Capítulo 21

— Vamos até a cidade semana que vem? — Mina perguntou, se sentando ao lado de Chaeyoung, que estava deitada sobre sua cama.

— Para quê? — Chaeyoung indagou.

— Precisamos te comprar algumas roupas. Sou maior do que você e tudo te aperta. Sem contar que você precisa experimentar calças e bermudas.

— Não tenho dinheiro. — Chaeyoung disse enquanto acariciava a própria barriga. Havia terminado de comer e estava mais do que satisfeita.

— Não perguntei isso. — Mina disse e Chaeyoung negou.

— Não quero abusar. Já estou ficando aqui de favor.

— Não é de favor, você me ajuda nos afazeres daqui, cozinha para mim sempre e ainda doa sangue e espermatozóide. — Mina disse e Chaeyoung a olhou com dúvida. — Por favor...

— Só porque é impossível dizer não para você com essa carinha. — Chaeyoung disse e Mina sorriu.

— Você está tão linda hoje. — Mina disse suspirando. — Digo, agora está corada. Não está tão pálida quanto uns dias atrás.

— Você não tem mais tirado meu sangue por esses dias. — Chaeyoung disse e Mina desceu seus olhos para a mão da outra, que brincava com o cós da cueca.

— Os shorts que servem em você logo secarão e não vai mais precisar ficar só de cueca. — Mina alertou.

— Não ligo de ficar só de cueca. Está muito calor.

— Mas eu ligo. — Mina disse e ia se levantar, porém a mão de Chaeyoung segurou seu braço.

— Por quê? — Chaeyoung perguntou e Mina prendeu a respiração.

— Porque fico sem graça. — Mina confessou. — É inevitável olhar. Não estou acostumada com pênis no mundo. — Mina disse e Chaeyoung assentiu.

— Certo. — Chaeyoung disse se sentando e segurando a mão de Mina antes de depositar um beijo sobre o dorso da mesma. — Vou ficar aqui embaixo do lençol para você não ficar envergonhada, tudo bem? — Mina a fitou e assentiu erguendo a vista para olhá-la.

— Você ainda pretende ficar virgem para sempre? — Mina não resistiu em perguntar. Essa pergunta habitava sua mente havia dias. — Tipo, não se envolver com ninguém...

— Eu me envolveria com você. — Chaeyoung foi sincera, vendo Mina a olhar surpresa. — Mas aparentemente você não me quer mais, então...

— Por que acha isso? — Mina perguntou.

— Eu tenho um pênis. — Chaeyoung disse como se fosse mais do que suficiente aquele argumento.

— E eu uma vagina. Preciso de um argumento válido. — Mina disse. — Você quem fugiu de mim e não o contrário.

— Fugi porque não podia deixar você saber que eu tinha um pênis. Me beijando do jeito que você beijou seria fácil acordá-lo, mesmo se ele estivesse em coma. — Mina riu, porém a batida na porta a fez se afastar.

— Conversamos depois?

— Não pretendo ir à lugar nenhum. — Chaeyoung disse apontando para as roupas que vestia e Mina assentiu, indo até a porta.

[...]

Mina abriu a porta de seu trailer exausta e foi para o banheiro tomar um banho antes de ir se deitar. Havia passado o dia fora, mas não resistiu em dar uma olhadinha em Chaeyoung antes de descansar.

A garota estava quieta, no escuro e com uma mão sobre a barriga. Como sempre ultimamente ela estava somente de cueca e Mina deduziu que ela havia tomado banho pois a cueca desta vez era preta.

A maior se aproximou da cama e se inclinou, depositando um beijo no rosto de Chaeyoung, mas quando ia sair ouviu Chaeyoung murmurar seu nome.

— Te esperei por horas, mas você não vinha.

— Pensei que já estava dormindo. — Mina disse baixo, se sentando na beira da cama.

— Estava um pouco ansiosa para a conversa. — Chaeyoung disse e Mina assentiu.

— Podemos conversar amanhã se...

— Não fuja de mim. — Chaeyoung pediu rapidamente em um tom quase suplicante e Mina suspirou.

— Então... — Mina disse, soltando um riso envergonhado. O ambiente estava bem escuro, mas ela podia ver o rosto de Chaeyoung voltado para si.

— Acho que a gente não tem muito o que falar. — Chaeyoung disse se sentando. Mina sentiu seu coração querer explodir quando sentiu os lábios de Chaeyoung relarem os seus com delicadeza.

A menor parou ali, esperando a confirmação de Mina, sentindo seu hálito fresco e quente acariciar seu rosto e quase vibrou de empolgação quando sentiu Mina repetir o gesto, se inclinando e tomando seus lábios em um beijo, dessa vez, mais profundo.

A mão de Chaeyoung foi para a nuca de Mina e a de Mina foi para um pouco abaixo dos seios de Chaeyoung. A menor gemeu de satisfação quando sentiu Mina mordiscar seu lábio inferior antes de aprofundar novamente o beijo.

O braço livre de Chaeyoung puxou Mina mais para cima da cama, fazendo a morena se deitar sobre ela enquanto suas costas tocavam o colchão.

— Demorou semanas, mas finalmente nos beijamos de novo. — Chaeyoung murmurou e Mina sorriu contra sua boca.

— Pois é. — Mina disse, plantando um beijo demorado nos lábios de Chaeyoung antes de suspirar. — Vou ir dormir. Passei horas naquele trailer ajudando Nayeon com algumas coisas e estou realmente exausta.

— Tudo bem, bons sonhos. — Chaeyoung disse, inalando fortemente o cheiro no pescoço de Mina antes de depositar um beijo estalado na região.

— Você precisa me soltar para eu poder ir. — Mina disse rindo.

— Você vai dormir aqui comigo. — Chaeyoung disse, vendo Mina franzir os olhos. — Aquele sofá é duro e você sabe disso.

— Só por isso está me chamando para dormir com você? — Mina indagou.

— E está pensando em negar só porque estou de cueca? — Chaeyoung rebateu e Mina riu.

— Argh. Está bem, durmo aqui com você. — Mina disse, retirando seus chinelos do pé e se deitando no canto, virada para a parede. — Boa noite, Chaeng.

— Boa noite, Minari. — Chaeyoung disse. Queria abraçá-la e dormir juntinha, contudo não sabia até que ponto chegava o limite de Mina e por isso apenas chegou o mais próximo possível do perfume da garota, sem jamais relar em seu corpo.

[...]

Mina abriu os olhos ao sentir algo duro contra sua bunda e riu, negando com a cabeça. Ela se virou lentamente, afinal um braço de Chaeyoung estava sobre ela, ela sequer sabia como ele havia ido parar ali. Seus olhos focaram no rosto da menor, que ressonava tranquilamente.

Mina sabia que ereções noturnas e matinais nem sempre tinha a ver com tesão, muitas vezes tinha a ver com o corpo estar totalmente relaxado e era um bom sinal para a saúde, mas não resistiu em rir baixinho.

Que cômica a situação: Até poucos dias atrás sequer sabia da existência de um pênis e agora acordara com um cutucando suas nádegas e mais, ela havia beijado a boca da dona dele.

Duas vezes.

E havia adorado.

Seus olhos caíram para o volume na cueca da garota a sua frente e sua memória trouxe a tona a lembrança de Chaeyoung seminua enquanto se masturbava.

A mão da maior queria tocar, não só por desejo, mas por curiosidade também, porém se conteve. Como era possível aquilo entrar sem machucar? Até ali só havia experimentado dedos e, mesmo sendo dedos, se ficasse muito tempo sem transar ou não estivesse muito excitada, ardia tudo.

Imagina aquele cano.

— Gostando do que vê? — Mina tremeu rapidamente devido ao susto que levou pela voz levemente mais rouca do que o normal.

— Desculpe. — Mina sussurrou e Chaeyoung riu. — É que ele me acordou.

— Então eu que peço desculpas. — Chaeyoung disse, rindo fraco e fechando os olhos devido ao sono. — Vou tentar manter mais distância.

— Você não tem culpa, estava dormindo. — Mina disse, olhando timidamente para Chaeyoung.

— Tem razão. Ninguém tem culpa. Todos estamos absolvidos. — Chaeyoung disse voltando a abrir os olhos e Mina sorriu assentindo.

— Volte a dormir. Te acordei ao me mexer, não foi? — Mina perguntou e Chaeyoung assentiu.

— Tenho o sono leve. — Chaeyoung disse. — Já amanheceu?

— Não. É só ver que ainda está frio para saber que ainda é madrugada. — Mina disse e Chaeyoung concordou.

— Muito inteligente. — Chaeyoung disse sonolenta e fechou os olhos de novo ao sentir Mina acariciar seu rosto.

— Durma.

— Um beijo antes? — Chaeyoung pediu e Mina sorriu timidamente, a olhando levemente enrubescida antes de colar seus lábios nos de Chaeyoung em um selinho demorado e logo se virar.

— Boa noite, Chaeng.

— Você ainda vai estar aqui amanhã de manhã?

— Já vi esse filme. Não seja clichê. — Mina pediu rindo.

— Só queria saber se meu pau teria a honra de voltar a te cutucar. — Mina riu e negou com a cabeça.

— Nunca mais reclamo dos clichês. — Mina disse sorrindo. — Não pretendo ir à lugar algum. — Respondeu a pergunta de Chaeyoung, sentindo o braço quente cobrir seu corpo novamente.

— Sabe, pelo bem da ciência. Estou com frio e não posso morrer, então preciso me esquentar. — Chaeyoung disse e Mina se aconchegou em seu corpo, mesmo de costas para ela.

— Se dormisse com mais do que uma cueca e um sutiã não sentiria tanto frio.

— E que desculpa eu daria para poder te abraçar? — O sorriso que rasgou o rosto de Mina foi enorme e ambas mantiveram o silêncio confortável por algum tempo.

— Boa noite, Chaeyoung.

— Boa noite, Minari. — E caíram no sono outra vez, uma no aconchego do calor do corpo da outra.

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