Futura lembrança
Estou sentada em um balanço enquanto penso em tudo o que vivi e irei viver, possivelmente sozinha. Faz anos que não o vejo, isso é muito tempo até mesmo para alguém como eu.
— Vovó! — fala meu neto passando pela porta e correndo pela casa até chegar no jardim onde eu estou.
— Como vai meu netinho favorito? — pergunto apertando suas bochechas fofas e rosadas.
— Eu sou seu único neto, vovó. E aquelas garotas não chegam aos meu pés — fala passando a mão no seus cabelos macios e escuros.
— Não seja tão egocêntrico, Tom. — reviro os olho e ele sorri. Meu neto se parece muito com ele.
— Eu desconheço tal palavra, minha senhora. Apenas sou um homem verdadeiro, uma pessoa como eu tem que ser exaltada o máximo possível. — fala gesticulando para cima e eu caio na gargalhada.
— Uma pessoa como você? — pergunto com a sobrancelha arqueada e ele estira sua pequena mão como se estivesse contando.
— Sou bonito, inteligente, atlético, charmoso, simpático, bonito, poderoso, rico, bonito, poderoso, endeusado, popular e... Já disse que eu sou bonito e poderoso? As vezes penso que sou melhor até que o auror Potter!
— Você se parece demais com o seu avô, só não fique na cola de nenhum Potter, certo? — pergunto e ele surpreendentemente cora. O que eu falei de mais?
— Quando você diz ficar na cola, quer dizer que não é para eu ficar perto ou que apenas não devo fazer intrigas? — pergunta receoso.
— Apenas não crie confusões, pode fazer amizade se quiser. Por mim pode até casar, só tem que convencer o seu pai. — falo dando uma piscada e ele cora ainda mais. Acho que estou começando a entender o interesse repentino dele nos Potter.
— Mas... É verdade que o vovô tinha cara de tomada? — eu me engasgo com sua pergunta repentina.
— Quem te disse isso? Mas é claro que não! Bem, depois que ele voltou em 1994 realmente estava desse jeito mas depois voltou a sua forma antiga. Fizemos uma poção que o fez voltar a ter aparência humana, teve uma vez que o vi todo careca e apenas os olhos eram dele, quase tive um enfarto. — falo tentando conter um sorriso, já ele ri ao imaginar o avô.
— Vovó, me conta aquela história com ele. Papai me disse que se eu me comportasse a senhora contaria. — me pede com seus olhinhos brilhantes e eu apenas assinto.
— Por onde quer que eu comece?
— Na parte em que você ainda era um passarinho, eu nunca escutei essa história.
— Um fênix, querido. — reviro os olhos.
— Faz diferença? Uma fênix é o que então? Um unicórnio? — pergunta com a sobrancelha arqueada e eu rio.
Estou começando a achar que os Riddle tem uma certa atração por unicórnios.
— Há centenas de anos, existiam as fênix da lua que eram lindos pássaros com um fogo tão brilhante quanto as estrelas, cada uma era abençoada com a luz de um astro. Existia uma delas que tinha a luz da estrela Adhara, era a mais jovem e rebelde das fênix. Como era de costume, toda lua cheia elas desciam para a terra em forma humana para ajudar outras criaturas da lua. Uma noite, a rebelde conheceu um caçador na orla da floresta e ele se encantou por ela e ela por ele. O amor deles era lindo. — sou interrompida por um suspiro saindo dos meus lábios.
— Era o vovô? — pergunta curioso
— Não, era ainda meu primeiro amor de verdade, a lua me tirou toda as lembranças dele que só seriam libertadas quando o encontrasse mas ela fez questão de me mandar para o mais longe possível, como um castigo para nunca mais procurá-lo. Mas isso foi antes da minha desgraça acontecer, antes de perder tudo.
— Você nunca mais o viu? — balanço a cabeça em negação.
— Uma noite quando se encontravam, ele a pediu em casamento e ela aceitou, foi pedir permissão a lua e ela lhe disse que se quisesse continuar com seus poderes e o seu amor, deveria vê-lo em todas as suas fases, menos na cheia. Ela aceitou prontamente, faria de tudo para continuar com seu amado.
— E o que deu errado?
— Ele foi atacado por alguns lobisomens, assim que eu soube desci até a terra em forma de fênix e os matei, um por um. E assim que meu marido me viu na forma de pássaro me lançou uma flecha e me levou para casa onde eu fiquei presa em uma gaiola servindo de atração de circo do meu próprio marido e sem conseguir me transformar como forma de castigo. Quando chegou a última lua cheia do ano, a lua mandou outras fênix para me levar de volta aos céus, lá eu fui condenada como traidora por matar meus irmãos e desobedecer as ordens dela. Eu nunca mais poderia me transformar até que ela decidisse que fui castigada o suficiente, tinha apenas o controle do fogo, as lágrimas e o sangue que corria dentro de mim que não poderia ser mudado.
— Você perdeu tudo por causa daquele imprestável? — fala com indignação.
— Fui eu que deixei isso ir adiante, de qualquer forma, eu nunca soube até onde vai as minhas propriedades humanas até seu pai vir. Eu pensava que era mais fênix do que humana, estava totalmente errada. Nunca fui uma fênix da lua como as outras.
— O que aconteceu depois?
— Fui mandada na forma humana para a terra, como um bebê sem memórias. Fui colocada na porta de um casal no Brasil e eles me criaram como se fosse sua filha. No meu aniversário de 16 anos as memórias começaram aparecer como em um sonho, depois que eu completei 17 anos e parei de envelhecer elas se tornaram mais reais, percebi que não era um sonho e sim uma lembrança. Minha família inteira morreu em um surto meu quando descobri que tudo era real me senti descontrolada, acabei queimando a casa com todos dentro. Eu perdi tudo mais uma vez.
— Não foi culpa sua. — fala com seus olho marejados ao imaginar sua vó passando por tudo isso.
— Sei que não foi, mas naquela época eu não sabia disso. Depois de uns anos eu encontrei Dumbledore e ele me disse que poderia me ajudar, eu neguei, sentia que não merecia ajuda de alguém como ele.
— Então como chegou em Hogwarts?
— Ele me convenceu, disse que talvez assim a Lua me perdoasse.
— Ela perdoou?
— Na verdade, ela brincou comigo e me fez abrir mão do meu amor outra vez, mas dessa vez me prometeu que nos veríamos de novo. Estou esperando até agora a sua volta, se passaram mais de 15 anos.
— Esse era o meu avô, não é? — fala meio triste, ele sempre teve vontade de conhecer o avô que diziam ser tão parecido com ele.
— Não se preocupe, um dia ele vai voltar. Afinal, ela me prometeu que não iria nos separar de novo.
— De novo?
— Pensei que fosse mais esperto, querido. Eu só tive um único amor, Tom foi meu primeiro amor, mesmo ele não lembrando disso.
Depois disso o menino pareceu sumir como uma nuvem e de repente eu não estava mais no jardim.
— O que aconteceu com ela? — pergunta uma voz feminina preocupada.
— Talvez tenha desmaiado ao saber que eu descobri seu segredo sujo. — fala alguém irritado mas consigo sentir o aperto leve em minha e eu reconheço sua voz. Tom.
— Segredo sujo? — fala Severo confuso.
Antes que alguém possa resolva falar mais alguma coisa, eu abro os olhos e tento levantar mas Tom me força a ficar sentada.
— O que aconteceu? — pergunto ainda confusa.
— Você desmaiou, acho que você estava muito nervosa com você-sabe-o-que. — fala Cissa e eu apenas assinto lembrando da discussão que tive com Tom.
— Podem nos deixar a sós, por favor?
Eles saem mas Cissa pega um pequeno pacote que estava em cima de uma estante e o coloca em minhas mãos antes de sussurrar no meu ouvido.
— Será mais fácil contar assim.
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Votem e comentem!
Acho que vocês já perceberam o que está acontecendo kkkkk
Já formaram alguma teoria sobre o lance dela com Tom?
Aqui em casa está uma bagunça (eu e meu pai estamos com COVID-19, a diferença é que ele não contraiu os sintomas mas eu apresentei vários deles, estou me recuperando e pronta para encher vocês com vários capítulos novinhos em folha) e vou começar a postar normalmente na próxima semana, porém, esse final de semana irei postar mais 2 capítulos.
Coloquei a imagem na mídia para representar o pequeno Tom, neto da Adhara.
Espero que estejam todos bem e gostando da história!
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