Capítulo 1

A bola entrou no gol!

N

ão acreditava no que a porra dos meus olhos gritavam para meu cérebro: havíamos feito o gol da vitória. Com menos de cinco minutos para acabar definitivamente a partida, o outro time entregou o jogo para nossos pés. Tentou apenas segurar para que nenhum outro gol fosse marcado. 04 contra 01 já era uma grande humilhação para aqueles palhaços.

Não era a partida decisiva da copa do mundo, era apenas os moleques da outra escola, que já estavam na nossa cidade há dois dias. Chegaram na sexta, ficaram o sábado passeando e no domingo jogamos. E que jogo! Eles perderam, ficaram com tanta gracinha pra cima de mim e dos meus amigos nos dois primeiros dais, querendo pagar de playboy e agora estão derrotados.

— Já era — ouvi um dos moleques do meu time profetizar, quando passou a bola para mim. Dei um sorriso de orelha a orelha.

O juiz apitou e o jogo acabou.

Os pais dos moleques visitantes souberam agir com dignidade com a derrota, sem gritar que ninguém havia passado a perna nos seus filhos. Os amigos mais animados deles fizeram barulho com a gente, mas foram nossos pais, dos garotos da cidade, que fizeram a verdadeira festa.

Todo pai acha que seu filho adolescente vai se tornar um astro da bola, porque está no timinho da escola. Eles botam um sorriso na cara que dá até tristeza quando saímos da escola e ficamos no celular, sem levar o sonho de ficar rico jogando bola a frente.

Meu pai saiu da plateia e veio me abraçar no meio da quadra, minha mãe me beijou no rosto sujo e suado. Estavam felizes. A nossa volta os parentes e amigos faziam a festa, enquanto o juiz e os funcionários da nossa escola conversavam com os caras de fora, dando o prêmio de consolação: um abraço e tapinha nas costas. Os jogadores mais ferrenhos, que tentaram virar o jogo no segundo tempo, depois de dois gols, saíram apressados da quadra sem querer conversa.

— Peter, estou tão orgulhosa de você, meu filho! — mamãe beijou meu rosto novamente.

Você mandou bem, filhão! O Bruno não teria feito o gol, sem o seu passe. Foi fantástico, deixou os moleques para trás e jogou pro seu amigo, a tempo de marcarem um último gol neles! — é, meu pai gostava de futebol, gostava mais quando eu jogava. Quando ganhava? Falava como se eu tivesse acabado de vir da guerra contra os russos.

Alguns dos meus amigos vierem conversar comigo e meus pais foram alargar mais o ego deles com pais igualmente orgulhosos.

— Você viu a cara daquele número nove? Achei que o moleque fosse te matar quando driblou ele e os dois amigos e passou a bola pra frente — falou Gregory, o meu amigo e ala-esquerdo. Ele era um moleque grandão, dos braços fortes, da altura do meu pai, era fácil pra ele dizer que o outro me encarou, como se isso fosse um convite para sair no braço. Tinha inveja de como o tom da sua pele, negro, não ficava uma merda vermelho igual a minha. Parecia que estava preste a parir um leitão.

Já eu, com meu tamanho, preferia rir e deixar de lado. Não queria sentir o chute do número 9 no meu traseiro. Ele fez o único gol do outro time e parecia ter um bom chute.

— Desculpe meninos, mas o meu Joelmir foi a estrela do jogo. Não vou ficar admirado se depois da escola ele ir pro São Paulo ou Santos — disse o avô do Joel, como a gente o chamava. — Dois gols, dá pra acreditar?

Joel abraçou o avô, estava tão orgulhoso que correu de encontro com o neto, esquecendo as dores no corpo e o marcapasso no peito. Pulou de felicidade como um garotão ao sair da arquibancada ao lado dos meus pais.

Fiquei na roda dos moleques, querendo saber como os gêmeos, Diego e Diogo, conseguiram enganar o camisa 9 e fazer o primeiro gol. Foram 4 gols, já falei isso? Não importa, falo de novo: FIZEMOS QUATRO GOLS contra aqueles moleques de cabelo cheio de gel e conversa mole. No final, ficar desfilando pela cidade e ganhando a mulherada não ajudou em muito.

— Seus filhos da puta! — gritou alguém do nosso time, quando o time perdedor, com seus familiares e amigos, deixavam a quadra da escola ao grito da torcida.

— Agora vamos tomar um banho que tô morrendo de fome! — reclamei tirando o uniforme suado. Só restava rebobinar todo o jogo enquanto nos lavássemos.

Depois do jogo, e melhor ainda com a vitória, marcamos de ir a lanchonete da mãe do Jonas, nosso goleiro. A mãe dele tinha uma mão de fada para fazer lanches. Eu adorava sua pizza, hoje tudo prometia que eu comeria uma inteirinha sozinho.

Já estava correndo para o chuveiro, levado pela minha fome, quando o Bruno cruzou meu caminho, depois de falar com os pais dele. Só a mãe na verdade, o pai estava no trabalho aos domingos.

— Vem — disse ele com a voz baixa, o que era um cuidado desnecessário comparado ao barulho do pessoal. Percebi que se tratava de uma de nossas escapadinhas, pelo sorrido caído no cantinho da boca.

Olhei ao redor, verificando se ninguém veria a gente escapulir. Seria um pé no saco.

— Vem logo, porra — sua voz saiu entre os dentes. Ele pegou minha mão e me arrastou, depois me soltou e continuou a caminhar. Fui seguindo a nuca dele.

Falar do caminho que pegamos, dos corredores da escola, não tem graça, vou falar do Bruno. Ele tinha mais ou menos a minha altura, 1.65, mas sempre usava tênis que deixava ele mais alto. Até a chuteira tinha uma sola especial. De longe ele parecia feio, de perto ficava um pouquinho melhor. A pele dele era cheia de espinha na oitava série, depois contratou um bom médio e agora só havia as marcas das malditas em seu rosto. Então era um rosto marcado de espinhas. Nariz redondo curvado um pouco para baixo. Tinha bons braços, pernas fortes. Não era um tipo musculoso, sempre teve vontade de fazer academia, mas não tinha a grana. Agora usava o uniforme do time: um calção largo nas pernas grossas e uma camisa manchada de suor no corpo. Sua pele era morena, bem morena, mas não como o Joel. Ele se definia como mestiço. De olhos castanhos. Bonito de perto e de longe duvidável.

Parei quando chegamos na sala de artes, não entramos. Ele me levou para um canto onde não pudéssemos ser vistos de longe por quem viesse no corredor. Por fim, girou os calcanhares para mim e disse:

— Você estava olhando muito para o camisa nove — fez um bico. Deus me livre! Eu estava morrendo de fome e não estava a fim de drama agora. Porra.

Bufei. Ele continuou:

— Ah, quer dizer que eu tô certo, então.

— Tá é louco — quis gritar, mas aí seria eu quem daria o chilique desnecessário. — O maluco quase me derrubou na quadra para que pudesse lamber o chão, eu ia olhar pra ele afim de quê?

O camisa nove olhou para mim com tanta raiva que eu via a cor da raiva dele, vermelha e radiante nos olhos.

— Além do mais... — não consegui evitar entrar no drama. Já que estava na chuva, era bom me molhar. — Você, senhor fodão, é tão ridículo! O que foi aquilo de ontem? Nem me deu bola, atrás daquelas gurias. E agora vem de autoridade? Não sou tuas negas, vai cuidar da sua vida que eu sei me defender.

Bruno participou da confraternização do outro time, o que resumia beber um monte. Cagou quando liguei vária vezes em seu celular e agora não deixaria que bancasse o amigo ciumento.

Quando ele desfez o bico, aparentemente se dando conta que não conseguiria me ganhar tão facilmente, virei as costas para ir embora. A comida era melhor do que um homem, mesmo quando ele tinha uma comida boa.

Bruno, no seu estresse, passou foi a perna nos meus pés. O filho da puta me derrubou de cara no chão imundo! No foi de cara, porquê coloquei as mãos na frente do corpo bem a tempo de evitar quebrar um dente. Contudo o que importava era a intenção odiosa dele.

— Ah, seu filho de uma cabrita — gritei, no chão. A poeira se levantou com minha respiração descontrolada.

Eu bateria nele, depois iria atrás do número 9 e inventar um montão de mentiras, até o moleque ficar com tanta raiva do Bruno que não sobraria nada naquela cara suja de espinhas!

— Foi você mesmo que provocou isso. Fica me fazendo de idiota. Sabe que gosto de conversar contigo, só não poderia ontem — ele veio se aproximando de mim. Fechei a mão, com vontade, e dei um murro no saco dele. Senti meus dedos contra o pau, tava mole, e ficou muito pior depois disso.

Me levantei com a dignidade recuperada. O abdômen nu coberto de poeira encardida.

— Se colocar esse pé de novo na minha frente, eu vou te dar um soco tão forte que nunca mais vai ficar com o pau duro.... — Virei-me pro Bruno e fui dizendo as coisas caminhando de costas, tão cego de raiva que não vi a lata de lixo atrás de mim, trombei e cai de costas no chão.

Fiz um barulho tão ridículo, ao cair de novo em menos de dois minutos, que deu pena de mim. Mordi a porra da língua, porque estava falando quando caí. Bruno veio correndo me acudir.

— Some daqui seu caralhudo! Eu só queria ir comer, é pedir demais Deus? Só queria ir comer — soltei um longo suspiro cansado. Tinha o gosto metálico de sangue na ponta da língua. Fiquei com olhos vermelhos e molhados. Dei um soco no chão, me vingando e me colocando de pé antes que recebesse ajuda daquele idiota.

— Se machucou? Se precisar é melhor ir lavar a boca — disse Bruno quando me viu cuspindo uma bola de sangue. Ele se aproximou e colocou sua mão em volta da minha cintura, logo acima do cós do short.

Fiquei em silêncio. Engoli o orgulho e deixei que o calor da sua mão criasse ondas elétricas pelo meu corpo.

— Estou bem — disse sentindo a mão dele pressionando minha pele mais ativamente.

— Que bom, porque quero tentar algo — eu vi o mesmo sorriso de canto que Bruno esboçou na quadra.

Dei um passo para trás. Minha boca estava fodida e não queria mais gracinhas. Até que...

Bruno me colocou de encontro a parede, os músculos do seu braço inchando enquanto ele me arrastava no chão feito um lençol velho. Ao ouvir o baque surdo das minhas costas nuas batendo contra o cimento da parede, ele me beijou. Maldição, minha boca machucada! Ele nem ligou, foi enfiando aquela língua gorda na minha boca, me violando. Fiquei com nojo do beijo com sangue, dos nossos dentes batendo de vez em quando, mas fui aceitando o treco. Ele tinha pegada, segurou meu corpo nos braços, para que eu sentisse seus músculos e seu poder ereto batendo na minha coxa com violência.

Por poucos segundos, me perdi no castanho dos seus olhos, iluminado pela luz de fundo. Os armários dos professores as suas costas. Queria não ter ficado hipnotizado feito um otário para saber quanto tempo realmente se passou naquele beijo. Pisquei para me livrar da hipnose e encarei seu rosto, o moleque sabia sorrir de um jeito sexy, provocando arrepios no meu corpo.

Odiava ficar arrepiado assim, como uma gazela-noviça-viciada-em-sexo. Sempre gostei de ser forte o suficiente para não deixar ninguém abusar de mim. O papel do gay sofredor, que deixa os amiguinhos fazerem bullying com ele, não serve pra mim. Não nessa vida.

— Sua boca é gostosa, até com sangue — sua voz estava no meu rosto, rouca e quente. O hálito fresco com uma bala que não vi de onde surgiu. Seus braços entrelaçando meu corpo cada vez mais apertado, consequentemente o pau ereto se esfregando contra mim. Bruno se excitou tanto que o membro estava prestes a cair fora da cueca e se aventurar.

Como ser forte contra isso? Porra.

— Cala a boca e continua me beijando — exige, enfiando minha língua na boca dele, estava na hora de eu violar um pouco. Segurei primeiro em sua cintura, o puxando para cima, para que sentisse a glande do cacete esfregar na minha coxa nua, logo acima do meu próprio pau. Ele fez a extensão saltar. Estava tão duro que subia meu short, me despindo. Depois desse primeiro movimento, coloquei a mão sobre sua nuca, brincando com os cabelos meio molhados de suor.

Minha língua foi bem recebida, com calor, saliva e amor. Ele foi me apertando mais, passei a mão por debaixo dos seus braços, alcançando a bunda. Ele poderia ser feio de longe, mas a bunda era gostosa até de cabeça pra baixo.

Tudo entre nós começou com essa bunda. Eu vi um nude da bunda de Bruno no WhatsApp da minha amiga. Foi amor à primeira vista. Redondinha, com alguns pentelhos castanhos em volta. O anel do cu era escuro, imaginei que seria gostoso de chupar. Fiquei amando essa bunda por alguns dias, até que tive coragem e dei uma apalpada na bunda dele durante uma fila da cantina. Bruno reagiu como um hétero inseguro, descrevendo as leis da natureza que faziam dele um cara melhor do que os outros porquê gostava de boceta. Era tão hétero que não resistiu a uma segunda investida quando estávamos sozinhos na sala na outra semana. Eu não desistiria por causa do seu ego top. E gozou na minha mão tão heteramente quando foi estudar na minha casa, que foi um final feliz pra minha história de amor com sua bunda.

A lembrança da nossa primeira vez, uma mera punheta entre brothers, tinha deixado meu cacete no limite. O negócio precisava ser fechado logo, antes que a bolsa de valores caísse.

Ele afastou os lábios dos meus notando o quão duro que fiquei. Foi um beijo molhado demais, estralando com ruídos desagradáveis de serem ouvidos publicamente.

— Beijo de adolescente nerd — falei com desdém, para humilhar ele. Minha boca e mãos ainda doíam da rasteira que ele me passou, contudo nunca entregariam o encanto que eu sentia naquele momento.

— Vê se esse cacete é de um adolescente nerd — Bruno pegou minha mão e enfiou no short dele, com a cueca impedindo meu livre acesso ao tesouro. Para minha alegria, o tecido da cueca era tão fino que praticamente sentia a pele do cacete na mão.

Era tão clichê quanto patético a demonstração de sexualidade superior que ele fazia. "Sou o homem gostoso, me chupa", clássico.

Mas cá entre nós, que naquele momento estava pouco me fodendo se ele estava sendo babaca ou não. Pus a anaconda pra fora da cueca, fiquei de joelhos e comecei a mamar. Foi o melhor momento do dia, me diverti como uma criança, batendo o pau na minha cara, dando beijos, chupando. Bruno parecia gostar, gemia igual um cachorro viciado e segurava o uniforme acima do umbigo, para exibir o bom corpo que tinha.

Eu estava com tanta fome, se não tinha pizza o pau dele serviria. Engoli tudo e passei os dentes em volta. Mesmo achando que pizza era melhor do que qualquer pênis, comecei a babar enquanto chupada.

Uma pizza grossa, sem cabelos atrevidos na base, cabeça escura, algumas veias ressaltando pelo comprimento. Chupei a pizza de Bruno deliciosamente. Ele já estava quase gozando, segurando nos meus cabelos e forçando minha boca em direção ao seu cacete no mesmo tempo em que a fodida com energia, estalando os ovos no meu maxilar. Então ouviu um som no corredor.

Alerda rosa rock, parar sexo na escola!

— Porra! Levanta, vai, vai, levanta! — dizia ele com os olhos numa garota atrevida que atrapalhava o meu lanchinho da tarde. Se ela estivesse mais perto, grudaria naquele cabelo dela e ensinaria a ela uma ou duas lições de privacidade.

Bruno me mandava levantar, mas estava mais enrolado do que um bêbado para atravessar uma corda bamba com dois copos de cerveja na mão. Estava tão nervoso e apressado para esconder o cacete que não conseguia encontrar a cueca. O pau bateu aqui e ali, demorando tanto que pensei que a fulana iria pegar uma câmera e gravar tudo no Snapchat.

— Porra fala eu. Guarda logo essa droga. Quem é aquela peste? — passei o dedo na boca, irritado. A baba no queixo era a única lembrança do pau avermelhado de Bruno com as marcas dos meus dentes.

Ela passou apressada por nós e virou no primeiro cruzamento que encontrou.

— Tá escrito Wikipédia na minha cara? Eu é que não sei quem é aquelazinha, mas vou descobrir. Se ela contar o que viu, eu vou estar ferrado.

— Ah, claro. Para que se importar comigo, né? Eu que se foda! Bobagem achar que não ligo...

Bruno já estava longe demais para me ouvir, parei de bancar o idiota e fiquei observando a garota enxerida sumir no cruzamento de corredores e ele ir atrás.

— Bom — disse para mim mesmo, enquanto rumava para os chuveiros — é por isso que eu prefiro comida. Uma pizza não vai sair correndo atrás de uma garota e me deixar na vontade de gozar — olhei para meu short, tinha uma marca de porra grudada na minha cueca, da baba que Bruno me fez produzir. — Vou comer duas pizzas para tirar o tesão. Amo pizza.

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