Capítulo Vinte e Cinco

Marcos Dawson:

Como sabia, não ajudei em nada o senhor Fred Dawson. Ele já havia escolhido tudo dois dias atrás e pediu para entregar a decoração hoje na minha casa. Quanto à comida, ele também já a encomendou.

Além disso, meu pai mencionou que gostaria de incluir algumas flores frescas na decoração, principalmente rosas e lírios, para criar uma atmosfera agradável. Ele também solicitou que a refeição seja entregue por volta das 19h, para que tudo esteja pronto quando os convidados chegarem. Portanto, estou organizando todos os detalhes para garantir que sua festa seja um sucesso.

— Pai, fala a verdade, o senhor está querendo dar uma festa para o menino? — falei quando Daphne saiu da cozinha levando os meninos.

— Eu sei que não vamos comemorar o aniversário dele, que é daqui a cinco dias — papai falou. — Mas não quero deixar esse dia passar em branco. Eu sei que o avô dele morreu, mas tenho certeza de que ele não gostaria que deixássemos de comemorar.

— Eu sei que ele não gostaria, pelo que James disse, o Senhor Levidis gostava de ver o neto feliz e de dar tudo a ele — falei. — Mas não seria um pouco triste dar uma festa, considerando que o avô dele morreu há menos de um mês?

— Mas não será uma festa só para ele. Temos uma festa para comemorar o noivado da Daiane e Steven — papai falou, deixando-me surpreso. — Sim, ela contou só para mim, e resolvi fazer tudo isso para comemorar.

Percebi que ele iria dizer mais alguma coisa e se calou para não falar.

— Além disso, é uma festa porque você está grávido e que se resolveu com o Edu — papai falou. — E ainda hoje, Oliver e Zayn se tornaram oficialmente parte da nossa família, e quero conhecer Oliver. Só sei que ele é igualzinho a você, exceto pela personalidade.

Meu pai tinha novamente aquele sorriso estranho, como se estivesse escondendo algo.

— Pai, o que você está escondendo? — perguntei. — Esse sorriso está me deixando nervoso.

— Pior ainda, nem eu sei por que estou sorrindo assim! — papai falou, deixando-me confuso. — Toda vez que vocês falam do Oliver para mim, meu corpo reage e meu coração faz o mesmo, como se isso me deixasse feliz, é o mesmo que sinto quando falo de você e seu irmão para alguém!

— O que será que isso quer dizer? — perguntei a ele.

Meu pai pareceu ter tido uma ideia, mas balançou a cabeça como se achasse esse pensamento estúpido demais.

— No que você estava pensando? — perguntei, e ele me lançou um olhar sério. — Pai, nem adianta me lançar esse olhar, ele não me causa mais medo algum.

Devo dizer que mentir. No entanto, o clima que se instalou na cozinha após eu dizer isso foi tão pesado que achei que, se não estivesse no início de uma gravidez, meu pai iria me socar ou jogar algo na minha cabeça.

— Há coisas que não devemos saber nesta vida! — Papai falou e pegou na minha mão, apertando-a. — Um dia, eu contarei tudo a você, mas esse dia não é hoje. Primeiro, preciso confirmar minhas suspeitas.

— Como assim, suas suspeitas? — Perguntei, confuso, e meu pai sorriu de forma melancólica.

— Há muita coisa que você e seu irmão não sabem sobre o passado do seu pai e o meu! — Papai falou. — A única coisa que posso dizer é que seu pai se envolveu com as pessoas erradas, e essas pessoas tiraram algo de nós.

A expressão dele ficou furiosa ao dizer isso. O pior é saber que meu pai Marlon se envolveu com pessoas erradas e isso tirou algo dos meus pais.

— Pai, o que eles tiraram de vocês? — Perguntei.

Quando ele ia abrir a boca para responder, ouvi um grito de Mathhew e Brian, que vinham correndo para a cozinha, com Zeus logo atrás deles.

— Esqueça por enquanto — Papai falou.

Não disse mais nada, apenas vi ele soltar minhas mãos e ir em direção às crianças. Fui atrás também, sabendo que meu pai tinha muitos segredos guardados.

Enquanto observava Mathhew e Brian correndo pela cozinha, a curiosidade continuava a me consumir, mas por ora, eu teria que deixar o assunto de lado. Meu pai estava determinado a manter seus segredos guardados, pelo menos por enquanto.

A alegria das crianças tomou conta do ambiente e trouxe um alívio temporário à tensão que havia pairado na cozinha momentos antes. Mathhew e Brian eram sempre uma fonte de alegria para todos nós, e Zeus, nosso fiel companheiro canino, não ficava atrás, participando da diversão.

Observando a cena, eu sabia que eventualmente teríamos que enfrentar os segredos do passado. As palavras de meu pai ecoaram em minha mente, e a pergunta sobre o que havia sido tirado de nossos pais permaneceu sem resposta. Enquanto me juntava à alegria das crianças, uma sensação de urgência crescia dentro de mim, determinada a descobrir a verdade sobre o passado de minha família, independentemente dos segredos que meu pai estivesse escondendo.

Meu celular vibrou e notei ser uma mensagem do Edu.

Edu:

Talvez eu tenha chegado atrasado ou nem compareça. Meu pai está no hotel, e vou conversar com ele e a Lisa.

Eu:

Está bem, boa sorte com os demônios.

Edu:

Vou precisar.

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A decoração chegou na parte da tarde, e meu pai fez com que eu e Daphne fôssemos ajudá-lo a colocar as coisas. Por sorte, foi na hora exata em que Caleb chegou e ficou encarregado de olhar os netos, que queriam brincar e acabavam atrapalhando na arrumação.

Levou uma hora e dez minutos para arrumar tudo, e só ouvíamos as risadas dos três no quintal, com Zeus latindo divertido junto deles. Enquanto isso, Daphne, meu pai e eu estávamos sentados na cozinha, tomando um pouco de chá, que, segundo meu pai, ajudaria na gravidez dele e acalmaria a pessoa.

De repente, a porta da minha casa se abriu, e ouvi James chamar.

— Aqui está o texto com a gramática e a pontuação corrigidas:

— Família, chegamos — James gritou. — Venham conhecer o Zack!

— Estamos na cozinha!— Papai gritou de volta. — Podem vir aqui, ninguém vai aí!

Alguns segundos se passaram, e então vi meu irmão ali com Davi ao lado, ambos vestindo calça jeans e camiseta preta e branca. Atrás deles estava um cara que já conheço, o moreno da Daphne, vestindo um terno preto. Segurando a calça de James e se escondendo da gente, havia um garotinho ruivo que vestia calça de moletom e uma blusa listrada, e na outra mão, um ursinho de pelúcia marrom já bem gasto.

— Pessoal, este é William Philips, o advogado da família Levidis — Davi falou. — Ele quis ver como é a nossa casa, e aproveitamos para convidá-lo a conhecer a familia.

— E este aqui é o Zack — James falou, apontando para o garoto que se escondeu ainda mais atrás do meu irmão. — Apresente-se, querido!

— Olá — Zack falou baixinho. — Eu sou o Zack Levidis

— É um prazer — Papai falou, sorrindo e se levantando. — Sou Fred Dawson, aquela ali é a Daphne, e o outro é meu filho Marcos!

— É um prazer, Zack! — Daphne falou. — Você é uma gracinha

Isso fez o Zack se esconder ainda mais atrás do meu irmão.

— Obrigado! — Zack falou baixinho.

Ouvi a porta de trás se abrir, e Mathhew e Brian surgiram, com Caleb e Zeus logo atrás. Mat veio na minha direção, e meu padrasto foi até o meu pai, dando-lhe um beijo na bochecha.

— Papai Davi, papai James — Brian gritou assim que viu os pais, e achei que ele nem ligaria para o Zack, mas me enganei. — Quem é você?

— Lembra que te falamos do Zack? — Davi perguntou, agachando-se para ficar na altura do filho. — Ele é o garotinho que os papais estão cuidando.

Brian foi até Zack sorrindo, e ali eu vi um lado diferente do meu sobrinho, que normalmente é tímido para falar com os outros logo de primeira.

— Oi, sou o Brian! — Meu sobrinho falou. — Gostei do seu ursinho!

— Obrigado, minha mamãe que tinha me dado — Zack falou baixinho e se afastou um pouquinho de James, indo até Brian que estava parando na frente deles. — O nome dele é Brown, meu vovô que me ajudou com o nome.

Percebi que ambos estavam lado a lado, e o que me chamou a atenção foi que Brian pegou na mão de Zack.

— Seus papais e avós estão no céu — Brian falou, e vi seu tom mudar, como se ele soubesse como agir com Zack. — Mas você não está sozinho, tem a nossa família, e não vamos te deixar sozinho nunca.

Meu sobrinho é realmente um gênio, com apenas cinco anos, já sabe como falar com alguém calmamente e fazê-lo se abrir. Com certeza, ele se formará em psicologia!

Ouvi alguém fungar e olhei para o lado, vendo que era Caleb, que tinha o olhar fixo nos meninos, assim como todos naquele recinto.

— Não, não estou sozinho! — Zack falou, e me surpreendi quando Brian o abraçou. No início, Zack ficou em choque e parecia querer se afastar.

— Sempre estarei ao seu lado, Zack! — Brian falou. — Nunca te deixarei sozinho!

Aos poucos, Zack saiu do choque e abraçou Brian lentamente e com força.

Senti um puxão na minha camisa e olhei para baixo.

— Papai? — Mat chamou baixinho.

— Sim, o que foi? — Perguntei.

— Você pode me dar um irmãozinho? — Mat perguntou, e fiquei em choque.

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Gostaram?

Até a próxima 😘











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