-20-
— Bom dia, Jen — acordei com a voz manhosa da Lisa, me chamando. Abri meus olhos com um pouco de dificuldade, tentando me acostumar com a claridade que invadia o quarto pela a janela. — Dormiu bem? — ela perguntou enquanto me abraçava por trás, fazendo a famosa conchinha, deixando selares no meu pescoço, causando-me arrepios repentinos.
— Com certeza... Por que você não fechou a porra daquela cortina? — minha voz estava um pouco mais grossa do que o normal. Ela sempre fica assim quando eu acordo.
— Eu esqueci. Mas você estava dormindo com a coberta na cara, não pensei que você fosse tirar.
— Tudo bem. Que horas são?
— Meio-dia e vinte e sete — arregalei meus olhos, pois dormi demais.
— Puta merda, merda, merda, merda, merda — levantei rapidamente da cama, procurando pela a minha bolsa.
— Tá procurando o quê?
— A minha bolsa.
— Você não trouxe bolsa.
— Verdade. Porra — taquei-me na cama, deitando meu corpo por completo e cobrindo o meu rosto com as minhas mãos. Lisa se aproximou e me encarou, confusa. Tirei minhas mãos do meu rosto e encarei ela com lágrimas em meu olhar.
— O que foi? Por que está com essa cara? Está com muita dor?
— Eu não tomei o meu anticoncepcional no horário certo, Lisa. Eu tomo ele todo dia de manhã, tenho que seguir esse horário por indicação médica.
— Ei, calma. Não precisa chorar — ela levantou o meu tronco, e de joelhos, ela foi até atrás de mim, se sentando ali e me deixando entre suas pernas, logo rodeando seus braços longos pelo o meu corpo. — Eu posso te levar lá na sua casa agora ou podemos ir comprar anticoncepcional pra você.
— Eu só posso comprar com a minha receita. E ela tá na minha casa.
— Então vamos pra sua casa. Eu sei que não quer engravidar, mas pode ficar tranquila, que eu não vou deixar que você engravide tão cedo.
— Quem disse que eu não quero engravidar? — virei a minha cabeça.
— Olha, com todo o respeito, mas você é muito jovem pra isso.
— A minha mãe me teve com 16 anos. Lisa, eu quero engravidar quando eu terminar a escola, mas acho que não vou poder, já que o Kai é o meu namorado.
— Por que você quer ser mãe tão nova?
— Na minha cabeça, se eu virar mãe, eu vou ter um motivo pra continuar viva...
Ela me abraçou mais forte e descansou seu queixo em meu ombro, massageando a minha barriga e, por algum motivo, eu desejei que o meu futuro filho fosse dela. Eu desejei que criássemos uma família. Sem problemas e sem medo, apenas amor. Mas sei que isso vai continuar sendo desejo mesmo.
— Olha, eu posso ser um motivo muito bom, sabia? Eu posso ser cavalheira e te tratar como uma verdadeira princesa. Só não se mate, por favor...
— Eu tô sozinha agora, Lisa. Sem meu pai e sem minha mãe. Por mais que ela esteja aqui, ainda não tenho uma mãe de verdade, sabe?
— Eu nunca tive.
Fiquei em silêncio.
— Jennie, você não está sozinha. Você tem a Jisoo, tem a Rosé, tem o Kuma e... você tem à mim. E, eu vou fazer de tudo pra tirar essa angústia que faz você ter esses pensamentos suicídios.
— De que adianta? De que adianta eu ter vocês, mas viver em um verdadeiro cativeiro onde eu não posso ser mesma, tenho que tomar cuidado com a minha reputação, tenho que fazer dieta todos os dias, preciso me concentrar nos estudos e nas líderes de torcida? E, pra piorar, eu tenho que ficar aguentando comentários assediadores dos garotos da escola.
— Quem fala essas coisas pra você? Desabafe pra mim e veja se vai te trazer uma sensação de alívio.
— O Suga, por mais que ele seja o melhor amigo do Kai, ele fica me secando e... — lágrimas escorreram dos meus olhos ao lembrar-me do que aconteceu semestre passado. — Ele já deu um tapa na minha bunda e ficou me secando... — baixei minha cabeça para chorar, e pude sentir Lisa me abraçar mais forte. — O Jackson do segundo ano, fica me... vigiando. Por exemplo: no vestiário, quando eu tô sozinha... tem vezes que eu vejo ele escondido lá dentro, ou vejo alguma câmera ou o celular dele.
— Câmera?
— Sim.
— O Jackson é aquele fotógrafo do jornal da escola, né?
— Uhum... — ela ficou em silêncio. — Me leva pra casa?
— Claro — logo a vi indo em direção ao seu guarda-roupa embutido na parede, retirando de lá algumas roupas de frio, me entregando-as em seguida. — Coloque. Está muito frio lá fora.
Eu havia dormido com um suéter grande dela, de calcinha e de sutiã, apenas.
— Obrigada — me levantei para colocar um conjunto moletom na cor preta, junto a um sobretudo cinza que ela me entregou também. Surpreendi-me quando Lisa colocou uma touca em mim, cuidadosamente, arrumando as mechas do meu cabelo enquanto me olhava apaixonadamente. Suas pupilas dilataram quando encontraram os meus olhos, fazendo-me sentir o famoso frio na barriga. — Vamos?
— Claro. Está com fome? Podemos comprar algo no caminho.
— Oh, não precisa se preocupar, eu como em casa.
— Negativo, princesa Kim. Irei lhe tratar como alguém da realeza, com cavalheirismo e tudo mais. Sabe por quê? — neguei. — Porque você merece isso e mais um pouco — sorri.
Fomos em direção a saída do apartamento, para assim, pegarmos o elevador e descermos até o estacionamento. Enquanto caminhavámos em direção ao veículo, eu estava segurando o choro e evitando qualquer contato visual com a Lisa. Senti um toque estranho, logo mirei o olhar para as nossas mãos, que ela fez questão de entrelaçar. Após isso, eu olhei para ela com dúvida em meu olhar, e ela sorriu gentilmente como uma resposta curta, porém explicativa. Eu acabei curvando meus lábios em um sorriso singelo, podendo liberar o brilho triste do meus olhos.
— Entre, milady — ela pediu educadamente enquanto se curvava, após abrir a porta do passageiro.
— Para de ser idiota, Lalisa — eu ri, fazendo-a sorrir com isso. Ela caminhou rapidamente até o outro lado, entrando no banco do motorista.
Assim que ela entrou, logo fechou a porta e ligou o carro, para assim, poder ligar o aquecedor e melhorar a temperatura do ambiente frio. A garota pegou o seu celular e o conectou no rádio, logo virando para mim e perguntando:
— Quais são os seus cantores e bandas preferidos?
— Todos? — ela assentiu. — Chase Atlantic, Lana Del Rey, Taylor Swift, Doja Cat, The Weekend, Ariana Grande, Lady Gaga, Katy Perry — contei nos dedos.
— Uma música preferida de cada um deles.
— Isso é pra alguma pesquisa?
— Só responde.
— Do Chase Atlantic é "Moonlight"; da Taylor é "Daylight"; Lana Del Rey é Brooklyn Ba...
— Não diga mais nada — ela me interrompeu e começou a procurar algo em seu celular, sorridente. Logo começou a tocar "Daylight", fazendo-me dar um sorriso gengival e encarar ela. — Eu prefiro R&B, mas de vez em quando eu escuto as músicas da loirinha.
— Você é muito aleatória — ri.
— O quê? Sou aleatória por escutar as músicas da Taylor?
— Não. É porque do nada você me perguntou sobre os meus cantores e as minhas músicas preferidas.
— É que eu queria ver você feliz, e tipo, a maioria das músicas que eu escuto fala de sexo.
— Ahhh. Por isso resolveu colocar Taylor?
— Sim. Lana Del Rey é depressiva, Chase Atlantic é um cachorro no cio, The Weekend nem se fala, quando não tá falando de sexo, tá sofrendo por amor, Ariana Grande não é muito diferente do The Weekend. A Taylor faz músicas românticas e alegres... na maioria da vezes.
— Sua explicação tá muito falsa — semicerrei os olhos e encarei ela enquanto a garota se concentrava em sair do estacionamento. — Pra mim você é uma swiftie não assumida — ela corou e negou rapidamente com a cabeça.
— Eu não sou uma "swiftie" — ela fez aspas, enquanto tinha sua voz trêmula. — Eu só sei reconhecer quando a pessoa tem talento.
— Uhum, sei...
Ela aumentou o volume do som quando chegou no refrão e tentou ignorar o assunto.
O sol poente pintava o céu com tonalidades quentes, lançando uma luz dourada sobre o interior do carro. O asfalto que possuía uma coloração meio branca por conta da neve que ainda era presente, estendia-se à frente, proporcionando uma trilha sonora única ao ruído constante dos pneus na estrada.
Lisa mantinha as mãos no volante, guiando o carro com confiança, enquanto eu, no banco do passageiro, admirava a paisagem linda de Toronto.
Os nossos olhares se encontravam de tempos em tempos, compartilhando sorrisos cúmplices conforme a música nos envolvia. A paisagem em constante mudança proporcionava um cenário dinâmico para esse momento musical na estrada. Cada curva, cada verso, tornava essa pequena viagem até a minha casa, não apenas uma jornada física, mas uma experiência sonora e emocional única entre nós.
Chegou na melhor parte de "Daylight" que, por pura coincidencia, era a minha parte preferida. Cerrei meu punho esquerdo e fingi segurar um microfone próximo a minha boca, logo começando a cantar no volume da música alta:
— And I can still see it all.
Lisa balançava a cabeça na batida da música quando deixei minha mão esquerda na frente de sua boca, indicando para ela cantar, e assim ela fez.
— In my mind — ela cantou, sorridente e no mesmo volume da música.
Continuei fazendo o mesmo movimento de levar o meu punho cerrado até frente de sua boca, e trazer até frente da minha, para que ambas pudéssemos cantar juntas.
— All of you, all of me — cantei.
— Intertwined.
— I once believed love would be.
— Black and white.
— But it's golden.
— Golden.
— And I can still see it all.
— In my head.
— Back and forth from New York.
— Sneaking in your bed.
— I once believed love would be.
— Burning red.
— But it's golden
Like daylight, like daylight
Like daylight, daylight — cantarolamos juntas e sorridentes enquanto aproveitavámos o clima que a música nos proporcionava.
Quando acabou "Daylight", começou a tocar "That's My Girl". Encarei Lisa com os olhos arregalados e sorrindo com a boca aberta, vendo-a rir da sequência aleatória.
— Que playlist é essa?
— Eu não sei, eu só cliquei em "Daylight" — ela deu de ombros e começou a se mexer conforme a música ia chegando mais perto do refrão.
— You've been down before
You've been hurt before
You got up before
You'll be good to go, good to go
Don't ever give up, no no — ela cantarolou.
— Destiny said it, you got to get up and get it
Get mad independent and don't you ever forget it
Got some dirt on your shoulder, then let me brush it off for ya
If you're feeling me, put your five high — completei a música, entrando no clima alegre que a melodia transmitia.
— THAT'S MY GIRL — ficamos repetindo junto com as meninas da banda, enquanto gritavámos mais alto que a música.
Ficamos cantando juntas a música inteira, dividindo-a em partes. Uma hora eu cantava, outra hora ela cantava, e assim foi seguindo até a música acabar.
— Lalisa, mas que porra — comecei a rir quando começamos a escutar o Ed Sheeran cantando "Perfect". — Volta pro Chase Atlantic.
— Hum, safada — ela levantou suas sobrancelhas duas vezes enquanto me olhava com os olhos semicerrados, e tinha seu lábio inferior sendo mordido pelos seus dentes. Fazendo-me rir mais e deixar um leve tapa no seu ombro, tendo como melodia, a sua risada viciante.
***
Chegamos em casa e eu fui direto procurar o meu anticoncepcional nas minhas coisas, ignorando a dor e o encômodo entre as minhas pernas. Lisa me perseguiu até o meu quarto, sem a minha permissão, porém eu não liguei, apenas comecei a procurar pelas pílulas. Lisa ficou encostada na entrada do meu quarto, no meio da porta que estava aberta. Seus braços estavam cruzados e seus olhos acompanhavam cada movimento meu.
Sorri assim que encontrei a cartela, porém murchei o meu sorriso logo em seguida assim que vi que ela estava vazia.
— O que foi?
— Tá vazia. Não tem pílula aqui, Lisa — segurei a cartela na minha mão direita e balancei ela enquanto encarava Lisa. Ela mudou o olhar, tornando seu semblante preocupado, bem evidente.
— Jennie, quem é essa garota? — Lisa deu um pulo quando minha mãe apareceu atrás dela, tomando um susto com ela.
— É a minha amiga. Mãe, você tomou o meu anticoncepcional? Era o último.
— Tomei. Desculpa, filha! Mas foi o único jeito pra eu não engravidar.
— Você não deveria ter mexido nas minhas coisas.
Minha mãe empurrou Lisa e entrou dentro do meu quarto, ficando na minha frente.
— Por que você toma anticoncepcional?
Olhei pra ela, indignada, colocando uma mão esquerda na minha cintura, enquanto deixava o meu outro braço jogado na frente do meu corpo, perto do meu joelho direito, que estava um pouco flexionado.
— Eu não acredito que você esqueceu. O Yeongsu me estuprou, Kim Haeun. O seu marido me estuprou enquanto você tava em Seul, FOCADA NA PORCARIA DO SEU TRABALHO — gritei.
Observei Lisa se aproximando pela a minha visão periférica.
— Olha como você fala comigo, Jennie Ruby Jane Kim. Por que você quer anticoncepcional se o seu pai já morreu? Você transou com o Kai, Jennie? Você me disse que iria dormir na casa da sua amiga.
— Sabe, eu tenho certeza que o Kai deve estar na cama de alguma prostituta da escola, bem provável que seja a Somi. Mas relaxa que não foi com ele que eu transei. E se eu tivesse transado, eu não seria tão burra a ponto de não usar camisinha com aquele tarado.
— Você traiu o Kai, Jennie? Não foi pra isso que eu te criei, garota — ela me olhou com cara de desgosto.
— Tá falando do quê? Você não tem direito de fala, Kim Haeun. VOCÊ ACHA QUE EU NÃO SEI QUE VOCÊ TRAÍA MEU PAI COM O SEU CHEFE, PORRA?
— EU SOU A SUA MÃE. ME RESPEITA, JENNIE KIM!
— RESPEITO? VOCÊ QUER RESPEITO, HAEUN?
— É o mínimo, né.
— Mínimo? — ela assentiu. Olhei ao redor do meu quarto, tentando me controlar para não bater na minha mãe. Desmanchei minha pose e comecei a apontar o meu dedo indicador pra ela. — O mínimo seria se você sentasse e conversasse com a sua própria filha, pra pelo menos, tentar entender o que tá acontecendo na vida dela. O mínimo seria se você tivesse respeito com a sua filha e o seu marido, não transando na mesma casa onde ele morreu, não transando na mesma cama onde VOCÊS dormiam JUNTOS, PORRA — minha voz já se misturava com o choro, junto com as lágrimas que escorriam dos meus olhos, sentindo uma quentura passar no interior das minhas narinas.
— Ele não é o meu marido.
— Vocês se divorciaram por acaso? — ela negou. — Então você ainda é casada NO PAPEL com ele. Agora, no caso, você tá viúva. Mas ele sempre vai ser a porcaria do seu marido, Kim Haeun — afirmei em meio as lágrimas.
— Que gritaria é essa, amor? — um homem alto e apenas de cueca branca, apareceu no meu quarto.
— Você é uma puta mesmo, né. Que pouca vergonha é essa, Haeun? É assim que você quer respeito? Quem é esse cara? Um homem de programa? É por causa desta porcaria — apontei para ele com a minha mão aberta enquanto o encarava com desdém — que você tomou o meu ÚLTIMO anticoncepcional? — ela não respondeu. — Você é a puta de uma vadia prostituta mesmo — ri sarcásticamente.
Virei meu rosto quando senti um tapa ardente atingir a minha bochecha com força, podendo ser ouvido o estralo alto ser ecoado por todo o meu quarto, fazendo-me colocar a minha mão no local atingido e olhar indignada para minha mãe enquanto tinha lágrimas descendo dos meus olhos. Lisa rapidamente se aproximou da minha mãe e afastou-a de mim, puxando-a com força e sem nenhum cuidado.
— VOCÊ LIMPA A SUA BOCA PRA FALAR COMIGO, SUA ESCROTA — ela se soltou dos braços de Lisa e caminhou até a minha escrivania, pegando a receita dos meus anticoncepcionais, lendo-a logo em seguida. — VOCÊ VAI PASSAR POR TUDO O QUE EU PASSEI QUANDO ENGRAVIDEI DE VOCÊ, SUA BASTARDA — ela ficou na minha frente e rasgou a receita em mil pedacinhos enquanto ria ridiculamente.
— NÃO!! — gritei com a minha voz falhando, e já com o meu rosto inchado por conta do choro. — FILHA DA PUTA DO CARALHO!
— Você tá pensando que é quem pra fazer isso com ela? — Lisa puxou minha mãe com força e prendeu-a contra a parede, enforcando-a com força logo em seguida. — Um passo em falso e eu boto você atrás das grades, se eu não te matar antes, sua puta.
— Solta ela, caralho — o homem puxou Lisa com força, preparando-se para dar um soco na garota, porém Lisa foi mais ágil e segurou a mão que ele iria usar para agredi-la. Me surpreendi quando ela deu um soco no meio de seu rosto, acertando seu nariz em cheio e com bastante força.
— Pega as suas coisas, Jennie. Você nunca mais vai pisar aqui.
— O quê?
— EU TÔ MANDANDO VOCÊ PEGAR AS SUAS COISAS — ela gritou, tendo as veias do seu pescoço totalmente amostras.
— Vai sequestrar ela? Você não pode fazer isso. Ela é a minha filha e é menor de idade. EU NÃO PERMITO QUE JENNIE SAÍA DE CASA.
— CALA A BOCA QUE VOCÊ JÁ TÁ ME ESTRESSANDO — ela se aproximou da minha mãe e apontou o seu dedo indicador bem próximo do rosto dela, fazendo-a tremer enquanto caminhava para trás, tentando se afastar de Lisa. — VAI POR MIM, VOCÊ NÃO QUER ME VER ESTRESSADA.
— LISA! — ela me olhou. — Vamos embora daqui, por favor! — implorei enquanto chorava. — Sai do meu quarto, Haeun. Por favor, saía do meu quarto. Eu vou tirar tudo que é meu daqui. Só sai do meu quarto.
— Amor, vamos antes que você se machuque. Essa psicopata é forte — ele se referiu a Lisa, fazendo-a sorrir.
Sim, coloquei a Taylor de novo nessa porra.
Quem não gostou faz B.O
Três mil palavras nesse capítulo aqui, foi o maior que eu escrevi nessa fic até agora
🥱 cansei 😗✌️
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