Capítulo 4: Mellina

"Em um minuto ou até mesmo em segundos sua vida pode mudar a questão é, mudar para melhor ou pior ?"


Meu primeiro impulso foi acelerar o carro e fugir ninguém estava ali para ver mesmo, e eu só tinha a carteira provisória, o carro não estava no meu nome. Lucas iria me matar por isso.

Olha só mas que tipo de ser humano sou eu ? Iria carregar a culpa talvez da morte de uma pessoa e isso eu não podia carregar mais. Culpa.

Então rapidamente abro a porta no carro e sinto as gotas frias da chuva a molhar minha pele  quente, corro em direção ao homem estirado perto do meio fio. O farol do carro acesso me da uma boa visão do seu rosto e aparentemente ele não parece tão mal, exceto pelo enorme corte em sua testa que jorrava sangue por todo seu rosto devido a água que caia do céu.

O chamei diversas vezes mas ele não respondia talvez tivesse desmaiado, entao o desespero passou a tomar conta de mim.

O que eu faria agora ?

Eu ja estava com a roupa toda encharcada de água e unica saída era levá-lo pra um pronto socorro.

Então por Deus ele resmunga algo.

- Ah meu Deus você esta bem?

Que pergunta mais idiota.

- Minha perna - ele gemeu de dor.

- Calma moço eu vou ajudar você eu vou te levar pra um hospital.

- Ah a minha perna tá doendo muito - ele disse choramingando.

Corri até o carro e deixei a porta do passageiro aberta, eu tinha a obrigação de levar ele pra um hospital era o mínimo que podia fazer diante daquela situação toda.

Eu teria também que por ele todo molhado no carro, fazer o que. Deus queira que Lucas não fique sabendo desse pequeno incidente porque aí que ele nunca vai confiar na minha pessoa.

Esse acidente foi maior vacilo da minha vida.

Voltei rápido até o moço estirado no chão.

- Olha eu vou te levar pro hospital tá legal? Mas eu preciso que entre no carro, será que consegui fazer um esforcinho pra entrar? - falei enquanto o pegava pelo braço.

Nós dois estávamos super molhados.

Ele se apoiou em mim e depois de três tentativas conseguiu se levantar e fomos a passos longos até o carro.

O cara foi o percurso inteiro reclamando de dor na perna e resmungava alguma coisa sobre sua vida pessoal, não dei muita bola a única coisa que eu queria era chegar até o pronto socorro e ouvir os médicos dizerem que está tudo bem então aí  sim missão cumprida e consciência limpa.

Mas espera o que eu ia dizer ?

Simplesmente que atropelei um desconhecido na rua ?

Não meu Deus eu não podia porquê teria que envolver polícia, multa,  carteira de habilitação, cadeia. Céus.

Eu estava perdida e só faltava  virar a esquina pra chegar na área de emergência.

Pensa, pensa, pensa Mellina.

Assim que estacionei o carro entrei correndo na recepção e disse que tinha uma pessoa ferida com uma possível fratura na perna.

A chuva já tinha cessado, só caia uns pingos finos.

Então vários enfermeiros foram correndo com uma maca até a calçada e colocaram o cara atropelado e seguiram para dentro. Em menos de um minuto uma mulher loira baixinha de meia idade fez sinal pra eu me aproximar.

Bom agora eu teria que fazer uma das coisas que eu mais odiava. Mentir.

- O que aconteceu?

- A gente tava em casa e ele queria mudar o rumo da antena de televisão - falei rápido até demais.

- Com essa chuva ?

- Na hora estava bem fraca ainda.

- Então ele caiu da escada ?

- Sim, foi isso mesmo.

- Qual o nome dele pra eu por na ficha ?

Era só o que me faltava.

- Eduardo - falei o primeiro nome que me veio a cabeça.

- Eduardo ?

- Pontes.

- Tem algum documento?

A situação só piorava.

- Não, na correria eu acabei me esquecendo.

- Você tem sorte que é uma emergência-  ela disse mau humorada.

Nunca gostei de enfermeiras.

- Bom, peço que aguarde o atendimento já já daremos notícias - dito isso ela saiu sem ao menos eu perceber.

Sentei em uma das cadeiras de espera e fiquei aguardando notícias do coitado que estava provavelmte com a perna quebrada por minha culpa.

Eu tinha que ser mais cuidadosa.

Depois de meia hora um médico apareceu com um prontuário na mão.

- Familiar de Eduardo Pontes ?

- Eu! - ergui a mão.

- O que você é dele ?

Aff a situação não podia piorar.

- Ele é meu primo.

- E você é a ?

- Melinna, meu nome é Melinna.

- Bom Melinna, o Eduardo teve uma pequena fratura na perna esquerda, nós já engessamos e ele teve também um corte na sobrancelha nada de grave, e amanhã de manhã ele terá alta

- Ah que bom doutor - disse aliviada.

- Aqui do lado na outra porta é o hospital, então daqui vinte dias você leva ele até lá, apresenta essa guia - ele me entregou um papel - que eu vou atender ele pra ver se pode ser retirado o gesso, okay ?

- Okay doutor.

- Você quer ver ele ?

Essa pergunta fez meu corpo gelar. Já bastava minha roupa molhada

- Quero - disse por fim, afinal que prima eu seria se não quisesse ver o próprio primo

Ele me levou até  um quarto no qual havia mais dois pacientes

Eduardo  (vou chamar ele assim já que não sei seu verdadeiro nome ainda) estava dormindo

Olhando ele assim, sem todo aquele sangue, dava pra ver seus traços, a barba por fazer, os lábios finos porém rosados.

Sem dúvidas ele era muito bonito. Deveria ter namorada.

Meu Deus com certeza alguém deve estar a sua procura e nem imagina que ele está em um leito de hospital com a perna enfaixada, impossibilitado de andar sozinho.

Mas amanhã assim que ele receber alta vou levá-lo até a sua casa.

Eu me sentia culpada por causar toda essa confusão queria me redimir e fazer o que estiver em meu alcance pra ajudar.

Já se passavam das onze horas da noite  e Eduardo não acordava, então resolvi ir pra casa e voltar na manhã seguinte.

*********************

Assim que cheguei no hospital uma enfermeira disse que eu já poderia levar ele pra casa, mas que ele estava um pouco atordoado.

Então fui até o quarto e ele estava acordado e impaciente enquanto uma enfermeira dava o café da manhã.

- Meu Deus, quantas vezes que eu vou ter que dizer que meu nome não é Eduardo.

- Calma senhor, acho que você bateu com a cabeça isso é normal acontecer quando se cai de uma escada - a moça falou.

- Mas que escada você está falando ?

- Toma o seu café da manhã que daqui a pouco algum parente vem te buscar - ela saiu impaciente.

Então  eu com todo o meu medo de ser linchada me aproximei dele, e o cara teve a cara de pau de nem sequer olhar pra minha pessoa.

Ele estava concentrado bebendo o café preto e fazendo uma careta.

- Oi - finalmente eu disse

Ele olhou pra mim de cima em baixo e deu um oi mais seco que o deserto do Saara.

- Bom, eu que te trouxe pra cá - falei devagar.

- Ah então  foi você que disse que meu nome é Eduardo pra esse povo sem noção ?

- Me desculpa,  eu não sei se você se lembra do que aconteceu ontem a noite....

- Me lembro sim, você me atropelou e disse que eu cai da escada ?

- Desculpa é que eu não podia dizer o que aconteceu de verdade, mas enfim eu voltei no lugar do acidente e encontrei seu carro totalmente sem gasolina e com o pneu furado e ainda por cima aberto...

- Desculpa, é que eu tava jogado no chão atropelado e fui arrastado pra esse muquifo não tive tempo de dizer não ou de trancar a porra da porta do carro - ele disse em tom de deboche o que fez os meus nervos subirem.

Mas que desaforado além de eu ter ajudado tava reclamando.

- Olha aqui eu atropelei você mas eu prestei socorro, fiz muito em te trazer pra cá se não você estaria até agora naquele chão só Deus sabe de que jeito

- Okay eu agradeço por isso, agora me diz que horas eu vou poder sair daqui ? Não aguento mais ficar nessa cama junto com essas pessoas - ele disse olhando em volta.

- Como eu dizia antes de você me interromper, eu fui até lá e encontrei seus documentos e trouxe pra tá entregar - falei dando uma sacola pra ele conferir.

- Hum além de tudo é futriqueira?

Ah mas esse babaca  tava de zoaçao com a minha cara só pode.

Ele poderia ser até um anjinho lindo, mas dormindo e calado porque acordado e com a boca aberta  só dizia merda

- Olha aqui eu fiz muito de ir até lá para conferir se você não tinha sido assaltado, fiz muito em te trazer pra cá e vou fazer muito mais te levando pra sua casa, assim a minha parte com você vai estar cumprida e eu pretendo Adrian - dei ênfase em seu nome - Que você não tenha mais o desprazer em falar  comigo e eu ter que ver a sua cara arrogante.

Ele me olhou de canto de olho. Aff como podia ser um imbecil e ao mesmo tempo charmoso daquele jeito.

- Enfermeira ? - chamei - Como faço pra levá-lo até o carro ?

- Eu vou buscar uma muleta.

Ela que terminava de entregar o café da manha aos demais pacientes saiu e voltou rapidamente com um par de muletas ela ajudou ele a se posicionar e caminhou conosco até a calçada do lado de fora.

Adrian com uma cara de cu nem sequer deu um obrigada a moça.

- Então Adrian qual o seu endereço pra gente terminar com isso logo de uma vez ?

###########################

Oi gente!!!!

Pra quem está acompanhando (se alguém tiver acompanhando essa bagaça que eu chamo de amor da minha vida) desculpa pela demora.

Sabe quando dá aquele bloqueio foda? Então, agora junta esse bloqueio com os sintomas de gravidez, isso mesmo eu tô prenha kkkkkk E se Deus quiser meu baby vai nascer com muita saúde por que isso que importa tá ?

Então eu dei uma melhorada e consegui escrever esse capitulo, espero que você não ache ele um cocô porque eu dei duro pra escrever ta ?

Votem o comentem porque eu amo vossos comentários e é isso que incentiva nós escritores de esquina a continuar ❤

Se tiver algum erro perdão talvez tenha passado despercebido

Críticas, elogios dúvidas e sugestões sempre bem vindas ❤

Beijos e até a próxima ❤

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top