CAPÍTULO 20
Agora é Tudo ou Nada
Pensou em ligar para Lauren e pedir alguma receita de chá ou remédio para resfriado, mas ao mesmo tempo também não desejava que ela ficasse preocupada com ele, principalmente no final da gravidez. Resolveu ligar para seus pais e perguntar como estavam e pedir uma dica de remédio. Digitou o número residencial dos pais e aguardou ouvir a voz de um deles. Percebeu que não os visitava desde o natal:
- Alô? - Era Alberto, seu pai
- Pai! Que bom ouvir sua voz! Como estão, meu pai? A mamãe está bem?
- Estamos bem, meu filho. Como vocês estão? A Lauren ainda muito enjoada?
- Ela está em casa com as crianças e Elaine está sempre por perto. Eu estou isolado para poder terminar um livro, mas se eu contasse a dor de cabeça que está me dando.... Não sei porque ainda não joguei tudo pela janela!
- Faça isto! Jogue tudo fora, pegue as crianças e Lauren e venham passar as férias aqui em cas, filho! – Ouviu a risada do pai
- Bem que eu queria, mas... não vai rolar! Mamãe tá por aí? Posso dar um oi, pra ela? Senão, é bem provável que ela fique de mal com a gente, caso não fale com ela, pai!
- Um minutinho, filho. Vou chama-la. Um abraço apertado, meu filho! Não esqueça de nos avisar sobre nossa netinha, ok?
- Tábem, pai. Obrigado, por tudo! Até! Te amo muito, meu pai.
- Também te amo, meu filho. Um minuto!
Ouviu a voz do pai gritar pela esposa, avisando que ele estava no telefone. Em seguida, ruído do telefone, provavelmente no brinco de sua mãe. Este gesto encheu seu coração de um sentimento nostálgico.
- Alô? Meu filho! Ai, como é bom ouvir sua voz, meu querido! Como você tá? Me conte tudo! Quer matar sua mãe de saudade? Ainda vou morrer e não conseguirei ver meus filhos juntos, novamente!
- Também te amo, mãezinha. E prometo que assim que terminar, vou com Lauren e as meninas passar uns dias com vocês. Mas, mãe, eu peguei uma chuva e agora tô com o nariz entupido. Tem algum remédio pra esta sensação ruim passar?
- Como assim?!! Você tá doente?? Alberto ele tá doente! Você sabia e não me disse?
Carlo ouvia sua mãe falando sobre ele com o pai. Não sabia se ria, mas se fizesse, iria levar bronca. Achou melhor esperar ela lembrar que ele estava na linha ainda.
- Filho? Ainda tá aí?
- Tô, mãe. Esperando vocês se matarem.
- Deixa de ser bobo! Tá com febre? Verifique a temperatura e tome um banho quente, chá de limão com bastante mel, gengibre e alho.
- Parece receita para temperar frango, mãe.
- Carlo! Quer que eu pegue um avião e vá até aí? Como está Lauren? Estou ansiosa pra pegar minha netinha mais nova! Tens falado com seu irmão? Ele andou ligando e agora simplesmente esqueceu dos pais!
- Mamãe, Paul é grandinho, ok? Ele sabe bem o que pode e que não deve fazer. Sua netinha logo estará em nossos braços, sim! Também estou muito ansioso, para ver o rosto da nossa pequena Anna. Lauren está impaciente, mas como ela mesmo diz, cada gravidez é diferente da outra e eu, só concordo. Sou apenas coadjuvante.
- Eu e seu pai tentamos ligar para lá, mas ninguém atendeu.
Carlo estremeceu, como se aquela frase o alertasse de algo. Seu coração acelerou, de repente.
- Como assim, mãe? Ela e as meninas não estavam? Mas, se estivesse na hora alguém me avisaria! Deixou recado na secretaria?
- Calma, meu filho. Seu pai está me dizendo que as meninas estão com Elaine e Renato e que parece que Lauren iria lhe fazer uma surpresa.
"Lauren! Não, Lauren! "- Pensou, aflito
De repente, se lembrou das ameaças de Thom
- Tem certeza, mãe?
- Filho? Você parece aflito. Algum problema?
- Estou resfriado, mãe! Ela está grávida! Preciso ligar para ela. Obrigado, mamãe! Vou ter que desligar, agora! Beijo! Amo vocês!
Desligou, sem esperar a resposta da mãe. Ligou pelo celular, para a esposa.
Chamando... chamando...
"Atende, Lauren! "
"Oi! Aqui é Lauren Trevor! No momento não poss...."
"Merda! Onde você está, amor? "
De repente lembrou-se da promessa de Thomas "Mantenha sua família bem longe de você, se quiser ver seu rebento nascer"
Carlo sentiu uma vertigem, sentou-se o chão, tentando organizar os pensamentos. "Não. Ele não poderia estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Só se os crimes já aconteceram há mais tempo que ele imaginava e o desgraçado estava espionando-o!!"
Ergue-se num salto e correu até o carro. Agora, tudo fazia sentido! O espantalho! Sim! Foi ele, para fazer Paul entrar em pânico! Quem sabe até se acidentar na estrada!
Ligou o carro, ligando de volta para a esposa várias vezes seguida. Nada. Suas mãos tremiam e mal conseguira tirar o carro do estacionamento, cantando os pneus na pequena posta de pedregulhos. Pegou a estrada, acelerando mais rápido que podia. Sentia o coração descompassado. Algo dentro dele, avisava que precisava ser rápido. Não sabia nem para onde estava indo, mas tinha esperança de ver o carro dela na estrada ou até, alguma pista;
"Não... Lauren, não! Não faça nada com ela, desgraçado! "
A escuridão da estrada, se faziam embaciada, pelas lágrimas que escorriam pelo seu rosto. Sentia os tremores da febre aumentar, conforme dirigia, sem rumo. Seu celular tocou e ele encostou de qualquer jeito no encostamento, pegando o aparelho, olhando quem seria e era o número da esposa. Atendeu desesperado:
- Lauren? Amor? Você está bem? Onde você está? Volte para casa, amor!
- Volte você para casa e termine a porra do livro!!
"Thomas..." – Um arrepio subiu pela nuca de Carlo
- Não toque em fio de cabelo dela, seu...
- Olha lá como vai me xingar, ok? Não me tire deste estado espirituoso em que me encontro! Estou me sentindo tão poderoso, hoje! Cuidado com as palavras, escritor! Você está me ouvindo? Eu não tenho a vida toda pra você! Então, não me faça esperar!
Carlo sentiu todo o ódio subindo pelo rosto e transbordando em lágrimas. Queria mata-lo, naquele momento. Tentou controlar a respiração, antes de responder. Sabia que o celular da esposa tinha GPS e não deixaria que ele desconfiasse.
- Estou! Como quer que eu escreva algo, sabendo que minha esposa grávida está em suas mãos, desgraçado? Traga ela de volta! Ou não irei escrever mais nada!!
- Faça isto! Não escreva! E nunca mais verá sua esposa! Nem suas insuportáveis filhinhas xaropes e aquela velha chata que é sua sogra! Faça isto! Vá em frente! Escute!
Carlo ouvia os gritos da esposa no fundo da ligação, pedindo socorro.
- Eu te odeio! Eu vou matar você! Está me ouvindo? Eu vou atrás de você!! Vou mata-lo!! Eu vou atrás de você e vou arrancar seu coração com as mãos, canalha fudi...**!!
- Ei! Ei! Calma! Que palavreado é este, Carlo? Foi assim que sua mãezinha lhe educou? Mais parece seu irmão bêbado! Agora, me excite com muita atenção. Pega a porra do carro, volte para a porra da sua casa e senta esta bunda gorda na porra da cadeira e termine meu livro!!! – Desligou
Carlo olhou o celular e deu um grito na escuridão da estrada. Socou até não aguentar mais o volante. Se sentia tão impotente e perdido, diante de tudo! Ficou um tempo, chorando e gritando, sentado no banco do carro. Abriu a porta e saiu, pra tentar recuperar o ar e a razão.
Respirava fundo, passando as mãos no cabelo e pensado o que poderia fazer para contra-atacar. Foi então, que lembrou das anotações! As cartas, as caixas, as tais "lembrancinhas". Tudo eram evidências! Entrou novamente no carro e deu marcha a ré e fazendo o retorno para a casa, com a mesma determinação que chegara até ali. A fúria estampada em cada linha de seu rosto, escondida pela noite escura. Carlo estava determinado em acabar com tudo aquilo e de uma maneira diferente a que Thomas esperava.
"Ele vai se arrepender de ter mexido comigo"
(1363 palavras)
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