48 - O erro

Eu só tive tempo de perguntar qual era o hospital antes de sair correndo. Poderia ter pedido um táxi ou ido de metrô, sei disso, mas meu impulso apenas me pôs para correr. Eu estava desesperado, com meu coração saindo pela boca. Não perguntara o que acontecera, ou se ela estava bem, ou qualquer outra coisa que deveria perguntar. Não! Nada deveria ser racional em uma situação como aquela! Eu estava desesperado e provavelmente cometendo um erro terrível, mas precisava ver Summer. Precisava!

Eu já não sentia minhas pernas, apenas corria como se aquilo dependesse da minha vida. E até onde eu sabia, podia depender a vida de Summer. Ou talvez não. Quer uma dica? Não saia correndo se não souber o que está acontecendo de verdade. Procure se informar, depois corra. Ou então pode ter um ataque cardíaco, caso tenha predisposição para isso. Eu, por sorte, tenho, mas não me ocorreu nada. Fiquei 100% bem correndo como um louco, mesmo com o coração descompassado e com sinais de que teria uma câimbra e tanto. 

Estava com medo, por Summer. Com medo de que ela estivesse sofrendo. Com medo de que tivesse acontecido algo grave. Com medo de vê-la com possíveis sequelas. Com medo de ser algo péssimo como naqueles filmes, deixando-a com amnésia. Com medo de me esquecer. Viajei na maionese legal, se quer saber. Amedrontado. Correndo.

Correndo.

Correndo.

Correndo.

Morrendo.

Correndo.

Correndo.

Nem parando para respirar! Sei que isso é sem noção total, mas era apenas mais um dos erros que cometera naquela manhã. Para começar que eu colocara um tênis de corrida branco, o qual já estava muito escuro de tanta sujeira. Errara ao não levar água para minha maratona aleatória. Errara ao não pedir um táxi. Errara ao não perguntar sobre o estado de Summer. Ou sobre o que acontecera. Mas dava para me entender perfeitamente, pois agira em nome do amor.

Sim, como na música da Bebe Rexha com o Martin Garrix. Eu andaria sobre fogo em nome do amor. Eu pularia do prédio mais alto em nome do amor. E eu correria intensamente em nome do amor. Aliás, corri. Corri como nunca antes! Deixando para trás o orgulho, o medo, ou qualquer outra coisa que me impedisse de estar com Summer. Não seria idiota de esperar algo de pior acontecer para admitir meu amor. Por isso não vi nada que fiz como um erro, mesmo quando cheguei no hospital quase desmaiando de cansaço. Os médicos até tentaram me obrigar a deitar em uma maca, para ser examinado. Mas eu neguei, alegando que só faria o que quisessem quando conseguisse ver Summer Young.

E eu consegui, mesmo tendo caído de joelhos ao seu lado.

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