Capítulo Trinta e Cinco
Edu Dawson Robinson:
Olhei na direção da juíza, surpreso e chocado, assim como Marcos estava fazendo, junto com o advogado irritante.
— Quem é você? — Marcos perguntou.
— A juíza — A juíza falou. — Bem, vou me apresentar. Sou Carla Orange! Além de ser uma ótima juíza, pode-se dizer que sou uma ex-funcionária da empresa dos Alves.
Os guardas levantaram Lisa, que ainda gemia de dor.
— Ela vai ficar bem? — Eduardo perguntou. — Aquela coisa parece ter machucado ela muito
— Que nada — Caio falou. — Foi um pequeno choque em todo o sistema nervoso dela e no tecido muscular!
— E o Pedro não atirou para matar! — Alice falou. — Ele mirou no ombro, nem foi para matar.
— Não se preocupem — Carla falou. — Em algumas horas, a dor no corpo dela vai passar, e ela já estará sendo trancafiada pelos crimes dela. Agora, é melhor vocês irem embora, precisam relaxar um pouco depois de todo esse estresse.
Fiquei espantado com a calma dela, e os Alves também pareciam calmos, exceto Vicenzo, que ignorava tudo e admirava as unhas das mãos.
Marcos me encarou, mas suspirou.
— Você também está calmo com tudo isso? — O advogado irritante falou. — Nem o Browns está nervoso! Ela quase matou alguém!
— Isso é estranho, já vi vários casos assim acontecem — Browns falou. — Acabei me acostumando com alguém fazendo isso em um tribunal. Você também vai algum dia, ou não, depende da pessoa.
— Eu nunca vou me acostumar com isso! — O advogado irritante falou. — Ela nem parecia ser esse tipo de pessoa!
— Eles nunca parecem ser — Gisele falou e se aproximou do advogado, tirando um cartão da bolsa. — Se algum dia quiser saber como funciona tudo isso, aqui está o meu cartão.
— Gisele Alves — O advogado falou, lendo o cartão. — Para quê isso?
— Sei que você também gostou da adrenalina disso — Gisele falou. — E sei que há potencial em você para ser mais do que um simples advogado!
— Acredite nela — Carla falou. — Ela sabe ver quem tem potencial para ser usado e quem pode ser útil no futuro.
— Ela sabe — Marcos falou. — Ela me ajudou muito. Agora é melhor irmos, quero descansar
— Claro — Falei. — Browns, muito obrigado. Quer uma carona até o seu hotel?
— Não precisa, tenho que conversar com alguém na cidade ainda — Browns falou, fechando a maleta. — Foi um prazer ajudar vocês em seu caso, mesmo que não tenha ocorrido como a maioria dos meus trabalhos.
— Obrigado, mesmo — Marcos falou. — Não sei o que dizer.
Browns sorriu e me encarou, e saiu sussurrando para mim.
— Cuide desse rapaz — Browns falou. — Pode não parecer, mas ele te ama.
Virei-me e ele só revirou os olhos e saiu andando.
— Edu, podemos conversar?! — Eduardo perguntou. — Quero pedir algo a você!
Olhei para o homem que parecia um pouco nervoso.
— Claro — Falei. — Marcos, eu já volto!
— Vai lá, vou conversar com a Gisele enquanto te espero — Marcos falou.
Eduardo se virou e saiu da sala do júri, e eu suspirei e o segui.
******************************************************
Do lado de fora da sala do tribunal, havia um banco de madeira disponível, e Eduardo se sentou, parecendo cansado.
— Quero te pedir um favor — Eduardo falou, sendo direto. — Não precisa me prometer nada, se não quiser.
Me sentei ao seu lado.
— Me diga o que é, e vou pensar nisso! — Falei. — Não seja dinheiro, pois não tenho nada, e também não te daria, já que acabamos de nos conhecer!
— Não, não preciso de dinheiro — Eduardo falou sério. — Tenho bastante dinheiro, que acumulei trabalhando ao longo dos anos. O que quero pedir a você é que cuide do seu primo, quando eu morrer algum dia!
— Que primo? — Perguntei. — Você tem irmãos?
— O que ninguém sabe, nem mesmo Lisa! — Eduardo começou. — O bebê de Sierra sobreviveu. Ajudei com os custos do hospital para onde ele foi. Sierra enganou a todos; ela não estava grávida de seis meses, mas sim de oito meses. Ela errou nos cálculos, mas disfarçou a barriga devido ao tamanho pequeno!
— Então o bebê sobreviveu, e você cuidou dele todos esses anos? — Perguntei, e percebi que minha voz talvez tenha saído com um pouco de ciúmes e inveja.
— Eu quis recompensar minha amiga — Eduardo falou. — Quis fazer algo bom para ela, que nunca deixou que eu me aproximasse, afinal, namorava sua mãe. Quando eu soube, entrei com o pedido de adoção e cuidei de Miguel!
Assenti para ele, mas ainda não entendi o que ele quis dizer com "se um dia ele vier a morrer." A maneira como ele falou parecia que isso poderia acontecer em breve.
— Por que quer que eu cuide dele? — Perguntei. — Você fala como se já estivesse prestes a morrer, e Miguel é uma criança.
— Me preocupo com ele, afinal, sou o pai dele — Eduardo falou. — Pais sempre desejam o melhor para seus filhos e que nunca fiquem sozinhos depois que partimos. Fico feliz por tê-lo conhecido a tempo, ver que você foi feliz mesmo tendo sido cuidado pela Lisa e que conheceu o amor.
Uma sensação amarga invadiu meu peito. Afinal, eu não poderia saber muito bem disso, já que minha própria mãe tramou contra mim e me fez sua marionete durante anos.
Ele pegou minha mão e a apertou.
— Penso assim porque nunca se sabe o que o amanhã nos reserva — Eduardo continuou. — Talvez eu morra amanhã ou talvez não, mas se isso acontecer, pelo menos vou poder partir sem muitos arrependimentos. E ficarei feliz por saber que você é um bom rapaz. Me prometa que vai cuidar de Miguel se eu partir. Ele sabe de toda essa história e quer muito conhecê-lo.
Pensei sobre isso e percebi que fazer essa promessa não causaria mal algum.
— Eu prometo — Falei, e Eduardo sorriu. — Eu prometo cuidar dele e ser a família dele!
— Isso me deixa tão feliz! — Eduardo falou e apertou minha mão novamente com força. — Pode deixar, tudo ficará bem no final!
E com isso, senti como se ele soubesse que tudo iria mudar.
******************************************************
Saímos para o lado de fora, e todos estavam ali, inclusive Pedro com uma roupa toda preta.
Fomos em direção a eles, e quando estávamos a centímetros dos outros, um carro em alta velocidade veio em nossa direção, prestes a bater em cheio em Marcos.
— Cuidado! — Gritei e saí correndo, e Eduardo também.
Todos se viraram, e só vi o carro atingir Marcos em cheio. No momento seguinte, Eduardo se jogou na frente de Marcos e o empurrou para o lado.
Vi o corpo de Eduardo voar para cima e cair do outro lado, enquanto o carro desviou e bateu em outro veículo.
— Marcos, está tudo bem? — Perguntei, me aproximando dele, que estava sendo ajudado por Caio e Gisele. — E o bebê?
— Sim, o bebê e eu estamos bem, só arranhei o cotovelo por cima! — Marcos respondeu. — E o Eduardo?
Olhei para Pedro, Vincenzo e Alice, que também estavam olhando para Eduardo. O pior era que ele não se mexia, e sangue estava saindo de sua camisa.
—— Uma ambulância! — Vincenzo falou. — Ele está respirando, mas muito fraco.
Gisele pegou o celular e começou a ligar para a emergência, enquanto Alice se levantou do lado dos irmãos e do corpo de Eduardo, indo até o carro que o atropelou.
— Sai daí, sua vadia! — Alice gritou, abrindo a porta do carro e retirando uma pessoa de lá, jogando-a com força contra a lataria do veículo. — Eu vou socar você até te matar!
— Aquela é a piranha da Samira! — Marcos falou, observando Alice jogar o corpo de Samira, que gemia de dor. — Ela tentou me atropelar!
— Se ele morrer, eu acabo com você! — Alice falou, sua voz soando decidida. — Sua vagabunda!
Rapidamente, uma multidão se formou, e Alice, contrariada, parou de machucar Samira ainda mais. Após alguns minutos, a ambulância chegou e colocaram Eduardo lá dentro.
— Vou com ele — Falei para Marcos, e ele assentiu. — Vai com a Gisele.
— Vai lá! — Marcos concordou.
Entrei na ambulância e partimos em direção ao hospital, comigo desejando fervorosamente que Eduardo sobrevivesse.
Chegamos ao hospital e, assim que Eduardo foi levado para o setor de emergência, fiquei à espera ansiosamente. O tempo parecia se arrastar enquanto médicos e enfermeiros trabalhavam incansavelmente para salvar a vida de Eduardo. Minha mente estava cheia de preocupação e medo pelo que poderia acontecer.
Finalmente, depois de um longo período de espera, um médico se aproximou de mim com uma expressão séria no rosto. Ele começou a me explicar a condição de Eduardo e os procedimentos que estavam realizando para estabilizá-lo. Era um momento angustiante, mas eu estava aliviado ao ouvir que Eduardo ainda estava vivo e recebendo tratamento.
Enquanto aguardava notícias adicionais, refleti sobre como as coisas haviam mudado dramaticamente nesse dia. Começamos com a esperança de resolver o processo de guarda de Mathhew, mas agora nossa preocupação principal era a vida de Eduardo.
Finalmente, após horas de espera, o médico retornou com notícias mais positivas. Eduardo estava estável, e os médicos estavam otimistas de que ele se recuperaria. A notícia me encheu de alívio e gratidão.
Fiquei ao lado de Eduardo durante sua recuperação, e aos poucos, ele começou a se recuperar. Nossos laços se fortaleceram durante esse período, e prometi a ele que cumpriria minha promessa de cuidar de Miguel, caso algo acontecesse com ele.
Nossas vidas foram transformadas de várias maneiras, e enfrentamos desafios inesperados, mas com determinação e apoio mútuo, continuamos a seguir em frente, construindo nossa família e enfrentando o futuro juntos.
________________________
Ódio da Samira, Alice devia ter acabado com ela.
Gostaram?
Até a próxima😘
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top