Capítulo 07| A máscara cairá.

No caminho, eu me encontro com Omar, mas finjo que não o conheço. Quando passo por ele, pega em meu antebraço e me puxa para trás, dizendo:

- Obrigado por zelar pela vida de Nayara.

Como estou com a cabeça meio abaixada, levanto e tiro o véu da frente de meus olhos, dizendo:

- Se você gostasse, entraria na frente dela.

- Eu não podia, pois Samir me mataria. - diz Omar, tentando justificar.

- Bom. É só isso? Estou me retirando, preciso ficar em paz. - digo virando-me para ir em direção ao meu quarto, mas Omar me puxa novamente e começa a me beijar.

- Para com isso! Samir pode matar nós dois! - tento empurrar ele e, com a voz baixa, exclamo.

Desde quando minha mãe me levou para o deserto, eu vi Omar. Ele me chamou atenção com sua beleza. Conforme os anos foram passando, prestei mais atenção em sua pele morena e seus olhos que levam ao delírio. Enquanto esse turbilhão passa em minha cabeça de novo, eu percebo que estou no quarto de Omar. Podemos dizer que paralisei no tempo.

A cama que estou é de dossel, com cortinas de tecido voil, super macios; ao lado esquerdo, tem um baú de madeira e, em cima, tem uns papéis escritos em forma de contrato, que acabam me chamando a atenção.

- Safira, você está bem?

- Ah, sim, estou bem sim. - digo dando um sorriso disfarçado e com Omar já no meio das minhas pernas. E, prossigo a falar:

- Você me trouxe aqui para quê?

- Para você esquecer aquele babaca do Samir.

Não tem como eu desviar da sacanagem de Omar e acabo me rendendo a ele.

Ele começa suavemente, passando a mão em meus lábios e me beijando. Eu tiro o seu turbante e jogo para o lado, para fazer carinho em sua cabeça. Levanto seu thobe um pouco e abaixo sua calça. Ele se levanta um pouco e tira a minha abeya.
Levanto-me da cama, ele olha para mim com um olhar de que não entendeu nada.
Fico em pé na frente da cama, tiro minha sheela e começo a dançar Ardah. Vou fazendo movimentos delicados, requebrando meu quadril de um jeito que ele não tira o outro de mim. Ele já sem paciência, senta na beirada da cama e me puxa. Sento em seu colo, nossos instrumentos já se encaixam. Lembro de que Nayara falou, que Omar tem o dote grande. Ele está na seca, peço para que vá devagar, mas não adianta. Depois do orgasmo, ele dá um suspiro fundo e cai na cama de braços abertos.

Aproveito que ele está tirando um cochilo curto e vou até o baú para mexer. Cada passo que dou é muito importante, pois tenho que pisar no chão com cautela.

Agacho-me e abro o baú devagar. A dobradiça do baú range, pois está enferrujada. Olho para ele rapidamente e o vejo passando a mão no rosto. Puxo minha abeya para fingir que estou vestindo, espero alguns minutos... e volto a mexer. Abro o baú de uma vez. Quando abro, me deparo com fotos e contratos clandestinos.

Pego um bolo de fotos na mão e começo a ver uma por uma. Quando chego nas últimas fotos, eu começo a lembrar a mesma cena de algum lugar, só não lembrava do quê. Separo ela e olho os contratos. Vejo um com o nome do meu pai e uma foto 4x4 grampeada. Pego a foto e relembro quando Samir ligou a televisão para eu ver. Eu não aguento e começo a chorar. Olho para Omar e penso em acordá-lo para saber quem foi que matou meu pai, mas isso só vai piorar as coisas.

Junto tudo e coloco dentro do baú, só pego o contrato e as fotos do meu pai para levar. Coloco a roupa e enfio tudo no meio dos meus seios. Vou em direção a porta para abrir e, quando coloco a mão na maçaneta, Samir bate na porta dizendo:

- Omar, você está acordado?

Tomo um susto e me afasto da porta. Olho para trás e Omar já está acordado. Ele dá a volta na cama, me pega pelos braços e fala para eu me esconder atrás da cortina. Enquanto isso, Samir está desesperadamente batendo na porta. Eu tenho rinite, as cortinas estão cheias de pó e fico com uma vontade louca de espirrar.
Omar abre a porta exclamando:

- Você viu Safira?

- Não sei aonde ela está, a última vez que vi, ela estava com você.

- Sim. Ela falou que estava sem apetite e se retirou da mesa.

- Vou me trocar e vou atrás dela. - diz Omar, fechando a porta.

Mas quando faltava uma fresta para fechar a porta, eu não aguento e espirro. Samir vira rapidamente e vê Omar fingindo o espirro. E mesmo assim, Samir volta e me procura.

- Pode sair daí de trás, Safira! - diz Omar, virando a chave da porta.

- Nossa, não estava aguentando. Quanto pó tem nessas cortinas?

- Precisamos arrumar um jeito de você sair daqui rápido! Já prepara suas coisas.

Omar coloca o resto da roupa e sai primeiro de seu quarto para depois eu sair. Ele vai ao encontro de Samir para levá-lo até o jardim. Nesse tempo é que eu vou para o harém.
Já estou em minha cama. Na porta do harém, escuto Samir e Omar conversando.

Omar olha minha cama para ver se eu estou e me dá um beijo de boa noite, enquanto Samir acorda Nayara para perguntar. Uma missão concluída com sucesso.

Omar volta até Samir dizendo que eu estou em minha cama. Depois disso, Samir faz questão de vir até mim e me acordar. Na verdade estou fingindo que estou dormindo.

- Vim te dar um aviso. Se você tentar fugir, eu vou mandar te matar! - diz Samir me acordando.

- Mas por que você está falando isso de novo? - pergunto.

- Nada. É só um aviso. Boa noite.

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