A (parte da) conversa que não deveria ser ouvida
Por favor, não me matem
PLEASE
A porta bateu atrás de Arthur quando ele saiu e levou consigo toda a paz que antes eu sentira ao lado do príncipe. Havia algo errado, e algo dentro de mim me puxava para a porta. Eu sabia que mal havia saído da Ala Hospitalar e que precisava descansar, mas uma sensação fria em meu estômago não permitiria que eu descansasse até que descobrisse exatamente o que havia de errado.
Cansada de permanecer na escuridão, preocupada com Arthur e decidida a fazer qualquer coisa para ajudá-lo, pus-me de pé e fui até a porta. Quando a abri, Thomas acenou para mim levemente com a cabeça, pronto para atender a qualquer pedido meu. Antes que eu pudesse inventar uma desculpa boa o suficiente para que ele me acompanhasse em uma caminhada sem destino pelo palácio, senti algo macio sob o solado de um dos meus sapatos.
"Hã... eu...", ensaiei enquanto me abaixava e pegava discretamente o pequeno pedaço de papel. Imediatamente reconheci o papel que nos era disponibilizado para escrita, mas a letra nele não me era familiar.
"Biblioteca. Meu pai não está bem."
Por um milésimo de segundo, achei que havia me preocupado à toa e que era o pai de alguma selecionada que estava doente e por isso o príncipe havia ficado tão sério de repente. Mas... por que ele não me falaria, se era esse o caso? A assinatura no bilhete me explicou tudo.
"L. A."
Layla Allison.
"Tudo bem, senhorita?", Thomas perguntou ao perceber que eu demorava a me levantar.
"Ah! Claro!", respondi. Pus me de pé escondendo o papel na mão. "é que ainda não me acostumei com esses sapatos."
"Ah. Entendo. A senhorita gostaria de alguma coisa?"
"Na verdade, eu queria ir à biblioteca. Tem um livro que eu gostaria de pegar."
"Não prefere me dizer o nome? Posso pedir para uma das criadas ir pegar; a senhorita mal recebeu alta", ofereceu.
"Ah... não, não! Eu estou bem, não se preocupe! Preciso mesmo de uma caminhada para esfriar a mente, ficar presa naquele quarto era sufocante."
"Tudo bem, eu a acompanho, senhorita."
Thomas gentilmente me estendeu o braço, e eu quase me senti culpada por aquela pequena mentira. Calmamente, fui guiada por ele até a biblioteca; caminhar com Thomas era sempre tranquilizador, era como se houvesse uma redoma de paz ao redor do jovem guarda. No entanto, naquele momento, nem toda a paz do mundo seria capaz de acalmar meus nervos. Eu tentava disfarçar o nervosismo, mas sentia que estava perto de presenciar algo grande: se Arthur fora capaz de se descuidar e deixar um bilhete de Layla caído pelo chão, era porque algo muito grave estava acontecendo. Quando chegamos à entrada da biblioteca, Thomas abriu uma das portas e me deu passagem. Quando ele fez menção de entrar, o interrompi.
"Eu já volto. Me espere aqui, por favor."
Se Thomas estranhou meu comportamento, não demonstrou. Apenas fez uma mesura discreta e fechou a porta entre nós. Agora éramos apenas eu, Arthur, Layla e o que quer que estivesse acontecendo agora.
Por um instante, minha mente imaginou os dois se beijando às escondidas, mas eu afastei essa ideia boba para o fundo da minha mente. Eu sabia que não era esse o problema.
Respirei fundo e comecei a caminhar no corredor entre as estantes tentando não fazer barulho – felizmente, a sapatilha que eu usava ajudava bastante na discrição. Cerca de cinco ou seis pares de estantes depois, ouvi vozes sussurradas à esquerda e reduzi o passo. Caminhei para entre as estantes, e me encostei junto aos livros o máximo que pude para ouvir melhor as vozes abafadas pela estante de livros entre nós.
"...pai está louco! O povo nunca vai aceitar ser governado por um usurpador!" Era a voz de Arthur.
"Ele não liga", Layla respondeu parecendo nervosa. "E é tudo culpa sua! O nosso plano era perfeito, Arthur! Mas você foi lá e estragou tudo se apaixonando por aquela garota!"
"Esse seu plano nunca iria funcionar, Layla, acha que eu sou idiota?! Você não entende que assim que eu me casasse com você estaria completamente nas mãos dos rebeldes?"
"Não conhece o ditado, Vossa Alteza? Mantenha os amigos por perto e os inimigos mais perto ainda? Seria ainda mais fácil desmontar o grupo todo tendo o líder deles na família."
Levei uma mão à boca para conter minha exclamação de surpresa. Isso queria dizer que além do irmão guarda...
"Seu pai não é tolo, Layla. Eu estaria entregando meu pescoço a eles no segundo em que dissesse "sim" no altar."
"Eu não deixaria que eles te ferissem", murmurou Layla, tão baixo que eu mal pude ouvir.
Alguns segundos se passaram sem que nenhum dos dois falasse, e eu me perguntei o que estavam fazendo. Então Layla quebrou o silêncio, novamente com a voz firme.
"Meu pai nunca teria coragem de me ferir, Arthur. E eu poderia usar isso a seu favor. Ele ficaria inebriado pela conquista ao me ver casando com você, ficaria descuidado, e esse seria o momento perfeito para atacar, eu já te dei a localização de um dos esconderijos rebeldes – o principal deles. Você vai mesmo pôr em risco a vida de várias pessoas por causa de seu romancezinho? Você pode evitar uma batalha, Arthur."
O príncipe ficou em silêncio, e isso foi tudo o que eu precisei como resposta.
Antes que notassem minha presença, saí rapidamente da biblioteca. As palavras de Layla ecoavam como facas geladas em meu peito; senti vontade de vomitar. Que tipo de monstro egoísta eu era? Vidas estavam em risco e eu preocupada com meu romance com Arthur? Por que ele nunca havia me contado que Layla tinha aquele plano? Que ela estava do nosso lado?
Ou melhor, do lado dele?
Eu era apenas uma distração, um obstáculo para a realização de um plano que poderia salvar a vida de todos e ainda destruir o grupo de rebeldes que ameaçava a realeza.
"Senhorita?", Thomas chamou quando passei pela porta. "Está tudo bem?"
"Ah... sim!" Tentei me recompor. "Está, é claro!"
"E o livro?"
"Livro?" Franzi o cenho, então lembrei e comecei a inventar uma desculpa qualquer. "Ah! Ele não estava lá. Acho que alguém o pegou antes de mim."
"Que falta de sorte! Vamos voltar para o quarto agora? A senhoria está um pouco pálida, deveria descansar. Vou chamar as criadas para..." A voz de Thomas distanciou-se conforme eu voltava a mergulhar em meus pensamentos. Naquela noite, Arthur anunciaria o dia do último baile, e eu precisava falar com ele antes disso.
Porque eu já sabia o que iria fazer.
Iria sair daquela Seleção.
_-*-_
Férias? HAHA
HAHA
HAHA
Não vou despejar a série de coisas q eu tive q fazer antes de poder respirar e pensar "oba, tempo!"
Mas foram muitas
E aquele "não me matem" foi pela demora também. Eu tava mt desesperada, queria escrever, mas, sério, MDS
Enfim, o outro deve sair semana que vem. Já está assando no forno.
EEEEEE
TCHA-TCHA-TCHA-TCHAAANNNN
É UM POV NOVINHO EM FOLHA
BEIJOOOOOS *3*
Amo voxêis s2
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