32 - Trinta e Dois

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Vamos ver como Jimin decidiu fugir e o que ele fez. Vale lembrar que ele não está ciente do plano de Jungkook. Isso aconteceu um pouco antes do apagão. Ok? Let's Go!!
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Demora um pouco para Jimin decidir o que fazer em seguida. Ele não sabe o quanto demorou para decidir, a falta de relógios dentro do seu quarto o deixa confuso sobre o tempo. Provavelmente já faz dois dias desde que ele falou com Hajoon, mas para ele parece muito mais tempo.

Jimin sabe que quanto mais ele esperar mais tarde poderá chegar à Taehyung, mas ele continua perguntando sobre ele, quando o caçador com o boné de beisebol ocasionalmente entra em seu quarto para dar comida e água. Jimin agora aceita a comida, porque ele precisa; quando for embora daqui, ele precisará de força, principalmente para tirar Taehyung daqui.

O caçador diz que Taehyung ainda está vivo e ele confirmou isso essa manhã também. Jimin não tem motivos para acreditar nele, ele não confia particularmente no caçador, mas o homem não tem motivos para mentir sobre Taehyung; na verdade, Jimin acha que o caçador ficará feliz em dar as notícias horríveis, regozijando-se pela morte de outro metamorfo.

O pensamento de que Taehyung ainda está vivo é o que leva Jimin a iniciar seu plano e ser corajoso. Infelizmente, ele não viu muito do prédio e seu plano tem muitos buracos e tudo pode dar errado; mas ele tem que tentar. Ele precisa fazer isso por Taehyung, mas também por Jungkook.

Jimin ficou chocado ao descobrir que dentro de uma das gavetas da velha escrivaninha do quarto, havia alguns papéis amarelados e algumas canetas. Demorou um pouco para as canetas funcionarem, mas, eventualmente, elas começaram a escrever. Os papéis se mostraram muito úteis; eles permitiram que o garoto loiro avaliasse tudo sobre seu plano e fizesse até mesmo um pequeno mapa do local.

Na noite de seu terceiro, quase quarto, dia no quartel-general dos caçadores, Jimin está pronto para agir. Ele espera até altas horas da noite, torcendo para que a maioria dos caçadores já esteja longe à essa hora e seja mais fácil para ele escapar; provavelmente é uma esperança tênue, mas Jimin quer acreditar, se isso lhe der coragem para agir.

Após o caçador entregar a bandeja com o jantar, Jimin começa a contar as horas. Como ele aprendeu nos dias anteriores, o homem retorna sempre depois de três horas, para pegar de volta a bandeja; e é quando Jimin vai agir. Ele se sente tão nervoso que não consegue nem comer direito, mas se força a isso, porque vai precisar de toda a sua energia. No final, ele se vê andando de um lado para o outro da sala, pensando em seu plano e tentando drenar a tensão que o agita.

Quando chega a hora, Jimin esconde os papéis dentro da gaveta e pega a bandeja, agora vazia, e a segura com as duas mãos. Na verdade, foi segurando o objeto desse jeito que o fez pensar em como poderia escapar desse cômodo. É realmente estúpido da parte dos caçadores servirem refeições em bandejas de ferro que podem ser usadas como armas; mas é claro que é uma sorte do Jimin que tirará total proveito desse pequeno erro.

Ele continua contando os minutos dentro de sua cabeça. São quase onze da noite

Menos de cinco minutos.

Jimin segura a bandeja com tanta força que as palmas de suas mãos ficam brancas e dói um pouco; mas essa dor tênue é aceita, pois afasta seu cérebro preocupado das preocupações. Ele se coloca perto da porta, com as costas pressionadas contra a parede suja.

Três minutos.

Jimin respira fundo e fecha os olhos. Tudo vai ficar bem, ele consegue, ele vai encontrar uma saída ou, pelo menos, ele precisa fazer Taehyung sair, é ele quem eles querem morto.

Jimin continua contando, ele visualiza os números em sua mente e por um momento se afasta do que está acontecendo, fingindo que não está em um prédio cheio de assassinos que querem matar seu namorado e seus amigos. Ele se assusta quando ouve passos se aproximando. O caçador tem passos pesados que podem ser facilmente ouvidos mesmo se ele estiver andando no tapete.

Outra respiração profunda.

Ele consegue.

A sensação lembra um pouco os segundos que antecedem o momento em que ele pisa no palco para começar a dançar. Adrenalina correndo nas veias, estômago fechado de nervosismo, respiração trêmula. Será quase como uma performance. Ele conhece os passos, os decorou, mas tudo pode mudar quando está diante de uma plateia. Tudo pode dar errado se ele não se esforçar, se não acreditar na sua capacidade.

Os passos param. O caçador está destrancando a porta. Jimin se encolhe, empurrando totalmente seu corpo contra a parede. A porta se abre e Jimin sente seu coração pular na garganta. Ele quase não sente mais as pernas, mas sabe que está pronto.

A cortina sobe.

E o show começa.

O caçador entra na sala, e Jimin vê o momento em que o caçador percebe que há algo errado, porque ele para. É no momento em que o homem fica mais surpreso e confuso, que Jimin sai de trás da porta e, com toda a força que seus braços têm, bate a bandeja contra a cabeça do homem.

Jimin não emite nenhum som, mas o caçador se vira para ele mesmo assim, olhos arregalados por baixo do boné. O homem tenta lutar, gemendo, mas Jimin o acerta antes que ele possa fazer algo. O homem cambaleia para trás e toca a cabeça; ele tenta reagir, entendendo o que está acontecendo, mas Jimin o acerta novamente para garantir. Desta vez, o homem cai no chão.

Jimin está tremendo, a adrenalina não o faz sentir muito. Ele deixa a bandeja escorregar de suas mãos como se estivesse queimando e rapidamente fecha a porta do quarto. Ele primeiro verifica se o homem ainda está vivo, ele está, e uma parte dele, por baixo de toda essa ansiedade, sente-se aliviada.

Jimin despe o homem com mãos trêmulas e veste suas roupas; a ideia não agrada muito, mas ele não tem tempo para ser exigente, ele vai pensar nisso quando estiver fora do prédio. Ele tira a bandagem em volta da cabeça, o arranhão que os caçadores deixaram nele agora está quase curado.

Jimin pega a chave magnética do homem, a chave normal do seu quarto e, não sem pensar duas vezes, pega as armas também. Depois de se vestir e colocar o boné de beisebol na cabeça, tentando esconder o cabelo loiro o melhor que pode, Jimin sai do quarto. Ele fecha a porta atrás de si com a chave.

Sinto muito, mas preciso fazer isso. Jimin pensa, um pouco arrependido pelo homem agora deitado dentro do quarto, inconsciente e de cueca. O loiro odeia como seu coração altruísta não consegue parar de se desculpar e se preocupar com os outros, mesmo nessas situações críticas.

Jimin olha ao redor. Não há ninguém no corredor, então ele começa a andar em direção aos elevadores. Mesmo que não haja ninguém, ele anda devagar para não suspeitar se alguém aparecer de repente. Ele tem que parecer o caçador, mesmo que seja menos construído do que ele... mas talvez, à primeira vista, ninguém note. A menos que alguém esteja procurando pelo caçador, as pessoas que passarem por Jimin provavelmente pensarão que ele é o caçador apenas olhando para seu boné e não para seu rosto; ou, pelo menos, é isso que Jimin espera.

O corredor parece infinito e isso só deixa Jimin mais ansioso. Por sorte, antes que ele possa ter um colapso mental, ele chega aos elevadores. O lugar está imerso no silêncio. Talvez ninguém além dele durma aqui, eles reservaram um andar para seus prisioneiros.

Jimin chama o elevador e fica parado em frente à porta, mordendo o lábio inferior. O peso da arma em seu cinto; ele não imaginava que uma arma pudesse pesar tanto, o que o faz temer perder as calças a qualquer momento, já que sua cintura é mais fina que a do homem. O elevador abre com um ding que ressoa alto demais para o gosto de Jimin.

Jimin está pronto para dar um passo para dentro, mas esqueceu que talvez alguém já possa estar dentro do elevador. Estupidamente, ele não esperava a presença repentina de caçadores, então não esconde o rosto adequadamente e os caçadores dentro do elevador rapidamente o notam. Infelizmente, a primeira caçadora do grupo é a mulher que amarrou Jimin dois dias antes, então ela o reconhece rapidamente.

Jimin arregala os olhos e antes que a mulher possa dizer algo, ele começa a correr. Ele xinga dentro de sua cabeça, se perguntando como pode ser tão azarado. Ele entra no corredor que fica do lado oposto daquele onde fica seu quarto e vira cegamente entre os corredores que encontra, sem nem saber para onde está indo. Os caçadores estão atrás dele, Jimin pode ouvir seus passos ressoando entre as velhas paredes. Tão alto. Tão perto. Ele precisa correr mais rápido.

E ele faz.

— Pare! — A mulher grita, mas Jimin não escuta.

De repente, Jimin se vê em outro pequeno espaço com outros dois elevadores e se pergunta se ele correu em círculos ou se o prédio é maior do que ele pensava inicialmente. Ele não tem tempo para refletir sobre isso, então corre em direção a outro corredor, mas de repente há outros caçadores na frente dele. Talvez eles sejam os mesmos que o estavam seguindo, eles apenas se separaram, provavelmente sabendo para onde ele estava indo.

Jimin se vira, tentando escapar para o outro lado, mas os caçadores que estavam atrás dele chegam nesse exato momento. A mulher está apontando sua arma para Jimin.

— O tempo livre acabou. — Ela diz asperamente.

Jimin se vira novamente para os outros caçadores, mas eles também estão apontando suas armas para ele. Jimin também poderia pegar sua arma, mas ele não sabe como usá-la, então nem tenta reagir, provavelmente acabará se machucando. Ele deveria saber melhor. Seu coração dói de decepção. Ele falhou.

Jimin levanta as mãos, num gesto de rendição, já que não pode fazer muita coisa. Ele está pronto para ser amarrado novamente e guiado para seu quarto-prisão. Ele quer gritar de frustração; não está certo, não pode acabar aqui.

Mas algo inesperado acontece. Um dos caçadores grita de dor. Os quatro caçadores na frente de Jimin se viram para o último da fila, um homem que está dobrado ao meio e tocando sua perna.

— O que aconteceu?! — A mulher pergunta, aproximando-se do homem, que continua choramingando.

— Não sei. — Diz o homem, ofegante. — É como se algo tivesse me beliscado.

Depois de um segundo, ouve-se outro grito, dessa vez de um dos caçadores atrás de Jimin. Ele também está curvado, choramingando.

— O que está acontecendo?! — A caçadora pergunta, olhando entre os dois homens feridos. Ela parece um pouco em pânico.

Enquanto a mulher e os outros caçadores estão ocupados demais tentando entender o que está acontecendo, há um movimento perto do elevador à direita de Jimin; antes mesmo que ele possa perceber, onde inicialmente não havia ninguém, de repente há uma mulher nua. Ela tem cabelos castanhos com franja cobrindo sua testa e uma pele muito branca que está coberta aqui e ali por sujeira.

Jimin olha para a garota com os olhos arregalados, surpreso. De onde diabos ela veio?! Em outras circunstâncias, ele provavelmente ficaria muito envergonhado pela nudez da garota, mas ele está confuso demais para se importar.

Os caçadores recuam, assustados com a aparição repentina. Mas eles também se recuperam rapidamente e apontam suas armas novamente, dessa vez na direção da garota.

— Continua dizendo que nunca se deve subestimar os pequenos. — Diz a garota, com um tom alegre e um sorriso brilhante, não parecendo muito preocupada com o fato de estar em perigo.

A caçadora olha para ela sorrindo e, de repente, ela está emitindo um verdadeiro grito de guerra. Mas as balas nunca saem das armas dos caçadores, porque, de repente, os caçadores são gradualmente nocauteados por três homens.

Jimin não entende o que está acontecendo, acontece tudo tão de repente; ele só ouve caçadores choramingando e caindo no chão. Há tiros, mas a maioria das balas atinge as paredes. Há sons de pele contra pele, os três novos homens estão nus como a garota e são rápidos e fluidos em seus movimentos. Eles nocauteiam os sete caçadores sem muitos problemas e antes que Jimin possa contar até vinte, os caçadores estão todos caídos no pavimento, inconscientes.

Jimin olha para os corpos com a boca aberta.

O que…?

— Isso foi divertido!

Jimin levanta o rosto e ver um dos homens pulando alegremente em seus próprios pés, um largo sorriso no rosto. Ele tem um rosto suave com cabelo preto curto, ele parece muito animado.

— Cansativo, você quer dizer. — Suspira outro homem.

Jimin olha para ele e fica surpreso com o quão bonito ele é, com seus lábios carnudos e suas pernas e braços longos. Todos eles são jovens... e todos estão nus. Jimin não consegue deixar de encará-los um pouco. Os três homens têm sujeira em seus corpos e cabelos.

— Você é... Jimin? — A garota de cabelos castanhos pergunta, chegando perto dele com um olhar curioso.

Jimin fica aliviado ao ouvir seu nome, porque isso significa que, de alguma forma, esses metamorfos o conhecem, mesmo que Jimin nunca os tenha visto. E se eles o conhecem, provavelmente conhecem Jungkook também.

— Sim. — O loiro confirma, o medo finalmente derretendo, substituído por uma sensação de segurança. Ele até sorri para a garota.

— Eu sabia! — Diz o homem de cabelos pretos, animado. Ele parece não conseguir parar de pular e sorrir. — Eu disse que te guiaria perfeitamente!

O menino está bem engraçado com o nariz todo marrom por causa da sujeira.

A garota revira os olhos.

— Não ligue para ele, aparentemente não é verdade que coelhos têm medo de tudo. — Ela diz para Jimin. — Eu sou Byulyi, e este é Dohyung, o homem alto é Hyungwon e o baixo é Kihyun.

— Ei! Eu não sou baixo! — O garoto chamado Kihyun protesta, fazendo o garoto atrás dele, Hyungwon, rir.

— Ah, você é sim, Ki.

Antes que Kihyun possa provavelmente sufocar Hyungwon com suas próprias mãos pequenas, Jimin decide perguntar:

— Como vocês entraram?

— Somos animais pequenos, passamos facilmente pela cerca e entramos aqui sem sermos notados... principalmente graças a Hyungwon e Dohyung, eles são uma toupeira e um coelho, eles cavaram um túnel para nós sob a cerca, até o hotel, então usamos pequenos buracos que encontramos para entrar no prédio.

Então, afinal, este é um hotel. Jimin pensa.

— Estávamos procurando o lugar onde eles mantêm os outros metamorfos, mas Dohyung nos impediu. — Byulyi continua e então se vira para o garoto, provavelmente para fazê-lo se explicar.

— Antes de entrar, Jungkook nos pediu para localizar sua posição também; Yoongi me descreveu seu cheiro, então... quando estávamos aqui dentro, senti seu cheiro... você provavelmente estava com medo, então seu cheiro estava mais forte e eu disse aos outros para me seguirem, para que pudéssemos salvá-lo primeiro.

— Isso é bem legal. — Jimin diz, não muito acostumado com todas essas capacidades peculiares que os metamorfos têm. Mas então algo chama sua atenção e o coração de Jimin dá um pulo. — Então você está aqui para…

— Libertar todos. — Kihyun continua para ele, acenando com a cabeça, enquanto tenta esfregar a sujeira em seus braços.

— Os outros metamorfos estão lá fora?

— Sim, eles estão esperando que cortemos a energia do prédio para que eles possam entrar na cerca. — Kihyun o informa.

Então Jungkook está lá fora.

O pensamento faz o coração de Jimin esquentar e há uma necessidade crescendo dentro de seu peito de ver o garoto. Mas sua parte racional o lembra que não é o momento certo.

— Ok, eu vou ajudar vocês, eu sei onde eles prendem os metamorfos e vamos precisar disso para entrar naquela área. — Diz Jimin, acordando do seu estado de choque e mostrando o cartão magnético para os metamorfos.

O metamorfo olha para ele impressionado.

— Uau! Ainda bem que encontramos você! — Kihyun comenta, sorrindo satisfeito.

— Eles ficam no andar mais baixo, no subsolo. — Diz Jimin.

— Perfeito, o painel elétrico do prédio também está lá, nós o vimos no mapa. — Conta Byulyi.

— Ok, então eu sugiro que nos transformemos, não temos muito tempo, eles estão nos esperando e se descobrirem sobre nós antes de desligarmos a eletricidade, estaremos todos mortos. — Diz Kihyun, sem muita provocação.

— Que maneira de encorajar as pessoas. — Dohyung fala, o nariz se contraindo em desaprovação.

Kihyun apenas suspira.

— Use as escadas, Jimin. — Hyungwon sugere quando vê o loiro indo em direção ao elevador.

Jimin assente, chamando-se de estúpido por estar cometendo o mesmo erro de antes.

— Tenha cuidado, nós seguiremos você. — Byulyi diz e num piscar de olhos, ela não está mais ali, nem Kihyun ou Dohyung.

No lugar onde os três metamorfos estavam, agora há um rato, um coelho preto pequeno e um hamster. Eles são tão pequenos dentro de um lugar como esse que Jimin tem certeza de que nenhum caçador jamais os notaria.

Jimin não consegue deixar de sorrir para os três animais, porque eles são muito fofos, mas ele sabe que é melhor não arrulhar para eles agora; não é o momento certo. Ele olha para Hyungwon, confuso sobre o porquê de ele não ter se transformado também. As bochechas de Hyungwon estão um pouco vermelhas quando ele pergunta sem jeito.

— Uhm… Na verdade, eu queria te perguntar se você poderia me levar com você. Sabe, toupeiras não enxergam muito e eu certamente não sou atlético como esses três, então… Eu te atrasaria muito…

— Tudo bem, você não precisa explicar. — Jimin o interrompe, sorrindo tranquilizadoramente.

— Obrigado. — Hyungwon diz com um sorriso envergonhado. — Tem sido tão cansativo tentar me mover dentro deste hotel sem ver muita coisa. — Ele acrescenta com um bufo, antes de se transformar.

Jimin nunca viu uma toupeira na vida real e nunca tocou em uma, então ele fica tão surpreso com o quão macia ela é. Ele quer manter o pequeno animal com ele para sempre, mas ele sai novamente de sua distração. Ele coloca com delicadeza o pequeno animal em um dos bolsos da jaqueta que está usando.

— Okay, você deve estar seguro aqui dentro. — Jimin diz suavemente, deixando o pequeno animal se ajustar. Depois de um momento, ele se vira para os outros três metamorfos e acena. — Ok, vamos lá.

Os metamorfos o guiam em direção à porta que dá para as escadas; Jimin não percebeu antes. As escadas estão desertas como os corredores, então eles começam a descer calmamente. Jimin tem medo que cada passo que dá possa ser o último antes que um novo grupo de caçadores apareça. Ele não consegue evitar de continuar prendendo a respiração, a mão apertada em volta do corrimão da escada.

É quando eles chegam ao segundo andar que, de repente, a porta se abre.

Jimin sente-se estremecer, o corpo fica tenso, mas ele apenas abaixa o rosto e continua andando, como se não fosse nada. Há uma mulher, uma com jaleco branco; ela está verificando algo nos papéis que carrega. Eles se encontram, já que a mulher aparentemente está indo em direção aos andares superiores. Jimin a vê olhando em sua direção, mas ela passa por ele, sem pensar muito.

— Olá, Hyunki.

Jimin sente seu coração zumbir dentro de seus ouvidos. Não há dúvidas de que ela o está cumprimentando, acreditando que Jimin é o caçador com o boné de beisebol. Jimin levanta a mão em um gesto de saudação, ainda caminhando. Ele ouve a mulher suspirar.

— Sempre tão falante.

Jimin se sente aliviado por estar se passando por um homem que não gosta de sociabilidade, caso contrário, isso seria um problema. A mulher o ultrapassa sem dizer nada, e Jimin finalmente respira novamente. Ele não vê mais os três metamorfos, mas sabe que eles estão em algum lugar aqui. As escadas são de uma cor bem escura, então é fácil para eles se camuflarem.

Sem nenhum outro encontro com estranhos, Jimin chega ao último andar.

Aqui, eles se separam. Os três garotos metamorfos vão para a direita, onde fica o painel elétrico, enquanto Byulyi, agora em sua forma humana, e Jimin vão para a esquerda, dentro do laboratório. Jimin usa o cartão magnético para abrir a porta, e tanto ele quanto Byulyi entram no laboratório prontos para encarar alguém. Mas não há ninguém.

Quando a porta se fecha atrás deles, Byulyi quebra o mecanismo que faz a porta se abrir, depois de pedir a Jimin uma confirmação sobre a presença de outra porta para entrar no laboratório. O garoto loiro tem certeza de que a porta pela qual entrou da vez anterior era outra, pois agora eles entraram justamente na área das prisões.

Há muitas jaulas de vidro ao redor deles, como aquela em que Taehyung estava. As primeiras que eles vêem não estão cheias.

— Essas são as prisoes, Taehyung está em uma delas. — Jimin informa ao metamorfo que se aproxima de uma delas e tenta abri-la com o cartão magnético de Jimin.

Mas não abre.

— Teremos que esperar eles cortarem a energia. — Diz Byulyi, suspirando, então Jimin vê seus olhos castanhos brilharem, a cabeça virando na direção à frente deles.

— O quê? — Pergunta Jimin, e imediatamente a garota o empurra para longe do corredor onde estão e de volta para o corredor por onde eles entraram. Jimin franze a testa, mas a garota apenas coloca um dedo nos lábios, dizendo para ele ficar quieto.

Se as coisas fossem diferentes, Jimin ficaria muito envergonhado, já que Byulyi está praticamente presa a ele por empurrá-lo contra a parede... e é claro que ela ainda está nua. Metamorfos devem estar acostumados a ficar nus perto de estranhos. Jimin não tem nada contra nudez, ele viu tantos dançarinos nus atrás dos palcos para se vestirem rapidamente para sua dança sucessiva; é só que é uma situação estranha e incomum, estar pressionado contra o corpo nu de uma mulher.

No entanto, Jimin está muito ocupado tentando entender o que está acontecendo para se importar com a proximidade deles. A garota vira as costas para Jimin e o garoto pode ver o corpo dela ficar tenso. Alguém está chegando. Agora que Jimin adivinhou isso, ele consegue ouvir passos distantes se aproximando cada vez mais.

— Você pode me dar uma das armas? — Byulyi sussurra para Jimin, mostrando a ele a palma da mão.

Jimin rapidamente pega uma das armas e a coloca na mão da garota. Ela a pega sem hesitar, e Jimin deduz que ela deve ter experiência com armas. Os passos se tornam cada vez mais próximos. Eles não são muito altos, então talvez seja só uma pessoa, mas fazem o coração de Jimin bater mais rápido em antecipação de qualquer maneira.

Jimin consegue perceber quando a pessoa entra no corredor. É uma mulher, uma que trabalha no laboratório, porque ela está usando o jaleco branco. Ele tem apenas um segundo para notar, antes de Byulyi acertar a mulher bem no rosto com um soco. Jimin não tem certeza se a mulher sequer os viu, considerando que Byulyi agiu muito rápido.

— Sinto muito, senhora. — Byulyi diz com um tom de zombaria, sem querer se desculpar. Ela se aproxima da mulher que está deitada no chão, ainda consciente, mas parecendo desorientada.

A garota de cabelos castanhos procura dentro dos bolsos da mulher e entrega a Jimin as várias chaves que encontra. Jimin pega uma que é parecida com a magnética que ele já tem, só que de uma cor diferente e chega perto de uma das prisões para ver se ela abre. Ela abre.

— Está aberto! — Jimin diz, virando-se novamente para a garota, que agora está tirando o jaleco branco da mulher para vesti-lo.

— Agora não serei tão notada. — Diz Byulyi, abotoando o casaco.

Eles movem a mulher para dentro da prisão. Ela está consciente o suficiente para perguntar quem eles são ou o que querem, mas seus olhos não conseguem realmente focar em seus rostos. Eles fecham a porta de vidro atrás deles, concordando que trancar a mulher é melhor do que matá-la. Quando tudo estiver terminado, alguém virá para libertá-la.

— Podemos abrir as celas um do outro. — Diz Jimin, e Byulyi assente, antes de começarem a andar pelo corredor.

O segundo corredor que eles viram, é aquele onde as prisões começam a ficar cheias. A maioria dos metamorfos estão acordados e eles olham para eles com desinteresse, principalmente porque eles estão vestidos como caçadores de verdade. Quando eles abrem a primeira cela, os dois metamorfos lá dentro não saem, eles apenas os encaram e se afastam da entrada, preocupados.

Eles não parecem ter feridas.

— Não se preocupem, rapazes, nós somos parte dos mocinhos, eu também sou um metamorfo. — Byulyi diz a eles e os olhos de Jimin se arregalam quando ele vê um bigode de rato de verdade crescer no rosto da garota.

Isso é tão legal! Jimin não sabia que eles podiam transformar apenas uma parte deles também.

Uma esperança repentina enche os olhos dos dois metamorfos e eles se aproximam um pouco mais, a garota permanecendo perto do garoto alto com cabelo escuro e cacheado.

— Você veio para nos salvar? — Ela pergunta, timidamente.

Byulyi sorri gentilmente para ela.

— Nós viemos, alguns de nós estão lá fora, eles estão esperando o sinal para entrar. — Ela conta. — Nós vamos queimar este lugar.

Os dois metamorfos sorriem, seus olhos cheios de alegria e brilhantes de esperança. Eles usam outra chave, desta vez de ferro, para abrir as algemas que prendem os dois metamorfos ao chão e então continuam andando em direção ao corredor.

Nem todos os metamorfos estão em boas condições como os dois primeiros; alguns têm hematomas por todo o corpo, outros ossos quebrados, outros ainda estão tão fracos que não conseguem nem abrir os olhos. Para todos os metamorfos que não conseguem se mover, Byulyi ordena que permaneçam nas celas. Quando tudo acabar, eles voltarão para levá-los para fora. Jimin concorda com ela, porque por enquanto, os caçadores ainda têm o controle do lugar, então se eles tentarem movê-los agora, não haverá um lugar seguro para onde eles possam levá-los.

Os metamorfos olham para eles com reconhecimento e olhos brilhando de lágrimas. Uma mulher mais velha até abraça Jimin, grata. Jimin retribui o abraço, pensando em quanto essas pessoas devem ter sofrido para reagir daquele jeito.

Eles terminaram de abrir todas as celas do longo corredor, não é onde Taehyung está, e, de repente, ouvem o som de tiros. Jimin vê um metamorfo na sua frente cair no chão, sangue escorrendo do peito. Ele olha para o corpo em choque, antes de ser arrastado para o chão pela velha ao seu lado. Seu coração bate loucamente e seus ouvidos doem pelo barulho alto do tiro. Todos os metamorfos estão se abaixando, assustados, enquanto outro tiro ressoa novamente. Jimin ouve alguns pequenos rosnados ao redor dele e vê o garoto de cabelo cacheado com suas longas presas à mostra.

— Parem o que estão fazendo, agora! — Uma mulher de jaleco branco os alerta, com uma arma na mão e três pessoas atrás dela.

Byulyi reage rapidamente, levanta-se e dispara dois tiros, sem medo, sem hesitação. A mulher grita quando a bala a atinge na perna, e os outros caçadores ficam distraídos o suficiente com o grito repentino para baixar a guarda. Dois dos metamorfos correm em direção a eles, tão rápido que Jimin não consegue nem reconhecer o movimento deles até que eles cheguem perto dos caçadores e façam suas armas voarem para longe.

Há outro tiro e um dos metamorfos atrás de Jimin é atingido. Byulyi atira novamente e o último caçador cai no chão, morto. Imediatamente alguns dos metamorfos se aproximam da garota que levou um tiro no braço. Há tanto sangue que Jimin fica surpreso e assustado. Há poças vermelhas profundas se formando no pavimento branco. Jimin se sente tonto e um pouco enjoado.

E de repente.

As luzes se apagam.

Tudo fica escuro por alguns segundos, alguém grita, temendo que algo ruim possa acontecer; mas então uma tênue luz de emergência acende. É de cor verde.

É graças à nova luz que Jimin vê o sorriso se espalhando no rosto de Byulyi.

— Eles estão vindo.

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🦉

CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Jimin é tão corajoso. Fico feliz que ele tenha conseguido. Hihihihi... Vamos ver como anda as coisas com Jungkook.

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