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Assim que acabou o jogo, sentei-me na arquibancada perto do vestiário, e peguei a minha garrafinha para me hidratar, enquanto espero as meninas saírem do banheiro para que eu possa tomar banho.
Observei Jennie conversar com suas amigas sobre algo engraçado, pois todas estavam rindo. Com um simples e rápido movimento, a garota focou seu olhar em mim, fazendo com que eu encarasse ela da mesma forma que ela me encarava. Com tensão circulando por volta da quadra, tornando aquele olhar, um olhar sedento e amedrontado por parte dela. Não entendi muito bem o que ela queria passar com isso, mas parecia que estava... me secando!?
— Lalisa, todas as meninas já saíram do vestiário. Pode ir se banhar — o professor Lode veio me avisar sobre, e eu assenti enquanto me levantava e caminhava até o vestiário.
Assim que adentrei no vestiário, fui em direção ao banheiro, andei até a última cabine e comecei a me despir rapidamente, pois eu não aguento ficar suja, me dá uma puta agonia ficar cheirando a merda.
Enquanto eu tomava banho, escutei o barulho da porta rangendo, assustei-me, pois aquela porta era bem barulhenta. Ela parece uma velha roncando.
Me tranquilizei ao escutar a voz do Kookie, ele estava ofegante, provavelmente veio correndo.
— Lisa — ele tentou falar, mas não conseguiu. — Espera um pouquinho. Deixa eu respirar — revirei os olhos e voltei a me banhar. — A Jennie desmaiou.
Arregalei meus olhos e fiquei pálida, tentando entender o motivo do desmaio da garota.
— Eu tô brincando.
— É melhor você sair daqui antes que eu te mate, seu desgraçado — disse alto e em bom tom, fazendo com que o garoto começasse a rir.
— Eu só vim te avisar que o pai da Jennie vai ir hoje lá no bar do meu paizinho. Meu pai disse que o senhor Kim vai ir jogar truco com eles, pois ontem à noite não deu tempo de eles terminarem de jogar.
— Obrigada pela a informação. Mas eu ainda vou te matar.
Terminei meu banho, coloquei um top de academia e uma cueca apenas, logo pegando uma toalha para cobrir a parte do meu quadril para baixo.
— Me aguarde, Jeon Jungkook — disse assim que abri a porta da cabine e o garoto tomou um susto e ficou meio ofegante. — Você também tem medo de mim agora?
— Não. É que eu não esperava que você fosse sair agora. Eu tava distraído pensando em como vou conseguir hackear o sistema do Kim Jongin.
— Eu não te pedi pra fazer isso — caminhei até o meu armário vermelho e o abri, logo colocando o uniforme sujo lá dentro.
— Eu sei. Mas ele é suspeito. Você me disse que as meninas sabiam da Jennie, mas como? A Somi e o grupinho dela não são amigas da Jennie.
— Isso é verdade. Como elas descobriram?
— É isso que eu quero saber. O Kai não é um cara burro, ele já deve saber que você tem um interesse na Jennie. Todo mundo sabe, na verdade.
— Eu não sei se o Kai saiba proteger a conta dele de hackers. Você consegue hackear o insta dele, pelo menos?
— Consigo. Inclusive, é mais fácil do que ter acesso ao email dele. Eu já vou indo porque eu tenho aula. A professora provavelmente vai me questionar pra saber o motivo de eu ter ficado duas horas no banheiro — ele se levantou e começou a caminhar enquanto falava.
O Kookie é uma pessoa muito importante para mim. Ele e os meus irmãos. Quando o meu pai morreu, a Minnie, O Bambam e o Jungkook me ajudaram e me apoiaram bastante. Sou grata a eles por não terem eu deixado cometer um suicídio.
Retirei a minha blusa cinza que eu vestía mais cedo, do armário, e coloquei-a junto com uma meia, logo pegando a calça para colocá-la também. Tirei a toalha do meu corpo e comecei a subir a calça pela as minhas pernas, até que escutei o barulho da porta se rangendo novamente.
— O que você esqueceu, Jungkook? — virei-me para a porta e encontrei Jennie, encarando-me enquanto tinha seus braços cruzados.
Seus olhos rapidamente focaram no volume que estava marcando a minha cueca branca. Apressei-me em terminar de colocar a calça e abotoa-la também.
— Meninos não podem entrar no vestiário feminino, sabia? — seus olhos ainda estavam focados no meu membro, que estava fazendo um pouco de volume na minha calça.
— Olhar pra intimidade dos outros também não pode — aproximei dela, lentamente, admirando cada traço de seu rosto, que possuía um semblante sereno.
A garota corou e fechou os olhos por algum tempo até me olhar novamente. A mesma tomou um susto ao perceber que eu estava apenas alguns centímetros de sua boca. Ela baixou o olhar logo em seguida.
— Olhe pra mim — levei a minha mão para o seu queixo e a fiz encarar-me nos olhos, tendo sua cabeça um pouco inclinada para cima enquanto seus braços continuavam cruzados.
Um brilho consumiu seus olhos, revelando uma mistura de surpresa e curiosidade. Agora, parando para analisar a nossa situação, eu posso tentar me aproximar dela. Estamos sozinhas e em um vestiário. Acho que esse seria um ótimo lugar para começar a conquista-la.
Recordei-me da sensação de ter um olhar fixo no meu rosto, junto com a proximidade que criou uma conexão única, causando sensações diferentes em mim.
— Por que você sempre fica me encarando? — ela sussurrou enquanto intercalava seu olhar, para cada um dos meus olhos e para a minha boca.
— Nada demais. Por quê? Eu não posso mais admirar a beleza da capitã das líderes de torcidas? — passei a língua pelo os meus lábios carnudos, focando meu olhar em sua boca coberta por um gloss labial rosa.
— Eu sou bonita?
— Está me fazendo uma pergunta tão besta, Kim — puxei-a pelo quadril e grudei nossos corpos. — Você acha mesmo que irei responder uma pergunta que você já tem e sabe muito bem a resposta?
— Lalisa, para. Eu namoro — ela descruzou os braços e levou suas duas mãos para o meu peitoral, na tentativa de me afastar.
— Se não namorasse, você ficaria comigo? Ficaria com uma assassina?
— Talvez...
Arqueei as sobrancelhas e passei a língua pelo o interior da minha boca.
Eu só aproximei nossos corpos por um motivo específico. Com todo cuidado do mundo, eu tentei levantar a manga da jaqueta dela, para ver se tinha algum machucado. Tendo sucesso, levei meu olhar para o seu braço cheio de hematomas e... Marcas de cortes?
— O que é isso? — ela rapidamente puxou seu braço com força, e se afastou enquanto cobria-o novamente.
— Não é nada. Não era pra você ter visto isso — ela virou de costas e começou a andar em direção a porta, porém eu fui mais rápida e puxei-a pelo braço, para assim, prende-la contra os armários.
Seu olhar amedrontado e lacrimejando caiu sob os meus, indicando que ela iria chorar. Sua respiração pesada e rápida, era o que nós escutávamos enquanto estávamos em uma troca de olhares sombría.
— Quem fez isso com você? Me responde — falei um mais alto e bati no armário, sem deixar que o barulho saísse alto, fazendo a garota soltar um grito e fechar os olhos enquanto virava a cabeça. — Jennie, eu não vou te machucar. Eu já te disse que não machuco quem eu amo.
Ela arregalou os olhos e me olhou com um brilho em suas pupilas, que não era a luz, pois não havia nenhuma lâmpada acesa.
— Você... Você me ama? — ela gaguejou enquanto tentava manter a respiração normal.
— Sim. Imaginei que soubesse — ela negou com a cabeça. — Agora você tá sabendo. É bom que assim você perde um pouco de medo de mim. Relaxa que eu não vou te forçar a nada e nem vou te machucar. Eu só preciso que você me diga quem fez isso com o seu braço.
— Eu fiz isso.
— E os hematomas.
— Você não tem intimidade comigo pra saber isso.
Encarei-a com ódio em meu olhar e me afastei da garota, logo a vendo sair correndo do vestiário feminino.
— Eu sou muito idiota!!! Custava você ter a porra de uma conversa normal com ela, Lalisa Manobal? — perguntei em voz alta para mim mesma, enquanto me culpava sem parar por quase ter feito a Jennie chorar.
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