenhum vestígio de Kendall o fazendo ficar com semblante triste.
— Vai atrás de Kendall, que ele te explicar o resto. — Disse com um sorriso malicioso, o rosto de Hopi já estava mais de 50 tons de vermelho.
Hopi seguiu o conselho de Manitú e saiu atrás de Kendall, mas quando ele saiu da casa o encontrou sentando no chão da varanda ali estava Kendall, já vestido para a decepção de Hopi.
Hopi respirou duas vezes e falou: — Kendall!
Kendall se virou e o olhou com aqueles olhos penetrantes quase o fazia engasgar com a saliva, aquele lindos olhos dourados que o prendia de uma forma surpreendente.
— Sim pequeno. — Disse Kendall carinhosamente.
— Manitú, quer dizer meu pai. — Era tão bom falar essa palavra, e saber que o mesmo estava vivo, e bem perto de ti. — Ele disse que você ainda tem algumas coisas para explicar para mim.
— Sente aqui pequeno. — Disse Kendall apontando para o lado dele.
Hopi receoso se sentou. Sentiu o estômago revira. Seu coração batia mais de mil e as mãos parecia uma cachoeira de tanto suor. Hopi olhou para a mão esquerda de Kendall que estava próxima a sua coxa e isso o fez mais tímido, até que perceber que Kendall na forma de lobo estava com um ferimento e ali na mão estava só com um corte avermelhado, que parecia que o ferimento já tinha curado há semanas. Hopi com os olhos surpresos disse: — Kendall, cadê o ferimento da sua mão? — Disse apontando para a mão esquerda.
Kendall o olhou surpreso e percebeu a expressão de Hopi e riu, Hopi ficou admirado, pois aquela risada parecia uma nota sonora das mais belas que escutara na vida.
— Pequeno Hopi, essa é umas das coisas que devo te contar. Você não deve lembrar-se de mim, você era apenas uma criança. A gente se conhecia, eu tinha dez anos na época, quando você nasceu foi uma surpresa para mim. — Kendall disse sorrindo. O sorriso de Kendall era o mais brilhante que Hopi já viu. Ver aquele enorme homem sorrindo era encantador, fazia o coração de Hopi dá cambalhota. — Conhecer o companheiro é uma verdadeira sorte, eu vi você quando era um bebê e pensei comigo mesmo "achei o meu companheiro" pensei que era uma tremenda sorte, até você completar cinco anos e se levado para longe de mim, foi o dia mais triste. Ainda me lembro de você partindo com sua mãe. Eu não parava de chorar e dizia que aquilo era injusto, maldiçoei a mãe natureza, por dar o meu companheiro e tirá-lo dos meus braços num passe de mágica. — Disse Kendall chorando. — Desde aquele fatigo dia, eu ia escondido até a sua casa e ficava vendo você dormi. Anos se passava e você crescia e o seu lobo nada de aparecer.
Hopi estava sem palavras devido tantas descobertas. Ficou triste pelo que Kendall passou, pela angústia que o mesmo tivera. Lágrimas brotaram e o mesmo deixou a cai, Kendall vendo aquilo, o pegou e colocou no colo e se abraçaram. Aquele era o momento de Kendall coloca para fora as lágrimas de todos esses anos longe do seu pequeno Hopi, abraçado naquele que aprendeu a amar desde um moleque, aquele que tinha o seu coração, aquele loiro dos olhos cobalto que tinha o mais belo sorriso, fez com que o coração de Kendall acelerasse. O cheiro de Hopi era um delicioso cheiro almiscarado misturado com perfume das mais belas rosa da primavera, que o fez ficar um pouco excitado, o fazendo um pouco desconfortado e o rosto aquecem. Hopi não percebeu, se percebeu não disse nada.
— Ainda não terminei de contar, pequeno. — Disse Kendall limpando as lágrimas de Hopi, e dando um beijo em cada bochecha do mesmo, o loiro estava todo vermelho e com um tímido sorriso. Depois de limpar cada lágrima, Kendall fez que Hopi ficasse de frente para ele, com as pernas na cintura de Kendall. — Nós somos lobos, lobos negros. Somos capazes de mudar, pois somos shifter. A mãe natureza foi que nos fez assim. Aqui na alcateia o seu pai é o alfa, eu sou o Beta. E claro, os outros membros da Alcateia você ira conhecer. Os Ômegas são raros, pois os poderes do mesmo são muito cobiçados pelos alfas. O ômega é capaz de acalmar uma a alcateia inteira, isso já é o poder de todos os ômegas, mas cada um tem diferentes poderes. Os ômegas são sempre os menores de todos, mas isso não diz que o mesmo é fraco. Os ômegas sempre tem uma pelagem diferente da sua espécie, não sabemos que cor que seu lobo vai ser. Ah ia esquecendo! — Disse Kendall rindo, — Os shifter eles têm uma cura mais rápida do que um humano, eles envelhecem mais devagar do que os humanos, além de terem a audição, o olfato e a visão são dez vezes melhores do que um humano normal.
Hopi estava boquiaberto. Em um dia só ele descobriu que seu pai estava vivo, que um lindo homem é o seu companheiro - e parecia que o mesmo gostava dele - descobriu que era um lobo, mesmo que o lobo não tenha dado as caras, ele podia sentir o seu lobo interior. Tanta coisa que a cabeça dele doendo. Acabou soltando um pequeno bocejo.
Kendall o olhou com um pequeno sorriso, o acariciou na cabeça.
— Vamos pequeno, você está muito cansado pela noite de hoje, deve dormir e descansar. Kendall se levantou com Hopi nos seus braços. Parecia que ser um lobo tinha super força, pois ele levantou-o como pesasse como pluma não uma pessoa. Ele carregou Hopi para dentro de casa. Na sala não tinha ninguém. Hopi ficou olhando aonde eles iam. Eles subiram para o primeiro andar, e quando chegaram em frente a segunda porta a esquerda, Kendall parou e o colocou no chão. Kendall era muito alto, parecia que tinha uns 1,87 de altura, pois Hopi batia no peito musculoso dele.
— Vejo você amanhã? — Perguntou Hopi com os olhos esperançosos.
— É claro. — Disse Kendall.
Quando Hopi pegou na maçaneta Kendall ligeiro o pegou pelo queixo e começou a se aproximar. Os corações de ambos estavam acelerados. Os olhos de Hopi estavam cheio de desejo e expectativa. Em que Kendall tocou em seus lábios, e ele sentiu a textura dos lábios de Kendall, macio, com um gosto surpreendente, o fazendo suspirar, e se aproximar e colocar a mão no pescoço de Kendall.
O calor do corpo de Kendall o fez arrepiar. Ao tempo que os corpos se tocaram e o delicioso beijo compartilhado, o sangue de ambos escorressem para o sul, fazendo que Hopi interrompesse o beijo. Os lábios de ambos estavam inchados do beijo. A bochecha de Hopi parecia uma cartela da cor vermelha e a sua respiração ofegante. O desejo cru nos olhos de Kendall fez com que Hopi desse um rápido tchau e corresse para o quarto.
Kendall o olhou assustando, mas depois sorriu e até que sentiu aqueles deliciosos lábios no seu, era Hopi dando um ultimo selinho e voltando correndo para o quarto.
[...]
Don't tell me it's gone forever
Don't miss on our life together
Don't tell me it's part of life
To follow the lie
— Onde estar esse bendito celular? — Disse Carmem para si mesma. O quarto a onde ela estava era uma zona. As malas abertas, roupas em cima da cama, no chão, e o armário aberto e nada do celular. Já fazia quase meia hora que ela procurava o celular, mas com aquela bagunça. — Tenho que me organizar mais. — Disse deitada no chão olhando para debaixo da cama, até que viu o bendito celular tocando a fazendo soltar um suspiro de alívio. Ao pegar o celular o toque parou. Ela se levantou e o som de It's Gone-Mesh encheu a sala a fazendo a pular e não prestar a atenção aonde ia, atendeu sem ver quem era, pois pensava que era o seu filho.
— Oi Baby, já estou morrendo de saudades tua. — Disse Carmem, até que ela escutou uma risada muito familiar para ela, não era do seu querido filho, a risada fez com que ela ficasse paralisada. Já fazia muito tempo que não escutava essa deliciosa risada.
— Oi meu bem. — Disse a pessoa do outro lado da linha.
— Manitú. — Disse Carmem chorosa.
— Querida, temos uma coisa sua, minha aqui em casa, porque você não volta para casa?
— Não pode ser. — Disse com um sorriso de descrença. — Hopi esta ai? Como?
— Amor, quando você chega aqui te contamos, agora, arruma as suas cem malas e venha para casa, para nossa casa.
— Ainda não estou acreditando. — Disse chorando. — Estou voltando ainda hoje, Manitú, amor!
— Venha logo, te amo! — Disse desligando. As lágrimas do rosto de Carmem não eram de tristeza, e sim de saudades, esperança. Uma luz acendia para uma família se reunir de novo.
[...]
Hopi acordou no som dos pássaros, o sol já estava alto no céu, isso quer dizer que já passava das onze horas, o mesmo acordou desorientado, confuso. — Será que isso foi um sonho? — Perguntou Hopi para se mesmo. — Não pode ser! Esse não é o meu quarto ou a minha cama, então não foi um sonho. — Disse abrindo um sorriso. Tudo de ontem a noite veio na cabeça de Hopi, o pai, lobos, olhos dourados e o magnifico beijo. Quando ele pensou no beijo, soltou um suspiro e um enorme sorriso. As bochechas de Hopi estavam vermelhas, o olhar do mesmo estava sonhador, revivendo o momento que os seus lábios tocaram na boca carnuda de Kendall, seu lobo dos olhos dourados.
— Será que estou me apaixonando pelos olhos dourados? — Perguntou a si mesmo. — Nem faz um dia que o conheço, mas ficar longe dele parece doloroso, será que é a coisa de companheiro?!
Hopi se levantou, o quarto tinha um banheiro, ali ele escovou os dentes, tomou um banho. Ele estava só de toalha e quando saiu do banheiro e se deparou com uma muda de roupas em cima da cama que em cima tinha um bilhete.
Peguei umas roupas na sua casa, espero que não fique com raiva de ter mexido nas suas coisas.
Ass: Olhos dourados
Ps: Estou te esperando.
Hopi não acreditou que Kendall foi à sua casa só para ele ter que não vesti as mesmas roupas de ontem, e melhor ele sabia que Hopi o chamava assim, olhos dourados. Hopi com uma alegria imensa se vestiu ligeiro, passou um pente nos seus cabelos rebeldes e com um sorriso enorme saiu do quarto e desceu nas escadas. Quando ele chegou à sala, uma cena ele presenciou e não acreditou, ali em pé estava sua mãe abraçada a Manitú, uma cena que ele só presenciou quando era uma criança, e não tinha lembranças, lágrimas vieram nos seus olhos. Era tão lindo ver a sua mãe abraçada com seu pai, era um contraste bonito, sua mãe origem irlandesa com um nativo americano, as cores, o tamanho, diferenças que para eles que não importava, pois eles se completavam de um modo tão lindo, nesse momento ele pensou em Kendall, eles tinham umas enormes diferenças, mas para Hopi, ele amava essas diferenças, amava a cor da pele de Kendall, o sorriso, a altura, e principalmente o seus olhos.
A sua mãe o olhou para as escadas e encontrou o olhar de Hopi e acenou para ele, o chamou para o abraço em família, ele correu e jogou nos braços dos seus pais, ali ele se sentia em casa, muitas lágrimas vieram; o conforto, o calor dos braços da sua mãe, com os braços do seu pai fez com que Hopi se sentisse feliz, aquele era o seu lugar, isso era que ele estava sentindo falta nesses dezoito anos. Depois daquele caloroso abraço eles se soltaram, cada um tinha uma expressão de alegria no rosto, traços de lágrimas e o brilho no olhar.
— Então o seu lobo finalmente veio à tona? —Carmem perguntou feliz.
A expressão de Hopi antes feliz se tornou triste.
— Não mãe, o meu lobo não veio, foi um "acidente" que vim parar aqui. — Falou Hopi.
— Mais como? — Perguntou Carmem.
— Amor, vem, vamos deixar Hopi come alguma coisa, te explico tudo, enquanto isso Cameron e Stan pegam as suas malas. — Disse Manitú.
Eles foram em direção da cozinha, a onde lá estava uma senhora que tinha os cabelos mais longos que Hopi já viu, o mesmo era prateado, a mulher era bem baixinha, gordinha, a mesma o olhou com os olhos brilhando e foi na direção dele e o abraçou, Hopi sem entender nada a abraçou de volta e sem jeito.
— Meu menino. — Disse a senhora chorando.
— Ma, você está o sufocando. — Disse Manitú rindo.
— Não interrompa o meu momento, você o levou para longe de mim, levou o meu querido Hopi. — Disse Ma chorando. Hopi estava sem entender nada, mas viu a tristeza dela. Por incrível que pareça os dois tinham a mesma altura. Depois que Ma terminou de abraçá-lo e de chorar Manitú os apresentou àquela senhora na verdade era a sua avó, que o nome dela não era Ma e sim Meda, mas todos a chamava de Ma.
Hopi não viu Kendall na sala ou na cozinha. Ma o fez sentar e colocou quase a comida que tinha feito para ele comer, ele não ia recusar, pois o sorriso que ela tinha ele não queria estragar. Hopi provou aquela comida, que tinha um gosto divino, cada mordida era um gemido de aprovação. Enquanto ele comia o pai dele explicava a mãe dele o ocorrido.
— Alfa.
Hopi olhou para direção da voz que vinha na direção de dois homens, esses eram os mesmo de ontem á noite, eles estavam perto da porta. Um tinha uma tatuagem no ombro direito, ele era mais baixo, mas era robusto e os cabelos eram curtos, mas ele tinha uma pele mais clara do que os outros. O outro era mais alto, tinha uma cicatriz no rosto, os olhos dele foi o que deixou abismado, pois aquele olhos demonstravam uma enorme angústia e tristeza quando dizem que o olhar era a porta para a alma, não estavam errado, pois aquele ser tem uma enorme tristeza dentro de si, o coração de Hopi se apertou.
— Sim Cameron? — Disse Manitú
— As malas já estão no quarto. — Respondeu Cameron, Hopi soube que esse era o dono dos olhos tristes.
— Deixa-lhes apresentar, Hopi esses são os outros Betas, Stan e Cameron.
Cameron o olhou e percebeu que Hopi o estavam o olhando o fazendo desconfortável, parecia que Hopi estava vendo a sua alma, vendo o seu passado, vendo a sua grande miséria. Hopi já estava com o rosto vermelho, pois foi pego no flagra. O ar da cozinha ficou um pouco pesado. Uma fingida tosse de Stan fez com que o chamasse a atenção, fazendo que Hopi ficasse mais aliviado.
— Então você é o pequeno Hopi. — Disse Stan sorrindo.
Todos tinham que chamar de pequeno? Ele não era muito grande, mas também não precisasse passar na cara que ele era um anão. Mais com o sorriso de Stan a raiva desapareceu num instante, para que ficar com raiva por causa de um termo?!
Hopi sorriu e balançou com a cabeça, Stan era muito diferente do que os outros, não por causa da sua cor, mas sim da sua altura, pois até agora só viram homens do tamanho de uma montanha. Passos interrompeu os seus pensamentos o fazendo olhar ansioso para a porta esperando que fosse Kendall, mas para sua decepção não era e sim um homem, ele pensou que tinha visto homens altos, mas esse parecia que era do tamanho do monte Everest, o mesmo abraçou Stan por detrás e o beijou o pescoço do mesmo, com essa cena as bochechas de Hopi ficaram escarlates. Stan foi pego de surpresa o fazendo pular e depois o mesmo abriu um lindo sorriso, era lindo de ver, Stan sendo abraçado pelo enorme homem.
— Para de agarra a agarra na frente do meu filho. — Disse Manitú sério.
Quando Manitú falou o enorme homem olhou para frente, e percebeu que o mesmo tinha uma plateia, e para a surpresa de Hopi, o mesmo ficou envergonhado, o fazendo parecer um enorme urso.
— Desculpe Alfa. — O monte Everest se desculpou, os ombros do mesmo ficaram tensos.
— Estava só brincando, Tank, relaxa. — Disse Manitú desfazendo a cara seria e começou a rir.
— Hopi esse é Tank, o companheiro de Stan. — Completou Manitú.
Tank, agora Hopi sabia o nome do enorme homem, Tank soltou um suspiro de alivio e sorriu e mostrando uma covinha na bochecha esquerda.
— Manitú, sempre deixando o meu Urso sem jeito. — Disse Stan rindo.
— Vocês vão ficar parados ai, ou vão se sentar e comer? — Perguntou Ma.
Na mesma hora os três se sentaram fazendo todo mundo rir. Hopi já tinha enchido a barriga, com toda aquela comida, ele tomou coragem e perguntou: — Alguém viu Kendall?
— Quando eu vinha, eu o vi conversando com Anoki em frente à casa. —Disse dando uma mordida no muffins de chocolate.
Quando ele acabou de dizer, Hopi percebeu que todos estavam olhando um para o outro, com um olhar estranho de desconforto, o ar da sala ficou instável, menos Tank, ele não percebeu o que ele acabou de dizer tinha afetados os outros. Hopi quando escutou o que Tank disse ele se sentiu estranho, mas quando percebeu a reação de todos, ele ficou com uma pulga atrás da orelha, e quem diabos era Anoki?!
— Vá atrás do seu lobo. — Disse Ma para Hopi.
Hopi a olhou e todos estavam olhando para Ma com uma expressão indecifrável, parecia que todos sabiam de um segredo, menos ele. Hopi tomou o conselho de Ma e pediu licença, deixou a cozinha e continuou andando para fora da casa, ele começou a suar, pois com todo aquele mistério ele ficou mortalmente curioso para saber por que Kendall estava conversando com esse tal de Anoki afetaria todos eles.
Continua
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