Capítulo 10| Contato com o Governo.

Depois que aqueles dois homens passam, eu e Nayara voltamos a fazer nosso percurso. Olhamos para o lado para ver se há alguém e empurro a parede. Nayara só observa sem reação.

Puxo ela para dentro e empurro a parede para o lugar. Estava uma penumbra ali do lado de dentro. Ao lado do quadro, tem uma corda que me chama atenção, vou até ela e puxo. De repente, as luzes se acendem e percebemos que estamos em um corredor gigante. Olho para Nayara e ela olha para mim, dizendo:

- Vamos apressar o passo que daqui a pouco o Samir chega. Não se esqueça que ele foi de avião.

Nós começamos a correr naquele vasto corredor. Nossos passos fazem eco, um calafrio sube ao mesmo tempo sobre nosso corpo. No final daquele complexo, há um sala, a estrutura parece de tumbas faraônicas.

Era uma sala de reunião faraônica executiva com painéis de madeira, design moderno e equipamentos de vídeo conferência que conecta com as salas das regionais. Um sala imponente onde grandes decisões são tomadas. De frente para a porta, na parede do fundo, tem uma armário embutido até o teto, com papéis, arquivados em pastas.

- Vamos coletar o máximo de informação possível, pois através dela que vai ser a nossa fuga. - digo a Nayara, espirrando por causa do pó.

- Soraya, olha os documentos que estão em cima da mesa, que estão sem pó, e eu cuido daqui. - diz ela.

Vou para a mesa e puxo um monte de papéis para a beirada, e acabo esbarrando no mouse do notebook. Ele acende e vejo que é minha oportunidade de pedir ajuda. O whatsapp está aberto. Eu entro, vejo que é o de Samir. Como ele tem amizade com o ministro da segurança? Eu então tento ligar para ele.

- Safira, você está fazendo o quê? - diz ela, segurando um papel na mão.

- Eu já sei como pedir ajuda. - digo a ela.

Nayara vem correndo em minha direção para ver o que estou fazendo, e o ministro atende.

- Olá, Samir!

- Olá, não é o Samir, me chamo Safira. Estou presa na casa dele... Me tira daqui, por favor! - peço a ele chorando.

- Sinto muito, meu anjo, mas não vai dar. - ele me responde dando uma risada alta e desligando a chamada.

- Safira, você está doida? Esse ministro da segurança é igual ao Samir, ele só está nessa cadeira por causa de Samir.

- Isso é só para deixá-los com medo, já escutei ele falando que Samir é dono de um arranha céu e faz parte do governo.

- Vamos sair daqui agora, pois ele pode ligar para Samir e falar que estamos aqui. Já peguei uns papéis importantes.

Nós saímos dali correndo e quase esquecemos de apagar a luz. E lá vamos começar nossa saga de novo, para conseguir ir para o harém esconder os papéis.

...

Catar - capital Doha.

Depois que o pai de Safira morreu, a mãe dela viúva foi morar em um arranha céu de frente para o Golfo Pérsico.
Samir pega um pano preto e envolve sobre sua cabeça para não ser identificado.
Ele aperta o interfone para falar com o porteiro:

- Boa tarde, gostaria de falar com Hana.

_ Qual seu nome?... Sr. Qual o seu nome, por favor?

- Eu me chamo Samir Kalled! - diz Samir.

- Só um instante.

Hana já sabe que na capital Samir usa documentos de identificação diferentes e o recebe Samir no portão.

- Quando tempo, né?

- Sim. Mas por que você está aqui? Nós já estamos quites. - diz ela sem entender.

- Vim entregar um recado que sua filha pediu. - diz Samir, entregando a carta para Hana.

Ela pega a carta de sua mão desconfiada e abre para ler, enquanto Samir e Omar só observam em silêncio.

- Como assim? - indagou, colocando a mão na boca e chorando.

- Bom era só isso, estamos de saída.

Hana entra para dentro chorando, e arrependida do que fez.
Samir vai a feira para comprar o vestido e vai direto para casa.

...

Oásis - Em algum lugar do deserto.

Eu e Nayara já estamos no quarto, conversando.

- O que você achou daquele escritório? - pergunta Nayara.

- Muito interessante. Enquanto estiver presa aqui, irei fazer muito aproveito dele.

- Melhor mudarmos de assunto, na última vez, Samir estava só nos observando.

- Sim. - coloco a mão na barriga e dou um gemido.

- Amiga, você está bem? - diz Nayara, colocando a mão na minha barriga.

- Acho que não, estou com uma dor na barriga.

- Sua menstruação desceu nesses últimos dias? - ela me pergunta - Você sente fome?

- Sim, direto.

- Sei não, mas acho que você está grávida. Ainda mais que você falou que há alguns dias atrás se deitou com ele.

- E agora?!

- Vamos fazer um negócio para saber se é gravidez. - diz Nayara - Respira fundo, e segura. Vai soltando aos poucos.

- Tira isso de perto de mim. - digo empurrando o pote.

- Sinto muito te informa, mas você está grávida.

- Não pode ser. Se Samir descobre ele manda me matar, e ele vai perceber que não é filho dele, pois já faz tempo que eu me deitei com aquele nojento! - digo a Nayara, que me abraçou na hora.

- Não pense assim, essas crianças vão te trazer alegria, e completar seu vazio! - diz ela, passando a mão no meu rosto.

- Preciso arrumar um jeito de enganar Samir, pois se não irei morrer.

- Escuta o que eu irei de falar agora... Amanhã no baile, Samir irá te chamar para dançar, e depois você chamar ele para o quarto! - diz Nayara tentando arrumar uma solução.

- Eu me deitar com ele!? Eu tenho nojo dele, jamais, prefiro morrer!

- Não pense assim, aqui dentro tem duas pessoas que te amam, a primeira sou eu, e vamos sair dessa juntas. A segunda é Omar, o pai desse bebê que está dentro de você.

- Eu não vou fazer isso e pronto. Me ajude, no meio da dança, vou anunciar que estou grávida dele. - digo agindo pela emoção.

- Não pode fazer isso, pois ele vai perceber que é mentira. Se fosse filho dele, dava para perceber, pois sua barriga está grande.

- Nayara, coloca na sua cabeça que não vou me deitar com ele!

- Voltei. Aqui está. - diz Samir, jogando a sacola em meu colo.

Eu e Nayara damos um pulo, e ficamos mudas.

- Mas por que você está assim, triste? É momento de alegria! E estou passando para avisar que hoje você janta no harém, junto com Nayara.

- Que notícia boa. Obrigada.

No cair da noite, eu e Nayara acabamos de jantar e vamos analisar os papéis que Nayara conseguiu pegar. Depois de algumas horas, fomos dormir.

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