Epílogo

*Chorando indo marcar o "Concluída"*

Queria ter postado de madrugada, mas não consegui por motivos de: morta de sono, e agora o Wattpad não me deixa carregar uma imagem de menos de 120 kb, então... sem imagens hoje também kkkkk

*****


"Arthur! Já são sete horas!", chamei, sacudindo o ombro pintado de sardas do príncipe de Illea.

Uma das minhas primeiras descobertas depois de ver Arthur sem maquiagem foi que ele possuía sardas no corpo inteiro. Elas eram mais destacadas no rosto e nos ombros, mas havia pontinhos dourados em todo o corpo dele. Arthur as odiava e fazia de tudo para escondê-las – passava protetor solar até para os banhos de sol recomendados pelo médico do palácio –, mas eu amava cada uma delas e as achava lindas. Um dos meus passatempos favoritos enquanto escutava ele ler ou simplesmente ficava deitada ao lado dele na cama era tentar conectar pontinhos e formar figuras – o que Arthur fingia deixá-lo irritado.

"Hmm... cinco minutinhos...", ele murmurou.

Bufei e revirei os olhos.

"Você pediu isso cinco minutos atrás e cinco minutos antes disso também. Pode ir levantando. Quer se atrasar pro casamento?!"

Arthur suspirou e me olhou por entre suas pálpebras sonolentas.

"Já vou... Mas vem aqui antes...." Ergueu um braço para mim.

Suspirei, sentando na cama ao lado dele, e imediatamente percebi o meu erro. Arthur me agarrou e me girou sobre si até que eu ficasse presa sob seu corpo.

"Arthur!", repreendi com uma risada. Era a milésima vez que eu caía nessa.

"Você não aprende nunca", ele falou com um sorriso e começou a beijar meu rosto e meu colo repetidas vezes, enquanto eu ria.

Passei os braços ao redor dele, fazendo com que ele parasse com o ataque, e me olhasse com a expressão que sempre me fazia derreter por inteiro. Mordi o lábio, eu nunca resistia àquele olhar mesmo. Puxei seu rosto para mim e o beijei, sendo correspondida com entusiasmo.

Subitamente, Arthur parou e ergueu uma sobrancelha em repreensão.

"Quer se atrasar pro casamento, senhora Lillian Vidya Donnelly Schreave?"

"Você é impossível! Nem parece alguém que vai ser coroado rei em menos de dois meses!", dei um tapinha em seu ombro sardento, meu estômago flutuando ao ouvir meu novo nome, mesmo que já houvessem se passado dois anos desde o dia em que eu dissera "sim" Arthur e fora coroada princesa de Illea.

Meu coração sempre se aquecia com a lembrança: a cerimônia realizada praticamente às pressas e a mídia enlouquecida noticiando o reencontro e pintando uma história que poderia ter saído de um livro infantil. Meu vestido – assunto de várias revistas de moda – fora desenhado por Viktor, o mais novo estilista de Illea, que também me acompanhara até o altar enquanto tentava conter as lágrimas. E então a festa, na qual Arthur pela primeira vez me fez uma profunda reverência ao preparar-se para a valsa – saudando sua princesa.

Todo o conjunto ainda me parecia inacreditável, perfeito demais para ter acontecido. No entanto, acordar todos os dias ao lado do príncipe de Illea sempre me dizia o contrário: tinha sim sido real.

"Mantenha a criança viva dentro de si, é o que dizem!" Arthur brincou.

Rimos enquanto ele me dava um último beijo no rosto e saía da cama, indo para o banheiro.

Observei suas costas, suspirando feliz.

Às vezes eu ainda me sentia dentro de um sonho.

_-*-_

Tentei subir o zíper do vestido de madrinha lilás-claro, mas não consegui. Era impossível fazer aquilo sozinha, parecia que aquelas roupas eram feitas para que você precisasse de ajuda. Olhei para trás, vendo que Arthur já estava vestido o suficiente e fui até a porta que ligava o quarto dele ao da princesa. Para falar a verdade, eu mal usara aquele quarto, que teoricamente era meu, desde que me casara com Arthur, mas era lá que ficavam algumas das coisas que não cabiam entre as dezenas de livros que ele insistia em manter perto de si – eu conseguira convencê-lo a devolver a maioria para a biblioteca e agora o quarto não parecia mais um escritório de algum bruxo muito estudioso, mas ainda haveria calhamaços em todo lugar que você procurasse. Mas eu também não era tão diferente, havia feito questão de levar meus livros para o castelo. Agora, eles se misturavam com os de Arthur e ocupavam uma seção especial da biblioteca do palácio.

Quando abri a porta, Lucia já estava lá, como se soubesse que eu precisaria de ajuda – e talvez realmente o fizesse –, junto com Julie, que certamente faria minha maquiagem e meu penteado. Joyce havia pedido uma licença para visitar seus familiares e ainda não voltara para o castelo, mas a ajuda das duas mulheres já era mais que o suficiente – eu só mantivera as três por perto por apreciar sua companhia.

Ao fechar a porta atrás de mim, ouvi o mordomo de Arthur chegar para ajudá-lo a arrumar o paletó e sorri. Eu não era a única que precisava de uma mãozinha.

Quando finalmente estava pronta, usando algumas das joias da minha mãe que meu pai guardara e que eu achara em um cofre no quarto dela quando fora buscar minhas coisas, Julie pareceu se lembrar de alguma coisa, soltou um "Ah!" e correu para o guarda-roupa, abrindo a primeira gaveta, tirando de lá um potinho azul e o estendendo para mim com uma expressão feliz de quem fez algo útil.

"Julie, é verdade!, eu nem estava lembrando... Ainda não veio esse mês..." Comecei a fazer as contas. Com toda a bagunça da preparação do casamento, eu estava cheia de ocupações de madrinha, além das de princesa. Então eu mal tivera tempo de pensar nisso. Já estava atrasada há...

"Quinze dias?!", exclamei, surpresa. Aquilo nunca havia acontecido desde que eu voltara a menstruar no palácio. Os dois primeiros meses haviam sido bagunçados, mas depois meu ciclo se estabelecera em trinta dias exatos.

Lucia parou o que estava fazendo e me olhou, entendendo imediatamente o que se passava em meus pensamentos. Julie olhou de mim para sua colega por um instante até que a compreensão atingiu e iluminou seu rosto.

Não era possível?

Era?

No que eu estava pensando, era totalmente possível! Durante aqueles dois anos, eu e Arthur nunca tentamos...

Mas... agora?

"Vidya?", Arthur apareceu na porta, também pronto, e eu me esforcei para limpar a expressão do meu rosto. Ele me olhou por alguns segundos, depois sorriu de lado tentando conter a própria boca – eu sabia o tipo elogio que ele diria se estivéssemos sozinhos, mas estava nervosa demais com outra coisa para pensar naquilo agora. Então falou apenas: "Vamos?"

Olhei para Lucia, que me indicou o banheiro discretamente.

"Hã... só um minuto, preciso ir ao banheiro antes."

"Tudo bem, vou pedir que Greenwood avise ao motorista que estamos saindo. Te espero no quarto."

Assenti e fui para o banheiro.

"Alteza, preciso que faça xixi aqui dentro", Lucia me entregou um potinho transparente assim que entrei.

"O quê?!"

"É para o teste de urina. Vou levar para a ala hospitalar, e quando Sua Alteza voltar já terá o resultado."

"Ah..." Olhei para o potinho, sentindo que enrubescia.

"Precisa da minha ajuda? Eu posso..."

"Não! Não... eu... consigo sozinha." Apressei-me e peguei o potinho.

Quando Lucia saiu, dei um jeito de fazer o que ela pedira, me sentindo ridícula durante todo o processo. Quando terminei, fechei o potinho, satisfeita por não fazer uma bagunça, e o deixei sobre a pia. Não estava cheio, mas eu esperava que fosse o suficiente. Nunca havia feito aquilo na vida.

"Hum... pronto", falei para Lucia quando saí do banheiro, tentando não parecer tão constrangida quanto estava.

Ela assentiu e foi para o banheiro enquanto eu ia ao encontro de Arthur. Saí do quarto de braços dados com o príncipe. Ele vestia seu uniforme de gala azul e branco – mas diferente do que usara no baile de Escolha, as cores dominantes invertidas – que agora tinha uma nova medalha dourada. Uma condecoração pela derrota do grupo rebelde. Ele estava bonito, majestoso, e eu já não via mais as sardas de seu rosto.

Será que nosso bebê também teria sardas?

Sacudi a cabeça para afastar o pensamento. Eu nem sabia ainda se estava grávida, não podia começar a pensar nesse tipo de coisa. Era melhor me focar no que importava agora.

Eu estava me atrasando pro casamento do meu melhor amigo.

_-*-_

Cheguei à casa que chamei de minha por três semanas – e que eu dera de presente para Viktor assim que ele me contou que pediria Dominic em casamento – no horário exato que havia marcado com meu amigo. Cumprimentei a família de Viktor e a de Dominic, depois subi as escadas quase correndo e cheguei ao quarto principal no momento em que meu amigo terminava de vestir seu terno branco. Parei na porta, sentindo que lágrimas me vinham aos olhos e torci para a maquiagem ser à prova d'água. Ele estava tão lindo. Funguei, chamando a atenção dele.

"AI, MEU DEUS, LILY! Você é a madrinha mais linda do mundo! Trouxe o que pedi?"

"Sim!", sorri, estendendo a sacolinha se papel branco que eu levava comigo. "Novo e azul!"

Viktor abriu a sacolinha e tirou de dentro a gravata que eu havia comprado para que ele usasse naquele dia. Ela tinha o tom de azul quase exato dos olhos de Viktor, e, quando eu o ajudei a colocá-la, fez com que as íris do meu amigo ficassem ainda mais destacadas.

Faltava apenas um toque final.

"Espera aqui!", pedi.

Desci as escadas e fui para o jardim, me curvando para colher um lírio. Depois, voltei rapidamente para o quarto e o mostrei para Viktor, que sorriu ao lembrar da minha flor favorita, a mesma que me nomeava.

"Pronto", falei ao prendê-lo à lapela de seu paletó.

Viktor estava perfeito. Novamente me vieram lágrimas aos olhos, e eu o abracei tomando cuidado para não sujá-lo de maquiagem.

"Vick... eu nem acredito!", falei. "Você casado, eu casada... Lembra de quando a gente era criança e brincava que só se casaria se fosse um com o outro?"

Viktor riu.

"Eu lembro! Mas cedo eu mudei de ideia."

Ri junto com ele. E sequei minhas lágrimas com um lencinho que peguei da cômoda, aliviada pela maquiagem se mostrar resistente.

"Já está na hora!", Annabelle anunciou abrindo a porta.

"Certo! Já vou descer", falei. Olhei mais uma vez para Viktor, ele parecia estar começando a ficar nervoso, suas mãos tremiam. "Viktor, lembra o que você me disse no dia do meu casamento? Vou repetir agora: vai dar tudo certo, seu bobo, esqueceu que fui eu quem organizou tudo?!"

Ele riu.

"Agora eu vou descer. Preciso ocupar meu lugar de madrinha, e Dominic já deve estar enlouquecendo com a demora!"

Beijei as mão de Viktor e desci as escadas. Arthur me esperava na sala, e me estendeu o braço. Me posicionei atrás de Dominic – que também usava um paletó branco, mas com uma gravata rosa que fora de se pai: velha e emprestada (ele e Viktor haviam decidido seguir a antiga tradição, cada um com uma parte dela) – e de sua tia, que entrariam primeiro, e atrás de mim ficaram Thomas e uma prima de Dominic, que eram seus padrinhos. Depois dele, estavam o Sr. Alceu e Annabelle, e a sobrinha de dois anos de Dominic, Helen, levava a cestinha com as alianças, sendo contida pela mãe até que fosse o momento certo para caminhas pelo tapete.

"Como ele está?", perguntou-me o noivo do meu amigo quando me viu, tão nervoso que não se preocupou com as formalidades que insistia em manter.

"Lindo e ansioso", sorri, vendo-o suspirar de alívio, como se achasse que Viktor fosse fugir correndo.

Sob o comando de uma ordem que não vi, a orquestra começou a tocar Air on a G String. Dominic e sua tia caminharam pelo tapete, que passava pelo jardim e fazia uma curva à esquerda, seguindo por poucos metros até chegar ao púlpito onde uma juíza de paz esperava para oficializar a união. Quando Dominic se posicionou diante dele e sua tia tomou sua posição à esquerda, foi minha vez. Enquanto eu e Arthur caminhávamos, os convidados faziam mesuras respeitosas, e quando nos posicionamos à direita a juíza também nos dedicou uma reverência.

Já eram dois anos, mas eu ainda estava me acostumando com aquilo.

Depois que Thomas e a prima de Dominic – eu achava que o nome dela era Josie, mas não tinha muita certeza – e o Sr. Alceu e Annabelle entraram, foi a vez de Helen. Ela ficou um pouco encabulada quando viu a multidão, mas sua mãe a motivou a seguir em frente sozinha a partir da curva. Annabelle se curvou para receber a garotinha – que tinha caído de amores pela irmã de Viktor logo de cara – e a orquestra finalizou com um último acorde. Com um movimento do maestro, recomeçaram, mas agora com outra melodia: Canon in D começou a soar, e Viktor saiu pelo jardim ao lado de sua mãe.

Dominic suspirou ao ver seu noivo, seguido por todos os convidados, e seus olhos castanho-claros brilharam. De relance, fitei Arthur, que também me olhava, e sorri, encostando minha cabeça em seu ombro. Viktor alcançava agora a curva e, ao ver Dominic, começou a chorar silenciosamente. Entre os dois, era como se houvesse um pequeno universo próprio, e eu entendia como era aquela sensação. A sensação de finalmente se sentir completo.

Dominic fora preso por suspeita de trair o reino, mas Arthur, assim que recuperou a memória, confirmou o relato do guarda e o inocentou. Depois disso, Viktor e Dominic começaram um relacionamento. As famílias dos dois, a princípio, se mostraram pouco satisfeitas – e Viktor sofreu por isso, chorando em meu colo por alguns dias –, mas depois, ao ver que não adiantaria de nada, cederam à felicidade dos dois e acolheram seus filhos. Desde então, meu amigo estava exultante, finalmente se sentindo livre para mostrar sua verdadeira personalidade para o mundo.

Com Miriam e Alex, as coisas foram um pouco diferentes. Procurei-as entre os convidados. Miriam tinha uma grande barriga de sete meses, agora, e Alex estava sentada ao seu lado se debulhando em lágrimas pela emoção da cerimônia. Elas haviam se casado poucos meses depois de mim, mas a família de Alex fora irredutível desde o primeiro momento em que souberam sobre o relacionamento das duas: virou as costas para a filha, abandonando-a completamente. A família de Miriam, por outro lado, a adotou por completo, e agora as duas esperavam uma filha, cujo nome não fora decidido ainda, fruto de inseminação artificial – elas haviam aceitado, com entusiasmo, ser parte de uma pesquisa científica que tinha como objetivo unir o material genético de duas pessoas do mesmo sexo para gerar embriões, e, para a alegria delas e dos cientistas, a tentativa havia dado completamente certo, mesmo que, por enquanto, só funcionasse com células femininas.

Viktor chegou ao altar, e a Sra. Alceu beijou a mão do filho antes de também se recolher à esquerda, unindo-se ao marido e à filha. Dominic também tinha lágrimas nos olhos, e tomou a mão de Viktor com indisfarçada emoção. Àquela altura, eu já sentia meu próprio rosto sendo riscado por gotas salgadas, era incapaz de descrever o quanto estava feliz. A cerimônia correu lindamente, com Helen fazendo seu papel com perfeição e beijando as alianças – para o deleite de todos – antes de entregá-las ao tio.

"Eu, Antoine Dominic, tomo a ti, Viktor, como meu esposo sob as leis de Illea e do Criador, que me permitiu te encontrar e te amar com todo o meu ser. E eu prometo permanecer ao teu lado nos momentos de alegria e de tristeza, de dor e de júbilo, de sofrimento e de esperança. Prometo te amar por toda a minha vida até o fim dos meus dias, e por toda a eternidade, infinitamente", Dominic recitou os votos enquanto colocava a aliança de ouro no quarto dedo da mão esquerda de Viktor, trazendo ainda mais lágrimas aos olhos do meu amigo.

"Eu, Viktor Alceu, tomo a ti, Antoine, como meu esposo sob as leis de Illea e do Criador, que me permitiu te encontrar e te amar com todo o meu ser. E eu prometo permanecer ao teu lado nos momentos de alegria e de tristeza, de dor e de júbilo, de sofrimento e de esperança. Prometo te amar por toda a minha vida até o fim dos meus dias, e por toda a eternidade..." Viktor colocou a aliança em Dominic e concluiu, fitando calorosamente os olhos de seu amado: "infinitamente."

"Pelos poderes concedidos a mim por Sua Majestade e pela Lei, eu vos declaro casados!", a juíza declarou por fim, e uma salva de palmas animada tomou o jardim enquanto Viktor e Dominic se abraçavam e trocavam um beijo sorridente e apaixonado. Alex ainda chorava, e era amparada por Miriam, que sorria e abraçava carinhosamente a esposa. Por todo lado, havia sorrisos e lágrimas.

Sem que eu esperasse, Arthur beijou minha têmpora, e eu pude ver que até nos olhos dele havia algumas lágrimas se formando. Abracei-o, feliz.

Finalmente tudo estava bem.

_-*-_

Mais tarde, durante a festa, Arthur se afastou para conversar com Dominic e eu me aproximei de Alex e de Miriam. No caminho, passei pela mesa das bebidas e me interrompi no caminho para uma taça de champanhe que o garçom me oferecia, pegando uma de suco. Se eu estivesse grávida mesmo, não poderia consumir álcool. Minhas amigas estavam sentadas em uma das mesas, terminando de almoçar, e eu me sentei junto com elas levando minha taça de limonada. Havia comido pouco e um leve enjoo ameaçava se pronunciar. Cada vez mais eu desconfiava de que já sabia o resultado daquele teste.

"Ai, Lily", Alex começou a falar, "foi tão lindo. Chorei tanto..."

"Eu vi!", ri.

"Você também chorou, não ria de mim!"

Miriam soltou uma risadinha e beijou o rosto da esposa.

"A bebê ficou agitada durante a cerimônia toda, mas agora acho que dormiu", ela disse enquanto acariciava a barriga. "Acho que até ela ficou emocionada."

"Como é?", perguntei, curiosa. "O que você sente quando ela se mexe?"

"É como se... como se a asa de uma borboleta roçasse minha barriga por dentro, é bom...", ela sorriu.

Imaginei como seria dali a alguns meses, um bebê dançando para lá e para cá dentro de mim.

Já não havia mais ansiedade ou medo. De repente, eu simplesmente... queria.

Miriam e Alex começaram a me contar sobre os preparativos para o nascimento, a forma como Alex conciliaria o trabalho de modelo e a maternidade e a discussão em torno do nome da menina. Alex queria chamá-la de Violet, Miriam queria Anne, e nenhuma das duas cedia.

"E por que não Anne Violet?", perguntei.

Imediatamente, elas pararam e me olharam como se eu tivesse dito que havia encontrado um pote de ouro no quintal.

"Anne Violet", Miriam murmurou, sendo seguida por Alex.

"Meu Deus, Lily, você é um gênio!"

"Como assim vocês não tinham pensado nisso ainda?!", ri enquanto Alex me abraçava e Miriam sorria de satisfação.

Anne Violet viria ao mundo na melhor família possível.

"Lily!", Viktor se aproximou acenando, estivera falando com a família de Dominic antes, e agora vinha até mim.

"Como está o recém casado mais lindo do mundo?", falei enquanto me levantava para abraçá-lo.

"Ansiosíssimo para a lua-de-mel, mas nem me enrole! Você vai dançar, não vai? Você me prometeu!", ele exigiu.

"Viktor...", gemi, mas eu já sabia que ele não ia desistir.

E ele não desistiu.

_-*-_

Quando chegamos ao palácio, Arthur tirou o paletó e afrouxou a gravata, se jogando na cama, exausto. Viktor nos fizera dançar até que nós dois fôssemos incapazes de dar um passo a mais, e Arthur definitivamente se libertara. O único fotógrafo presente era o que eu contratara e a mídia fora sutilmente afastada para que o casamento não se tornasse notícia nem se fizesse grande alarde durante a festa, então as amarras da pose de príncipe não existiram por uma tarde. Lembrei-me da mãe da rainha, que anos trás havia dado um show no palácio e ficara conhecida por todo o reino. Arthur não negava a ascendência, e Viktor gargalhara quando eu apontei isso.

Eu também estava cansada, mas precisava saber de algo.

"Vou chamar Lucia para me ajudar a tirar essa maquiagem e essa roupa, também estou exausta", falei para ele como desculpa para sair do quarto e ir procurar a criada.

"Eu me ofereceria para ajudar com a roupa, mas estou claramente exausto demais para isso", foi a resposta rápida de Arthur.

Balancei a cabeça negativamente, rindo, e fui para o quarto da princesa.

Lucia já estava lá, e segurava um envelope selado nas mãos.

Olhei para ela, nervosa, e recebi o documento engolindo em seco.

Sentei-me na poltrona da escrivaninha e fitei o selo enquanto Lucia soltava meus cachos do penteado que Julie fizera antes. Quando ela terminou, apoiou as mãos em meus ombros suavemente em suporte.

Respirei fundo.

Quebrei o selo e passei os olhos pelas palavras até chegar ao que eu queria.

Antes que eu pudesse me conter, lágrimas saltaram dos meus olhos. Eu precisava falar com Arthur.

Olhei para Lucia, que sorria e a abracei, depois corri para a porta do quarto do príncipe e a abri. Arthur ficou surpreso e assustado quando me viu chorando, erguendo-se na cama, mas eu simplesmente fui até ele e me atirei em seus braços, amassando um pouco o papel no processo. Eu não me importava, estava feliz demais.

"Vidya? Meu amor, o que houve?", Arthur questionou, afastando-se para ver meu rosto.

Sorri entre as lágrimas.

"Vamos descobrir a resposta para a primeira frase que você me disse."

"Qual...", ele murmurou tentando se lembrar, e eu percebi quando isso aconteceu. Ele olhou para o meu rosto, incrédulo e urgente, e depois para a minha barriga.

"Imagino de que cor seriam os olhos de nossos filhos se nós viéssemos a nos casar..."

Entreguei-lhe o resultado do exame, e ele arfou ao ler o mesmo que eu havia lido: o "POSITIVO" saltando da página. Quando as lágrimas, pela segunda vez no dia, começaram a se reunir em seus olhos, Arthur me abraçou com força.

"Ah, eu te amo tanto! Eu te amo tanto!", ele disse com a voz embargada, enquanto eu soluçava de alegria.

"Você vai ser pai!", falei, rindo de júbilo.

"E você vai ser mãe!", ele exclamou, afastando-me para que eu pudesse ver eu sorriso entre as lágrimas. Então seu olhar mudou, assumindo uma expressão apaixonada. "Inacreditável. Eu consigo te amar ainda mais do que achava ser possível!"

Arthur me puxou para si e me beijou. Eu sentia que flutuava e desejava que aquele momento durasse para sempre. Era como se uma bolha de alegria se formasse ao nosso redor, isolando-nos do resto do mundo por alguns instantes.

Ao pararmos, Arthur fitou meus olhos com suas íris verdes transbordando de amor e de alegria.

"Eu te amo", sussurrei.

"Eu te amo", ele sussurrou de volta, me beijando com carinho e brevemente.

Então, num gesto que me surpreendeu, ele se curvou e levou a boca até minha barriga.

"Eu também te amo, pequenininho", falou para o pequeno ser que começava a se formar. Então olhou para mim. "E espero que você tenha os mesmos olhos sagazes que fizeram com que eu me apaixonasse pela sua mãe."

_-*-_


Não sei o que dizer, só posso agradecer por TODOS esses anos aqui com vocês. Meu muito obrigada por cada favorito e cada comentário, cada um deles foi importante para que eu conseguisse chegar até aqui e cada um de vocês tem um lugar guardado no meu coração.

Eu não estava mais respondendo aos comentários, ultimamente, mas li CADA UM DELES, e ri MUITO, de alegria mesmo, e vocês não têm ideia do quanto me fazem feliz.

Espero que não me abandonem! No Wattpad ou no Spirit, vou continuar postando histórias (um pouco mais no Wattpad devido ao estilo da plataforma) e espero que continuem comigo!

Um abraço virtual apertado em cada um de vocês! Se cuidem nessa quarentena, fiquem em casa se puderem e leiam MUITO que tem vários e-books gratuitos na Amazon, por exemplo!

UM BEIJÃO! *3*

Amo vocês <3

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