1 - Prólogo
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E aqui estamos com o primeiro capítulo. Espero que tenha lido o capítulo de aviso, pois ele esclarece algumas coisas.
Boa leitura e divirta-se!!
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Seokjin sempre se lembrará do dia em que os pais de Jungkook morreram.
Ele tinha apenas cinco anos, mas se lembra vividamente daquela noite. Ele se lembra de si mesmo sentado no sofá em frente à lareira, seu novo livro em seu colo, repetindo em voz alta as palavras escritas nos desenhos animados. Ele estava aprendendo a ler e estava muito satisfeito por conseguir pronunciar e entender a maioria das palavras do livro.
Ele estava tentando ler uma palavra particularmente difícil e longa, as sobrancelhas franzidas em concentração quando foi surpreendido por uma batida forte na porta da frente. A batida era contínua, quase frenética. Seokjin se viu olhando para a porta, os olhos arregalados de medo. Ele não tinha um bom pressentimento sobre isso. Sua mãe correu para fora do quarto, atraída pelo barulho alto, seguida por seu pai. Ambos pareciam confusos e estavam trocando olhares.
A mãe dele abriu a porta e uma figura correu para dentro tão rápido que os Kims quase não a reconheceram. Ela levantou a cabeça da gola do casaco longo, parando a alguns metros da porta.
Seokjin só conseguia ver o perfil dela, já que ela estava de frente para os pais dele, mas isso foi o suficiente para que ele a reconhecesse.
Jeon Jihye, uma das amigas mais queridas de seus pais.
Seu cabelo escuro e longo estava escondido sob o casaco, um gorro sobre sua cabeça que quase escondia seus olhos de corça, cheios de medo. Ela estava ofegante como se tivesse corrido por muito tempo, nariz e bochechas vermelhas pela baixa temperatura lá fora.
— Jihye, o que aconteceu? — O pai de Seokjin perguntou, com os olhos cheios de preocupação. A Sra. Kim fechou a porta.
— Preciso de ajuda. — Jihye disse com dificuldade. Desfazendo o casaco sob o olhar confuso dos pais de Seokjin, revelando um bebê dormindo silenciosamente. Seu filho estava agarrado firmemente ao peito, sem saber o que estava acontecendo ao redor dele. Jihye moveu Jungkook delicadamente de seu peito, mostrando-o aos Kims. — Vocês precisam esconder Jungkook. Estamos em perigo. — Ela pediu com urgência em seu tom.
— O quê? — A mãe de Seokjin olhou para ela com os olhos arregalados.
— Eles nos encontraram, era só uma questão de tempo, nós sabíamos. Eles vão atacar a qualquer momento agora e eu preciso da sua ajuda. Não posso arriscar que Kook esteja lá quando eles chegarem. Eles não podem pegá-lo. — Palavras saiam rápido da boca dela.
Seokjin percebeu que ela estava tremendo um pouco. Enquanto falava, ela começou a esticar os braços, empurrando Jungkook para mais perto dos pais, como se o estivesse oferecendo a eles. Naquele momento, Seokjin não entendeu aquelas palavras. Ele não sabia por que a mulher parecia tão chocada, quem estava atacando ou por que ela estava falando sobre dar Kook a eles; mas ele continuou se sentindo assustado, no entanto.
Seokjin observou seus pais trocarem olhares, nenhum deles sabia o que fazer. Eles estavam preocupados com seus amigos, a notícia foi um choque total para eles.
— Nós cuidaremos dele. — A Sra. Kim a tranquilizou, e a mulher sorriu, grata. — Claro que cuidaremos, você é como uma família, mas… Jihye…
— Por que você e Junghwan não vêm aqui também? Você sabe que eles virão, você pode fugir. — Continuou o Sr. Kim para sua esposa, olhando para a mulher cheia de esperança.
Jihye balançou a cabeça.
— Não posso, nosso Clã decidiu lutar para proteger nossa casa. Não tem como deixarmos essa escória tomar o que é nosso sem lutar. Não somos covardes, é nossa luta, e Junghwan e eu precisamos estar lá. Eles estão ameaçando nosso povo. — Agora havia uma pitada de raiva na voz da mulher.
Lembrando da expressão deles e do silêncio que se seguiu àquelas palavras, Seokjin agora entende que seus pais não estavam felizes com a decisão dela. Eles tinham medo de perdê-la, de perder uma amiga querida; mas eles também entendiam que, como líderes, Jihye e Junghwan tinham deveres, responsabilidades. Eles não podiam abandonar seu lar ou seu povo.
A Sra. Kim olhou para ela por um tempo. Lutando contra as lágrimas.
— Nós o manteremos até você retornar, até que seja seguro. — Ela prometeu, cheia de esperança.
Jihye assentiu, sorrindo para ela e seu marido, grata.
— Eu farei o meu melhor para voltar. — Sua voz estava tremendo, mas todos eles queriam acreditar naquelas palavras. — Eu preciso ir, eu não posso ficar longe por muito tempo. — A mulher continuou, se desculpando.
Os Kims assentiram em uníssono.
Seokjin observou Jihye puxar o pequeno corpo de seu filho contra seu peito uma última vez, e seus lábios beijaram sua testa lisa afetuosamente.
— Eu sempre te amarei. — Ela sussurrou.
Algumas lágrimas rolaram por suas bochechas, enquanto ela entregava o bebê para a Sra. Kim, Jungkook se mexeu no novo abraço, mas não acordou. Jihye se despediu dos pais de Seokjin, agradecendo-os novamente e então ela se virou para Seokjin, que a encarou sem ter a mínima ideia do que estava acontecendo.
Jihye se agachou na frente dele e apertou seu joelho ossudo afetuosamente.
— Adeus Jin, fique de olho em Kookie para mim, ok? Eu volto logo. — Ela sorriu, mesmo que seus olhos estivessem vidrados devido às lágrimas.
Jin sentiu vontade de chorar também, mesmo que não conseguisse entender completamente o porquê. Ele só sabia que não queria que ela fosse. Por que ela estava se despedindo dele? Mas ele não perguntou, ele só queria fazê-la feliz. Então ele apertou uma das mãos dela e prometeu que cuidaria de Jungkook.
Ele nunca vai esquecer como ela o observava, seus olhos de corça cheios de gratidão e afeição. Ele não consegue se lembrar muito sobre ela, mas sabe que ela era uma mulher gentil, uma boa amiga para seus pais e que ele nunca quebrará a promessa que fez naquela noite. Nunca.
Essa foi a última vez que ele viu Jeon Jihye.
No dia seguinte, o Sr. Kim contou-lhes a notícia sobre a morte dos Jeons e a destruição da vila dos metamorfos.
Ele não usou essas palavras para contar a notícia a Seokjin; ele apenas disse a ele, lutando contra as lágrimas, que alguém machucou os Jeons e que eles não estavam mais na Terra. Que eles estavam em um lugar melhor. Kim disse a ele que daquele momento em diante, eles teriam que cuidar de Jungkook.
Seokjin sabia que havia algo realmente errado com aquela situação. Ele não conseguia entender por que os Jeons tinham ido embora, quem eram os bandidos que os machucaram. Mas, como na noite anterior, ele não perguntou. Ele apenas assentiu, olhando para sua mãe soluçando, encolhida no sofá. Ele queria ser forte por seus pais que estavam obviamente sofrendo, ele queria ajudá-los.
Ele abraçou o pai, prometendo que os ajudaria a cuidar de Jungkook.
— Você é um bom menino, Jin. — Seu pai sussurrou para ele, segurando-o com força e deixando algumas lágrimas rolarem por seu rosto.
Quando seu pai se moveu para sentar ao lado de sua mãe, Seokjin caminhou até o quarto de seus pais, onde Jungkook, de um ano de idade, estava descansando no antigo berço de Seokjin. Ele sentiu a necessidade de verificar o menino, de ficar com ele e dizer a ele que tudo ficaria bem, que ele estava seguro e que sempre estaria. Felizmente, o berço era curto o suficiente para deixar Seokjin dar uma olhada no bebê.
Jungkook o observou curiosamente com seus grandes olhos pretos, produzindo ruídos excitantes que não podiam ser considerados palavras adequadas. Seokjin sorriu para ele e o bebê sorriu de volta, produzindo um grito mais excitado. Ele pegou uma das mãozinhas de Kookie com três dedos e deu um pequeno aperto.
— Eu cuidarei de você, Kookie, sempre estarei ao seu lado. — Ele prometeu em tom solene.
Jungkooks sorriu para ele e começou a balbuciar novamente. Seokjin não conseguiu reprimir uma risada.
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CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Gostaria de agradecer a todos que começaram a ler essa história. Muito obrigado pelo apoio e carinho. Por favor não esqueça de curtir os capítulos e deixar um comentário. Qualquer dúvida pode perguntar que responderei.
Um grande abraço!
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