Epílogo
Eu estava preparando o café da manhã nesta manhã de natal maravilhosa.
Está nevando lá fora, e essa vai ser a primeira vez que o Seyeon vai ver a neve. Ele está com três anos já, me sinto uma velha. Estou com vinte e nove anos e Lisa está com trinta e dois, confesso que ela parece ter mais disposição do que eu para brincar com o Yeon.
Enquanto eu terminava de arrumar a mesa, a Lisa me abraçou por trás, me causando um leve susto, ouvindo sua risada após isso.
— Bom dia, meu amor! — ela desejou, deixando um beijo em minha bochecha. — Eu vou lá acordar o Seyeon, tá bom?
— Por que você não espera mais um pouco? Quero ficar um tempo com você, faz tempo que não conversamos.
— Você tem razão, princesa Kim — sorri. — Vem, vamos pro sofá então.
— Faz tempo que você não me chama de 'princesa Kim', sabia? — nos sentamos no sofá.
— Fiquei sabendo recentemente — ela se deitou no meu colo, surpreendendo-me com o seu ato. — Você é linda, sabia? — sua voz saiu calma e apaixonada, junto com o suas pupilas dilatadas.
— Você é mais ainda — coloquei uma mecha de seu cabelo atrás da orelha, sorrindo para garota, que também sorria para mim.
— Eu tenho tanta sorte de ter você na minha vida. Eu sempre faço questão de acordar antes de você, só pra observar você dormindo, e quando você acorda, eu finjo que tô no meu décimo sono.
— Isso tem nome e se chama psicopatia — disse, rindo, recebendo uma risada sarcásticamente de sua parte.
— Eu sou psicopata, esqueceu?
— Você matou alguém recentemente? — perguntei, arregalando meus olhos.
— O quê? Não. Eu não matei ninguém, não, meu amor. Eu já te disse que parei com isso, e não tem o porquê eu voltar, já que agora tenho duas razões pra viver uma vida limpa e sem trapaças. E outra: eu posso proteger vocês de todo mal possível, já que moram comigo.
— Mesmo assim, eu não quero que você pense mais em matar. Eu percebo quando você quer matar alguém, conheço bem o seu olhar.
— Ah, é? — assenti. — Quem eu quero matar, então?
— Kim Mingyu, o secretário do Jeon Wonwoo que você também quer matar. Também temos o Josh Hong, o Yoon Jeonghan, o Wen Junhui, o Lee Taemin, o Park Jimin que também é GAYYY — disse, sem pausas para respirar, olhando seus olhos arregalados.
— Eles ficam dando em cima de você.
— Amor, o Jimin é gay, Taemin é casado, o Wonwoo namora...
— Independente — ela me interrompeu.
— Sua possessiva do caralho — disse, rindo. — Você tem tanta insegurança assim?
— Não é insegurança, é paranóia. Às vezes eu fico pensando que você vai me largar pra viver um romance heterossexual... — ela fez beicinho, olhando para a árvore de natal.
Inclinei-me para deixar um selar no canto de sua boca, e assim que ela virou o rosto, eu a beijei lentamente, pedindo passagem para língua, não demorando muito para que eu pudesse ter acesso a sua boca, porém, minha dor nas costas falou mais alto e eu separei o beijo, voltando ao normal.
— Eu acho que tô velha.
— Mas já? O Seyeon nem é adolescente e já tá te dando cabelos brancos?
— Não. Você já faz isso naturalmente só por existir — seu queixo caiu, fazendo-me rir. — Desculpa, amor! Sabe que eu te amo, né?
— Eu vou acordar o Seyeon — ela levantou, indo até as escadas e sumindo da minha vista.
Por um momento eu esqueci que sou casada com uma criança dramática, carente, possessiva e doida.
Depois de dez minutos mais ou menos, escutei as gargalhadas do Seyeon, logo vendo-o no colo de Lisa, rindo de alguma coisa que sua mãe estava falando. Ela colocou o garoto no chão e ele correu até mim, pulando no meu colo e me abraçando.
— Bom dia, meu neném! — desejei, com a voz fina. — Cadê o beijo da mamãe? — inflei minhas bochechas, fazendo um pequeno bico com os meus lábios, logo recebendo um beijo longo e macio na minha bochecha. — Aí que beijo gostoso — abracei seu corpo com força, deixando vários selares em sua bochecha, o vendo rir enquanto olhava para Lisa, que sorria assistindo a cena. — Vamos comer?
— Mamãe, me pega — ele estendeu os braços para Lisa, que fingiu estar cansada. — Mamãe, por favor...
— Ah, já que você pediu com tanto jeitinho — sorri, vendo-a pegar ele no colo, fazendo uma careta de dor ao pegá-lo, indicando que ele estava pesado. — O que andou comendo, príncipe Kim? Você tá muito pesadinho pro meu gosto, hein. Tá ficando mais forte que a mamãe, vou ficar triste desse jeito — ela disse, caminhando até a mesa.
— Não pode ficar triste mamãe, é só você comer muito a comida da mamãe Nini, que você vai forte que nem eu.
Sorri, me lembrando de algo que aconteceu há muitos anos atrás, onde a Lisa disse quase a mesma frase que ela falou para o Seyeon.
Flashback
— O interfone tá tocando. Eu preciso atender, princesa Kim — ela disse.
— Não — respondi, com a voz manhosa.
— Ok. Vou ter que te levar junto, então. Sobe no meu pé — obedeci ela. — O que andou comendo, princesa Kim? Está muito pesada. Acho que o nosso bebê já está fazendo diferença — sorri contra o seu pescoço.
Flashback
— MAMÃE! — acordei dos meus pensamentos quando Seyeon me gritou. — Vem comer pra gente ficar mais forte que a mamãe Lili.
— Que isso? Não gostei — Lisa disse e ele gargalhou enquanto olhava para a minha esposa, que estava tentando conter o sorriso, tornando sua cara ainda mais engraçada.
Levantei-me e fui até a mesa, me sentando na cadeira em frente a de Lisa.
***
Após comermos, eu fui lavar a louça e Seyeon foi me fazer companhia. Lisa saiu, pois estava preparando uma surpresa para o nosso filho.
— Mamãe, ainda tô com fome.
— Eh, Lisa dois — ele riu. — Você e a sua mãe só sabem comer, hein. Tem maçã ali na geladeira, pega que a mãe corta pra você.
— Obrigado, mamãe! — ele foi até a geladeira e pegou uma maçã.
Terminei de lavar a louça e fui cortar a sua maçã em pedaços pequenos. Eu faço isso porque ele ainda tem muita sensibilidade nos dentes.
— Aqui está, filho. Não é pra jogar fora, ouviu?
— Tá bom.
Peguei meu celular e me escorei no balcão da cozinha, e como uma mãe babona que fotografa o filho fazendo qualquer coisa boba, eu fotografei o Seyeon sentado no chão, saboreando suas maçãs.
— Acabei, mamãe — arregalei os olhos, surpresa com a rapidez dele.
— Meu amor, você tem que comer mais devagar pra não se engasgar.
— Eu sou forte — ele mostrou seus dois bíceps, fazendo exatamente o que a mãe dele faz para ele.
Lisa tem o costume de terminar de comer e mostrar seus bíceps defenidos para ele, enquanto repete a mesma frase de sempre: "Tem que comer tudo pra ficar forte igual a mamãe". E como sempre, o Seyeon repetia o que Lisa fazia, mostrando seus bíceps. Nós sempre fingimos que eles estão crescendo mais, só para incentivar ele a comer.
— Nossa, como você tá forte, filho. Parabéns! Daqui a pouco tá mais forte que a mamãe Lili.
— Verdade. Só não fala isso pra ela porque ela vai ficar triste — ele cochichou e eu sorri.
Observei sua cara espantada quando escutou um barulho alto, indicando que alguém ou algo havia caído. Fingi surpresa e olhei para ele.
— O que foi isso? — ele perguntou.
— Não sei. Vamos ver? — ele assentiu. — Acho que foi lá na sala.
Ele pegou a minha mão e começou a correr até a sala, dando de cara com o papai Noel jogado no chão. Segurei a risada e me aproximei, junto ao Seyeon que estava muito animado, portanto, ele correu para ajudar o velhinho a se levantar.
— Papai Noel!!!!! Você trouxe presentes?
— Ho, ho, ho, feliz natal, baixinho — o papai Noel bagunçou os cabelos do Seyeon, fazendo ele sorrir com aquilo. — Eu trouxe bastante presentes, mas antes eu preciso saber se você comeu tudo hoje.
— Eu comi tudo. Pergunta pra minha mamãe Nini — ele apontou para mim.
— Ele comeu tudo hoje, Jennie?
— Como você sabe o nome da minha mamãe? — Seyeon perguntou, virando para o papai Noel com o cenho franzido.
Eu bati na minha própria testa, balançando a cabeça e contendo a risada, enquanto olhava a cena, apenas esperando pela explicação do papai Noel.
— Você falou.
— Eu chamei ela de mamãe Nini, não de Jennie — Seyeon cruzou os braços.
— Sério?
— Uhum — ele disse, assentindo enquanto batia o pé no chão, permanecendo com os braços cruzados.
— Ela me enviou uma lista de presentes. Inclusive, Jennie, você comeu tudo?
Os dois olharam para mim, me flagrando sorrindo para os dois, porém eu disfarcei e respondi, calma:
— Comi tudo.
— Hum, então acho que os dois merecem presentes. Vou entregar primeiro os presentes desse baixinho — o papai Noel se agachou e começou a tirar os presentes do Seyeon de dentro de um saco vermelho e grande.
— Quantos presentes, papai Noel — ele saltitou, batendo palmas e feliz por isso.
Não consegui conter o meu sorriso, observando a cena com os olhos lacrimejando, pois lembrei de quando Lisa disse que queria se vestir de papai Noel para os nossos filhos. Nunca imaginei que isso realmente estaria acontecendo.
— E os da mamãe Nini? — ele perguntou, depois de receber todos os presentes.
— Eu já vou pegar, mas primeiro, pode ir pegar um copo de leite pra mim? Ho, ho, ho — eu acabei rindo disso, baixando a cabeça e colocando a mão no meu rosto.
— Tá bom.
— Está lá encima do balcão da cozinha, filho. Vai lá pegar — falei, vendo Seyeon correndo até a cozinha.
O suposto papai Noel se aproximou de mim, andando sensualmente e me olhando, enquanto eu não conseguia parar de rir vendo a cena.
— Te entregarei o seu presente hoje a noite, Ruby Jane. Ho, ho, ho, feliz natal, gatinha — recebi uma piscadela, logo a vendo subir correndo as escadas.
Seyeon voltou com o copo de leite e ficou confuso, procurando o papai Noel em todo canto. Lisa desceu as escadas, vendo Seyeon agachado na frente do sofá, procurando pelo velhinho de baixo do objeto.
— O que tá acontecendo aqui? — ela perguntou.
— O papai Noel sumiu. Mamãe, você não viu um velhinho gordo, de roupa vermelha e cabelos brancos?
— Acho que eu vi ele voando em um trenó, por quê?
— Mas ele já foi embora? Nem consegui conversar com ele direito — ele fez beicinho.
— Por que você não abre os presentes? — perguntei, o vendo sorrir na mesma hora.
— Posso?
— Pode e deve. Vai lá pro tapete que eu e sua mãe levaremos os presentes pra lá — Lisa disse, vindo até mim enquanto Seyeon saltitava até a sala.
— Você é uma safada, né? Onde o Seyeon vai ficar?
— Eu já conversei com a Minnie e ela vai fazer uma festa do pijama junto com os filhos do Bambam e do Jk, relaxa — ela pegou alguns presentes. — A noite você vai receber seu presente de natal, Ruby — recebi um tapa na minha bunda e ela logo foi até a sala.
— Tarada — murmurei, sorrindo maliciosamente.
Peguei o resto dos presentes e fui até a sala, me sentando no chão junto com eles.
— Vocês podem me ajudar? Tá difícil de abrir — Seyeon perguntou, entregando os presentes para nós.
Aquele natal foi um dos mais importantes da minha vida, e tenho certeza que ficará marcado para sempre na vida do Seyeon também...
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