25 - E se eu for artístico?
Imagine como me senti quando percebi que a música era para mim. Muitas pessoas esperam ansiosamente pelo dia em que vai receber um presente desses, mas não é tão legal quanto parece. Não quando a música é negativa. Nem quando você percebe que é o maior babaca da face da Terra e que pode ter perdido uma amizade e tanto. Até sentei ao lado de Sean, pensando em como poderia resolver toda a bagunça que eu mesmo criara. Era como na música que Summer dedicara para mim. O fogo que eu criara estava me consumindo vivo.
— Eu sou tão babaca!
— É bom que saiba. — Sean sorriu. — Quer uma dica?
— Eu não acho que você vá me ajudar muito...
— Quer que eu faça outra música sobre você?
— Não.
— Ótimo.
— Você não era tão irritante em Toronto. — Resmunguei.
— Você não falava tanto em Toronto. — Retrucou.
— Você não conversava comigo em Toronto.
— Você não falava de seus sentimentos por uma garota em Toronto.
— O que? — Pisquei, esperando que não fosse algo ruim.
— Ouvi você falar sobre seus sentimentos por Rebeca. — Ele olhou para seu violão, certamente entendendo meu desconforto.
— Desculpe.
— E eu sei que você estava mentindo.
— E o que te leva a dizer isso?
— O que você falou para Frankie.
— Quando? — Por que as pessoas estavam mencionando tanto Frankie naquela noite? Ele estava realmente disposto a me ferrar tanto ou fizera com boas intenções?
— Em uma mensagem no Whats. — Respondeu ele, voltando a me olhar. Eu sabia muito bem sobre o que ele estava falando, mas sempre há chances de estar errado. Bem, geralmente sou azarado demais, mas realmente não custava tentar.
— Qual mensagem?
— Você tem mesmo memória curta, hein cara? — Sean riu de mim e pegou seu celular. — A felicidade em pessoa. — Começou a ler, fazendo-me ficar envergonhado, pois já percebera ao mandar a mensagem qual a impressão que teriam sobre mim. E sobre o que eu poderia sentir. — Ela vê o mundo de uma forma que eu nunca imaginaria, mesmo com meu olhar artístico. Seu sobrenome diz muito sobre seu espírito e seu nome combina perfeitamente com sua personalidade. — Ele me olhou como se tivesse certeza de tudo no mundo. Provavelmente ele tinha alguma certeza sobre mim. — É como se seus pais tivessem pensado na personalidade desejada para a filha e colocaram seu nome, casando tudo de forma quase sobrenatural. Sua paixão por livros vai além do imaginado, pois vê muitas mensagens e oportunidades na leitura. Não sei como o mundo pode existir sem uma Summer, pois não há amiga melhor para te ajudar a superar um coração partido.
— Certo, eu tentei fingir que não sabia, mas parece que você sabe de tudo. — Suspirei, colocando a mão na cabeça.
— Eu sei o que você está sentindo por ela. — O canadenses sorriu, parecendo tirar uma da minha cara.
— Que bom que alguém sabe, porque nem eu sei mais. — Bufei.
— Posso te dar uma dica agora?
— Não tenho nada melhor mesmo.
— Engraçadinho. — Ele revirou os olhos como Rebeca faz.
— Manda. — Ri fraco.
— Faça algo artístico para ela.
— O que? Eu já fiz vários desenhos dela e ela viu. Não há nada mais novo... Ou criativo. Já a desenhei de todas as formas... — Eu parei de falar ao ver que ele ria ainda mais e tinha aquela cara de "sei que está apaixonado". — Foi para treinar o desenho e...
— Sei...
— Tá. Qual sua ideia?
— Está aberto para novas opções?
— Não muito, mas se estou na chuva, melhor me molhar mesmo.
— É o que resta. — Sean deu de ombros. — O que acha de fazer uma música sobre Summer?
— Uma música sobre Summer? — Arregalei os olhos.
— Com um pedido de desculpas e usando um pouco do que falou sobre a Summer para Frankie.
— Uma música sobre Summer. — Dessa vez fiquei mais decidido, sorrindo ao aceitar melhor a sugestão. — Uma música de desculpas para Summer.
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