Capítulo 13- Enxergar no Escuro

"Eu estou aqui..... Por você!

Thomas Evan estava cego.

O jornalista estagiário estava preso no escuro.

Sem respostas.

Cego de alma.

Como suportar andar em águas rasas que o afogam? Como aceitar suposições? Como acreditar e concretizar o certo e o errado sem saber ao menos a origem? Aceitar ser enforcado por mãos de vidro cortado, o sufocando, o torturando, ou prender a respiração e morrer?

Entregando tudo. Desistindo de tudo.

Não! Thomas pensou, não!

Thomas Evan estava convicto em descobrir a verdade daquela cidade, e não sairia dali até conseguir o que queria. Em seu quarto espaçoso que prevenia ataques de claustrofobia no hotel, abriu um notebook emprestado de Eric, onde estava anotando todas suas investigações e experiências que estava vivenciando, e pesquisou as últimas notícias da cidade na internet. Precisava dormir e descansar depois daquela viagem, mas estava tão confuso e desacreditado que não conseguiu. As frases que a mulher de cabelo longo disse no cômodo de baixo repetiam em sua mente. Eram coisas inacreditáveis, mas, estavam acontecendo. Thomas precisava de uma vez por todas aceitar o real e parar de acreditar na hipótese de que todos estavam loucos e aquilo não estava acontecendo, ou ele, ou ele estava louco.

Mas Thomas não estava louco. Ele sabia. O menino de um olho realmente pode controlar objetos e seres com a mente. As cinco crianças realmente foram enterradas sem seus próprios olhos naquele velório. Aquela casa realmente desapareceu com Tyler dentro em meio a neblina. A mulher de cabelo longo e ondulado realmente pôde controlar aquele assaltante. Aquilo tudo estava realmente acontecendo.

E em relação aos irmãos, os Morwoods, Thomas estava convicto de que estavam escondendo algo.

Assaltos, mortes de velhos de mais de cem anos, gatos e cachorros desaparecidos. Essas eram as notícias de mais de dez linhas da cidade. Depois de descer mais a página, Thomas leu algo que o interessou. Pouco acima das dezenas de artigos sobre o caso das cinco crianças assassinadas, havia uma notícia sobre um incêndio, ocorrido um dia depois que a polícia encontrou os corpos na floresta.

Não havia culpado. Não sabiam a origem do fogo. O momento exato que o incêndio ocorreu ou até mesmo por quanto tempo durou. Um incêndio misterioso sem nenhuma resposta. Thomas salivou.

Anotou no pequeno caderno de anotações o endereço da casa incendiada.

Desceu mais a página e pouco antes das dezenas de notícias dos assassinatos, estava mais uma notícia de incêndio.

Não havia culpado. Não sabiam a origem do fogo. Mas sabiam que o fogo começou em uma terça as aproximadamente 18:00, ao anoitecer, em outra residência.

Dois incêndios em menos de um mês, seria um mesmo culpado?

Anotou o novo endereço.

Três incêndios. Thomas desceu mais a página e depois de uma notícia sobre a organização do baile de gala estava mais um incêndio.

—Mas que porra? —Thomas sussurrou.

Novamente nenhum culpado confirmado. Alguma coisa estava acontecendo naquela cidade, e Thomas não via a hora de descobrir.

Anotou o novo endereço junto aos outros dois, formando uma lista de coisas a fazer, sendo as principais visitar os familiares das cinco crianças assassinadas e visitar os três endereços das casas incendiadas misteriosamente.

Leu um pouco do artigo sobre o tal baile de gala que aparentemente ocorria todo ano em Grinvield, e descobriu que a data estava perto.

Pouco a pouco Thomas conseguia enxergar aquilo tudo. Combater as dores e seguir em frente. Pouco a pouco começava a enxergar no escuro, ou ao menos tentava.

Esther Morwood, a linda jovem de cabelos dourados e olhos mais azuis que o próprio céu podia ser, repleta de paz interna, já não era mais a mesma. Em alguns metros do quarto de Thomas, Esther estava em choque olhando fixamente para a janela quebrada no corredor.

Esther e Helena começaram a escutar passos.

—Um acidente! —Esther sussurrou olhando para Helena. —Foi um acidente!

Virando a esquina do corredor um hóspede se aproximou.

—Escutei gritos e um barulho estrondoso. Está tudo bem aqui?

—Qual o seu nome rapaz? —Esther tentou agir o mais normal possível.

—Gorven.

—Está tudo bem por aqui Gorven.

—Um acidente. —Helena disse baixo. —Foi um acidente.

Em cerca de segundos mais hóspedes se aproximavam com rápidos passos.

—Não têm nada com que se preocuparem aqui! Voltem para os seus lazares. Desculpa pelo incômodo a todos! —Esther disse, novamente tentando agir o mais normal possível.

—Foi um acidente. —Helena repetiu.

Logo os hóspedes voltaram a seus quartos, menos um. Gorven Pugy.

Gorven sabia que aquela era Helena junto com Esther, a fugitiva poderosa que o ritual aprisionou para experimentos, mas não era o momento de tentar levá-la de volta à Glastonbury, ele possuía outros problemas maiores. Gorven desceu as escadas e por cada cômodo que passava procurava Hydra. Ficava mais aflito a cada lugar que passava e não a encontrava. O hotel era uma mansão gigantesca e mesmo assim parecia fácil andar pelos corredores. Acariciando o cabelo liso Gorven tentava se recompor. Ela não estava lá, pelo menos não na parte interior e permitida para hóspedes no hotel. Gorven voltou para seu quarto e em cima da cama percebeu uma chamada perdida de sua mãe no celular. Gorven voltou ao estado aflito. Tinha esquecido completamente o desaparecimento da irmã mais nova. Depois lembrou do livro do ritual desaparecido. O fato de que Helena Smith, uma arma poderosa do ritual, estava no mesmo local que ele era de fato muito recompensador para si, mas, iria alertar? Iria tentar capturá-la mesmo com os poderes que ela possuí? "Não eu não posso fazer isso, não agora" Ele pensava enquanto se sentava na cama. Lembrou do garoto de um olho só, e que ele ainda estava vivo, vivo não, consciente. Ele se deitou entrando em um colapso interno crescente extremamente doloroso. Estava tudo dando errado para Gorven Pugy. Talvez entrar naquele ritual e assumir aquelas responsabilidades e riscos não fosse uma boa ideia, mas agora estava feito, e ele estava em pranto desesperado, como se estivesse em uma guerra em que todos estavam contra ele o atirando com armas de alto calibre, repetidas vezes. Ele estava cego. Não conseguia enxergar uma saída daquele sofrimento, daqueles inacabáveis problemas. Mais do que nunca, ele precisava de uma solução, uma não, várias. Gorven precisava se recompor, e ao menos tentar, o mais rápido possível, enxergar no escuro.

Depois que os hóspedes foram embora do corredor Esther puxou Helena.

—Que porra foi aquela Helena? —Esther disse firme.

—A mulher que falei. Que me aprisionou. Que me entregou aos vendados e me torturou.

—Sua ex namorada?

—Prefiro que não a chame assim.

—Ok. Precisamos descer e torcer para que ninguém...

Esther pausou.

—Escute bem Helena, ninguém tenha visto o que você fez. Esse hotel está lotado de pessoas! É perigoso!

Esther desceu para a recepção, verificou se pelo menos aquela área estava vazia, e saiu para o jardim junto com Helena. As duas ainda estavam em estado de choque.

—Me desculpe. Não pensei direito. Foi burrice! —Helena disse enquanto caminhavam no jardim lateral.

—Tudo bem. Eu só espero que possamos confiar uma na outra, isso quer dizer que você precisa nos falar tudo Helena, tudo o que sabe.

—Isso inclui vocês também. Não sei nada de vocês ainda.

Esther sabia que Helena estava certa, mas possuía ego demais para admitir.

—Em algum momento vamos saber se podemos confiar em você, e você também saberá se pode confiar na gente.

—A funcionária disse que vocês trouxeram dois estranhos pra cá além de mim.

—Eric, o Eric trouxe.

—E vocês já confiam neles?

Esther não soube responder. Aquela era uma ótima pergunta. Os Morwoods podiam mesmo confiar no jornalista simpático e no menino inocente? Por mais que tenham passado tudo aquilo, Esther ainda não sabia responder aquela pergunta. Estava acontecendo tudo muito rápido. E as coisas estavam confusas demais para responder perguntas tão diretas. Visto que os Morwoods são donos de um hotel e diariamente têm um convívio com estranhos, aquela pergunta talvez realmente não tivesse uma resposta, aliás aquilo já fazia parte de seu cotidiano. Mas Esther estava em um declínio psicológico tão grande que não conseguia formular uma frase breve, então ficou em silêncio. Ela só conseguia pensar o quanto estava perdida e fora de controle diante toda aquela situação, e quanto mais se aprofundava naquilo tudo, mais ela sofria. Desde a morte de seus pais até aquele momento, ela estava cega, cega de emoções, cega de coração e sentimento, cega de momentos felizes nos quais ela não enxergava mais. Ela apenas se afogava em bebidas alcoólicas esperando que sua dor passasse com isso.

Helena percebeu o silêncio de Esther, mas não voltou a perguntar.

Andaram por alguns minutos circulando a mansão pelo jardim e entre arbustos encontraram Hydra caída.

Ela estava viva.

Helena suspirou, como um alívio.

—O que vamos fazer com ela? —Esther perguntou se agachando.

—Prendê-la.

—Tem certeza?

—Absoluta.

Esther ficou calada, e logo após Helena se agachou ao lado dela.

—Vocês querem respostas, não é? —Helena a encarou.

—Sim.

—Eu também. Ela... —Helena apontou para Hydra. —...sabe do que queremos! Ela vai falar. E se não quiser, nós vamos obrigar!

—Foi recente?

—O que?

—O que tiveram, foi recente?

—Sim.

—Você ainda sente alguma coisa por ela?

Helena não soube responder. Ela ainda amava a mulher que dizia ser o amor de sua vida? A razão pela qual ela era feliz? Ou ela esqueceu todo aquele passado e passou a odiá-la ao ponto de querer matá-la e a fazer sofrer? Helena não era capaz de responder, mas no fundo sentia saudades dos dias em que era feliz.

Esther percebeu que Helena também não tinha uma resposta e ignorou.

—Vou chamar os meninos. Eles vão nos ajudar a levá-la, ok? —Esther levantou.

—Ok.

Esther se encurvou e encostou sua mão direita no ombro de Helena.

—Ei... ela tá viva! É isso que importa, não é?

—Sim. —Helena sussurrou.

Na cozinha do refeitório estavam Luna e Eric. Eric tentava convencer Luna de que aqueles novos estranhos que trazia para o hotel eram confiáveis. Diferente de Esther, Eric tinha uma resposta para a pergunta de Helena. Ele realmente confiava em Thomas, ele gostava de proteger Liv, e os olhos de Helena brilharam para ele, sabia que ela era uma boa pessoa.

—Só estou dizendo que pode ser perigoso! Não haja como seu pai garoto. Seu pai era tão ingênuo como você! Você sabia que ele aceitou uma encomenda vinda de uma pessoa desconhecida, e eram drogas? —Luna se escorou no balcão.

—Meu pai era um traficante? —Eric riu.

—Sim, fiquei sabendo que recebeu um tráfico de duas crianças descontroláveis! Que até hoje estão vivas. Uma mulher que anda dormindo e só sabe beber álcool, e um homem que traz estranhos sujos e machucados para casa!

Os dois gargalharam.

—Ah! Já ia me esquecendo. —Luna se distanciou e abriu uma gaveta em um cômodo do outro lado da cozinha. —Um cara estranho que Tyler estava intrigado deixou isso cair no refeitório. —Luna voltou com um livro pequeno nas mãos, com uma capa amarela simples escrita "Olhos".

—Um hóspede?

—Sim. Chegou a poucos dias. Cara esquisito fica no quarto a maioria do tempo!

Eric agradeceu e pegou o livro.

—Nome?

—Gor... Gorlen... espera, não! A não lembro. Preciso verificar na lista da recepção.

—Ok.

—Eric... —Luna abaixou a cabeça. —Tô preocupada com o Tyler! Tem certeza que vocês não o viram?

—Infelizmente não o vimos Luna. —Eric mentiu.

—Filha da puta! —Luna gritou.

—O que?

—Meu carro a porra do meu carro. Tyler eu não acredito.

—Ele saiu com seu carro?

—Sim! Eu disse pra ele que não iria dar bom. Olha...

—O que?

—Vou passar a noite aqui. Assim que amanhecer eu vou ligar para a polícia...

—Não. —Eric a cortou.

—O que? Por que não? Ele pode estar em perigo Eric! Justo você, o cara que ajuda qualquer um que vê na rua não quer chamar a polícia?

—É complicado Luna. Mas só...por favor me prometa que não irá chamar a polícia, ok?

—Você não está traficando igual seu pai, está?

—Luna!

—Tá bom, tá bom! Entendi chefe. Mas a porra do meu carro está com aquele moleque. Meu deus se tiver acontecido alguma coisa com...

—O Tyler tá bem, eu garanto. Não se preocupe. —Eric a cortou.

—O Tyler não! Meu carro, idiota! Ele foi caro, sabia? Não sou rica de poder igual vocês Morwoods.

—Você é uma de nós Luna, uma Morwood.

Luna riu até ficar sem ar.

—Prefiro a morte! Ou as drogas do seu pai.

—Meu pai não era traficante. —Eric riu.

—E eu não sou uma Morwood.

A conversa foi interrompida quando Esther entrou no cômodo correndo.

—Eric? Preciso da sua ajuda. Urgente.

—Não me diga que trouxeram outro mendigo pra cá! —Luna disse.

—Não são mendigos Luna.

—E eu não sou uma Morwood, que isso fique claro! Bom, seja o que for, boa sorte, vou dormir. E espero acordar com o Tyler em cima da minha cama segurando meu lindo carro nas mãos.

Eric riu.

—Boa noite Luna, bom descanso.

Luna saiu do cômodo deixando Esther e Eric a sós.

—Quando vamos falar pra ela? —Esther perguntou.

—Do Tyler?

—Sim porra, ela se importa com ele. E você também deveria estar se importando, ele está lá por nossa culpa, preso.

—Do que você precisa que é tão urgente? —Eric disse a ignorando.

—Lembra da ex namorada da Helena?

—Sim.

—Ela tá aqui. Mais precisamente desmaiada.

—O... o que?

—A Helena a fez cair do segundo andar. Vamos prendê-la.

—Mas o que? Como assim?

—Ela sabe de tudo Eric. Ela é do ritual. Vai nos dar as respostas que precisamos.

—Isso é loucura! —Eric gritou.

—Loucura é você achar que vamos chegar em algum lugar usando uma criança como uma arma.

—Ok! Onde?

—Pensei na parte isolada onde os hóspedes não são permitidos de ir. Mas lá...

—O corpo está lá. E é perigoso.

—Sim. Sobre isso, até quando o deixaremos apodrecer dentro daquele armário?

—Até quando precisar.

—Ok. Mas a parte é grande. Podemos deixá-la no cômodo do canto esquerdo dessa parte da mansão. Aquele cômodo vazio em que a mamãe pintava telas.

—Pode ser. Chamo o Thomas?

—Não sei.

—Vou chamar. —Eric disse saindo do cômodo com o livro na mão.

Eric subiu as escadas deixou o livro escondido em seu guarda roupa, entre suas calças jeans que tanto usava, e foi até o quarto de Thomas. Ele ainda estava vendo notícias e casos da cidade. Depois de escutar o que Eric disse os dois desceram.

Era tarde, de madrugada, todos os hóspedes estavam dormindo, então os corredores estavam livres. Pela porta traseira da área da estufa Eric e Thomas carregaram Hydra até um cômodo distante da parte receptiva do hotel. Lá limparam o local e a amarraram em uma cadeira de ferro. O cômodo era totalmente fechado, sem nenhuma janela, apenas um tubo de ventilação no canto superior direito. Posicionaram a cadeira no meio do cômodo, ao redor ficaram alguns cavaletes de pintura, e no chão telas pintadas ficaram escoradas na parede. A mãe dos Morwoods amava pintar, passava o dia todo dentro daquele quarto pintando e pintando, quando as telas acabavam começava a pintar as paredes e o piso, deixando assim o cômodo como uma pintura. O teto era um céu renascentista, composto por anjos de roupas leves e utensílios dourados. As paredes se ligavam formando uma cidade, uma linda e florida cidade, em que não haviam prédios altos, carros buzinando, ou pessoas mórbidas cansadas de viver. Era uma cidade encantadora em meio a natureza, repleta de uma linda coloração, uma viva vegetação e pessoas felizes e sorridentes. O piso era um rio, ou um lago, depende da interpretação de cada um, pois a mãe dos Morwoods pintou até a porta do cômodo, dando a impressão que aquela corrente de água saía dali e continuava correndo em mais distantes quilômetros. O lugar não parecia agradável para aprisionar uma pessoa e a torturá-la até a fazer falar.

Eles certificaram uma última vez que Hydra estava bem presa, e amarraram um lenço em sua boca.

Eric saiu do cômodo e voltou com um balde de água fria, logo após jogou contra o rosto de Hydra, a fazendo acordar.

Ela começou a tremer e gritar com a boca enfaixada, soltando apenas resmungos. Parecia estar sentindo muita dor.

Os olhos de Helena estavam tristes.

Esther começou a sentir enjoo.

Eric pelo contrário, começou a bater em Hydra, a golpeando com o joelho.

—Eric! —Esther gritou.

—Não é isso que queria? —Eric gritou. —Han? Me responda Esther.

Ela desviou o olhar e saiu correndo do cômodo.

Thomas encarou bravamente os olhos de Eric, e também saiu do quarto.

—Ei! Ei! —Thomas gritou correndo.

—Não precisa vim correndo pra mim toda vez que eu fujo de uma situação dessas, ok Thomas? —Esther gritou chorando. —Já basta o escroto do irmão querendo ser o maioral em qualquer situação!

—Eu só quero ajudar!

—Eu estou bem. —Esther começou a andar para um corredor largo transversal ao que estavam, composto de enormes janelas.

—Ei, espera! —Thomas gritou, e depois a seguiu.

Ele a alcançou e a puxou.

—Você parece abalada, eu só quero ajudar! —Thomas disse com leveza na voz.

—Eu estou bem! Já disse!

Ele pegou em uma das mãos de Esther e entrelaçou seus dedos junto aos dela.

—Nada me abala jornalista. —Esther disse entrelaçando a outra mão.

—E se eu decidisse ir embora? Você não ficaria abalada?

—Eu ficaria mais feliz do que nunca!

Os dois riram.

—Olha... eu sei que é muita coisa para processar, mas eu estou aqui, tá bom? —Thomas disse se aproximando do corpo de Esther.

Os dois estavam de frente para outro, de mãos entrelaçadas.

O calor corporal de Esther se fundia ao de Thomas, e vice versa, os deixando aquecidos.

Thomas começou a limpar as lágrimas de Esther com uma de suas mãos, acariciando seu rosto.

—Eu estou aqui. —Ele repetiu. —Por você!

Thomas puxou o rosto de Esther com leveza lentamente para próximo ao seu, e a beijou. Os dois sentiram um frio na barriga ao sentir seus lábios derreterem um para o outro.

Continuaram ali por um tempo, diante a uma enorme janela de vidro invadida pela luz do luar.

Thomas passava uma de suas mãos nos cabelos de Esther, os acariciando com toques carinhosos, e com a outra entrelaçava seus dedos junto aos dela, enquanto a beijava.

Pela primeira vez os dois enxergaram. Os dois respiraram. Puderam finalmente sentir felicidade, liberdade e pureza. Encontram a luz que precisavam, bem ali, um no outro. O sentimento agradável que tanto corriam atrás para conquistar, agora corria fervente em seus sangues.

Pela primeira vez Esther e Thomas se sentiram bem...

Pela primeira vez Esther e Thomas...

Enxergaram no escuro. 

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