f o u r

— Cara, tem certeza que está tudo bem? — ouvi a voz de Hoseok, me fazendo acenar positivamente, vendo o outro voltar a falar e eu voltei aos meus devaneios.

Agora eu já sabia quem era o cara de cabelo preto, sabia no que trabalhava, já havia falado com ele e de certa forma tido mais um momento íntimo com ele, logo, minha curiosidade já devia ter passado e eu deveria voltar ao normal, certo?

Errado!

Depois do que aconteceu, a única coisa que mudou é que agora o rosto que perambulava em minha mente tinha um nome, uma voz sedutora até mesmo quando estava falando normalmente e parecia disposto a brincar comigo.

O que eu fiz para merecer um castigo desses?

Acordei dos meus pensamentos quando um estalo foi dado em frente ao meu rosto. Foquei minha visão em Hoseok, que me olhava indignado.

— Presta a atenção, caralho. — o de cabelo castanho falou, balançando as mãos para manter minha atenção em si. — O que está acontecendo, cara? Você está assim desde o dia da reunião.

— Não está acontecendo nada, Hobi, eu só estou um pouco cansado. — e em partes, era verdade. Além do livro do Jimin, haviam vários outros projetos em andamento, então a empresa estava trabalhando a todo vapor.

Eu não poderia estar desfocando do meu trabalho por causa de um cara, e eu era muito estúpido por isso.

— Eu sei que você está atolado de trabalho, mas precisamos terminar isso aqui para irmos almoçar. Yoongi quer ir naquele restaurante que ele gosta, então é melhor nos apressarmos porque é meio longe. — Hobi explicou, levando os olhos novamente as folhas. Observei quando o mesmo suspirou, fechou os olhos e depositou a pilha de folhas sobre a mesa, descansando suas costas na cadeira. — Está bem, vamos ter uma conversa franca agora. Esqueça que estamos no trabalho, esqueça que precisamos terminar essa merda aqui e vamos estabelecer nossa relação ala Hobi e Gguk, os melhores amigos. Vamos lá, me fale o que está acontecendo.

Suspirei alto ao mirar sua expressão preocupada. Eu amava meu melhor amigo e amava o fato do mesmo saber quando estou bem ou não, quando preciso conversar antes mesmo que eu perceba isso. Mas era chato ficar me perguntando se eu realmente precisava contar o que estava acontecendo, principalmente porque morria de medo de ser julgado, por mais que soubesse que Hoseok nunca faria isso, às vezes minha ansiedade fazia-me esquecer desses detalhes.

Contar, não contar, contar, não contar, contar, não contar, contar…

— Sabe aquele cara que eu conheci na Oásis?

— O da bunda de ouro, sei, o que tem?

— É ele que está me deixando assim.

— Mas Jungkook, achei que já tinha superado essa história, até porque você mesmo disse que só foi uma foda. Por que está tão fissurado nele se nunca mais o viu?

— Esse é o problema, Hobi, eu o vi.

— Como assim? — Hobi abriu os lábios e se apoiou na mesa em sua frente, adotando uma postura curiosa. — Viu aonde?

— Aqui, na Persona. — suspirei, antes de continuar. — Ele é o Park Jimin, aquele escritor.

Abri os olhos — quais nem reparei que havia fechado — vendo a expressão de Hoseok. O mesmo não mexia um músculo sequer da face, a não ser suas sobrancelhas que foram se unindo levemente, dando-lhe uma expressão confusa.

— É mentira, né?

— Quem dera fosse.

Hoseok me mirava estupefato, levando algum tempo para assimilar tudo, até que o mesmo começou a gargalhar alto, se contorcendo na cadeira como se levasse um choque. Bufei irritado e cruzei os braços.

— Era por isso que você o olhava tão estranho na reunião. Puta merda, como não imaginei isso antes? — ainda rindo, limpava seus olhos cheios de lágrimas. — Preciso contar para o Yoongi.

— Você pode calando essa sua boca enorme, seu miserável, não contará nada a ele, eu que vou.

— Ok, mas quero estar presente quando isso acontecer. — balancei a cabeça em concordância, só assim para ele não fazer um escândalo. — Mas cara, vocês ficaram sozinhos na sala de reunião, não rolou nada lá?

— O que você acha que eu sou, Hoseok? É o meu ambiente de trabalho, não faria nada aqui.

— Ah tá bom, Jungkook, me engana que eu gosto. — o mesmo me olhou, me fazendo perceber que não conseguiria ir muito longe com minha sonsice. — Me conta, vai.

— Não rolou nada, Hobi, é sério. E não foi por falta de provocação, já que aquele infeliz até sentou no meu colo, e muito menos por eu não querer, porque eu queria muito, mas ele que não quis. Me deixou de pau duro só para esfregar na minha cara que não teríamos mais nada.

— Que filho da puta! — Hoseok exclamou. — Gostei dele.

— Hoseok!

— Ah, o que foi, cara? — me olhou expressivo. — Passei anos com você se vangloriando por não se apegar a ninguém, dando um de guru da solteirice sempre que íamos nos lamentar por algum relacionamento que não deu certo. Vivia enchendo nosso saco dizendo que soube driblar os descontroles sentimentais e que ninguém tomaria o controle do seu coração, e agora você está aí, apaixonadinho por um cara que, pasmem, não quer repetir a dose.

— Eu não estou apaixonado por ele, que saco. — explodi, cansado da lição de moral.

— É um modo de dizer, sua anta. — Hoseok sobressaltou a voz, bufando logo em seguida.

— Cara, eu não estou te entendendo. Você está reclamando do fato de eu não ficar sofrendo por amor por qualquer pessoa que eu ver pela frente? Que coisa mais idiota.

— Não Jungkook, não é por isso. A questão é que você parece ter repulsa por qualquer coisa que envolva a palavra “relacionamento”, e o fato de ser tão seguro de si fará sua queda ser ainda maior. — Hobi suspirou, levantando da cadeira e vindo em minha direção, se agachando ao lado da minha poltrona. — Gguk, você consegue entender o que estou falando? Eu te conheço a anos, sei que já teve namoros conturbados e isso pode ter feito você construir um muro para relacionamentos. Claro que não descarto a possibilidade de que realmente não queira namorar ninguém, mas às vezes parece que você quer preencher um vazio da maneira errada.

Seus dedos passaram por meu cabelo, me fazendo um carinho ali.

— Um jogo de quebra-cabeça só fica completo quando as peças certas estão posicionadas nos lugares certos, e nem adianta tentar colocar outra no lugar, nunca estará finalizado. Pense nisso, tá bom? — levantei meus olhos, vendo o olhar de compaixão sendo direcionado a mim.

Apesar de estar com o orgulho ferido, sabia que aquilo fazia total sentido, e que eu precisava rever todas as minhas condutas, só assim descobriria o que de fato estava acontecendo. Mesmo que eu pense que ninguém precisa de outra pessoa para se completar, entendi onde ele quis chegar.

— O que eu faço agora? — perguntei baixo, um pouco desolado.

— Agora você precisa levantar essa bunda daí para a gente almoçar, estou com tanta fome que poderia comer aquele cacto ali no canto. — Hoseok apontou para trás, onde tinha um cacto grande que fazia parte da decoração da sala. Ri de seu desespero. — Depois disso, você poderá pensar um pouco sobre o que precisa fazer, mas não terá muito tempo, já que marcaram uma visita para você agora a tarde.

Jung se levantou e recolheu as folhas que antes estava em suas mãos, dizendo que terminaria aquilo ali quando voltasse, me deixando algumas horas para descansar antes da tal visita.

Levantei da poltrona, pegando meu celular e minha carteira, posicionando nos bolsos do terno e da calça social, andando até Hoseok que já se aproximava da porta para, enfim, irmos almoçar.

— Hobi, quem marcou visita hoje?

Hoseok estava de costas, mas pude ver seu sorriso soprado que fez seus músculos das costas se moverem por baixo do terno.

— Park Jimin.

Ai, caralho!

—— after a while ——

Eu andava de um lado ao outro da sala, extremamente nervoso, mais nervoso do que o dia em que minha mãe foi chamada na diretoria quando eu ainda estava no ensino fundamental. Havia pensado que seria suspenso por ter feito algo, mas a diretora só quis informar que meu texto foi escolhido para ser exposto na semana de artes do colégio.

Eu queria fazer um roteiro de como seria essa visita, sobre o que falaríamos, para nada sair do meu controle, visto que era mais que óbvio que saíria — afinal, eu ficaria sozinho com Park Jimin de novo —, mas para isso eu precisaria saber o que ele iria querer conversar comigo, porém o mesmo não informou exatamente o assunto a ser tratado, disse que era apenas assuntos sobre o livro, e é claro que não se aprofundaram no motivo, muito menos negaram uma visita do meu cliente.

Sentei na poltrona, a fim de me acalmar. Senti o cheiro da cafeteira que eu tinha ali especialmente para mim, enquanto as últimas gotas do líquido escuro preenchia a xícara. Nada como um bom café para manter minha mente no lugar.

Busquei a xícara, bebendo um gole do café fervente, sentindo-o deslizar por minha garganta. Estava perfeito! Ia me sentar novamente em minha poltrona, bebendo mais um gole do café quando o telefone da sala toca, me assustando e quase me fazendo queimar as mãos.

Merda.

Senhor Jeon? O senhor Park Jimin já está aqui para a visita marcada, devo pedi-lo para entrar?

Não.

— Sim, mande-o entrar. — suspirei assim que desliguei o telefone.

É agora, calma Jungkook, você é forte, é só um carinha lindo que te deu uma das melhores fodas da sua vida, não é grande coisa, você é mais profissional que isso, mais seguro que isso, relaxa macho, está tudo b…”

Ouvi algumas batidas na porta, vendo-a ser aberta, revelando Jimin, com toda a sua pose bonita e esbelta, me fazendo perder alguns compassos do coração. Observei seu semblante simpático, me fazendo temer que esse sorriso se transformasse naquele maldito sorriso cafajeste dele. Suspirei, mirando seu corpo, infelizmente não sendo capaz de não fazer, observando o quanto ele queria me foder por ter ido me visitar de calça jeans branca e uma camisa azul clara que deixava sua clavícula a mostra.

— Boa tarde, senhor Jeon. Posso entrar? — ouvi o mesmo perguntar sereno, observando que ele ainda se encontrava na porta.

— Claro. Entre, senhor Park. Sente-se, fique a vontade. — tentei parecer profissionalmente educado, indo em direção a minha mesa, ouvindo atrás de mim a porta sendo fechada e alguns passos. — Aceita uma água, um café, um chá…?

— Eu estou bem, obrigado. — sorriu, me fazendo estranhar o fato de que ele ainda não tenha feito nada para me provocar. Mal percebi que eu havia parado e que o encarava com a testa franzida, tentando decifrar-lhe. — Algum problema?

— Ahn… Não, nenhum. — sentei na poltrona de frente para Park, que havia se aconchegado na cadeira, parecendo um pouco mais relaxado, mas ainda mantinha uma postura reta. — A que devo sua visita?

Vi Jimin suspirar, percebendo pela primeira vez seus ombros caírem e seus olhos se direcionarem para as suas mãos apoiadas em seu colo.

— É que eu queria discutir com o senhor sobre o conteúdo do livro. Eu estou… Inseguro.

Ergui as sobrancelhas.

— Você? Inseguro? — perguntei, estupefato.

— Por que a surpresa?

— É que você não demonstra ser inseguro, na verdade achei que nem soubesse o que era isso. — respondi, sincero.

— E por que achou isso, senhor Jeon?

— Bom, você não parecia inseguro quando… — suspirei, tentando me segurar. Eu precisava ser profissional. — Bem, você sabe.

— São situações diferentes, Jungkook. — vi Jimin revirar os olhos, e com razão, eu fui estúpido. — Estamos lidando com meu trabalho, minha arte, e eu sou inseguro nisso.

— Me desculpa por ter mencionado isso. — falei sincero, limpando minha garganta em seguida. — Eu li o resumo que você mandou e, se serve para você ficar mais tranquilo, eu achei incrível.

Jimin levantou a cabeça, me olhando com suas orbes pouco arregaladas, me fazendo rir porque, pela primeira vez, sua expressão era adorável e estava me segurando para não morder sua bochecha.

— Sério?

— Uhum. Gostei muito do enredo, de como você quer levar a história, do que quer transmitir com ela. Será um livro fantástico.

Vi seu sorriso se abrir, iluminando a sala como o nascer do sol na praia. Seus olhos viraram dois riscos na horizontal, tamanho sorriso que o mesmo abriu, e aquilo aqueceu o meu coração, como se finalmente sentisse paz. Ato esse que só me fez sorrir também, tão grande quanto o do outro em minha frente, a ponto de me deixar confuso.

Um sorriso deveria deixar meu coração tão submerso em felicidade assim?

— Obrigado, Jungkook, de verdade. Isso foi importante para mim. — ele disse baixo, parecia um pouco envergonhado.

Respondi um “de nada” também baixo, ainda hipnotizado pela cena que vi a segundos atrás. Jimin havia abaixado a guarda, estávamos em um momento extremamente diferente do que tivemos nas vezes em que nos encontramos e isso me deixou pensativo. Era diferente vê-lo assim e saber que ele tem esse lado mais sensível e inseguro, como se até o ser humano mais dominante do mundo tivesse seus momentos de guarda baixa, e isso me deixou feliz por saber que ele confia em mim o suficiente para mostrar esse lado mais passivo, porém não menos atraente, o que também me assustou.

Eu estava atraído por ele, isso é fato, mas era apenas para repetir o sexo… Certo?

Suspirei, tentando parar de pensar tanto em suposições. Olhei novamente para Jimin, vendo o mesmo ainda de cabeça baixa, mas parecia um pouco inquieto, já que conseguia ouvir a sola dos seus sapatos batendo no chão e seus ombros se movimentando de acordo com a respiração profunda.

— Bom, — retomei a fala, vendo Park levantar a cabeça e me olhar. — era só isso que queria conversar?

— Ahn, bem, eu iria discutir um pouco sobre o enredo do livro e anotar possíveis mudanças sugeridas, mas você disse que está bom, então era só isso. — Jimin já ia se levantando da cadeira quando eu comecei a suar frio.

Eu não queria que ele fosse, tinha coisas para falar, mas eu não fazia a mínima ideia se de fato conseguiria, visto que só o seu olhar posto em mim já me fazia paralisar e começar a tremer, porém vê-lo arrumando suas roupas quando estava prestes a caminhar em direção a saída me fez ter um impulso de coragem.

— Jimin. — chamei, fazendo-o olhar para mim, e ali percebi o quanto eu parecia meio ridículo por tê-lo chamado sem saber o que dizer em seguida. — Você… É… Bom… V-você não quer ficar mais um pouco? Sabe, não há problema em ficar. Já te ofereci um café? Quer comer algo? Lá embaixo temos uma lanchonete exclusiva da empresa, tem uma torta de morango ótima, se quiser, posso pedir para comprarem, deixa eu só ligar para a secretária e…

— Jeon! — percebi o desespero em sua voz, como se o mesmo já tivesse me chamado várias vezes sem sucesso. — Já falei que não precisa, estou bem assim. Não quero tomar o seu tempo, sei que tem várias coisas para fazer, então eu já estou indo. — disse, já se virando para ir embora.

— Espera! — me apoiei na mesa, segurando seu braço, fazendo-o virar novamente. Nossos olhos se cruzaram e ficamos um tempo nos encarando, como se a missão de desviar os olhares fosse mais difícil do que jogar campo minado no Windows XP.

Observei Jimin descer os olhos, encarando minha mão em seu braço, me fazendo soltá-lo de imediato, me martirizando por ter feito aquilo. Quem eu era para segurar Jimin daquele jeito? Seu olhar foi direcionado novamente ao meu e suas sobrancelhas se uniram enquanto seu olhar era analisador.

— Jungkook, você quer me falar algo? — ele perguntou, me fazendo prender a respiração. Como ele descobriu? Estava tão na cara assim o meu desespero?

— Bom, não… Quer dizer, sim, eu quero. — respondi, decidido a tirar tudo aquilo a limpo.

Observei Park sentar novamente, me fazendo sentar também.

— O que quer falar?

Suspirei uma, duas, três vezes antes de limpar a garganta e começar.

— Jimin, eu sei que pode parecer a coisa mais estúpida do mundo e que talvez você ria de mim por isso, mas quando nos vimos na sala de reunião naquele dia, você me perguntou se eu ainda pensava no que tivemos, e bom, eu penso, penso até demais, e isso já está me deixando paranóico. — fui sincero. — Eu não te conhecia, você nem sequer me falou seu nome, mas eu não conseguia te tirar da cabeça e isso me assombrou por dias, ou melhor, ainda assombra. — observei a face do de cabelo preto, percebendo que não havia um músculo sequer se movendo, como se o mesmo estivesse paralisado. Suspirei e continuei. — Isso nunca aconteceu comigo, nunca fiquei assim por ninguém. Você quebrou todas as regras que eu coloco sempre que fico com alguém, é uma forma de não haver desavenças, mas você as quebrou e eu nem percebi, caramba! Na minha cabeça você tinha sido apenas uma foda incrível, mas eu já tive outras fodas incríveis, então eu juro que essa parte eu realmente não entendo. Queria muito que você me ajudasse a entender.

Jimin ainda estava estático. Seus olhos brilhavam de uma maneira diferente, algo que não consegui decodificar a tempo, já que o mesmo começou a piscar e abaixou a cabeça, suspirando.

— Jungkook, eu… — parou um momento, levantando os olhos e me encarando. — Eu nem sei o que dizer sobre tudo isso. Quando te vi na reunião, também fiquei surpreso por ter encontrado você novamente, te provoquei por puro impulso, já que sei que não é surpresa alguma que você me atrai, mas eu não fiz nada por justamente pensar melhor nas circunstâncias. Eu sinto muito que tenha ficado desse jeito, também não entendo porque logo comigo, então não sei como poderia lhe ajudar.

Ouvi tudo atentamente, pensando nas minhas próximas palavras. Era muito arriscado o que eu ia dizer, certo?

— Você… Você falou sério quando disse que também pensava no que fizemos? — perguntei baixo, temeroso pela resposta.

— É claro que falei, Jungkook, foi um bom momento, de qualquer das formas. Por que iria banalizar algo assim? — concordei com suas palavras, ficando um pouco mais relaxado.

Suspirei várias outras vezes, tomando coragem para o que ia sugerir a seguir.

— Jimin, você quer… — observei sua reação, seus olhos curiosos esperando pelo final da minha frase. — Quer repetir?

Suas pálpebras se fecharam incontáveis vezes, parecia querer assimilar a pergunta. Vi o mesmo vacilar e descer o rosto, olhando para suas mãos apoiadas em seu colo. Comecei a ficar nervoso com o silêncio que se seguiu, começando a me arrepender de ter perguntado.

— Olha Jeon, você sabe que nem sempre podemos fazer o que queremos, não é? — suspirei e assenti, entendendo aonde aquele discurso ia dar. — Foi uma noite ótima e realmente me agrada repeti-la, mas eu não posso.

Observei Jimin e analisei sua expressão, observando como parecia chato para ele ter que dizer aquilo.

— Por que não pode? — perguntei, tendo um último fio de esperança.

— Nós só não podemos… Eu não posso. — falou, simples. — Você me entende?

— Não, não entendo, mas respeito sua decisão. — balancei a cabeça, conformado de que realmente não aconteceria nada, aquele era o seu ponto e eu precisava aceitar.

— Bom, eu preciso ir agora. — Jimin disse baixo, se levantando da cadeira calmamente, parecia com medo de fazer algum movimento brusco.

— Eu te levo até a porta. — exclamei, me levantando e andando em direção a porta da minha sala, abrindo-a e dando de cara com o corredor exclusivo onde só existia o meu escritório.

Olhei para o mais baixo, vendo-o sem jeito.

— Bom, então, qualquer coisa eu posso ligar para cá, certo? 

— Pode, claro. Peça a secretária que te dê o número daqui da sala e o do meu celular, assim você pode falar diretamente comigo quando precisar. — falei profissional, eu precisava ser daquele jeito naquele momento, não poderia transparecer a minha decepção.

— Hum, ok. — Park mencionou sem se mover. Seus olhos foram guiados para os meus e eu não consegui desviar, me sentindo tão idiota por parecer tão óbvio.

Me surpreendi quando o mesmo agarrou meu pescoço com os dois braços e me abraçou, colocando seu queixo em meu ombro. Fiquei estático por alguns segundos, tentando entender o que estava acontecendo, mas meu instinto foi mais ágil e quando vi, já estava circulando meus braços em sua cintura, cintura essa que parecia perfeita para apoiar minhas mãos.

Perfeita para me afundar nela.

Sentia seu peito subindo e descendo devido a sua respiração, e isso me acalmou, fazendo-me concentrar em seus braços em minha volta e o cheiro de erva doce que exalava de seus fios escuros. Arrastei minhas mãos por suas costas, sentindo cada músculo se reter sob meus dedos. Jimin abaixou a cabeça, encostando a testa em meu ombro enquanto minhas mãos percorriam a lateral do seu corpo, vendo-o se arrepiar.

Park soltou meu pescoço, descendo suas mãos pelos meus ombros, se afastando devagar. Observei seus olhos pregados em meu peito, parecia incapaz de levantá-los. Coloquei uma mão em seu queixo e levantei sua cabeça, fazendo seus olhos se cravarem em mim. Segurei a vontade quase incontrolável de beijar seus lábios e apenas depositei um beijo em sua bochecha, perto da boca, perto o suficiente para deixar meus lábios formigando, querendo algo muito mais além daquilo.

Larguei o corpo de Jimin, vendo o mesmo sorrir singelo e virar em direção a porta, começando a andar para fora, mas algo ainda me incomodava e eu precisava fazer aquilo.

— Jimin? — o chamei assim que o mesmo já estava na metade do corredor, fazendo-o virar-se em minha direção. — Eu entendi que não tem como termos nada, mas eu realmente gosto da sua presença, me contentaria em apenas ser seu amigo.

Falei esperançoso, vendo Park arregalar um pouco os olhos e rir, uma risada gostosa e cheia de felicidade, daquelas que te deixa extremamente bem apenas por ouvi-la.

— Tá legal, Jungkook, — ouvi o mesmo dizer, me fazendo sorrir abertamente. — apenas bons amigos.

•••

eaeee

como vocês estão???

pelo visto as coisas com jikook estão começando a caminharem, vocês acham que eles conseguirão ser amiguinhos ou nem?

espero que tenham gostado do capítulo e que tenha de alguma forma entretido vocês de maneira positiva. relevem os errinhos que foram encontrados hihi

OÁSIS CHEGOU A 1K DE LEITURAS IRRAAAAAA obrigada a todes que separaram seus minutinhos pra dar uma chance a minha obra, eu realmente amo cada um de vocês, de coração.

não tenho muito o que dizer hoje, então qualquer coisa que queiram perguntar ou se quiserem apenas interagir comigo, meu tt é yiwangji, podem me chamar lá (:

beijos *:

lola.

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