Capítulo Único
boa madrugada, caros viajantes
ó escrevi em 50 minutos, sem uma revisão digna
só escrevi no tédio, por isso é beeeem menor do que o habitual
espero que gostem, tenham uma ótima leitura e uma ótima semana
fui, amo vcs ♡
(não me julguem, sou cadelinha de vcs)
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O que acontece quando um lugar fica pequeno demais para você e seus demônios? Lembrar que respiram o mesmo ar o dava ânsia, no entanto, afastá-los, em sua limitada mente pecaminosa, era uma tarefa mais árdua, que exigia mais força, mais agilidade e pouca sutileza; algo agressivo, poderia ser progressivo ou regressivo. Apenas ele poderia definir o ritmo, mas seu ritmo sempre era velocidade inicial igual a zero, assim como a final, assim como todo seu percurso.
Era difícil saber o que queria se até mesmo em sua cabeça ficava calado. Seus pensamentos eram manipulados por monstros do passado. Eles tiravam seu ar, sua sanidade, sua vontade e seus desejos. Não corria atrás pois seu mental, assim como seu físico, já não era o de anos atrás. Não que houvesse passado tanto tempo, afinal, tinha 20 anos de idade. Sua vida entrara em decadência anos atrás, mas esta decida estava longe de ser igual a sua (não) vontade de afastar seus demônios, ela sim, corria como um carro de corrida.
A metáfora de tirarem seu ar deixara de ser uma há tempos, seus pulmões seriam invadidos pela água se ousasse tentar buscar oxigênio. Foi empurrado para aquela situação, mas, diferente do que pensaram, não queria sair. A ideia de morrer era, novamente, em sua cabeça, algo confortante. Ser abraçado pouco a pouco pela (des)conhecida morte, sentir-se em teus braços como um filho corre aos braços da mãe após uma decepção. Entretanto, se aquela decepção houvesse partido de quem tanto confia, a quem recorreria?
A ideia de morrer não era nova, mesmo que ainda inexplorada, nunca fora algo novo, pois tais pensamentos o acompanhavam desde sua traumática infância de merda. Não queria morrer. A ideia o satisfazia, o levava uma esperança ilusória e bondosa de que seus problemas, erroneamente, seriam reduzidos a pó, assim como fazia com suas vítimas. Era errado. Mas nunca deixou de chamar sua atenção, por isso estava ali. Tal qual seus olhos, o líquido na banheira tornava-se carmim. Algo vívido e, para Shigaraki, enjoativo. Errado estaria aquele que profetizava que Tomura era fraco ao ponto de se perder por brigas. Talvez fosse fraco a este ponto, contudo, estariam o subestimando ao imaginarem que humanos errantes o fariam isto. Nunca ocorreria.
Seus olhos, ainda abertos, faziam contraste ao tom um pouco mais claro e vibrante que a água tingida por seu próprio sangue - misturado ao de outras pessoas. Lutava para mantê-los abertos, queria aproveitar cada segundo daquele fático, maldito e esplêndido sentimento que a adrenalina o proporcionava. Pois por anos não pôde sentir, agora a sentia em êxtase, o fazia vibrar. Queria gritar para todos os cantos ouvirem, para que sua voz se transportasse através das paredes corta-fogo do esconderijo. Por mais que soubesse que não morreria ali, ainda vivia-o como uma criança inocente e ignorante, apenas negligenciando o fato. O que o diferenciava de uma, afinal? Nada. Shigaraki é apenas uma criança que se recusou a crescer. Seus surtos, birras, modos de agir e falar diziam isso.
Mesmo que a água cortasse praticamente todo o som, ouviu quando, num segundo, a porta fora aberta bruscamente enquanto seus olhos fechavam-se, entregando-se a escuridão. Não sentiu quando mãos quentes demais agarraram com força seus pulsos frios e finos demais. Quando teus cabelos foram retirados de seu rosto apenas para que a pele queimada do outro fosse de encontro aos seus lábios enquanto fazia uma respiração boca a boca para que seu coração fraco demais para bombear sangue ao seu corpo voltasse a pulsar. Quando o vilão, inclinado sobre teu corpo, passou a comprimir seu tórax.
- Porra, Tomura, seu filho da puta - Dabi, com uma visível dificuldade, xingou-o até sua quinta geração, mesmo que não pudesse ouvir. Juntou teus lábios aos dele novamente, retirando-os ao perceber certa movimentação abaixo de si. Era o azulado, ainda com suas tão adoradas - por Dabi - orbes fechadas, cuspindo toda a água que havia ingerido.
O portador da individualidade de fogo, levantou-se, rodeando a banheira ensanguentada e retirando o tempão do ralo, deixando que a água evacuasse pelo buraco. Também segurando nos dedos o estilete, derretendo com as labaredas azuis. Voltou ao lado de Shigaraki, que tinha seus olhos carmim e tenebrosos arregalados diante a situação, puxando-o pelo pulso.
- Seu filho da mãe. Idiota!
- Suma daqui agora - ordenou -, juro que o reduzirei a pó se tocar um dedo em mim uma vez mais.
- Então faça. Faça agora, eu o desafio - disse ao apertar ainda o braço alheio, deixando marcas na pele mais pálida que o habitual - Estou esperando, chefe.
Assistiu-o levantar cambaleando, o trouxe para perto mais uma vez, o esquentando em um abraço silencioso. Ele ofegou em teus braços, colocando novamente os cabelos azulados sobre a face.
- Chega disso. Me solta.
- Para com isso.
- Saia logo daqui, seu maldito! - bradou. Dabi se afastou instantaneamente, antes que a ameaça de Tomura fosse concretizada - Idiota...
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