Capítulo 19
— Você vivia aqui por perto? — Mina perguntou assim que Chaeyoung chegou no trailer científico com mais uma amostra de seus espermatozóides.
— Sim. — Chaeyoung respondeu entregando a amostra para Mina.
— Obrigada. — Mina replicou.
— Isso é bem constrangedor. Sabe disso, não sabe? — Chaeyoung perguntou e Mina riu, assentindo. — Tipo, eu gozo em um pote e depois você coloca ali no microscópio e fica analisando ele. Ele fica bem perto da sua boca. Bizarro!
— Bem, tudo pelo bem da ciência. — Mina disse e Chaeyoung assentiu.
— Acha que a hulk me mataria se me visse aqui? — Chaeyoung perguntou, se lamentando em seu interior por ter sentido vontade de beijar Mina.
Agora que Mina sabia que ela era intersexual não iria querer nada com ela, pensava.
— No mínimo apanharíamos nós duas. — Mina disse rindo, mas logo suspirou. — Ela é uma boa pessoa, só está zangada por ter perdido tudo.
— Eu consigo imaginar como ela se sente. — Chaeyoung disse em um sorriso fraco. — Sua família está, hm, viva?
— Minha mãe e avó sim. — Mina respondeu e Chaeyoung assentiu. — E a sua?
— Sou só eu agora. — Os olhos castanhos se ergueram do que Mina analisava e a fitaram.
— Sinto muito. — Mina disse, vendo Chaeyoung assentir. — É tão difícil fazer tudo sozinha por aqui... — Mina disse. — O pior é que, quando estou tendo algum avanço, uma delas chega e tenho que esconder tudo.
— Acha que, bem, que alguma delas esconderia o segredo? — Chaeyoung perguntou e Mina assentiu.
— Jeongyeon. — Mina disse e Chaeyoung quase revirou os olhos, mas deveria se comportar. — Sana sempre fala pelos cotovelos, acabaria contando sempre que vai à cidade. Momo não consegue esconder nada de Sana. Nayeon é leal à ciência, sentiria a necessidade de te levar para os grandes laboratórios da grande cidade.
— Que bom que foi justo você que me encontrou então. — Chaeyoung disse e Mina parou o que fazia.
— Você viveu todos esses anos por aí sem jamais ser pega. — Mina disse a fitando minuciosamente. — Por que se arriscou em começar a roubar nossa comida a essa altura do campeonato? E não diga que foi por fome, porque sei que esse não é toda a verdade.
Chaeyoung suspirou e sorriu-lhe fraco.
— Um dos corpos que vocês queimaram... — Chaeyoung disse limpando a garganta. — Era do meu pai. — Mina abriu a boca sem reação alguma.
— E veio atrás de vingança? — Mina perguntou e Chaeyoung negou.
— Vim agradecer. — Chaeyoung disse em um suspiro. — Todos os dias ver vermes comendo o corpo do seu pai não é algo confortável.
Mina ainda a fitava paralisada, sem saber como se expressar.
— Eu só perdi a coragem e comecei a roubar a comida para ver se iam embora. — Chaeyoung disse. — Eu me sentia uma covarde, foragida, incapaz de agradecer e vocês estando aqui me fazia lembrar disso.
— Jamais volte a pensar coisas ruins de você, me entendeu? — Mina disse com veemência e Chaeyoung assentiu.
— Entendi. Vou ficar no trailer e te deixar trabalhar. Com licença. — Disse e saiu, fazendo Mina suspirar apenada. Ela sabia que Chaeyoung havia ficado triste.
[...]
— Hey... — Mina disse enquanto entrava no trailer. Havia demorado um pouco, pois teve que guardar e esconder tudo.
— Veio lavar a louça? — Chaeyoung tentou descontrair, rindo para disfarçar a tensão que lhe atingira.
— Preciso reforçar que só perdi porque Momo me chamou e deixei a cobertura no fogo para ir ver o que era.
— Bons chefs não deveriam queimar a cobertura. — Chaeyoung disse rindo e Mina se jogou no sofá.
— Não zombe de mim. Eu faço os melhores doces. — Mina disse e Chaeyoung assentiu. Um silêncio se instaurou por alguns minutos até Mina voltar a se pronunciar: — Ficou triste ao mencionar seu pai, não é?
— É que... — Chaeyoung olhou para as próprias mãos antes de suspirar. — Nem me lembro como é ter alguém. Levo tanto tempo sozinha que já não sei a sensação de ter alguém que se importe.
— Eu me importo. — Mina disse rapidamente, fazendo Chaeyoung lhe fitar. — E você não está mais sozinha. Ou pareço um fantasma agora? — Mina brincou, rindo.
— Está longe de ser um.
— Então. Tire essa ideia de que está sozinha de sua cabeça. Te adotei, já era. — Mina disse e Chaeyoung sorriu.
— Me adotou? — Chaeyoung perguntou arqueando uma sobrancelha.
— Sim. Não dá para voltar atrás. — Ela disse. — Quem iria apostar as coisas comigo?
— Me adotou tipo como mãe? — Chaeyoung perguntou rindo. — Porque se for você pode lavar minhas roupas sempre, fazer minha comida e me pôr para dormir. — Chaeyoung disse, fitando Mina antes de levar um tapa fraco em seu braço. — Era brincadeira. Ouch.
— Não seja preguiçosa. — Mina disse rindo e Chaeyoung assentiu.
— Sim, senhora. — Chaeyoung disse, vendo Mina se levantar e dobrar o corpo para trás, estralando a coluna.
— Já ficou sentada naqueles bancos duros por horas? É horrível. — Mina disse, indo até suas coisas e pegando algumas roupas. — Vou tomar um banho para relaxar.
— Eu posso fazer uma massagem se quiser. Sou muito boa nisso. — Chaeyoung disse. — Minha mãe, antes de morrer, costumava ter muitas dores nas costas e eu a ajudava nisso.
— Não se incomodaria com isso? — Mina perguntou e Chaeyoung negou. — Bem, vou tomar um banho antes, pode ser?
— Pode. — Chaeyoung disse, vendo Mina sumir de vista. Ela sorriu sabendo que ajudaria Mina e olhou em volta. Aquele pequeno trailer estava começando a aparecer um lar para ela e, pela primeira vez em anos, alguém a aceitava como ela era e gostava de sua presença
[...]
— Prontinho. — Mina disse, se deitando sobre a cama de bruços, somente de sutiã.
— Tem algum creme? — Chaeyoung indagou e Mina assentiu, apontando para o local onde estava. Chaeyoung o pegou e caminhou até Mina, subindo em cima dela e sentando sobre suas nádegas. — Pronta para a melhor massagem de sua vida?
— Preciso sentir para crer. — Mina disse e Chaeyoung assentiu, abrindo o fecho do sutiã dela e deixando as costas livres. Ela aplicou o creme pelas costas de Mina e começou a deslizar a mão lentamente por pontos estratégicos, causando baixos murmúrios em Mina.
— Você estava bem tensa, não sei como aguentou. — Chaeyoung disse e Mina assentiu com a cabeça, gemendo baixinho em puro deleite ao sentir uma das mãos de Chaeyoung massagear sua nuca.
A risada de Mina ecoou no lugar quando sentiu algo endurecer sobre sua bunda.
— Huh, ignore-o. — Chaeyoung disse, sentindo seu membro ficar ainda mais duro ao ouvir mais um gemido de Mina. — Ele gosta de se enturmar.
— É difícil ignorar ele quando ele esta literalmente me cutucando.
— Desculpe. — Chaeyoung disse um pouco corada. — Ele é bem imprudente às vezes.
— Sem problemas. Conte-me: Onde aderiu o gosto pela culinária?
— Foi quando eu era adolescente. — Chaeyoung disse, rindo de algo que Mina não entendia. — Fiz uma torta.
— E ficou tão boa que você amou? — Mina perguntou e Chaeyoung riu de novo.
— Ficou tão horrível que usei ela para outra coisa.
— Devo ter medo de perguntar? — Mina disse rindo e Chaeyoung deu de ombros.
— Ela era fofinha.
— Chaeyoung? — Mina chamou ao notar o tom de voz. — Você disse que só tinha enfiado seu pau em um buraco.
— A torta não era um buraco, era uma consistência.
— Eu jamais entenderei quem tem pênis. É certo! — Mina disse, sentindo as mãos de Chaeyoung masagearem seus ombros.
— Eu estava excitada e aí estava com tanta raiva da torta ter saído ruim que me vinguei dela. Tirei a calça e a cueca e me enterrei nela. Fiquei com o meu membro dolorido por semanas. Ela estava quente. Me queimei. — Os tremores de Mina ao rir fizeram o membro de Chaeyoung vibrar de alegria.
— Você precisa literalmente ser estudada.
— Mas me vinguei. — Chaeyoung disse orgulhosa. — Taquei a filha da mãe no freezer e alguns minutos depois a usei para colocar sobre a ferida.
— Traduzindo: Você fodeu a torta de novo.
— Era de chocolate. — Chaeyoung disse ao notar o tom zombeteiro de Mina. — Eu não poderia desperdiçar.
— Preferiu se lambuzar de chocolate. — Mina apontou-lhe o fato e Chaeyoung riu.
— Eu era uma adolescente idiota e zangada com o mundo por ter perdido meu pai. Não me julgue. — Chaeyoung disse rindo.
— Não te julgo. Seu "meninão" deve ter ficado lindo bronzeado de chocolate. — Mina disse rindo.
— Se quiser ver qualquer dia repito a cena para você.
— Não, obrigada. — Mina disse enrubescendo, tentando vetar de sua mente a imagem de Chaeyoung dura e lambuzada de chocolate.
Mina gostava muito de chocolate e provavelmente deveria estar ficando na seca. Era a única explicação para ter imaginado aquilo.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top