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— Você está estranho.
Ouvi Yoongi falar, me fazendo sair do transe em que estava e olhar para ele.
— Eu?
— Você!
— Como assim “estranho”?
— Sei lá, só sei que está. — Yoongi voltou a comer.
— Nossa Yoon, esclarecedor, obrigada. — debochei, voltando a mexer na minha salada, sem vontade alguma de comer.
— Cara, olha, você sabe que eu nunca reparo em ninguém, mas você está muito anormal hoje, nem está comendo nada, só está revirando essa ervilha aí e não coloca nada na boca, isso para mim é esquisitíssimo vindo de você. — o mais velho esclareceu, tentando me ajudar. Estava começando a ficar com uma feição preocupada.
— Não é ervilha, é lentilha.
— Você ouviu o que eu disse, caralho?
— Ouvi Yoon, — suspirei. — eu só não sei o que responder, não entendo porque estou assim.
— Então é melhor entender, porque esse jeitão calado não combina com você, e está começando a me assustar, então para de brincar com esse troço verde e come, temos que voltar para o trabalho.
Finalizando sua fala um tanto quanto delicada, Yoongi voltou a comer. Sempre tão simpático!
Dei algumas garfadas na salada, comendo alguns tomate-cerejas, até que soltei o garfo, chamando a atenção do de cabelo avermelhado em minha frente.
— Ok, eu vou contar o que pode estar acontecendo.
— Ótimo! — Yoongi limpou a boca no guardanapo de pano que estava em seu colo, depositando o mesmo ao lado do prato, em cima da mesa. — Desembucha.
— Então, você sabe das minhas rotinas noturnas, que eu vou sempre a Oásis para espairecer, pegar algumas pessoas e tal, e você sabe das minhas regras quanto os finais de noite, que eu…
— Não fica lá até amanhecer, que sai antes da outra pessoa, que não pega ninguém mais de uma vez e blá blá blá, disso eu sei, me conte a novidade.
— Bem, talvez alguém tenha quebrado essas minhas regras a uns dois dias atrás e agora eu estou encabulado com isso.
— Faça-me um favor, Jungkook. — Yoongi bufou. — Você está desperdiçando nosso horário de almoço pensando em um peguete que você nem vai pegar mais?
— Não é só isso Yoon. Ele literalmente quebrou todas as regras que implantei. Nós nos beijamos sem nem trocar uma mísera palavra, e foi ele que tomou a atitude. Eu o marquei com um chupão sem pedir primeiro, ele tomou a iniciativa de me chamar para o hotel e, uma das piores coisas: ele foi embora antes de mim. — respirei fundo após terminar.
— E…? — Yoongi me olhou com expectativa.
— Isso é terrível, Gi. — quase gritei. Mesmo estando em um estabelecimento, eu não conseguia controlar meu tom de voz.
— Fala baixo, garoto. Você disse que essa última coisa era uma das piores, mas então qual é a pior?
Suspirei três vezes seguidas antes de tomar coragem para dizer:
— Eu quero repetir a noite.
Um silêncio se instalou no meio de nós dois, um silêncio que durou alguns segundos, até ser preenchido pela gargalhada de Yoongi, esse que chamava a atenção de todo o restaurante com sua risada frouxa, digna de um balanço na cadeira que o fizesse quase cair de costas.
— Está rindo de que, seu merda?
— De você assustado porque, pela primeira vez na vida, foi cadelizado por um desconhecido.
— Isso não tem graça, Yoon. — emburrei a cara, esperando o mais velho cessar as risadas irritantes, vendo-o limpar os olhos e passar as mãos pelo rosto vermelho de tanto rir. — É sério cara, eu não sei o que fazer, eu quero repetir a noite, e eu nunca quis repetir uma noite. O que ele tem de tão especial?
— Sei lá, quem fodeu com ele foi você, não me pergunte algo assim. — o avermelhado levou a taça de água a boca, bebendo metade dela. — Por que não o procura? Talvez ele queira repetir também.
— Esse é o problema, eu não sei nem o nome dele.
— Mas você sempre sabe o nome das pessoas que dorme, não é uma de suas regras? — olhei para o mesmo e suspirei. — Nossa, você está realmente na merda.
— Estou. — bebi o suco de laranja que havia no copo, percebendo o mesmo já quente e um pouco ácido para ser ingerido com prazer. — Ah Yoon, ele é tão bonito, e tem um corpo tão perfeito, me deixou maluco só com um beijo. Acho que nunca senti tanto prazer na minha vida, é sério, você se sente quente só de olhá-lo.
— Acho melhor você encontrar esse cara logo, não estou afim de ficar ouvindo suas lamentações de gado apaixonado. — Yoongi disse enquanto levantava os olhos a procura do garçom, queria fechar a conta.
— Eu não estou apaixonado. — exclamei.
— E eu sou hétero.
— É sério, inferno, não estou apaixonado, só extremamente encabulado, eu quero repetir porque foi bom, só isso, mesmo que eu tenha essa coisa de “noites com Jeon Jungkook são tão especiais que só estão disponíveis uma vez por pessoa”, parece que não se trata mais só de mim, entende? Eu apenas quero aproveitar mais um pouco com ele, sei lá, acho que ele pode me proporcionar mais prazer do que eu já tive.
Yoongi já pagava o almoço e se levantava, me fazendo acompanhá-lo. Peguei meu blazer pendurado nas costas da cadeira e vesti, vendo Yoongi fazer o mesmo com seu terno azulado.
— Seja como for, para o seu próprio bem, é melhor encontrar esse cara logo e esclarecer as coisas, antes que você surte por pensar demais nisso. Eu te conheço Jeon Jungkook, sei que não vai esquecer isso nem tão cedo.
E infelizmente, Yoongi estava certo.
—— after a while ——
Eu estava cansado e de cabeça cheia.
Havia ficado mais encabulado do que achei que fosse ficar, e isso já estava me deixando perturbado.
Eu não conseguia tirá-lo da cabeça um minuto sequer, mesmo dentro do escritório editorial que eu trabalhava. Estava com artigos e mais artigos até o pescoço para serem revisados, contratos para serem organizados e assinados, mas mesmo assim, ainda sobrava a cabeça para preencher com as suas curvas.
Parecia um fantasma que apareceu para me assombrar e desviar minha atenção das minhas obrigações.
“Abri a porta com dificuldades, pois mantinha minhas mãos passeando pelo corpo rico em curvas do homem em meus braços, que me beijava desde que entramos no elevador do hotel.
— Deixa eu pelo menos fechar a porta. — falei sorrindo enquanto o mais baixo mordia meu maxilar.
— Deixa aberta, achei que gostasse de se exibir, — sussurrou em meu ouvido enquanto o mesmo fechava a porta com os pés. — você parecia estar apreciando o showzinho que fazíamos para todo mundo presente naquela boate.
— E eu faria de novo se isso me proporcionasse estar desse mesmo jeito com você. — falei entre suspiros quando o de cabelo preto me jogou na grande cama no meio do quarto. A luz apagada não era um problema, já que a luz que era projetada da parede de vidro que dava vista a cidade levava claridade ao cômodo, e ali eu vi luxúria nos olhos perfeitos do meu parceiro, um olhar tão predador que fez meu membro fisgar dentro da calça social.
Seus olhos passaram por cada centímetro do meu corpo deitado antes do mesmo sorrir e começar a se despir na minha frente, sem qualquer tipo de vergonha ou pudor. Primeiro suas botas de couro lustrosas, depois sua camisa de gola alta preta, e por último seu jeans também preto e apertado ao ponto de marcar a linha de cada músculo de suas coxas e panturrilhas.
E foi quando eu senti meu corpo se derreter de tesão ao mesmo tempo que focalizei na cueca de seda que o menor tinha embaixo daquele jeans. Não tinha um corte de boxer tradicional, era mais como um short minúsculo que ia até a metade da bunda — e que bunda. O pano refletia o brilho de fora da janela e chamava toda a atenção para o traseiro bem moldado, me fazendo salivar e quase perder as forças dos braços enquanto segurava meu tronco pelos cotovelos apoiados na cama.
O de cabelo preto passou a mão pelos fios antes de sentar em meu colo, me fazendo levantar o tronco e agarrar seu corpo, levando minha boca para a sua, e minhas mãos automaticamente para suas nádegas, apertando-as, passando a odiar a cueca por tampar demais.
Seu quadril se movimentando enquanto tinha meu blazer sendo tirado e camisa sendo aberta me deixou nas nuvens. Seus dedos tão delicados passando por cada gominho do meu abdômen me fez inflar o ego, porque seus olhos pareciam estar apreciando cada detalhe daquela região.
— Gosta do que vê? — perguntei, enquanto o olhava nos olhos.
Fizemos contato visual por longos segundos, até ele dar um sorriso, morder o lábio inferior e se inclinar para beijar o meu peitoral, arrancando um suspiro de mim quando seus dedos pressionaram minha pele, massageando-a de maneira possessiva. Seus beijos foram descendo, passando por cada mamilo, me fazendo arfar. Costelas, estômago, cada gominho, perto do umbigo, cintura lateral e baixo ventre foram alvos dos beijos acalorados que o menor tinha, e cada selar era um arrepio diferente,cada um mais forte que o outro.
Vi seus dedos passando pelo meu cinto, abrindo-o sem rodeios. Seus olhos se cravaram em mim enquanto ele abria o botão e o zíper da minha calça. Levantei o quadril quando ele puxou a calça e minha boxer azul marinho junto, vendo meu membro quase bater em sua bochecha. Seus olhos apreciaram o comprimento de uma maneira faminta, antes do mesmo me olhar nos olhos, sorrir novamente do jeitinho que o tinhoso sorri para uma alma já condenada às últimas camadas do inferno, pois quando, ainda olhando nos meus olhos, o menor abocanhou meu membro quase inteiro, eu senti meu corpo quente como se estivesse no centro de um vulcão chamuscado de lavas ferventes.
Diga olá para o diabo, Jungkook.”
Encabulado estava, encabulado fiquei.
Será que ele era CEO de alguma empresa? Em pensar que nos conhecemos no meio de semana, ele deveria estar vindo de seu escritório, mas suas roupas não eram apropriadas para o ambiente de trabalho empresarial. Ele poderia ter trocado, mas estava sem qualquer bolsa.
Ele poderia ser um trabalhador comum, que trabalha nessas lojas com ambientes mais alternativos, uma loja de disco, ou de roupas, por exemplo. Mas fala sério, alguém que trabalha nesse tipo de lugar não tem dinheiro para frequentar a Oásis, é uma boate de luxo, os drinks são caríssimos, os frequentadores são pessoas de alto calão, eu tenho sorte de trabalhar na maior editora da Coréia do Sul, meu trabalho vale ouro, ganho o suficiente para sustentar meus luxos.
Não, sem chance, ele é rico, tem um rosto extremamente atraente, deve utilizar dele para ganhar dinheiro. Talvez seja modelo, mas ele seria conhecido se fosse, e mesmo se fosse um novo modelo, eu conheço essa profissão, já fui modelo por um tempo, para você chegar ao patamar de frequentar a Oásis, precisa já ter alguns trabalhos no currículo e mais alguns zeros na conta bancária.
Ele poderia apenas ser herdeiro de alguma fortuna, mas não parecia ser do tipo filhinho de papai e mamãe. Talvez fosse um microempresário que trabalha por conta própria, um youtuber, sei lá.
Eu estava em apuros, só queria encontrar o dono daqueles lábios que fazia um boquete tão delicioso.
— Jeon? — tirei meus olhos da janela e olhei para trás, vendo Hoseok parado no meio da minha sala com algumas pilhas de folhas. — Cara, você está de pau duro?
Franzi a testa e olhei para baixo, vendo o volume marcar em minha calça social cinza.
— Merda. — grunhi, virando-me para a parede e ajeitando meu membro na calça, tentando inutilmente fazê-lo ficar menos marcado.
— Estava pensando em que para ficar desse jeito, hein? — o de cabelo castanho perguntou enquanto andava até minha mesa e sentava-se na cadeira perto dela.
— Em nada. Sabe que essas coisas são naturais conosco. — tentei mentir.
— Quer mentir para mentiroso, seu merda? É natural ficar meio duro, mas essa porra aí parecia uma pilastra. Vai, conta, qual bunda você estava imaginando comer? — Hoseok encostou suas costas na cadeira e cruzou as pernas.
— Devo lembrá-lo que sou bissexual?
— Mulheres também fazem sexo anal, ué. — Hoseok se pronunciou.
Um tapa na minha cara!
— Ok, enfim, não é nada que precise saber, não é importante. — respondi, sentando-me do outro lado da mesa.
— Vai mesmo me esconder as coisas?
— Por que acha que estou escondendo algo?
— Intuição, apenas.
— O Yoongi te contou, não foi?
— Contou.
— Fofoqueiro do caralho. — suspirei, fechando os olhos quando a imagem do rosto esbelto apareceu em minha mente pela milésima vez naquele dia.
— Conta aí, quem é o dono da sua coleirinha? — o acastanhado falou divertido e desviou quando taquei uma tampa de caneta.
— Eu não sei, nunca o vi antes, nem sei o nome. É estranho porque frequento a Oásis a séculos e nunca o vi por lá.
— Por que não fala com o Seokjin? A boate é um local bem exclusivo, não é qualquer um que frequenta, então ele deve conhecer. — Hoseok sugeriu, me fazendo refletir sobre.
— E será que ele vai revelar as identidades dos frequentadores de lá?
— Sei lá cara, não custa tentar.
— Mas e se eu encontrá-lo? Vou falar o que? “Oi, lembra de mim? Sou o cara que te comeu e adoraria te comer de novo porque não consigo tirar essa sua bunda da cabeça”? — falei, tirando uma gargalhada forçada do mais velho em minha frente.
— Você é muito otário, Jungkook. Claro que não vai falar assim com ele. Não sei de onde tira essas coisas, você não é assim normalmente, por que acha que deve ser assim com ele? — Hoseok falou sério, me fazendo suspirar novamente.
— Eu não sei, Hobi, só estou confuso.
— Cara, não é vergonha nenhuma demonstrar que está gamado em alguém, o máximo que você vai receber é um “Sem tempo, irmão.” — o mais velho pega as pilhas de folhas que havia trazido consigo e coloca no colo. — Seja apenas você. Sua personalidade é incrível, então relaxa e se preocupe em achar o cara da bunda de ouro.
— Você é muito idiota. — ri da sua fala e suspirei mais uma vez. Precisava focar em achá-lo, o resto eu via depois. — O que tem aí para mim?
— Um trabalho um pouco grande, é um novo livro. O escritor trabalhava com outra editora, mas como começou a ficar um pouco mais conhecido, decidiu vir para a nossa que tem um trabalho mais profissional. Ele só pediu para você dar uma revisada, não é o livro completo. Depois marquem uma reunião para falar um pouco mais sobre.
— Tudo bem. — Hoseok me entregou as folhas e eu passei os olhos rapidamente pela primeira página, lendo o nome ali. — Ah, ele é bem conhecido, não é aquele que não gosta de se expor muito? Parece que poucas pessoas conhecem o rosto dele.
— O próprio. Eu acho legal da parte dele, muitas pessoas hoje em dia utilizam-se dos rostos para se promoverem, então já sabemos que ele não é apenas um blogueirinho de Instagram que se acha poeta por postar textos no Tumblr, né? — Hoseok comentou enquanto se levantava.
— Ah cara, nada contra essas pessoas, arte vem de toda parte, se o blogueirinho está escrevendo um texto coerente e que exale algum tipo de arte, por que não valorizar?
— Você é tão sensato que cansa a minha beleza. Fui. — o mais velho acenou e saiu da sala, deixando-me sozinho com 150 páginas de um livro e uma sala em tons laranja pelo sol do fim da tarde passando pelos vidros da janela, colorindo as paredes.
Li o nome do escritor novamente, ficando levemente ansioso para trabalhar com o mesmo, visto sua fama crescente pelo país. Poderia ser promissor.
Espero que consigamos trabalhar bem, senhor Park Jimin.
—— after a while ——
Passei pelas portas abertas da boate, introduzindo-me em seu interior. As luzes que, a noite, tinham um tom rosa, naquele momento, emitia uma coloração branca padrão. Cumprimentei algumas pessoas que conhecia de vista e que passavam para lá e para cá, arrumando tudo para mais uma noite luxuosa naquele espaço acalorado.
Observei todos os pontos do grande salão, até encontrar quem procurava. Parado em frente a um balcão enquanto mantinha suas costas apoiadas no mesmo, com um copo do que parecia água em uma mão e um olhar analisador sendo direcionado para a prancheta disposta em sua outra mão, estava Kim Seokjin, o proprietário da Oásis, e um grande amigo.
— Jin? — o chamei enquanto me aproximava, recebendo um olhar curioso do mais alto e um sorriso cativante quando o mesmo viu quem o chamava.
— Grande Jeon Jungkook! — saudou-me, depositando a prancheta e cima do balcão. — Aceita uma bebida?
— Ah, não, eu estou em horário de almoço, vou precisar voltar para o trabalho depois, então sem bebidas por agora. — falei com calma, estava tentando, desde que coloquei meus pés para fora da empresa, formular um discurso convincente o suficiente para convencer Seokjin a me fornecer informações relevantes sobre o homem misterioso.
— O que lhe trás aqui? Está com algum problema? — o de cabelo preto em minha frente adotou uma pose preocupada.
— Não cara, não se preocupe, não é nada extremamente preocupante, mas ainda sim, vim aqui solicitar sua ajuda. — falei suspirando, recebendo uma atenção redobrada do mais alto em minha frente quando finalizei minha fala.
— Venha até a minha sala. — falou, começando a andar para uma escada na lateral do salão.
Passei pelo corredor que eu já bem conhecia, visto que já estive ali algumas vezes. Fomos em direção a última porta do corredor, essa que era feita de madeira escura revestida por verniz, adornando uma placa de metal dourada brilhante que tinha escrito “Kim Seokjin, gerente”. Embora Jin fosse o dono do estabelecimento, ele era alguém bem simpático e acolhedor, tratava bem seus funcionários e exigia que todos comparecessem as reuniões, desde seu secretário pessoal e sócios até os funcionários da limpeza e manutenção. Demorei um bom tempo para descobrir que, além de gerente, ele era o fundador daquele luxuoso lugar.
— Então cara, o que aconteceu? — o mesmo me dirigiu a palavra assim que me sentei em uma poltrona macia perto da mesa, vendo o mais velho se direcionar para o outro lado e sentar em outra poltrona.
— Bem, eu fiquei da empresa até aqui me martirizando enquanto tentava saber como poderia lhe contar isso, mas acho que é melhor eu ser o mais transparente possível e te contar tudo da forma que realmente aconteceu. — suspirei algumas vezes e comecei a contar cada detalhe da noite de quarta-feira, tendo toda a atenção de Kim nas minhas palavras.
— Espera, deixa eu ver se entendi, — o mais alto colocou as costas no encosto da poltrona e juntou as mãos no colo. — você veio para a Oásis, conheceu um cara cujo nome você não se interessou em saber, quebrou várias de suas regras estranhas antes e depois que transou com ele, agora quer encontrá-lo novamente, quebrando mais uma de suas regras, e ainda precisa da minha ajuda para isso?
— Eu sei que parece muito maluco, mas por favor Jin, eu preciso muito da sua ajuda para encontrá-lo.
— Jungkook, você sabe que é o meu amigo a anos, que eu faria tudo que estivesse ao meu alcance para te ajudar, mas isso diz respeito ao sigilo de identidade dos frequentadores da boate, eu não posso te informar quem é.
— Mas você sabe de quem estou falando? — perguntei, esperançoso.
— Essa é uma boate exclusiva, ninguém entra aqui sem eu saber o nome, o que fez e faz da vida, e pelas características que você me informou, eu tenho uma ideia de quem seja.
Suspirei novamente, sentindo minha cabeça latejar de ansiedade.
— Jin, por favor, me diz quem é, não está vendo o meu estado? Hoseok me disse que fico de pau duro só de lembrar dele, Yoongi quer que eu o encontre logo e você não está facilitando. — falei em uma falsa raiva, tirando uma gargalhada do mais velho.
— Desculpa meu amigo, se sua vida sexual depender dessa informação, diga adeus a ela. — falou, me deixando indignado com a petulância.
— Kim Seokjin, se você não me disser agora quem é, eu te juro que nunca mais piso nessa boate por toda a eternidade, está me ouvindo? — falei, exasperado.
— Fala sério, Jungkook, você está tão desesperado que não consegue encontrar a solução que está debaixo desse narigão. — Jin tentou me tranquilizar, esperando eu relaxar na poltrona antes de continuar. — Por que não vem aqui novamente? Talvez o encontre de novo e consiga mais uma noite com ele, ou algo mais inteligente como descobrir seu nome e pedir o número de celular.
— Mas Jin, eu frequento a Oásis a anos e nunca o vi por aqui, qual a probabilidade dele voltar?
— Cem porcento de certeza, lhe garanto. Quem vem a Oásis sempre volta, meu amigo. — o outro deu uma piscadinha antes de se levantar, indo até um frigobar em uma das paredes do escritório, pegando uma água com gás. — Bom, resolvido o seu problema, me conta, como está indo lá na editora?
— Ah, está tudo bem, a cada dia que passa tenho mais trabalho para fazer, mas isso é reflexo da boa posição da empresa em suas ações e status de popularidade, além do mais, sou muito bem pago para trabalhar. — sorri orgulhoso.
— Imagino, você está sempre muito elegante, com ternos afortunados, e gasta um bom dinheiro com as bebidas mais caras daqui, embora não abra mão do seu precioso whisky. — Seokjin me ofereceu a água com gás, mas neguei educadamente. — Está trabalhando em algum livro? Ter um editor chefe de editora como amigo têm suas vantagens, fico sabendo dos lançamentos em primeira mão.
— É só pra isso que eu sirvo mesmo, né? Mas semana passada chegou um rascunho de 150 páginas de um escritor que está ficando famoso. Li algumas coisas esse final de semana e devo dizer que tem um ótimo enredo, pode fazer sucesso. Marcarei uma reunião com ele assim que terminar de ler o rascunho para acertar alguns detalhes de produção.
—150 páginas só de rascunho? Nossa, esse deve saber bem o que faz. — Seokjin disse, impressionado.
—Sim, e admito que o rascunho dele está excelente, se o Hoseok não tivesse me dito que era apenas um rascunho, eu juraria que aquele era o livro em sua versão pré-editada, de tão bom que está. — falei sincero, estava realmente ansioso para trabalhar com aquele talentoso escritor.
— E qual é o nome do escritor? Assim que lançar o livro, me avise, fiquei curioso sobre o que abordará a história.
— Avisarei sim, e o nome dele é Park Jimin.
Assim que minha fala foi finalizada, levei um susto com o engasgo de Seokjin que cuspiu um pouco de água com gás na mesa, tossindo e abanando o rosto, tentando regularizar a respiração.
— Está tudo bem? — perguntei, me levantando para bater um pouco nas costas do mais velho, sendo agradecido com um aceno de cabeça.
— Está tudo bem sim, obrigada pela ajuda. Como é o nome do moço escritor mesmo?
— Park Jimin. Talvez você conheça pelo nome, porque ele está ficando famoso, mas não se expõe muito.
— Entendo. É sempre ruim ter seu rosto exposto pelos lugares, as pessoas acabam prestando atenção em você e na sua vida, não no que você faz. É por isso que tento manter embaixo dos lençóis minha conexão com a Oásis, prefiro ser apenas chamado de gerente do que ter minhas bolas lambidas por esses caras sem noção. Minha boate pode ser bem frequentada, mas sempre tem aqueles que gostam de pagar alguém para secar as partes baixas deles com secador depois do banho. — Jin finalizou e eu ri de seu discurso, conseguia entender o ponto do mais velho, também lidava com pessoas ranzinzas o tempo todo e era obrigado a manter meu sorriso simpático no rosto. — Mas me fala, esse Park Jimin, você já o viu em algum canto?
— Só conheço de nome, o cara realmente não gosta de se expor, embora eu saiba que tem pessoas que conhecem seu rosto. Ele é tipo a Sia. — exclamei, enquanto examinada minhas unhas, percebendo que precisava ir em uma manicure.
— E você nunca sentiu vontade de saber como ele é? — o mais velho tinha um tom curioso, o que me fez ficar confuso naquele momento.
— Eu não sou um fanboy, Jin, pouco me importa o rosto dele, se ele não gosta de se expor, respeito isso. Conhecerei na reunião e isso já basta.
Observei Seokjin rir soprado e balançar os ombros, murmurando um “Você que sabe.”
— Me diga depois como foi essa reunião com ele, gostaria de saber os detalhes. — o Kim pronunciou, me fazendo unir as sobrancelhas, estranhando tudo aquilo.
— Qual o motivo desse interesse repentino? Conhece o cara? Está interessado nele? — perguntei, curioso, tirando uma risada baixa do outro em minha frente.
— Não, Jungkook, só fiquei curioso sobre o livro que ele está criando, eu estou interessado em outra pessoa… — Kim suspirou e sorriu, olhando para suas pernas cruzadas.
— Ih, conte tudo, não esconda nada, anda. — ordenei, tirando uma gargalhada do outro.
— Te contarei assim que possível, agora eu prefiro manter em segredo. — assenti, aceitando a condição. — Falando em interesses, essa sua história me deixou confuso, Jungkook. Você frequenta a boate a anos, já te vi saindo daqui com pessoas dignas da criação pelas próprias mãos de Afrodite, mas o que lhe fez cismar logo com esse homem? Poderia ter sido qualquer outra pessoa que você ao menos soubesse o nome, porque assim seria mais fácil de encontrar.
— Eu não sei, Jin, algo nele mexeu muito comigo, eu não consigo tirá-lo da cabeça. O sexo foi bom, foi ótimo, excepcional, mas fala sério, já tive outras transas tão excelentes quanto, então de verdade, não sei te explicar minha fixação justo por ele. — falei, sincero.
— Você não me parece ser um cara completamente apegado a essas regras que tem, parece que as criou apenas para conhecer melhor as pessoas com quem fica, ser respeitador o suficiente com elas e não causar desavenças mais tarde, e também tem esse teu receio de se apegar, então não sei se foi o fato dele ter quebrado todas essas regras que te fez ficar tão afetado com isso. — exclamou Jin, tentando abrir minha mente. — Você acha que está apaixonado por ele?
— Não! — falei, rapidamente. — Não mesmo.
— Nossa, por que negar tão rápido? Você tem medo de se apaixonar?
— Não é isso Jin, é que eu só não me interesso por relacionamentos duradouros que me façam ficar preso em obrigações com apenas um único alguém. Sempre gostei de conhecer pessoas, você sabe, e nunca me interessei em repetir doses, tenho sede de descobrir coisas, experimentar novas pessoas, saber mais sobre a vida de cada um, sabe? Não me interesso por repetições.
— Até agora, né Jungkook? Porque você veio implorando para que eu revelasse o nome de um de seus parceiros porque está fixado nele e gostaria de repetir. Talvez seja isso que tenha lhe deixado tão grudado na imagem dele, o mesmo foi o único que fez o aventureiro querer repetir a aventura, pular do mesmo penhasco, mergulhar no mesmo mar, e para um aventureiro que sempre visita um lugar diferente, voltar ao mesmo ponto em que já foi significa que a vista é bonita o suficiente para ser apreciada mais de uma vez. Pensa nisso. — Seokjin finalizou sua fala.
Naquele momento, minha cabeça estava a mil. Ele estava certo?
Ele estava certo.
• • •
olha quem apareceu hihi
então galera, iniciei as postagens de oásis, e eu espero muito que vocês gostem dela assim como eu gosto.
como já expliquei, essa fic é um pouco mais simples se comparada as minhas outras histórias, mas ainda sim tem coisas importantes aqui e eu gostaria que vocês prestassem atenção, okay?
ela não é uma fic grande, assim como todas as minhas outras, tem em média 13 capítulos e eu vou posta-los aos finais de semana.
sobre os personagens, eu vou tentar dar uma luz pra vocês imaginarem melhor: escolhi o hoseok da era run (aquele castanho escorridinho do photoshoot com a jaqueta verde que acho lindo), o yoongi da era idol (aquele cabelo dele tem reflexos avermelhados, mas ele é um castanho bem vinho) e o seokjin de nenhuma era específica, só tenham em mente que ele tem cabelo preto e o usa do jeitinho que ele já usou em alguns shows e premiações, aquele penteadinho de topete que mostra a testa dele, vocês sabem qual eu to falando.
sobre o jungkook, podem imagina-lo com aquele cabelinho um pouco maior, quando ele começou a deixar crescer. sabe o run do parque aquático? esse hair mesmo.
acho que por enquanto é isso, qualquer erro no capítulo, relevem, eu sempre reviso várias vezes mas sempre tem algo que passa. se quiserem se comunicar comigo, podem me chamar no meu twitter yiwangji, ele também ta lá na minha bio, clica nele que vai direto pro meu perfil, ta bom?
beijos *:
lola.
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