Capítulo 35: O Resgate. Parte II

O grupo do alfa passou por seis salas, em todas elas o grupo exterminou cada vampiro que ali tinham, no começo eles pensava que teria poucos vampiros, mas quando encontrava uma sala com vários vampiros essa ideia foi mudando, parecia que existiam vampiros que queria o mesmo propósito de Hendrick, dominar o mundo. E hoje eles iam acabar com os planos deles, matando um a um.

— Não creio!— Cameron falou surpreso. — Acho que finalmente achamos os quartos principais!— Ao andar o beta deixou os outros saírem dos túneis deixando ver o que ele via.

A passagem do túnel dava para uma parte dos tuneis bem diferente, parecia que eles estavam dentro de um castelo antigo. Era um enorme espaço, com vários quadros na parede e tinha uma escada do lado esquerdo com um lindo tapete de camurça e moveis com vasos de flores e um lustre no teto, completamente diferente das outras salas.

Ao andarem eles acabaram descobrindo uma porta de madeira do lado direito, ela tinha um cadeado, o que os deixaram curioso, mas antes de poderem arrombar a porta, eles escutaram uma gritaria e tiros os pegando de surpresa.

— O que foi isso?— Perguntou Sebastian. Mas sem antes poderem responder ao vampiro eles viram Atisla, Stan, Noan e Fred descerem das escadas com armas em punhos e dez vampiros raivosos correndo atrás deles tentando os atacar.

Os cinco rapidamente se juntaram com os quatros e começaram atacar os vampiros. Kendall pegou um vampiro de cabelos loiros e começou a bater e arrancar pedaços do vampiro com as suas garras.

— Solta-me seu lobo imundo!— O vampiro resmungou batendo na mandíbula de Kendall, que só fez rosnar e pegou a sua faca que estava amarrada na sua perna e perfurou o crânio do vampiro com ela, em seguida arrancou a cabeça e pegou o outro vampiro que estava atacando Fred, mas sem antes poder ferir o vampiro, ele escutou um tiro, que pegou no vampiro entre os olhos e ele caiu no chão agonizando.

Kendall não procurou saber quem poderia ter feito aquilo e ajudou os outros para combater com os vampiros.

Murros, tiros, sangue, facadas e cabeças arrancada foram o que deu a seguir para acabar com os dez vampiros, quando o ultimo vampiro caiu no chão sem cabeça todos pararam, os seus corpos reclamaram pela dor dos golpes que os vampiros deferiram neles e pelo cansaço de lutar por horas a fio.

Manitú, Kendall, Cameron, Vladymir e Sebastian limparam o rosto cheio de sangue e olharam com os olhos estreitos para os outros quatro, que estavam no mesmo estado deles.

— O que vocês estão fazendo aqui?— O alfa perguntou sério.

Os quatros se entreolharam, mas foi Stan que falou. — A mesma coisa de vocês, viemos salvar os nossos garotos!

— Vocês devem está loucos! Vocês sabem que estão correndo perigo estando aqui dentro desses túneis? Aqui tem vários vampiros que poderiam muito bem matar vocês! E Stan, você já é uma adulto, sabe muito bem dos riscos e pelo que vejo você é o líder disso!— O Alfa falou com desgosto. — Fred, os tele transporte e os leve para casa, que é o lugar de vocês, do que numa batalha!

— Perdão alfa!— Atisla o interrompeu. — Mas Fred não fará isso! Sabemos dos riscos que estamos tendo aqui, mas isso não impedirá que sairemos daqui sem ter Hopi e Dakota a salvos. Podemos ser só meros lobos, mas somos muito mais, somos uma irmandade e nela esta faltando dois, dois esses que hoje iremos salvar e nem você e nem ninguém irá pedir da gente sair daqui sem ter eles com a gente! E se você tentar levar nós para casa, sinto muito alfa! Mas ainda temos três irmãos nossos aqui e um deles estão com vocês!

Pela primeira vez alguém enfrentou o alfa e esse alguém foi Atisla, deixando não só os lobos surpresos, mas também os vampiros. Atisla sabia do risco que estava correndo enfrentando o seu alfa assim, mas para a sua surpresa e a de todos, o Alfa Manitú simplesmente sorriu.

— Fico feliz que o meu filho tem amigos verdadeiros! Mas isso não quer dizer que o que vocês estão fazendo é perigoso, mas agora não tem mais jeito... Vocês vão com a gente!— Alfa decretou.

Atisla respirou aliviado e sorriu para os seus amigos, que bateram no ombro dele alegres, mas o lobo se sentiu ser observando o fazendo procurar e foi direto em Sebastian, que parecia ter expressão mista, de alegria e de raiva, Atisla só fez olhar sem entender para o vampiro e dar de ombros.

[...]

Yuki teria que confessar que pela primeira vez na vida estava com medo, quer dizer, ele já sentiu ter medo antes, como sair do Japão sozinho quando tinha só seis anos, mas ali era outra época, época essa que o lobo teria que esquecer, mas voltando ao presente... Ele estava com medo, pois agora andava sozinho pelos tuneis, por causa de uma confusão com dez vampiros que ele acabou entrando num túnel completamente diferente dos seus amigos, Yukiya só percebeu isso quando passou cinco minutos e nada de achar os seus amigos.

— Que merda!— Ele limpou a testa e suspirou. — Cadê vocês?

Yuki continuou andar até chegar numa sala completamente diferente das outras, o que o deixou animado, ele olhou ao redor e viu vários quadros de paisagem, umas lâmpadas no teto, tapete da índia no chão e vários moveis antigos com flores. Ao olhar para o lado o descendente de japonês vira um corredor, já completamente diferente dos túneis, o que fez ele ir até lá.

Distraído olhando ao seu redor ele não percebeu uma movimentação ao lado do corredor e quando foi virar para a esquerda ele acabou dando de cara com uma "parede" o fazendo cair desorientado.

— Ahh!— Disse massageando o nariz, mas logo em seguida percebeu que a "parede" não era nenhuma parede e ao olhar para cima acabou se deparando com um enorme homem. — Oh merda! Quem é você? Não sinto o seu cheiro... Um vampiro?!— Yuki assustado pegou rapidamente a sua bolsa. — Fique longe de mim, se não rebolo isso em você e você morrerá!— Ameaçou.

O grande homem achou graça nas falas do japonês e soltou uma pequena risada.

— Está rindo de que? Esta achando que isso não é perigoso? Vamos ver na hora que você cair e nunca mais acorda!— Yuki franziu os lábios e estreitou os olhos para o homem, que se diga de passagem era um delicioso homem. Ele tinha lindos cabelos castanhos cobre, lábios grossos, uma barba cobrindo o rosto e o seu corpo simplesmente era robusto. — Em? Você é o que? Não sinto o seu cheiro!— Disse desconfiado.

— E nem eu o seu!— A voz do homem fez Yukiya sufocar com a própria respiração, ela era grosso, rouca e completamente sexy, o japonês tinha a certeza que se aquele homem continuasse a falar ele ia gozar nas calças. — Quem é você, pequeno? Um deles? Ou um prisioneiro?— Perguntou se abaixando ficando na altura dos olhos do japonês, que era um intenso preto.

— Nem um e nem outro! Por quê? Pera, se você esta perguntando, é por que não sabe quem são eles... Deixa-me adivinhar... Você esta ajudando o bando do Alfa Manitú?— Arqueou a sobrancelha curioso.

— Acertou, sou um dos ursos e você? É do bando? Nunca o vi e sei que você não veio com a gente! Sou Peter, pequeno!— Peter tinha um lindo sorriso de lado, que por instante deixou Yukiya bobo.

O lobo percebendo como ficou pigarreou e olhou para o lado, tentando desviar do lindo rosto daquele homem. — É por que não vim com eles, é uma longa história! Fico feliz que você não é um deles e sim um dos mocinhos. Sou Yukiya, prazer! Agora afasta que eu já fiquei muito tempo no chão!— Mas antes de poder tentar se levantar Peter simplesmente o pegou nos ombros o levantando do chão. — Epa!

Peter sorriu. — Pronto, está em pé!

Yukiya suspirou e afastou um pouco do corpo quente do outro. — Estou vendo! Obrigado... Er...— O lobo estava sem jeito e sorriu sem graça para o urso, que parecia gostar do jeito que ele estava.

— Então agora nós podemos se juntar e procurar os outros, acabei se perdendo dos meus irmãos!

— Ah, seus irmãos... Eita!— Yuki lembrou da fala de Noan de mais cedo e começou a rir.

— O que foi? Conhece os meus irmãos?— Franziu o cenho interessado.

— Digamos que eu conheci um deles hoje... Mas não é nada!— Deu de ombros sorrindo!

— Então tá! Vamos para aquele lado, nesse não tem nada!— Ao terminar de falar Peter o puxou para o lado contrario. — Então, você veio sozinho?— Perguntou um tempo depois.

— Não né, mas estou igual a você, me perdi dos meus amigos!— Yuki deu de ombros e sorriu para Peter. — Todos esses meses vocês ajudando a gente a achar os nossos amigos e nunca os vi!

— Uma pena! Gostaria de conhecê-lo num momento mais propicio, do que aqui! Se é que me entende! — Yuki sentiu as suas bochechas esquentarem e rapidamente desviou o rosto do olhar intenso do ruivo.

— É...— Yuki parou de falar e de andar quando sentiu um cheiro estranho. — Você está sentindo?— Perguntou farejando ao redor.

Peter o olhou confuso e começou a farejar também e logo sentiu um perfume suave, como um cheiro de bebê. — Sim estou... Parece um cheiro de criança, um bebê!

— Oh não!— Yuki olhou triste para o urso. — Não acredito que esse monstro pegou também um bebê! Ele deve ser parado o enquanto antes... Mas primeiro vamos atrás desse cheiro, me perturba saber que tem um bebê em perigo!

— Vamos, isso também me perturba!— Peter concordou.

Os dois assentiram e começaram a farejar no corredor, trabalhando em equipe os dois andaram um pedaço do corredor seguindo o cheiro, até que o mesmo deu direto numa porta de metal.

— Vem daqui!— Yukiya concluiu. — Agora, como vamos arromba-la?

Peter olhou a porta, tocou e viu que era de metal. — Eu não sei se na minha forma humana eu poderia arromba-la, mas com o meu urso essa porta não teria mais chance!

— Certo então, se transforme!— Yukiya afirmou balançando as mãos.

— É que eu tenho que ficar nu, você sabe né!— Peter coçou a nuca e sorriu sem graça para o lobo, que arregalou os olhos e assentiu devagar.

— Ohh, certo então! Eu viro e você tira a roupa, certo? Certo!— Ao terminar de falar o lobo rapidamente ficou de costas, ele estava com muita vergonha.

Peter riu. — Certo! Um instante, pequeno!

Yukiya começou assoviar e olhar diretamente para o teto, tentando se distrair, tirar da mente que aquele homem delicioso irá ficar nu, bem do seu lado, ficar sem nenhuma vestimenta, mostrando o seu físico, as suas partes intima... Bem ao seu lado! Ele fechou os olhos tentando tirar o desejo de se virar e olhar tudo daquele impressionante homem.

"Se controle, Yukiya! Não é hora para esses pensamentos" Ele brigou com si mesmo na sua cabeça.

Em seguida o lobo sentiu um pelo roçando na sua perna o assustando, mas ao olhar para o lado ele viu um enorme urso olhando diretamente para ele e inexplicavelmente ele acabou relaxando.

O urso era completamente lindo, a pelagem dele era de um lindo castanho cobre, o focinho alongado, os olhos castanho mel, o deixaram bobo. Admirando o urso ,Yuki se aproximou e o acariciou.

— Você é bonito, grande, mas bonito!— Disse encantado. O urso parecia gostar do seu carinho, o que fez sorrir, mas logo Yukiya afastou e sorriu sem graça para o urso.— Acho melhor você acabar com a porta, sabe!— Disse mexendo as mãos para a porta sem graça.

O urso entendeu sua mensagem e com toda a sua força começou bater na porta diversas vezes. Yuki torceu para que o bebê não assustasse com a grande pancada.

A porta de ferro foi amassando pelos golpes, até que ela simplesmente desprendeu e abriu uma brecha, o urso a empurrou e entrou no interior e Yuki foi logo atrás com a roupa dele em mãos e ao entrar ele e o urso ficaram completamente surpresos.

O quarto todo estava decorado com coisas de bebês, tinha armário, cômodas, cadeira de amamentação e tinha um lindo berço branco no meio do quarto, onde vinha um pequeno choro.

Yuki olhou para o urso, que o olhou na mesma hora. Ele colocou a roupa de Peter no chão e com pequenos passos caminhou até o berço e viu um pequeno bebê embrulhado numa manta verde o que fez sorrir.

— Eii, gracinha!— O japonês com todo cuidado pegou o bebê e começou a nina-lo, para que o bebê acalmasse e em segundos o bebê ficou quietinho. Yuki tirou um pouco o pano que estava enrolado o bebê e suspirou surpreso.

— Você é bom com bebê, ele já se acalmou!— Peter elogiou ao se aproximar do lobo.— Pequeno, tudo bem?— Perguntou preocupado quando não obteve resposta.

Yuki acariciou o rosto do bebê e olhou para Peter. — Acho que acabamos de achar o bebê de Dakota!— Peter olhou sem entender e se aproximou para ver o bebê, que tinha a pele marrom-avermelhada, enormes olhos verde-água e lindos cabelos vermelhos.

— Acho que você está certo!— Peter e Yukiya se entreolharam.

[...]

Anoki não sabia para onde ir, ele tinha passado em três túneis quando começou a mudar o ambiente, parecia que agora ele estava passando por corredores e diversas portas, as mesma estavam só escoradas, permitindo passar e em cada porta parecia que ele estava descendo ainda mais e isso o estava deixando confuso, pois estava com medo de se perder e ficar ali para sempre.

Mas a sorte parecia que estava ao seu favor, pois em nenhuma delas não tinha vampiros, isso o relaxava, pois quando se perdeu dos outros foi quando dez vampiros os atacaram de surpresas e agora ali estava ele, dentro de um túnel, sozinho, em baixo de uma cidade.

Mas naquele momento parecia muito propicio a ter em ordem os seus pensamentos e sentimentos, começando pelo grande urso, o seu companheiro.

— Max!— Sussurrou. — Por que eu tenho um companheiro? Não quero sofrer igual ao meu pai, mas ao mesmo momento, quero me jogar naqueles braços peludos e sentir o calor dele.

Anoki mordeu o lábio e se recriminou. Na sua mente viera os momentos que estava passando na casa dos ursos, mesmo que esses meses eles não estavam em casa e sim na Polônia atrás de pistas, mas nos breve momentos que eles passaram lá, foram belos momentos. Anoki tinha que confessar que sua vida na Aldeia não era boa comparada aos seus momentos na casa dos ursos.

Os ursos eram bastante divertidos, adorava rir com eles, sempre tinham uma piada na ponta da língua, brincadeiras e Noan sempre com o seu jeitão de moleque, o que divertia sempre. Amava ver os ursos defenderem o caçula, assistir TV juntos, conversar.

E Max, o urso sempre o levava para fazer coisas, conversar, ver filmes e se divertir, mas ele nunca ultrapassou a linha de amizade para um relacionamento, mesmo que fossem companheiros, isso admirava em Max, pois sabia que ele ainda não estava preparado para ter um relacionamento, mesmo que o seu interior pedia desesperadamente para pular nos braços do urso.

E na aldeia ele só tinha Kendall para conversa e se divertir e na chegada de Hopi isso mudou, Anoki achava que foi dai que o seu ciúme começou, pois agora sabe que ele nunca amou Kendall, tinha sentimentos para o lobo, mas não era paixão, mas com o ciúme e carência o fez confundir os sentimentos e no final acabou fazendo uma grande merda, afastando de vez Kendall de si.

E agora ele estava ali para se desculpar com Hopi, ajudando no salvamento dele, mesmo que as coisas nunca voltassem à mesma coisa, pelo menos não o veria com o grande vilão, só um lobo com problemas.

Perdido nos seus pensamentos Anoki não vira para onde estava indo, só percebeu quando quase deu de cara com um vampiro sentado numa cadeira ao lado de três portas, o vampiro careca estava entretido num console, que fazia ruídos sonoros de uma batalha. Anoki rapidamente correu para o lado para o vampiro não o ver.

Ele só colocou a cabeça para olhar bem e reparou que o vampiro tinha um molho de chaves prendido na cintura, que constatou logo que aquele vampiro estava de guarda e tinha pessoas aprisionadas naquelas portas.

Anoki rapidamente pegou as bombinhas dentro da bolsa e mirou no pescoço do vampiro e em segundo o lobo viu o veneno funcionar. A primeira coisa que caiu no chão foi o console e em seguida o vampiro.

— Adorei essas bombinhas!— Disse animado. Anoki andou até o corpo e puxou o molho de chaves em seguida. Ele correu para a segunda porta, onde vinha um cheiro conhecido, que Anoki sabia que era de Hopi.

Ele tentou ver que chave em encaixava, sorte que foi a terceira chave a ao abrir fez um pequeno ruído e Anoki entrou e avistou Hopi deitado numa cama com uma criança sentada ao seu lado.

— Quem é você?— Perguntou a criança quando olhou para a porta.

— Calma, eu só vim ajudar, salva-los! Hopi, o que ele tem, está muito pálido e parece muito magro!— Anoki ficou preocupado e se aproximou de Hopi, que estava desacordado.

— Você o conhece?— Perguntou a criança. — Você não é Kendall, né? Hopi disse que ele tinha olhos dourados e você tem olhos de cristais!— Minka concluiu.

— Sou Anoki! Vou ter que leva-los nas costas...

— Sai de perto dele!— Minka gritou o assustado.

— Como?

— Sai de perto de Hopi! Eu sei quem é você, você o machucou! Não o toque!

Anoki olhou surpreso para a criança e suspirou triste. Minka tinha o corpo protegendo Hopi e com as duas mãos na frente do corpo para que o lobo não chegasse perto do loiro.

— Olha menino, eu sei o que fiz foi errado, mas eu sou a única pessoa nesse quarto para ajuda-los a fugir, prometo que não ferirei Hopi!

Minka olhou desconfortável, mas fez que não com a cabeça. — Não o toque!— Insistiu.

— Mi-nka? Tudo bem, querido?— A voz de Hopi chamou a atenção dos dois, a voz dele estava rouca e fraca.

Minka rapidamente se virou e olhou para Hopi. — Como você esta? Você quase me matou de susto, pois passou a noite toda desacordado... Como se sente?

— Desacordado por quê?— Perguntou Anoki. Nesse momento Hopi olhou para cima e o viu, ficando surpreso.

— Anoki? É você?— Perguntou sem acreditar.

— Sim, estão todos loucos para te encontrar... Vejo que você esta com uma aparência péssima!

— Obrigado!— Hopi revirou os olhos. — Mas o que você esta fazendo AQUI?

— Não chegue perto dele!— Disse a criança vendo Anoki se mover, que logo ficou parado em pé.

— Vou resumir! Vi a hora que você foi sequestrado, contei aos lobos, passaram esses meses todos tentando achar você e Dakota, só agora descobrimos e aqui estou eu, me perdi da Gangue Rose, o que os seus amigos fizeram escondidos e entraram aqui escondido do bando... Fiz o vampiro dormi com veneno de bruxa e peguei as chaves e aqui estou, então se levante logo, pois quero achar os outros. — Ao terminar de falar Anoki respirou fundo tentando conseguir o fôlego de volta.

Hopi olhou surpreso e meio assustado para Anoki, ele estava tentando processar o que o lobo tinha acabado de dizer.— Kendall... Kendall está aqui?— Lágrimas começaram a descer do seu rosto pálido. — Meu Kendall!

— Sim, o seu Kendall passou esses meses te procurando e nenhuma vez deixou de te procurar, então levanta dessa cama e vamos procura-lo nesses tuneis!

Hopi suspirou triste. — Só tem um problema, estou muito fraco para poder andar!

— O que fizeram com você?— Anoki franziu o cenho e olhou penoso para o loiro.

— Coisas que ficara marcado para minha vida toda... Mas não é hora para isso, quero ver o meu Kendall, meus pais, minha família!

— Ok!— Concordou. — Bom, o único jeito é que eu te carregue! Você vai subir nas minhas costas.

— Não!— Minka o interrompeu. — Você não toca-lo, vai machucar ele!

— Não vou, eu prometo! Já esta na hora... Sei que não é um bom momento e sei que você nunca irá me perdoa.— Fez uma pequena pausa.

— Hopi, desculpa, desculpa por te dito mentiras por cima de mentiras, Kendall nunca me amou, nunca fez nada comigo... Você deve saber disso! Desculpa por aquela surra, nunca vou me perdoa por ter te batido! Sabe, sempre dizia que eu era superior a você, mas é mentira, você é grande, é lindo, forte e tem pessoas que o ama, eu sou o contrario, um lobo solitário, com problemas no passado, problemas, problemas, só problemas! Desculpa por tudo!

A voz de Anoki ficou embargada por ter tido aquelas coisas e pela primeira vez em um ano ele se sentiu leve.

O loiro prestou atenção na fala dele, assentiu e sorriu para ele. — Certo! Agora pode me tirar daqui?

Anoki sorriu e se ajoelhou de costa para Hopi, com pouca ajuda de Minka ele se atrepou a Anoki, que em seguida se levantou e entregou o molho de chaves a criança.

— Tem mais duas salas, sinto cheiro de dois shifter, coelho e leão, abra!

Minka assentiu. Ele foi o primeiro a sair do quarto e depois foi Anoki carregando Hopi nas costas.

Na primeira porta tinha um grande leão com uma coleira amarrada numa barra de ferro, o leão dormia no chão frio daquela sala vazia. Anoki acenou para que a criança ficasse atrás dele e falou:

— Ei, leão! Acorda, somos ajuda!— Anoki ficou insistindo até que o leão acordou, mas para a surpresa dele o pobre do leão parecia que tinha medo dele, pois ficou encolhido no canto só olhando. — Não vamos machuca-lo, prometo! Vamos te ajudar a sair daqui, ok?

O leão não tirava os olhos deles, mas também não fazia nada.

— Parece que ele esta com medo!— Anoki sussurrou.

— Ele está!— Hopi respondeu. — Não de você, mas de me e dos meus poderes!

— Como assim?— Anoki perguntou sem entender.

— Não importa! Kaleo, por favor, eu não vou machuca-lo de novo, nunca quis te machucar, foi eles que fizeram usar o meu poder diversas vezes e ontem à noite eles abusaram demais, só acordei agora! Por favor, venha com a gente e saia desse pesadelo! Estou tão fraco e você também está... Isaac também vai com a gente, venha, ele tem muito medo e você o protege! Eu sei disso!

O leão se mexeu e assentiu, em seguida Hopi suspirou aliviado. Kaleo fechou os olhos e deixou à transformação tomar de conta, voltando à forma humana e inexplicavelmente ele voltou a forma humana vestindo uma roupa idêntica a de Hopi e Minka, Kaleo era belo, tinha a pele da cor de caramelo, corpo com músculos no lugar, cabelos loiros num lindo dreads, dava para ver que o seu cabelo natural era cacheado, tinha uma longa barba dourada cobrindo o rosto e lindos olhos claros, tinha duas tatuagens em cada braço e uma no peito.

— Certo! Agora tire essa merda de coleira, não sou um cachorro doméstico!— A Dava para notar certo sotaque havaiano. Ele olhava carrancudo para todos eles, mas principalmente para a coleira que prendia o seu pescoço.

— Certo! Só um momento!— Anoki colocou Hopi no chão e caminhou com cautela para o leão e em seguida pegou a arma e atirou no fim da corrente que ficava no pescoço e para a surpresa dele a coleira de prata derreteu assim desprendendo do pescoço.

— Mmm, estranho! Nunca vi prata derreter assim!— Disse Kaleo. — Agora me passa a chave do quarto de Isaac!

— Minka!— Anoki apontou com a cabeça para o leão e pegou Hopi do chão. Tímido a criança entregou o molho de chaves.

Na cela do coelho, eles encontraram um amontoado de pano num canto da cela.

— Fiquem ai! Principalmente você!— Kaleo estreitou os olhos para Hopi em seguida caminhou até o amontoado de panos, onde se sentou. — Ei Isaac, sou eu! Kaleo!— Sussurrou.

Isaac não se mexeu, ficou paradinho dentro do ninho de panos. — Lapaki, eles não vão te machucar, prometo! Por favor, Isaac! Venha!— Kaleo disse com a voz calma e doce e em segundos eles viram o pano se mexer e em instante um grande coelho branco pular nos braços do leão e aconchegar nele.

Kaleo riu e acariciou o pelo macio do coelho, o coelho era todo branquinho e ao redor dos olhos tinha uma mancha preta, como se tivesse passado lápis de olho, aquilo era natural de todos os coelhos Blanc de Hotot.

— Agora Lapaki, vamos ter que sair daqui, a criança ira te levar, pois o outro cara esta com as mãos ocupadas, devo protegê-lo... Ok?

Isaac fez que sim com a cabeça e Kaleo sorriu. — Bom rapaz... Minka, né?— A criança assentiu. — Venha aqui e segure Isaac, você vai leva-lo!

— Ok!— Minka olhou para Hopi, que o incentivou a ir. Ele caminhou até o Leão e o Coelho, que sorriu para a criança e colocou o coelho de 4 Kg nos seus braços.

Minka sorriu e acariciou o coelho, que cheirou o vampiro e em seguida se aconchegou a ele, mas sempre olhando para Kaleo, que mantinha o seu olhar carinhoso para ele.

— Agora podemos ir! Entrega-me essas armas, vou acabar com os vampiros que vier no nosso caminho!

Anoki entregou as armas em seguida todos eles saíram daquela cela e caminharam por uma localização desconhecida, torcendo para que achasse os outros do bando.

[...]

O grupo do alfa passou em vários corredores, alguns tinham portas, ao abri-las eles acabaram encontrando o nada, mas isso não impedia deles ficarem desanimado, ao contrario, isso queria dizer que eles estavam perto de encontrar os garotos, todos estavam atento em cada cheiro ou som daqueles corredores.

Vlady!— Sebastian falou mentalmente para o amigo.

Sim?

— É só eu ou você esta sentindo aquele perfume? Aquele perfume, dela?— Sebastian olhou para o seu amigo, que assentiu. — Será?...

— Acho difícil, meu irmão! Você sabe muito bem o que houve com ela, ela não poderia estar aqui! Você a enterrou... Desculpa, não era para ter tido isso!

Sebastian balançou a cabeça e sorriu forçado para o seu amigo. — Tudo bem! Eu deveria esquecer isso, pois vejo que o destino já colocou alguém na vida, alguém que é teimoso, forte e mandão... E cheira maravilhosamente bem!

Vladymir olhou para o seu amigo confuso e para a sua surpresa Sebastian mantinha o olhar diretamente para Atisla, que conversava com Stan, o seu amigo tinha um pequeno sorriso de admiração e também para sua total surpresa, aquele sorriso e olhar era completamente apaixonado.

Atisla... Seu companheiro?— Perguntou mentalmente.

Sim, ele é meu! Mas o único problema é que não sei como começar um relacionamento com ele, tenho medo e me sinto inseguro, mas ao mesmo tempo quero abraça-lo e beija-lo, quero marca-lo como meu!

— Força Seb, Dante e eu vamos aponha-lo, vai dar tudo certo! Eu e Dakota também iremos ajuda-lo... Meu Dakota!

Ao terminar de falar mentalmente eles escutaram Kendall falar, os deixando confuso.

— Hopi... Meu Hopi... HOPI!— Surpreendendo todo mundo Kendall soltou um forte uivo se transformando ligeiramente no seu lobo negro deixando as suas vestimentas poucas rasgadas para trás e começou a correr no corredor oposto que eles iam.

O grupo rapidamente pegou a roupa do chão e começou a segui-lo.

[...]

Kendall quando sentiu o único cheiro do seu amado companheiro o seu lobo enlouqueceu para encontra-lo, se transformando sem ele permitir, mas isso o nativo não achou ruim, pois agora ele estava correndo na direção do seu Hopi.

O lobo ia numa alta velocidade e em dois minutos ele visualizou um pequeno grupo de três pessoas, mas os seus olhos dourados bateu logo no seu companheiro, que o olhava surpreso com lágrimas nos olhos.

Kendall ao se aproximar do pequeno grupo um homem loiro entregou na frente dele o fazendo rosnar.

— Se chegar perto, eu atiro, bola de pulgas!— O loiro ameaçou.

Kendall rosnou e olhou predador para o homem.

— Kaleo!— Hopi gritou. — Não atire, ele é meu companheiro, meu K-endall! Kendall!

— Ah, certo! Companheiros são companheiros!— Kaleo suspirou e saiu da frente, mas mantendo o olhar no lobo, que bufou para ele e caminhou até onde o seu Hopi estava.

Kendall agora percebeu que o seu loiro estava nas costas de Anoki o fazendo ficar preocupado assim se transformando, na mesma hora Kaleo puxou Minka e cobriu os seus olhos e começou assovio olhando para o lado e Anoki só fez desviar o olhar.

— Hopi!— Kendall sussurrou.

Hopi sorriu e com ajuda de Anoki ele saiu das costas dele. Hopi só deu dois passos para ser abraçado pelo seu companheiro, a emoção fora grande e ambos começaram a chorar e sussurrar coisas doces um para o outro.

Os que estavam só observando aquela cena tinha um sorriso no rosto, pois aqueles dois homens estavam abraçados depois de longos meses, sem sentir o perfume um do outro, escutar a voz, sentir o calor.

— Hopi, meu Hopi! OH, não estou acreditando!— Kendall olhou para o rosto pálido do seu companheiro e acariciou, ele tocou em cada parte do loiro para sentir que aquilo era real e para sua enorme felicidade, era real, muito real!

— Kendall! Meu amor, oh meu Deus! Finalmente!— Hopi chorou. — Até que fim, até que fim!— Hopi sorriu chorando e beijou os lábios do seu amado.

Kendall não sabia do que chorava, se era pelo reencontro, por sentir o seu companheiro de volta nos seus braços ou ver que aquele desgraçado do vampiro fizera ao seu lindo loiro, que estava mais magro do que o normal, mas pálido, mas fraco, aquilo partia o seu coração, mas ao mesmo tempo ele estava pulando de alegria por ter o seu companheiro de volta em seus braços.

O grupo do alfa chegou onde eles estavam e começaram a sorrir e se emocionar pelo reencontro dos dois companheiros, Kaleo vendo que eles eram amigos o que fez só acenar com a cabeça para eles, assim retribuindo.

— Filho?— Manitú sussurrou sem acreditar.

Hopi quebrou o beijo e olhou para cima dando de cara com o seu amado pai.

— Pai!

— Vai lá, meu amor!— Kendall sussurrou olhando para a face do seu companheiro, que demonstrava surpresa e felicidade, que olhou para ele meio confuso, Kendall só fez assentir com um grande sorriso no rosto.

Hopi o abraçou forte e em seguida desvencilhou dos braços do nativo e correu para o seu pai, que o pegou e o abraçou com a mesma intensidade, o alfa não aguentou e lágrimas começaram a descer pelo seu rosto.

— Finalmente, meu filho, finalmente!— Manitú sussurrou.

— Papai!— Hopi choramingou sentindo o calor do seu pai.

Kendall pegou os restos da sua roupa, felizmente a sua calça se salvou permitindo vestir, já a sua camisa tinha um rasgão, mas mesmo assim a vestiu. Ele estava com o rosto todo cheiro de lágrimas, mas tinha um enorme sorriso no rosto. Todos eles estavam vendo a cena de pai e filho se abraçando, que eles não perceberam a parede esquerda começou a descer amostrando uma grande escada para baixo.

Quem percebeu foi Minka que viu o momento dela, ele puxou a camiseta bege do leão e apontou para a parede.

— Olhem!— Kaleo apontou para a parede e todos seguiram com o olhar se surpreendendo.

— Como?— Cameron perguntou sem acreditar.

— Dakota... Dakota!— Vladymir sussurrou paralisado sentindo uma leve fragrância do seu amor.

Continua...








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