Bônus Dois
Carlos Griffin:
Antes de começar a relatar tudo o que aconteceu comigo e o que me levou a encontrar o Vinícius e o Patrick, devo voltar um pouco sobre a minha história para que vocês me conheçam melhor.
Vou me apresentar, como já sabem, sou Carlos Griffin, um Dawson honorário, como muitos de vocês já sabem. Há cinco anos, conheci o Vinícius e o Patrick, e eles são as pessoas mais divertidas para se conviver. Para me descrever, tenho cabelos loiros brancos e olhos de tons variados, o que significa que tenho Heterocromia.
Sou filho único de Charles Griffin, o proprietário da rede de hospitais Griffins, presente em Los Angeles, Atlanta e Nova York. Quando eu tinha vinte anos, perdi minha mãe e, naquele momento, meus pais ficaram tristes e se fecharam por um tempo, não apenas para mim, mas também para outras pessoas. No entanto, agora eles começaram a se abrir mais e até a ler fanfics.
Fico feliz que meu pai tenha voltado ao normal, mas sei que minha mãe faz muita falta para ele, assim como faz para mim.
Agora que já me apresentei, vou começar a contar o que aconteceu naquele dia.
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Bem, todas as manhãs, acordei ao som de Kelly Clarkson, com a música "Broken & Beautiful".
Quando a melodia atingiu meus ouvidos, acordei de meu agradável sono, sentei— me na cama, desliguei o alarme e coloquei a música no aparelho de som, aumentando o volume ao máximo.
Inspirado pela energia que a música me proporciona, levantei— me da cama e comecei a dançar ao ritmo da letra.
Abri a porta do meu guarda— roupa e selecionei as roupas para aproveitar este maravilhoso sábado de manhã.
Dirigi— me ao banheiro do meu quarto e comecei o meu ritual matinal, para realçar a minha beleza natural.
Comecei escovando os dentes, assegurando— me de que estavam bem limpos e sem mau hálito.
Após a higiene bucal, tirei o meu pijama e entrei no chuveiro. Estranhamente, eu me sentia um pouco fora do normal de manhã, mas o que realmente me surpreendeu foi que, ao sair do chuveiro e começar a me secar com a toalha, o cheiro do meu desodorante me deixou enjoado. Em um rápido movimento, corri para o vaso sanitário e vomitei o que havia comido na noite passada.
Isso não estava certo!
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Após escovar os dentes novamente e dar descarga no meu vômito, fiquei preocupado e xinguei o Alex por ter mentido sobre o uso de camisinha, temia que fosse algo sério.
Vocês devem estar se perguntando quem é o Alex, ele é meu "namorado", ou quase isso, pois ainda não definimos nosso relacionamento. A questão é que moro em Los Angeles, e ele em Atlanta. No entanto, sigo o lema que minha mãe costumava me dizer quando eu era criança: "Para o verdadeiro amor, não existe distância ou tempo!"
Essa frase se tornou meu mantra, e quando eu encontrar o meu verdadeiro amor, não deixarei escapar.
Saí do banheiro e usei o desodorante que meu pai me deu, um produto sem perfume e bastante simples, que não condiz com minha personalidade incrível.
Vesti uma calça jeans e uma blusa cinza, arrumei o cabelo, peguei o celular e fui para a cozinha para tomar algo antes de ir trabalhar. Pode ser surpreendente, mas aos sábados só tenho consultas depois das nove e quarenta. Assim, terei algum tempo livre no hospital e poderei fazer o exame de sangue.
Chegando na cozinha, abri a geladeira e peguei dois ovos, pois uma manhã sem ovos mexidos não é a mesma coisa, e um copo de suco de laranja natural. Após preparar tudo, me sentei à mesa, aproveitando a refeição. Quando terminei, me preparei para ir trabalhar. Peguei o meu carro e segui para o hospital.
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O trajeto de casa até o hospital leva no máximo vinte minutos, e durante esse tempo, eu sonhava acordado. Se eu estiver grávido, será realmente um sonho realizado, afinal, sempre quis começar minha própria família.
Ao chegar no hospital, já senti uma espécie de aperto no peito, como se pressentisse que algo estava prestes a acontecer.
— Sai pra lá, sensação! — Exclamei enquanto estacionava o carro. — Só boas vibrações para mim!
Desembarquei do carro e fui em direção às portas do hospital, cumprimentando todos que encontrava pelo caminho. Ao chegar em frente ao elevador, entrei e apertei o botão do quinto andar, onde os exames de sangue são realizados.
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Minutos depois, eu estava segurando o papel que uma enfermeira trouxe, e nele estava a confirmação de que eu estava grávido há quinze dias.
Saí dali e desci para o meu escritório pelo elevador. No caminho, mandei uma mensagem para Alex, anunciando diretamente que estava grávido do filho dele, e guardei o papel no bolso da calça.
Quando as portas do elevador abriram, não precisei andar muito para encontrar James, que estava sentado em uma das cadeiras e mexendo no celular.
— Fala, meu querido amigo — Eu disse, sentando ao seu lado. — Estava conversando com o Davi, aposto que ele está dormindo e deixando o Brian na casa do seu irmão.
— Nada disso, meu marido teve que ir verificar algo na loja onde compramos as coisas para o Zack, como a cama, o guarda— roupa e algumas peças de roupa! — James respondeu. — Acredita que a loja confundiu uma cama para um garoto de oito anos com um berço de recém-nascido!
Lembrei que meu amigo agora se tornou responsável por um garoto de quase oito anos. Pois é, James realmente se tornou um pai adotivo para o pequeno Zack. E pensar que antes ele era apenas um casal feliz e agora têm essa nova responsabilidade.
— Pois é, em relação a isso, você não parece tão nervoso como estava antes! — Eu comentei. — Parece que começou a aceitar a ideia agora.
— Um pouco, afinal não é todo dia que você se torna responsável por um menor de idade! — James respondeu. — Mas eu consigo, cuidei do Brian, então consigo cuidar de outro garoto!
Será que ele sabe que o filho dele é a criança mais quietinha, e nenhuma outra é assim?
— Bem, acredito que você está indo muito bem com o Brian, então não vejo por que não conseguiria com o Zack. — Eu disse, tentando tranquilizá-lo.
James deu um sorriso, parecendo mais confiante. — Obrigado, Carlos. Acho que só preciso me acostumar com a ideia de ter mais um pequeno anjo correndo pela casa.
Nesse momento, não pude deixar de sorrir. Era bom ver meu amigo encarando as novas responsabilidades com coragem e otimismo. Afinal, cuidar de crianças era algo novo para ele, mas eu tinha certeza de que ele se sairia muito bem.
— Bem, tenho algo para te contar! — Eu disse.
— Qual é a notícia? Vocês e o Alex vão oficializar tudo? — James perguntou. — Já estava na hora de fazerem isso.
Enquanto eu abria a boca para responder, meu celular, que ainda estava na minha mão, vibrou. Olhei de relance e desbloqueei o aparelho. A mensagem que li acabou comigo.
Alex estava dizendo que não queria ter um filho comigo, me chamando de idiota por pensar nisso com ele, e o pior, ele mencionou que tinha uma noiva.
Uma noiva!
Levantei da cadeira e saí correndo, ouvindo James me chamar enquanto corria rapidamente em direção ao elevador. Assim que entrei, apertei o botão do térreo e as portas começaram a se fechar.
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As portas do elevador se abriram no térreo, e saí correndo para o lado de fora. Meus olhos ardiam, mas eu me recusei a derramar uma única lágrima por causa daquela situação.
Parei do lado de fora e respirei fundo, decidido a não me deixar abalar por aquele canalha. Enquanto olhava para cima e piscava os olhos algumas vezes para conter a emoção, percebi dois garotos na calçada, ambos parecendo fracos e em apuros. Algo dentro de mim me fez correr até eles no exato momento em que o garoto de cabelos escuros estava prestes a desmaiar. Eu o segurei, evitando que isso acontecesse, enquanto seu amigo de cabelos loiro-escuros desabou, e outro homem o amparou.
— Eles precisam de ajuda! - Eu disse ao homem. — Me ajude a levá-los até o hospital!
— Claro, sem problemas — O homem respondeu.
Depois disso, juntos conseguimos levá-los para dentro do hospital e chamamos por assistência. Conseguimos levá-los para um quarto, e eu fui buscar meu pai, na esperança de que pudéssemos ajudar de alguma forma.
Meu pai, Charles Griffin, não demorou ao chegar no quarto em que coloquei os garotos. Ele estava claramente surpreso ao me ver envolvido na situação.
— O que aconteceu, Carlos? — Perguntou meu pai, preocupado.
Expliquei a situação com os dois garotos que encontramos na calçada, e meu pai imediatamente entrou em ação, coordenando a assistência médica necessária. Enquanto os médicos cuidavam dos garotos, meu pai me tranquilizou quanto à minha própria situação pessoal.
— Carlos, não se preocupe com o que aconteceu mais cedo. Nós vamos lidar com isso da melhor maneira possível, e eu estou aqui para te apoiar. Você fez a coisa certa ajudando esses garotos.
Fiquei aliviado com as palavras de meu pai e a sensação de que estava fazendo algo positivo para ajudar alguém em necessidade. Enquanto aguardávamos notícias dos garotos, eu refleti sobre como a vida pode nos surpreender com desafios inesperados, mas também nos oferecer oportunidades de fazer a diferença na vida de outras pessoas.
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Agora estou no quarto com ambos deitados em camas brancas, recebendo vitaminas intravenosas. A sensação dentro de mim insiste que preciso ajudá-los.
— O que aconteceu com vocês? — Perguntei, embora soubesse que eles não podiam me ouvir para responder.
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O que acharam?
Até a próxima 😘
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