Capítulo Seis

Marcos Dawson:

Não posso acreditar que a semana passou tão rapidamente, o que significa que amanhã já é sábado, e isso quer dizer que vou sair para um clube. Estou começando a me arrepender de ter concordado em ir para esse clube. No entanto, não posso mais recuar, já que Oliver me mandava mensagens todos os dias, dizendo que faltavam apenas alguns dias para a nossa grande noite. Ele também disse que já tinha preparado o motorista dos pais dele para nos levar até o clube, ou seja, ele vai me forçar a beber.

Chego a tremer só de pensar nessa situação, mas sei que tenho que ser forte. Contaram para o meu pai, e ele disse que, se eu não fosse, me colocaria de castigo de uma forma extrema. Além disso, ele completou que devo aproveitar a vida que me foi dada, soltar meu lado divertido e curtir a noite ao máximo.

Dei graças a Deus que a conversa foi pelo telefone, com Mat brincando no quarto dele e sem ouvir. No entanto, isso não impediu que eu ficasse vermelho como um tomate de tanta vergonha. Ouvir esse tipo de coisa da Daphne é uma coisa, mas do meu pai é outra completamente diferente. Ainda assim, é melhor ouvir o que eles têm a dizer do que ficar sem fazer nada.

Só espero que tudo corra bem e que nada dê errado, mesmo eu tendo um pressentimento ruim de que amanhã não vai ser um bom dia.

A sexta—feira de manhã passou voando, e quando percebi, já era noite. Coloquei Mat para dormir em sua própria cama, com o boneco que comprei na segunda—feira, aquele que ele não larga nem se pagassem algo bem mais caro. E olha que é um boneco que apenas mexe os braços e vem com uma roupa.

Dei um beijo em seu rostinho e o cobri.

— Papai, canta pra mim! — Mat pediu com os olhos sonolentos. — Por favor!

— Claro, meu docinho! — Falei e me sentei na cama. — Qual música você quer que eu cante?

— Rock'n Roll Lullaby! — Mat falou, sua favorita.

Sorri, pois essa era a mesma música que meu pai costumava cantar para mim quando eu era pequeno, e eu sempre adormecia ouvindo-a.

— Aceito o seu pedido! — Falei e preparei minha voz.

Cantei lentamente, e observei os olhos sonolentos de Mat se fechando progressivamente, com cada verso da canção acalmando-o ainda mais, até que, finalmente, seus olhos se fecharam completamente. Dei-lhe um beijo suave no rosto e saí do quarto, deixando a porta entreaberta para que a luz do corredor iluminasse o quarto.

Fui para o meu quarto e também deixei a porta entreaberta, caso Mat precisasse de mim durante a noite. Joguei as cobertas para o lado e me deitei, cobrindo-me até a cintura. Assim que coloquei a cabeça no travesseiro, caí no sono.

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Eu via Mathhew correndo em um parquinho, perseguindo outras três crianças que riam e se divertiam. Matt era o mais alto, e, por alguma razão, eu sabia que ele já tinha nove anos, usando um casaco marrom e calça jeans. As outras crianças pareciam estranhas e familiares ao mesmo tempo, três meninos rindo das travessuras do mais velho.

— Nosso filho é um doido! — Uma voz grave me disse, e senti braços fortes ao meu redor, me puxando para si. — Mas eu não os trocaria por nada!

Virei-me para ver o homem que me abraçava, mas seu rosto não estava claro. No entanto, meu coração acelerou por aquele homem que usava uma camiseta azul-clara e shorts jeans.

— Eu te amo — Ele falou, puxando-me para o seu colo. — Sempre vou te amar, Marcos!

Deitei minha cabeça em seu ombro e sussurrei palavras que nunca imaginei que diria novamente em toda a minha existência.

— Eu também te amo! — Sussurrei contra seu ouvido. — Sempre vou te amar!

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Acordei com alguém tentando subir na minha cama, abri os olhos e percebi que era Mat, que estava tentando subir. Me sentei na cama e o ajudei a se acomodar. No mesmo instante, ele voltou a dormir. Eu fiz o mesmo, voltando a dormir, e gradualmente esquecendo o sonho estranho, mas que tinha feito meu coração acelerar e acalmar ao mesmo tempo.

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Nós dois acordamos às seis da manhã, junto com o alarme do meu quarto, e eu sabia que tinha que limpar a casa. Mat, por outro lado, acordava porque era hora de acordar.

Desativei o alarme e me levantei, mas Mat ainda estava sonolento. Decidi dar um banho nele e em mim para ajudar a acordar completamente. Peguei uma roupa de moletom para ele no quarto dele e, em seguida, fiz o mesmo para mim, já que a manhã estava um pouco fria.

Curiosamente, Mat não fazia drama durante o banho matinal, como se a água não o machucasse mais. Talvez fosse porque ele tinha acabado de acordar.

Terminei o banho dele e o mandei esperar no quarto enquanto eu tomava o meu banho. Eu sabia que meu pai e Oliver iriam aparecer em breve, e eu pretendia obrigá-los a ajudar na limpeza da casa, em vez de ficarem sentados comendo todos os alimentos da geladeira e do armário. Eles comiam demais!

Após o banho, vesti minha roupa e desci com Mat para o andar de baixo. Preparei o café da manhã, que consistia em panquecas com calda de chocolate e leite achocolatado. Terminei de preparar tudo enquanto Mat jogava no meu celular, sentado à mesa.

— Vamos comer! — Falei. — Depois, você pode jogar no celular do papai.

— Ok! — Mat concordou, colocando o celular ao lado do seu prato. — Papai, corta pra mim?

Ele pede mesmo sabendo que eu sempre faço isso para ele.

— Claro, quanto de calda você quer? — Perguntei. — Muita, como sempre?

— Sim, muita! — Mat respondeu animado.

Eu adicionei a calda e começamos a comer, comigo comendo minhas panquecas e ajudando Mat, quando de repente, minha cozinha foi invadida por Daphne, vestindo roupas simples, e Oliver ao lado dela, vestido da mesma forma. James estava logo atrás deles com Brian, os dois também usando moletons simples.

— Papai, ele parece com você — Mat apontou para Oliver.

— Sim, ele parece! — Daphne concordou. — Só que ele é mais estiloso, fotogênico e mais divertido! — Daiane acrescentou. — E também um pouco mais sério!

Olhei para James, que estava segurando o riso, e sabia que ele queria rir. Não podia xingar as duas na frente do filho dele e do meu.

— O que vocês estão fazendo aqui? — Perguntei. — Querem panquecas?

— Eu quero panquecas! — Brian disse, e James o ajudou a se sentar em uma cadeira.

— Eu estou aqui porque tenho tempo livre — Oliver explicou. — Daphne me convenceu a vir para cá e me pediu para buscá-la em seu apartamento.

— Sem nada para fazer no meu apartamento — Daphne completou. — Então vim ficar aqui.

Minha casa parecia ter se tornado um local de lazer para Daphne, e agora parecia que também seria para Oliver. Eu tinha um folgado a mais para lidar.

— Vamos sair — James apontou para Brian e cortou as panquecas. — Daiane precisa de ajuda com algo e não explicou direito o que é.

Engoli um pouco de achocolatado e cortei um pedaço para mim e outro para Mat.

— Então, vocês dois — Apontei para Oliver e Daphne. — Vão me ajudar a limpar a casa.

— Pode ser — Daphne concordou. — Não tenho nada melhor para fazer, mesmo.

— Eu ajudo no que for necessário — Oliver acrescentou sem se importar.

— Ótimo, terminem de comer aqui e, em seguida, vamos começar a limpeza — Falei.

Quando terminamos de comer e nos despedimos de James, Brian e Mat, lavei a louça e liguei a televisão para Mat na sala. Comecei a limpar a cozinha, com a ajuda de Daphne e Oliver. Limpar a minha casa por completo leva cerca de sete horas, já que praticamente não passo muito tempo aqui durante a semana. Apenas durmo e mantenho tudo organizado e limpo.

Como gosto de manter a casa sempre brilhante, faço uma limpeza profunda a cada quinze dias. Com a ajuda deles, consigo terminar tudo o que precisa ser feito sem me preocupar em esquecer alguma coisa.

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A limpeza foi divertida, com Daphne conversando sobre o incidente com o carro que a atingiu no shopping naquele dia para Oliver. Oliver riu ainda mais quando mencionei que ela ficou constrangida enquanto o moreno conversava com ela. A cada momento, eu ia verificar o meu filho, que estava deitado no sofá, e no quintal, Zeus estava deitado no chão, dormindo. Sempre que estou limpando a casa, ele fica do lado de fora e aguarda até que o chame para entrar.

A manhã passou rapidamente, e Oliver se ofereceu para me ajudar a preparar o almoço com o que tínhamos em casa. Fizemos uma deliciosa lasanha, e todos a apreciaram. À tarde, continuei a limpeza e terminei tudo. Percebi que Oliver trouxe roupas para se trocar, e Daphne fez o mesmo, já que seria a babá do Mat e foi tomar banho.

Após ver as roupas de Oliver, comecei a sentir um pressentimento ruim sobre esta noite.

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Gostaram?

Até a próxima 😘

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