Capítulo Trinta - 2°parte

Edu Robinson:

Naquela noite, após um dia repleto de acontecimentos interessantes, finalmente puxei Marcos de lado para propor um encontro a sós.

— Eu sei que o dia foi bastante corrido — Marcos disse, hesitante.

— Mesmo assim, acho que deveríamos aproveitar a oportunidade para ficarmos mais próximos, Marcos. Pulamos diretamente para a etapa de conversas importantes, mas um encontro pode ser especial de outra maneira.

— Mas nós praticamente conversamos todos os dias — Marcos argumentou.

— Eu sei, mas acho que te devo isso — respondi com um sorriso, querendo mostrar a importância desse momento para gente. — Estamos pulando muitos passos para construir uma relação.

Ele me olhou por alguns segundos, seus olhos encontrando os meus, até que soltou um suspiro lento. Era como se estivesse ponderando a proposta, e eu esperava ansiosamente pela sua resposta.

— Está bem — Marcos respondeu, e isso me fez pular de alegria no lugar. — Acabei de perceber que você e o Matt fazem a mesma coisa quando estão felizes.

— Não conseguimos esconder muito as emoções de alegria — respondi, rindo com carinho da nossa semelhança. Era reconfortante compartilhar esses momentos de felicidade com ele.

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Meia hora depois, ambos estávamos prontos e elegantemente vestidos. Marcos usava uma calça cinza-escura que parecia ter sido meticulosamente feita sob medida. Sua camisa azul era lisa e de botão, ajustada de forma a realçar seus ombros e bíceps, esticando levemente o tecido. Ele me observou por alguns segundos, notando o meu traje composto por uma calça cinza-marrom e uma camisa azul com detalhes em branco.

— Você está bonito — comentei.

— Você também — respondeu Marcos.

— Ambos estão bonitos — disse Matt ao entrar no meio de nós.

— Obrigado — disse Marcos com um sorriso voltado para o nosso filho. — Matt, hoje você vai ficar com seus avós, e nada de inventar brincadeiras para ficar acordado por mais tempo.

— Não tem com que se preocupar — Fred disse. — Caleb, está lendo alguns livros na educação das crianças.

Beijamos Matt na testa, cuidados para não acordá-lo, e também o bebê que dormia tranquilamente no antigo berço de Matt, notavelmente bem conservado. Desviamos da baba de Zeus, nosso cão de estimação, que guardava o quarto com devoção. Marcos lançou um último aviso ao seu pai e a Caleb, que já estavam na cozinha preparando algo com Matt acompanhando-os.

Marcos pediu ao seu pai que não permitisse que Matt assistisse a vídeos bobos no YouTube até tarde, nem que comesse besteiras. Fred brincou que, como avô, seu papel era mimar todos os netos que viriam, e depois nos expulsou de casa.

Ajudei Marcos a entrar no carro e tomei meu lugar no banco do motorista.

— Então... — Marcos pigarreou quando entramos na via expressa. — Você recebeu alguma notícia do seu assistente?

— Sim, tive, e meu plano parece estar funcionando — respondi. — E quanto ao seu plano?

— Está se encaminhando bem — Marcos respondeu. — Mas tenho algo para te contar depois.

Sua resposta me deixou curioso, mas ele não quis revelar mais detalhes por enquanto. Alguns minutos depois, sinalizei para sair da rodovia e, quando ele percebeu, chegamos ao local do nosso encontro.

— Não posso acreditar que você tenha encontrado um lugar assim — Marcos disse, surpreso.

— Eu sabia que você não iria apreciar um restaurante super sofisticado. Pensei em algo mais semelhante ao local do nosso primeiro encontro — falei, olhando para uma loja que, à primeira vista, pareceria comum para qualquer um. Marcos estudou a grande placa eletrônica acima da entrada. Talvez já tivesse passado por ali dezenas de vezes, mas nunca havia prestado atenção.

— "Diversões com Jugos", o primeiro lugar que frequentamos no nosso primeiro encontro — continuei.

— Estou incrédulo que tenham um desses por aqui — Marcos disse, ainda surpreso.

— Ajudei o dono a expandir o negócio, e, na verdade, Joseph também adora este lugar tanto quanto sua filha — respondi.

— Agradeço a você por isso, e ainda mais à filha do Joseph — Marcos disse, sorrindo.

Descemos do carro e entramos no lugar, que era uma reminiscência dos centros de entretenimento. O ambiente estava repleto de fileiras de máquinas de Skee-Ball, prontas para a diversão. Cerca de dez plataformas do Dance Dance Revolution piscavam e brilhavam, nos convidando para dançar. Parte do espaço era reservado para um restaurante, onde casais jantavam em um ambiente romântico à luz de velas. Ao longe, avistei um balcão de sobremesas, com opções de doces para os clientes pegarem e depois pesarem. Também havia cestas enormes repletas de guloseimas coloridas. Do outro lado do armazém, encontrava-se um café com mesas de piquenique e um palco onde robôs iguanas tocavam instrumentos musicais, enquanto crianças se divertiam cantando com seus pais.

No local, havia uma piscina de bolinhas do tamanho de uma casa, uma estrutura de escalada que se assemelhava a uma gigantesca gaiola de hamster e uma estação para trocar ingressos por bichos de pelúcia gigantes como prêmios.

O aroma de pizza e pretzels permeava todo o lugar, e quando olhei para Marcos, surpreendi-me ao vê-lo observando tudo com olhos brilhantes e saliva na boca.

Escolhemos uma mesa e nos encontramos neste lugar tranquilo, afastado de todas as distrações. O ambiente era aconchegante, com luzes suaves e música suave ao fundo. Fiz os pedidos com Marcos querendo pegar um pouco de tudo, escolhendo uma variedade de pratos e algumas pizzas doces e salgadas para desfrutarmos.

— Está tudo bem em pedir um monte dessas coisas? — Marcos perguntou.

— É só as coisas que você gosta — Falei com um pequeno sorriso. — Você merece do bom e do melhor.

— Você é um bobo apaixonado — Marcos disse e soltou um risinho.

Sentados à mesa, trocamos olhares carinhosos, sabendo que precisávamos conversar sobre tudo o que tinha acontecido. Não havia mais segredos entre nós, e o que tínhamos pela frente seria desafiador, mas juntos.

Marcos quebrou o silêncio, com uma expressão séria, mas calorosa:

— Edu, sei que tudo isso aconteceu muito rápido, e que as coisas não saíram como planejávamos. Mas quero que saiba que estou comprometido com essa criança, com você, e com o nosso futuro juntos. Eu te amo, e estamos nisso juntos, não importa o que aconteça.

Senti um alívio profundo e um calor no peito ao ouvir suas palavras. Segurei sua mão com firmeza e respondi:

— Marcos, eu também te amo, e estou disposto a enfrentar tudo ao seu lado. Tudo será desafiador, mas tenho certeza de que podemos construir uma família linda e amorosa. Não importa o que aconteça, estaremos juntos.

Marcos entreabriu os lábios. Então, de repente, antes que eu tivesse qualquer reação ao que estava acontecendo, Marcos se aproximou de mim e deu um beijo levíssimo nos meus lábios. Foi tão rápido que quase não acreditei no que tinha acontecido. Ele tentou recuar, mas me contive e o puxei para mais perto, aprofundando o beijo. Nossos lábios se encontraram em um beijo apaixonado e intenso. O mundo ao nosso redor desapareceu, e era apenas Marcos e eu, entregando-nos àquele momento mágico. A cada instante, o beijo se tornava mais profundo e cheio de desejo, e eu me perdia naquela sensação avassaladora. Finalmente, nos separamos, ofegantes e com olhares cúmplices, sabendo que algo especial tinha acontecido entre nós naquele beijo inesperado.

— Isso foi intenso — Marcos disse.

— Você que começou — Respondi com um risinho.

Nos abraçamos, sentindo o amor e a determinação nos unindo ainda mais. Quando os pratos continuam a vir com Marcos comendo tudo enquanto eu pegava alguns pedaços enquanto riamos.

— Se você continuar me tratando desse jeito e me dando um monte de comida, vou engordar ainda mais. Posso até bater em você se concordar— Marcos disse, enquanto limpava a boca com o guardanapo.

— Não me importo com isso. Vou te dar tudo o que você merece, e lembre-se de que você está comendo por dois — respondi. — Então pode comer de tudo que eu vou pagar com um enorme sorriso.

Marcos ficou com as bochechas vermelhas ao me encarar ao fundo uma música lenta começou a tocar. Levantei e o puxei com a mão.

— Está querendo dançar? — Marcos perguntou. — Lembro que não éramos muito bons naquela época.

— Você vai se surpreender, afinal andei praticamente esses dias com a Daphne e a Daiane me ajudando e o seu irmão que ainda parecia um instrutor de dança famoso — Falei e ele riu, passei o braço por sua cintura e o puxou mais para perto. Então guiando a outra mão dele, entrelaçando os dedos junto do coração.

Enquanto continuávamos dançando, meu corpo se movia com um ritmo natural e envolvente, que notei imediatamente que o deixou sem ar. Seus olhos encontraram os meus, revelando um brilho cúmplice enquanto a música nos envolvia, e um sorriso travesso se formou em seus lábios. Parecia que, naquele momento, éramos os únicos no mundo, dançando juntos em perfeita harmonia.

Conforme a música continuava a nos envolver, nossos corpos se aproximavam cada vez mais, guiados pelo ritmo sedutor da melodia. Não havia necessidade de palavras; o desejo era palpável. Em um momento de paixão irresistível, nossos lábios se encontraram em um beijo ardente e intenso, selando a noite que meu coração acelerou.

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Gostaram?

Até a próxima 😘

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