f i v e
— Então agora vocês são amigos? — Yoongi perguntou enquanto cortava um pedaço da carne em seu prato.
— Bons amigos. — corrigi, bebendo meu suco.
— Jungkook, vamos falar sério agora. Você vai conseguir ser amigo desse cara sendo completamente atraído por ele? — Hoseok perguntou enquanto limpava os cantos da boca, apoiando seus cotovelos na mesa e me olhando fixamente.
— Claro que vou, Hobi, não sou tão descontrolado assim. — ri sem graça.
— Você entendeu o que eu quis dizer, Jungkook. Sinto seu tesão por ele daqui só de mencionar seu nome, e eu te conheço o suficiente para saber que não vai deixar essa atração para lá.
— Às vezes vocês me pintam como um desesperado por sexo, na moral. — bufei irritado, já me arrependendo de ter falado sobre a decisão que eu e Jimin tomamos.
— Não é isso, cara. O que o Hoseok quis dizer é que não sentimos muita firmeza nessa decisão de vocês, quer dizer, você disse que ele admitiu se atrair por você também, né? — assenti para Yoongi. — Então, acha que os dois conseguirão levar isso até o final?
— Eu não sei, Yoon, mas não tenho muito o que fazer, por mim nós já teríamos transado trocentas vezes depois daquela, mas é ele que não quer, então preciso respeitar. — suspirei, relembrando dos momentos daquela noite. — Eu gosto da presença dele, então o máximo que podemos ser é amigos.
Observei Yoongi e Hoseok se olharem e depois darem de ombros, voltando a comer.
— Daí quando olharmos para o lado, vocês vão estar se pegando freneticamente. — Hoseok murmurou enquanto enchia a boca de arroz, fazendo Yoongi se engasgar enquanto ria. Eu só sabia revirar os olhos.
Belos amigos!
—— after a while ——
Duas semanas.
Fazem exatamente quatorze dias que eu e Jimin decidimos ser bons amigos.
Na minha cabeça, estava tudo resolvido, eu não teria nada com ele e precisava aceitar isso, parecia ser suficiente para eu seguir com a minha vida da forma como seguia antes… Pobre cadelinha!
Deitado na cama do mesmo hotel que se localizava ao lado da Oásis, eu não conseguia pregar os olhos, e não é porque não estava cansado, porque eu estava ― o cara da noite era realmente ótimo ―, o problema era que eu não conseguia desligar minha mente em hipótese alguma, algo estava me preocupando.
Refletindo um pouco sobre essas duas semanas, parei para entender o que estaria acontecendo ― como se já não tivesse tentado fazer isso antes. Eu havia voltado a rotina que tinha, retornei a Oásis algumas vezes e sempre saia de lá acompanhado, como era de costume, mas havia algo: as pessoas que me chamavam a atenção sempre tinham algo que lembrava Park Jimin, sejam coisas sutis como cor do cabelo e altura, até formato de lábios, tom da voz, modo de se vestir e olhos penetrantes ― coisa que nunca de fato se assemelhava aos de Jimin, eles eram únicos.
E após reparar que, de alguma forma, estava sempre buscando sua essência em outras pessoas, comecei a me questionar se eu de fato tinha desenvolvido algum tipo de distúrbio psicótico que me fazia ser fissurado naquele cara. Eu estava assustado e frustrado, visto que as pessoas que antes conseguiriam me agradar, hoje nem fazem cócegas.
Olhando para o lado da cama, me senti mal, mal porque o cara ao meu lado teve uma noite boa, ele parecia tão bem, estava relaxado. Mal porque sentia inveja dele, mal porque ele era uma cópia perfeita de Jimin ― lábios grossos, olhos esticados e inchadinhos, bochechas salientes e maxilar marcado, cabelo preto, altura mediana, corpo curvilíneo, até o nariz pequeno e levemente achatadinho como o de Park.
Levantei da cama e comecei a me arrumar, fazendo o mesmo processo de arrumar o quarto calmamente, colocando as roupas do homem adormecido dobradas em cima da poltrona que tinha ali e enfiando minhas mãos nos bolsos para tirar o mesmo post-it e a mesma caneta.
Parei bruscamente quando reparei que aquele ato era realmente idiota, aquela mensagem não faria eu ser menos insensível e eu precisava parar de fazer isso. Coloquei o bloquinho e a caneta de volta no bolso, encarando o corpo em minha frente, vendo sua calmaria pairar pelo quarto silencioso.
Em um impulso de coragem, me sentei ao seu lado e passei meus dedos pelos seus fios pretos, me sentindo pesado, frustrado, indisposto. Vi seu corpo se mexendo, percebendo que o mesmo estava acordando, parecia ter o sono leve. Seus olhos cerrados foram direcionados a mim e logo um sorriso simples foi posto em seus lábios.
― Desculpe por ter te acordado, Wooyoung, ― falei baixo. ― só queria te dizer que preciso ir.
― Tudo bem, Jungkook. ― o mesmo sorriu e se aconchegou no travesseiro. ― Achei que você fosse do tipo que saía sem avisar.
Sorrimos.
― Eu era, mas percebi o quão babaca estava sendo. ― passei meus dedos por seu cabelo novamente, fazendo um cafuné na lateral de sua cabeça, vendo o homem deitado suspirar.
― Não é uma atitude muito boa, realmente, fica parecendo que está fugindo de algo. ― Wooyoung falou enquanto bocejava, me fazendo refletir.
Eu estava fugindo?
― De qualquer das formas, que bom que você mudou. ― sorriu, logo fechando o sorriso e olhando para o nada, me fazendo ficar preocupado.
― Está tudo bem?
― Está, só que… Posso te falar uma coisa? Não sei se devo, mas talvez nem você mesmo tenha percebido, e acho que avisar te fará refletir um pouco. ― o de cabelo preto falou, me fazendo franzir a testa em confusão, pedindo para o mesmo prosseguir. ― Enquanto estávamos transando, você murmurava algumas coisas, eu achava que era só porque você estava extasiado, mas ouvi um nome, não entendi muito bem qual era, mas era um nome, pelo que consegui captar.
Minha boca se abriu em completa descrença. Como assim eu gemi um nome?
― Você não lembra qual nome era?
― Não, eu estava meio ocupado prestando atenção em outras coisas, ― ele riu bobo. ― mas eu sei que era um nome, e você o repetiu algumas vezes, parecia me chamar por esse nome.
Fiquei estático, perplexo, estupefato. Como eu poderia ser tão imbecil ao ponto de gemer o nome de outra pessoa?
― Meu Deus, me desculpa, Wooyoung, me desculpa mesmo, eu não sei o que deu em mim, foi muito sem querer, de verdade. ― eu dizia desesperado enquanto encarava a expressão divertida do homem deitado.
― Calma Jungkook, está tudo bem, relaxa.
― Como assim tudo bem? Eu gemi o nome de outra pessoa enquanto transava com você, não acha isso um absurdo?
― Isso já aconteceu algumas vezes, então se acalma, não é o fim do mundo, estar apaixonado faz a gente soltar coisas do tipo mesmo estando com outras pessoas, é normal, sua cabeça estava em outro lugar. ― ele falou simples, me fazendo arregalar os olhos.
Mas que diabos, até ele?
― Mas eu não estou apaixonado, que droga. ― falei, frustrado.
― Jungkook, sinto muito mas não tem outro motivo plausível para você gemer o nome de uma pessoa enquanto está transando com outra. Até pensaria que era desejo reprimido, mas você não me parecia estar tão sedento de tesão, estava controlado, tranquilo. ― suspirei, ouvindo suas palavras que entravam pelo meu ouvido como rajadas de um vento violento, quase me levando para longe dali. ― Além do mais, você gemia aquele nome até de olhos abertos, olhando para mim. Eu sou parecido com a pessoa, não sou?
Observei seu rosto sereno e amigável. Wooyoung me chamou a atenção não só por se parecer tanto com Jimin, mas ele era o tipo de cara que eu tiraria horas para conversar, aquele cara que me faria sorrir depois da transa porque estaria feliz de ter tido um momento bom com uma pessoa incrível. Mesmo que eu tivesse o conhecido algumas horas atrás, eu já me sentia próximo dele, próximo o suficiente para suspirar e assentir para sua pergunta, vendo o mesmo se sentar na cama, tendo seu torso nu para fora dos lençóis e sua cintura tampada.
― Já contou para pessoa como se sente?
― Eu não sinto nada por ele, só uma atração gigante que me fez desenvolver distúrbios de perseguição e que agora eu não consigo me interessar por ninguém mais, e sempre que me interesso, essa pessoa lembra ele de alguma forma.
― Não, Jungkook, isso não parece um distúrbio, apenas uma paixão que te faz procurar por ele em outras pessoas. Você parece sentir saudade de algum momento que teve com o mesmo e sabe que está encantado, mas se nega, e isso vai acabar te frustrando ainda mais. Tenta refletir um pouco, pensar com a mente mais aberta, você parece ter medo dos sentimentos que pode ter aí dentro. ― finalizou, apontando para o meu peito, em direção ao meu coração.
― Você não entende, eu já perguntei se ele queria repetir o que tivemos e ele disse que não, o que mais posso fazer?
― Posso perguntar o que tiveram?
― Nós transamos.
― Quantas vezes?
― Uma só.
― E você pediu para transar com ele de novo?
― Sim, foi esse o momento que tivemos.
― E você sentiu que ele queria de novo?
― Ele queria, mas negou porque disse que não era certo.
― Jungkook, você já parou para pensar que ele pode estar com tanto medo quanto você?
― Medo de que?
― Talvez ele tenha ficado tão envolvido no momento que está com medo de se envolver demais e acabar sozinho, diferente de você que acha que transando com ele de novo vai suprir toda essa frustração. Ele sabe que pode se apaixonar enquanto você nega e quer provar que não está apaixonado.
Meu queixo caiu pela segunda vez. Aquilo não poderia ser possível, eu nunca tive medo de sentimentos, embora tenha me magoado com alguns relacionamentos.
― Eu não entendo… Então ele acha que eu só quero sexo? ― Wooyoung assentiu. ― Mas sugeri que fossemos amigos justamente porque gosto da companhia dele.
― E ele aceitou?
― Sim.
― Então dê tempo ao tempo. Essas coisas podem demorar e, até lá, você pode decidir finalmente o que quer para sua vida. Querendo ou não, você ainda precisa pensar antes de dar o próximo passo, estamos lidando com os sentimentos de outra pessoa, todo cuidado é pouco.
Assenti, ainda estupefato. Todo aquele diálogo havia me deixado tonto e pensativo, eu sabia que ficaria pensando naquilo quando dirigisse até em casa, quando fosse para o trabalho e pelo resto da semana.
― Você é realmente incrível. ― falei baixo, vendo Wooyoung sorrir e inclinar a cabeça em agradecimento. ― Como sabe de todas essas coisas?
― Eu sou psicólogo e trabalho fazendo terapia de casais. ― ele falou divertido enquanto via meu queixo cair pela terceira vez.
― Você me disse que era cozinheiro.
― Ah, é só um hobby que também me dá dinheiro. ― ele riu mais ainda, me fazendo acompanhá-lo.
Estava feliz por tê-lo conhecido.
—— after a while ——
Eu estava tenso, meus olhos ardiam porque às vezes esquecia de piscá-los. Sabia o quão idiota estava sendo, mas eu não conseguia resistir, e não estava me importando se Jimin me tiraria como maluco.
Eu era mesmo.
Acordei dos meus pensamentos com um estalo que ardeu meu tímpano direito, proveniente dos dedos de Hobi intencionalmente para chamar minha atenção. Olhei para o mesmo, recebendo um olhar severo tão expressivo que pude ouvir sua voz em minha cabeça: “Para de olhar para ele como um psicopata, seu filho da puta.”
Estávamos Hoseok, Jimin e eu em minha sala. Jung solicitou a reunião para algumas atualizações de rotina para futuros marketings e ideias que não tivemos na reunião de fechamento de contrato. Eu acho a capacidade profissional de Hoseok impecável, me pergunto o motivo dele não estar sentado na minha cadeira, sendo diretor ao invés de mim. Lembro-me de quando expus essa questão para o mesmo, que riu e disse com todas as letras:
“Você é tão criativo e competente quanto eu, além do mais, eu não saberia resolver coisas burocráticas e chatas tão perfeitamente quanto você.”
Se existe alguém hoje que me ajudou a passar por todas as barreiras de inseguranças e a vencer na vida, esse alguém é Jung Hoseok, e eu agradeço a quem rege esse mundo por ter colocado o mesmo na minha vida.
E encarando-o, vi ajeitar a postura na cadeira onde estava sentado, ainda com alguns papéis em mãos. Sua garganta foi limpa em uma tosse baixa antes de falar:
― Então, senhor Park…
― Me chame de Jimin. ― o de cabelo preto o interrompeu gentilmente, dando-lhe um sorriso e sendo retribuído.
― Então Jimin, por que escolheu uma palavra em latim para estar intitulado no seu livro e não alguma palavra em inglês ou simplesmente em nossa língua?
― Acho o latim uma língua surpreendente. Por mais que não tenha sido grande influente na Ásia, ela originou diversas outras línguas no ocidente e continua sendo a língua antiga mais influente dentre todos os idiomas. Acho que faria sentido colocar uma palavra em latim, já que a minha história baseia-se em um princípio, um renascimento. ― Jimin informou tranquilo, como se aquelas palavras estivessem na ponta de sua língua.
― É um bom nome. ― falei de repente, atraindo a atenção das duas pessoas em minha frente. ― Digo, ela tem uma motivação para ter sido escolhida, foi pensada minuciosamente, então vale a pena deixá-la.
Jimin assentiu sorrindo, e ver seu sorriso me fez prender a respiração. Aparentemente, uma dose de adrenalina corria o meu corpo por saber que algo que eu disse foi aprovado por ele. Mas de qualquer das formas, eu não havia mentido, “Memoriae” é um nome interessante, que chama a atenção, sai do convencional inglês e, o melhor, é um nome inteligentemente proposital, ou seja, perfeito.
Como quem escolheu ele.
Me repreendi por ter depositado meus olhos em si novamente, me dando conta de que fiquei mais tempo que o normal o observando, mas não tinha como resistir, Jimin estava mais bonito que o normal com seus cabelo levemente penteado para trás, com uma camisa preta colada em seu tronco e uma jaqueta de couro também preta contornando seus braços, suas pernas tão bonitas eram tampadas por um jeans escuro, fazendo-me lembrar de como elas pareciam mais longas por causa de sua bota de couro, essa que pude reparar quando o mesmo entrou no meu escritório.
Nunca fui um cara que ficava reparando nas roupas alheias, mas com Jimin eu fazia questão de reparar, justamente porque elas eram peculiarmente perfeitas, pareciam ter sido costuradas para o corpo de Park. Seu gosto era impecável.
Ouvi um leve riso e encarei os dois rapazes em minha frente, vendo Jimin com um sorriso divertido enquanto olhava Hoseok e a bagunça de papéis em seu colo e mãos.
― Você está procurando algo, Hoseok? ― Jimin perguntou, vendo o mesmo folhear diversas folhas grampeadas com o olhar perdido.
― Na verdade, sim. ― falou, logo erguendo os olhos e observando a estante que decorava uma das paredes do meu escritório. Ali haviam vários arquivos aleatórios, uns importantes, outros nem tanto. Eu e Hoseok chamamos aquilo de “estante das ideias”, tudo o que encontramos de interessante por aí e que possa ajudar em futuros projetos dentro da empresa depositamos ali, em alguma pasta aleatória. ― Deve estar em uma daquelas pastas.
Hobi fez menção de se levantar, tentando se livrar dos papéis em cima de si, mas Park foi mais rápido e levantou a mão, o parando.
― Pode deixar que eu pego, só precisa me dizer em qual pasta está. ― Jung assentiu, vendo o outro se levantar e caminhar tranquilamente até a estante alta. Fingi que estava prestando atenção em algo no meu notebook para não levantar suspeitas.
― Eu acho que está nessa caixa onde tem as pastas vermelhas… Ou melhor, vê na do lado. ― Hoseok dava as coordenadas enquanto Jimin tirava cada pasta, mostrando algumas coisas impressas nas folhas para o que estava sentado poder dizer se era ou não o que estava procurando.
― As pastas têm etiquetas de categorias, vê se está em alguma caixa que seja referente ao que você está procurando, Hobi. ― ditei, digitando algo em meu computador.
― Verdade! Jimin, vê se tem alguma caixa escrita “ideias para designers”, tem umas cinco caixas com o mesmo nome, mas são numeradas, então deve estar na “ideias para designers 5”, porque vi essa ideia a uns dias e devo ter guardado na última caixa.
Olhei para Jimin e vi o mesmo lendo cada etiqueta em cada caixa, observando seu corpo indo de lá para cá, buscando a bendita caixa. Sua bota dobrou quando ficou na ponta do pé, olhando para as caixas que estavam na parte de cima da estante, na última prateleira.
― “Ideias para designers 5”, acho que encontrei. ― ouvi Park dizer, se aproximando da estante e estendendo sua mão na falha tentativa de alcançar a pasta. Ouvi Hoseok rindo contido quando viu a dificuldade que o menor estava tendo para ao menos conseguir tocar na caixa.
― Deixa que eu pego. ― falei, me levantando e indo em direção a estante, vendo Jimin ainda tentando alcançar.
― Não precisa, eu consigo pegar. ― o menor falou abafado pelo esforço de esticar seu corpo o máximo que conseguia.
― Tudo bem, eu posso pegar. ― falei meio aéreo, vendo a melhor forma de pegar a caixa. Poderia ir atrás de um banco, mas não parecia tão alta, era só dar um impulso que ela vinha.
Cheguei perto de Park e me estiquei para alcançar a última prateleira, vendo que seria mais difícil do que eu pensava. Bufei, cogitando pedir para alguém encontrar alguma escada que pudesse ajudar.
― Jungkook, por que você não me levanta? Só falta alguns centímetros para alcançar, se me levantar um pouco, eu consigo pegar. ― gelei com o tal pedido. Será que ele estava falando sério?
― Te levantar? Como?
― É simples: eu vou manter minhas pernas juntas, então você abraça minhas coxas e me levanta. Consegue fazer isso, né? Você já me pegou no colo antes, vai ser tranquilo. ― Park disse enquanto se virava de costas para mim, preparando suas pernas para ser levantado.
Eu estava estático, paralisado, quase bobo. Como ele era capaz de mandar algo assim do nada, sem avisar?
― O-okay. ― falei baixo, tentando limpar minha mente.
Dobrei um pouco minhas pernas para conseguir alcançar as coxas do de cabelo preto, logo abraçando-a e levantando sem esforço. Jimin era particularmente leve, juntando com toda a força que adquiri em meus treinos na academia, eu poderia jogá-lo para o alto e pegá-lo com um braço só. Mas, diferente do que foi nos primeiros segundos naquela posição, eu estava começando a ficar sem ar, isso porque meu rosto estava de frente para o cóccix de Jimin, sua bunda batendo em meu pescoço. E como se eu já não estivesse fodido o suficiente, a jaqueta de couro e a blusa de Jimin levantaram quando seus braços foram erguidos, a fim de agarrar a maldita caixa. Eu conseguia ver nitidamente sua pele caramelizada levemente pálida, os ossos salientes de seu quadril, onde a musculatura se iniciava para cavar sua V line na frente de seu corpo. Como se já não bastasse, o elástico de sua cueca estava evidente, me fazendo ter vontade de puxá-la com os dentes só para soltá-la depois e ter o prazer de ouvir o elástico estalando na pele cheirosa de Park.
“Você já me pegou no colo antes, vai ser tranquilo.” Por que o maldito tinha que lembrar desse episódio?
“Estava extasiado. Aquela sensação arrebatadora dentro do meu corpo enquanto ia fundo dentro dele me dava a sensação de que ia explodir a qualquer momento. Suas pernas dobradas envolta da minha cintura se apertavam enquanto seu quadril se mexia como podia, e minhas mãos passeando por suas costas fazia-me entender o quão quente seu corpo estava, como larvas de um vulcão prestes a entrar em erupção.
Meus lábios moldavam cada canto de pele daquele pescoço enquanto ouvia-o gemer da forma mais manhosa que um ser humano é capaz, um som que, até então, achava impossível alguém emitir de uma maneira que me deixasse mais duro do que já estava. Quanto mais nos movimentávamos, mais excitado eu ficava, parecia que o alívio nunca viria, o que me fez morder a pele do pescoço do homem sentado em meu colo, logo levantando da cama, levando o mesmo comigo com uma facilidade assustadora, não sabendo se ele realmente era leve demais, se eu que era forte o suficiente ou se estava tão excitado que aquilo não foi nada naquele momento.
Ouvi uma risadinha vinda do homem em meu colo enquanto andava com ele pelo quarto, suas pernas ainda envolta do meu quadril e minha mãos espalmadas em suas nádegas. O encostei na parede de vidro, retornando as estocadas, vendo sua cabeça tombar para trás e seu sorriso se abrir.
― Ah, eu amo essa posição. ― ele sussurrou enquanto seus olhos se mantinham fechados e sua boca emitia sopros ofegantes. ― Acha que consegue se manter assim por um tempo?
Levei meu braço direito para baixo de sua coxa, seguido pelo braço esquerdo, fazendo o mais baixo ficar mais aberto e inclinado enquanto se segurava em meus ombros. Seus joelhos batiam na lateral do meu braço, posição essa que favorecia os movimentos, levando-os mais fundos, estocando de uma maneira forte, fazendo o corpo que estava em meu colo pular. Levei meu rosto para seu pescoço, beijando aquela área, subindo até sua orelha e sussurrando:
― Eu consigo ficar assim pelo tempo que você quiser. ― pronunciei, sentindo meu cabelo ser puxado e meus lábios serem capturados, movimentando meu membro dentro do mais baixo de uma forma lenta, porém intensa.
― Tão bom no que faz. Continue assim, babe. ― o outro falou rente ao meus lábios antes de retomar o beijo.”
― Jesus, que caixa pesada. O que tem aqui dentro? ― ouvi Jimin falando ao longe, pois minha mente nublou com meus pensamentos e meus braços começaram a tremer, perdendo as forças.
Tentei manter-me o mais firme possível, mas quando me dei conta, Jimin já estava levando um susto, a caixa já estava voando e eu já estava recuperando as forças e segurando Jimin novamente antes que ele caísse no chão.
De algum jeito, ele se virou para tentar se apoiar em algo, então ao contrário de antes, agora seu corpo estava de frente para o meu, com seus olhos fechados fortemente, provavelmente ainda esperando o impacto com o chão. Eu respirava fundo, tentando não perder o controle enquanto via o rosto de Jimin a centímetros do meu, meus braços fincados no final de suas costas, mantendo seu tronco colado ao meu. Suas mãos estavam espalmadas em meu ombro, o apertando forte.
Após alguns segundos, vi o menor abrir levemente os olhos, focando em sua situação. Olhou para nossos peitos colados, para suas mãos em meus ombros e, quando achei que isso seria tudo, o mesmo não hesitou em levantar o rosto, olhando em meus olhos, fazendo sua face ficar ainda mais perto do que já estava.
Meu coração acelerou a níveis exorbitantes, quase falhando de tão agitado. Seus olhos percorreram toda a minha face, observando minhas sobrancelhas erguidas, passando pelos meus olhos, mantendo um contato extremamente intenso ― porque Jimin era intenso ―, suas orbes sendo levadas para o meu nariz, bochechas e recaindo sobre minha boca, ao qual estava aberta, ainda espantado com o que aconteceu. Park passou um tempo considerável observando meus lábios finos, até que consegui sentir através do contato dos peitorais que a respiração do menor em meu colo havia começado a ficar mais rápida e forte. Observei seus olhos e eles pareciam desfocados, hipnotizados. Desci meus olhos para seus lábios, aqueles lábios que me fizeram ter uma visão prévia do paraíso coberto de ouro e natureza, vendo o inferior ser lambido levemente. Instintivamente, passei minha língua pelo meu, tão hipnotizado quanto o ser que estava em meus braços.
Eu queria beijá-lo de novo. Queria tocá-lo, senti-lo, observá-lo se exibindo para mim, sabendo bem o quão louco me deixava, o quão viciado em seu cheiro, seu sabor, seu ritmo eu ficava. Eu queria poder repetir o que tivemos, não porque foi um sexo bom e sim porque foi um momento bom, independente do ato. Naquela noite, eu me senti livre, me senti feliz, me senti no céu, em paz. E como foi diferente tudo aquilo, sentir que minha alma havia sido salva, porém sentir meu corpo pegando fogo como se estivesse apreciando a última camada do inferno. Como se Park fosse um ser celestial, um anjo, mas me proporcionando a visão do mesmo cavalgando em mim, tão estupidamente impróprio e despudoradamente libertino que se assemelhava ao próprio Lúcifer, em carne, osso e belos lábios.
E como meu corpo se arrepiou por inteiro quando observei, quase minimamente, seu rosto se aproximar do meu, tão sutil que se eu não estivesse prestando tanta atenção, jamais teria me tocado. Seus lábios ainda eram o foco da minha visão, assim como Park mantinha seus olhos em minha boca. Seu rosto estava mais próximo, a ponto de sentir sua respiração queimando meu queixo. A ponta de seu nariz tocou o meu, e eu tive o desejo de fechar os olhos, esperando pelo seu toque.
― Vocês estão bem? ― ouvi uma voz ao fundo, me fazendo abrir os olhos cerrados, acordando-me para a vida e me dar conta do que havia acontecido. ― Caralho maluco, sorte que eu consegui chegar a tempo de pegar a caixa, essa sala teria virado um desastre. ― Hoseok falou novamente, me fazendo virar o rosto para o lado, vendo o mesmo olhar para mim e para Jimin naquela posição. Ele provavelmente havia visto a cena de segundos atrás.
Vou ouvir para um senhor caralho.
Jimin pareceu acordar, sacudindo a cabeça e olhando para várias direções, até eu me dar conta novamente da posição em que estávamos, acabando por soltar o mesmo no chão, vendo ele dar alguns passos para trás, ajeitando sua roupa, evitando olhar para mim.
Vi pelo canto do olho Hoseok caminhar para a mesa novamente enquanto carregava a caixa. Eu e Jimin ficamos parados ali, meio estáticos, eu olhando para si e ele olhando para o chão. O constrangimento era evidente, palpável, eu já estava ficando sufocado.
― Jimin, e-eu… ― comecei, não sabendo bulhufas do que eu diria para o menor em minha frente.
― Achei! ― ouvi Hobi gritar atrás de mim. ― Jimin, vem dar uma olhada, vê se você gosta de alguma ideia daqui. Achei tudo no Pinterest, aquele lugar é mágico.
Jimin levantou os olhos e me encarou, logo desviando quando viu que eu o olhava. Vi o mesmo dar alguns passos para o lado e seguir para a mesa onde estávamos antes, me fazendo suspirar.
O que aconteceu aqui?
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eaeeeeeeeeeee
vocês estão bem? espero que sim.
eita que o negócio ta ficando bom kdkxkssksksk
um personagem que eu particularmente amo apareceu, e sim gente, eu PRECISEI colocar o wooyoung do ateez nessa fic como esse personagem por motivos óbvios, e também porque to me aproximando de ateez e nada melhor do que encontrar galera que curte eles também hihi
espero que tenham gostado da ilustre presença dele e fiquem calmos que ele aparecera de novo.
espero também que todos tenham gostado do capítulo e que estejam curiosos sobre o desenrolar da fic, então me digam se realmente gostaram, se querem perguntar alguma coisa, se querem dar palpites sobre o que pode acontecer, enfim, sejam livres.
é galera, pra quem me conhece de outros carnavais reconheceu de cara que o nome do livro do jimin é o nome de uma fic minha, ou seja, o livro dele é a minha fic, captaram? quem tiver interesse em ler, ta lá no meu perfil, ela já está concluída então se deliciem.
qualquer dúvida, comentem aqui ou me chamem no meu twitter yiwangji que eu respondo todo mundo, ta? desculpem qualquer erro (:
beijos *:
lola.
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