Capítulo 11
E
u estava de volta com minha mãe ao hospital depois que ela apareceu na escola para me pegar. Estávamos com o professor Robson conversando quando chegou e me aguardou na secretaria. Diante do seu olhar assustado encarando minha roupa suja, balancei a cabeça negando discutir aquele assunto na frente dos outros. Ela aceitou a contra gosto e assinou minha liberação da escola.
Um par de enfermeiras passou correndo juntas com um médico, na sala de espera. Era o único movimento que teve na sala em algum tempo. Fiquei grato por terem passado tão apressados que não viram meu celular pendurado na tomada com o carregador da minha mãe. Vantagens de ter a mesma marca de celular. Precisava de bateria urgente, uma vez que na noite passada fiquei pensando em Maicon e esqueci de pôr pra carregar. Sorte que minha mãe carregava quase tudo na bolsa. Perguntei para ela o que se passava com o pessoal do hospital.
— Não sei muita coisa, Peter, mas quando estava indo te pegar, ouvi um pouco na recepção lá embaixo. Parece que aconteceu um acidente. O hospital inteiro está falando sobre o caso agora que voltamos — ela mantinha o tom baixo, por respeito.
— Por que está todo mundo falando disso? — dado o ambiente que estávamos, era como um dentista dizer que encontrou um dente.
— Porque está tudo bem estranho até o momento, filho. O acidente aconteceu com um carro, que saiu fora da pista em alta velocidade numa ribanceira. O veículo de passageiros foi totalmente destruído na queda. Uma enfermeira disse que bateu em bastante pedras no caminho, pena que nenhuma pode conter a queda. Havia uma família inteira no carro. O pai e a mãe, aparentemente, morreram na mesma hora por estarem sem cinto. A pobre mulher voou para fora do carro e bateu contra uma árvore. É aí que tudo fica estranho: o filho deles desapareceu, o resgate não o encontrou, apenas um tênis entre os escombros. A polícia e os bombeiros continuam procurando por ele, mas até agora ninguém foi capaz de achar o rapaz. Toda hora que chega alguém que pode ser o filho do casal, acontece um alvoroço como vimos a pouco. Todos correm para a emergência se não estiverem ocupados.
Os pelos da minha nuca ficaram de pé. O estômago reagiu estranho. Coitado do rapaz, perder ambos os pais. E ainda ficar desaparecido no meio do mato, provavelmente estaria ferido, ou arrastado por algum animal carniceiro. Um destino muito. Coitado.
Mamãe olhou para mim, no exato momento que eu a encarei. Ficamos nisso até que ambos nos aproximamos e demos um forte abraço. Senti um beijo dela na minha testa, depois suspirou.
— Não importa sua orientação sexual, filho amado, vou sempre te amar. Não importa o que as pessoas desocupadas venham colocar na minha cabeça contra você. Não preciso te perder para descobrir que é a segunda coisa mais importante na minha vida, Peter.
— Quem é a primeira? — perguntei de sobrancelha em pé, uma expressão magoada no rosto.
— É seu irmãozinho. Como caçula ele recebe mais amor do que você. Aceita que dói menos — vi minha mãe sorrir. Algo que estava fora do seu roteiro nos últimos dias. Seu sorriso, e muito mais suas palavras de conforto, me provocou uma felicidade imensa. Sorri e a abracei com mais carinho, se pudesse abraçaria o tempo todo.
— Agora que já te fiz abrir um sorriso, quer me contar o que aconteceu na escola? — minha mãe passou a palma da mão em uma sujeira no meu ombro. Foi inútil. Sorte que eu tinha muitos outros uniformes, aquele ficaria largo depois que lavasse tanto para limpar.
— Briguei com o Marlon — não contaria mentiras para ela. — Os outros se contentaram em pisotear meu uniforme quando caiu pro chão. Foi culpa minha, em parte. Eu fiquei provocando ele. Sinto raiva o tempo todo, queria ter algo em que bater.
Ela me ouviu sem condenar. No entanto seu rosto ficou visivelmente triste.
Meu celular tocou na tomada, salvando que eu explicasse mais sobre a briga. A enfermeira na recepção olhou para o cômodo irritada com o barulho. Ficaria ainda mais brava se soubesse que estava roubando energia. Era uma mensagem de Maicon, vi ao desconectar o aparelho do carregador. A mensagem dele dizia: "eu sei o q o Marlon te fez. Precisamos conversar, me ligue assim que possível".
— É o Maicon — disse para minha mãe que me encarava com interesse. Reli a mensagem. Quando deliguei a tela, vi meu reflexo no celular. Eu estava sorrindo!
— Peter, acredito que esse rapaz gosta de você. Hoje de manhã, ele passou em casa para pedir desculpas pela confusão na escola e disse para eu não ficar com raiva de você, que era um bom aluno. E se for verdade o que disse no carro, que a mulher do professor é a responsável pelas fotos na escola e vocês não tem dedo metido isso, não vejo mal se quiser sair com ele — comentou ela, casualmente.
— Somos amigos, mãe — e a verdade era realmente essa: apenas amigos. Que mal se conheciam aliás. Esse fato desfez o meu sorriso.
— Diz isso por não ter visto como ele te defendeu. Parecia ser parente dele. E, também, seu pai foi meu amigo — contou ela, com a voz sonhadora. — Na verdade, meu melhor amigo. Até que ele me beijou e disse estar apaixonado por mim. No começo achei estranho e fugi, parecia que beijava um irmão. Um rapazinho tão tímido na época, me surpreendeu com aquele beijo. Lembro usava óculos enormes. Foi um momento desastroso, derrubei os óculos dele quando fugi. Por sorte não quebrou.
— Dei um vácuo a sua declaração de amor, claro. Não queria estragar nossa amizade, e depois eu estava afim de um outro rapaz. Fiquei com esse rapaz, namoramos por alguns meses, mas ele não era o príncipe encantado, filho. Machista demais, opressor demais. Os anos se passaram, e foi então, depois de alguns namoros fracassados, que encontrei seu pai novamente. Agora não era tão magricela e tímido, mas os óculos continuavam os mesmos — ela riu.
— Voltou a pedir minha mão em namoro. Dei uma chance a ele. Sabe de uma coisa, Peter? Nunca me arrependi dessa decisão. E tudo começou na amizade.
Tomei um minuto pensando na história. Imaginando meus pais com mais ou menos a idade que eu tinha agora. Jovens apaixonados, naquela época, com vagas ilusões de seus futuros. Com sonhos a serem realizados ou largados no passado, no esquecimento.
— Mas o papai disse que estava afim da senhora, o Maicon não me disse nada. Ainda bem, nem me conhece — conclui, depois de pensar no assunto.
— E precisa conhecer pelo menos seis meses pra sentir atração por alguém? Ainda mais vocês adolescentes. Despertam paixões da noite pro dia, tão intensas quanto casamentos de uma vida toda. Normalmente o interesse acaba sozinho, mas parece que não é o caso dessa vez. Eu vi como ele te olhou na escola, é quase como predador e caça. É amor ou doença. Não espere que ele vá se declarar como seu pai fez. Isso foi a mais de 30 anos atrás. Hoje vejo os homens simplesmente transam com as mulheres, se ela gostar, pode até desenvolver um relacionamento. Nada é como antigamente.
Olhei para ela, envergonhado com o rumo da conversa e o quão ela sabia entre Maicon e eu apenas nos observando. Mães sempre sabem o que os filhos estão aprontando.
— Mesmo não conhecendo o Maicon só há alguns dias, eu gosto dele, sinto até uns arrepios no corpo, mas nada me leva a pensar em transar com ele. Gosto dele de um modo diferente — disse para tirar da sua ideia o pensamento de sexo.
O que não disse para ela foi que: com os outros rapazes, o Bruno por exemplo, bastava apenas uma troca de olhar. Mãos passando pelo corpo, mordidas nos lábios, que já resultava em sexo. Com os outros o sexo era como um esporte, sem fins emocionais. Maicon era diferente.
Mamãe meneou a cabeça.
— Sei bem o que quer dizer. Sente que não precisa transar com Maicon para demonstrar que gosta dele e que mesmo não conhecendo ele como conhece outras pessoas, já nutri um forte sentimento. Isso se parece com paixão à primeira vista. Muito comum entre vocês, crianças, como já disse. Só o tempo realmente vai definir se é apenas paixão passageira ou um sentimento duradouro.
Pisquei, encarando mamãe.
— A senhora é psicóloga e nunca me contou isso — disse.
— Não sou psicóloga, apenas mulher. Mulher sente essas coisas, e entendemos em um nível mais profundo. Por exemplo, se eu fosse escrever um livro sobre meu namoro com seu pai, seria algo bem mais complexo, meus sentimentos femininos à tona. Ser ou não ser, estar ou não estar apaixonada. E quando estiver, como reagir a isso? Agora, se fosse você quem escrevesse o livro sobre o Maicon, provavelmente não teria tanta sensibilidade, seria mais carnal, objetivo, desejo por desejo.
— Acho que a senhora tem razão — confirmei com a cabeça.
Mamãe demonstrou estar prestes a dizer alguma coisa, mas o seu celular tocou. Ela se levantou, tirou da bolsa e atendeu, enquanto caminhava para longe da recepção.
Alguns minutos depois desligou e voltou.
— O que foi mãe? — perguntei a ela, quando voltou para os bancos duros de madeira. Antes de desligar ouvi alguma coisa sobre meu irmãozinho.
Julia tinha uma expressão cansada. Jogou desanimada o celular na bolsa.
— Vou ter que ir na creche buscar o arteiro do seu irmão. Um dos amiguinhos dele pegou a mamadeira que ele estava usando e começaram a brigar. Parece o que outro bebê começou a chorar sem parar, conhece essas crianças mimadas demais, e tiveram que chamar a mãe dele lá. E a mulher agora exige que eu apareça lá!
— Mãe, se o outro bebê bateu nele isso quer dizer que eles não são amiguinhos — observei, me colocando de pé também. Ela se preparava para ir, vendo se não esquecia nada no banco.
— Eita, quase ia me esquecendo! — bateu a mão na testa. — Seu primo Rafael me ligou, antes de você vir pra cá, ele disse que visitaria o seu pai. Faz tempo que não vejo o meu sobrinho e infelizmente não vou poder ficar. Você vai ter que esperar ele aqui. Não deve demorar, disse que viria depois do almoço, só pra ver como tudo estava para tranquilizar sua tia
— O primo Rafael? — Repeti, tentando buscar seu rosto na memória fraca.
Ela assentiu.
— Agora estou indo — beijou meu rosto. — Vou ligar depois que sair da creche, talvez leve o pequeno para casa e você poderá voltar. Quero passar o final da tarde com vocês — ela pegou o carregador de volta, antes de ir. Tinha 27% de bateria.
Foi assim que fiquei parado em pé, olhando-a pegar o elevador e desaparecer. Senti-me abandonado naquele lugar limpo e silencioso. Queria muito ligar para Maicon perguntar o que foi aquela mensagem de antes. No entanto sabia que ele estaria na terceira aula agora.
Estava quase adormecido na cadeira, quando alguém chamou meu nome "Peterson?". Era uma voz grave, imaginei que fosse meu pai e continuei dormindo. Fui cutucado no ombro. Abri lentamente os olhos, por que não me deixavam dormir em paz?
"Ei, é você, Peterson? " chamou de novo.
Meus olhos estavam na altura da cintura de um homem bem alto. Levantei a cabeça e me deparei com um rosto de barba feita, cabelos bem penteados, olhos alegres ao me verem e um sorriso sincero. Vestia um calção jeans azul, uma camisa regata cinza, tênis vermelho.
— Primo Rafael? — perguntei sem ter certeza. Não via o meu primo há muito tempo. A última vez que lembro de vê-lo ele tinha uns 17 anos, e eu uns 10 anos. Agora ele deveria ter cerca de 24 anos. Um homem formado, diferente daquele rapaz de rosto redondo e ingênuo que sempre obedecia a mãe. Agora tinha feições fortes, elegantes.
"Oi, está tudo bem com você? " ele ofereceu a mão grande, e com pelos na parte de cima. Falava em tom muito formal, uma consequência do nosso distanciamento.
— Eu estou bem. O pai que anda numa pior. Você tá legal? — tentei mostrar força ao apertar a mão dele, mas ele ganhou nessa.
"Feliz com a vida" desfez o sorriso. "Falando no tio, ele está mesmo quase morrendo como minha mãe falou? "
— Estava, no primeiro dia. Os médicos disseram que era um milagre ainda estar vivo. Ele passou por algumas cirurgias, o estado dele estabilizou ontem a noite e agora está dormindo com a ajuda de remédios bem pesados — meu primo prestava muita atenção as minhas palavras, fazendo gestos com a cabeça.
"Imagino que não deve ter sido nada fácil para você" lançou para mim um olhar de simpatia e cumplicidade.
— Não penso muito em mim, só consigo pensar nele. Esperando que saia logo dessa e volte para casa.
"Desculpa", ele riu. "Não é momento para rir, mas olhando para seu estado da pra ver que parou de pensar em você. O que aconteceu? Um caminhão passou em cima de você, foi?"
Uma menininha correu até as pernas do meu primo e ficou atrás delas, segurando no seu short. Rafael parou de rir com a chegada da pequena. Ela olhou para mim, com o rostinho vermelho de vergonha, depois voltou atrás do seu esconderijo mal feito.
"Quem é ele, papai?" ouvi sua vozinha de criança tímida.
"Ele é seu primo, Anna" disse Rafael, pegando na mãozinha dela e a colocando na frente do seu corpo. Rafael tinha os olhos brilhando. Logo entendi que era orgulho. "Essa é minha filha, Anna, com dois enes".
Tinha o cabelo vermelho, todo cacheado em volta do rostinho lisinho que só as crianças têm. Os olhos encarando os meus, depois desviaram com uma timidez fofa.
Olhei em nossa volta, esperando para ver se a mãe da Anna apareceria. Afinal a menina veio correndo de algum lugar, onde estava com sua mãe. Não vi nenhuma mulher. Foi um homem, com a barba negra cobrindo todo o rosto e pescoço que se aproximou de Rafael e da filha.
"Desculpe, Fael. Ela conseguiu se livrar de mim enquanto bebia água. Essa danadinha" o cara se curvou e fez cocegas na filha, que ria ainda mais tímida, com os bracinhos protegendo o corpo.
"Ah, Peter, esse é o meu companheiro, acho que pode chamar de marido, Marcus" apresentou o primo Rafael.
Marcus pegou minha mão, com o jeitão forte do marido. O aperto dizia que eles não brincavam em serviço.
Fiquei olhando para o casal e a filhinha, estupefato. Sabia que meu primo era gay e que havia sido expulso de casa por isso, mas nunca imaginei que estaria casado, feliz e com uma filha. Sorri por fora e por dentro, aquela visão maravilhosa me dava esperanças.
Com as apresentações feitas, levei o primo Rafael e sua família até o quarto do meu pai. A visita teve que ser bem rápida. A filhinha deles não quis entrar por causa dos aparelhos, ficou nervosa, me ofereci para ficar com ela do lado de fora. Quando eles saíram da sala e começaram a conversar comigo, Anna deu pra chorar, dizendo que não gostava daquele lugar. Eu também não gostava, e criança sente essas coisas.
"Desculpe, Peterson, mas a gente vai ter que ir embora" se desculpou Rafael, todo sem jeito. "Ela não gosta de hospitais" explicou.
— Não tem problemas, também só estou aqui porque amo muito meu pai. Esses lugares tem umas energias ruins.
"É o carma" apostou Marcus, com seus olhos verdes escuros atentos no lugar. Ele pegou Anna no colo e já estavam indo embora, eu os seguia até a recepção.
"Vou ligar para sua mãe, eu ainda não a vi e nem o seu irmãozinho. Vou combinar uma visita em sua casa" Rafael apertou minha mão a última vez.
— Tá legal, vamos esperar por vocês. Anna vai gostar do meu irmão, ele é tão carinhoso e gentil. Oferece todos os brinquedos a qualquer criança! — tive que morder a boca com força para não gargalhar, lembrando da briga na creche. Era bem provável que meu irmão tivesse enfiado a mamadeira na cara do outro pirralho e feito ele se engasgar com leite.
Marcus, Anna e Rafael, então, foram embora.
Mamãe ligou poucos minutos depois. Disse que estava indo para casa e que meu irmãozinho estava com ela. A situação na creche ficou feia, ela quase deu na cara da mulher, depois começou a chorar nervosa. Pelo andar da carruagem, carma segundo Marcus, todos nós brigaríamos com alguém naquele dia. O estresse a flor da pele.
— Vou comprar muito sorvete, precisamos de sorvete. Vem pra casa Peter, e pode me contar tudo sobre o Rafael.
Desliguei o celular limpando a baba da minha boca. Eu adorava sorvete. Chuparia tanto sorvete que ficaria com o corpo gelado o suficiente para esquecer o hematoma roxo no meu peito.
Em casa, depois que passei pela porta da sala, minha mãe veio me receber com uma enorme travessa de sorvete em mãos. A boca branca, sem cor e gelada, disse:
— Tem uma visita no seu quarto — e enfiou uma grande colher na boca. Aquilo me deixou irritado. Eu queria sorvete, e agora teria que ir dar atenção para a visita.
Fui para meu quarto com passos ligeiros e apressados. Sorvete, sorvete, sorvete.
Abrir a porta do quarto fez um grande cubo de gelo cair na minha garganta até o fundo do estômago.
— O que você está fazendo aqui? — perguntei, irritado com Bruno. Teria que pedir para minha mãe nunca mais deixá-lo entrar em casa!
Encarar sua cara cheia de espinhas me deixava furioso. Busquei distração com o celular. Fazendo nada com ele nas mãos.
— Quero matar a saudade do meu amigo — caminhou pelo quarto, passou por mim e trancou a porta. Quando me virei para ele, vi que colocava as chaves no bolso.
— Que merda é essa? Me dá as chaves agora ou eu vou gritar!
— Venha pegá-las!
Avancei na direção dele, minhas mãos foram diretamente para dentro dos seus bolsos. Parei de procurar as chaves, com os olhos fixos nos dele. Não estava segurando nenhuma chave, mas o próprio pau do Bruno, e estava duro. No bolso havia uma abertura pelo lado de dentro e o seu pênis estava bem ali, em minhas mãos.
Recuei depressa.
— Pelo jeito ficou burro e surdo no mesmo dia. Vou te perguntar de novo, antes de começar a gritar, o que quer aqui? — reformulei a minha pergunta.
Ele caminhou na minha direção, arrogante, chato e insuportável.
— Já disse: quero matar a saudade do meu amigo — enquanto dizia isso, dava alguns passos na minha direção e abria o short. Ficou pelado da cintura para baixo. Aquele pinto feio muito rígido, pendurado na frente do seu corpo.
O que ele realmente estava querendo ali? Me forçar a fazer sexo com ele, na minha própria casa, no meu quarto, com minha família do outro lado a porta?
Como se dissesse "sim", ele eliminou a curta distância entre nós sem medo e me beijou, forçando os dentes no meu lábio. Pegou minha mão e colocou no seu membro, enquanto eu dava socos em seu peito para jogá-lo para longe.
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