O TRATADO
O TRATADO
Nathaniel
Passei a noite observando a magnífica esfera azul, antes, ela refletia as milhares de estrelas no céu. Agora, refletia o sol e brilhava tanto que doía os olhos.
Era impossível não sentir o seu poder, emanava até mim, me cobria de força. Exceto por um momento pela madrugada, senti agonia em Liza, ela estava sofrendo e isso me dilacerava, logo passou, havia alguém de fato a ajudando, eu só queria ser esse alguém, mas precisava saber contra o que estava lutando.
Johan veio até mim, descansou sua mão em meus ombros e perguntou:
- Pronto?
- Sim.
- Excelente, vamos dar uma caminhada.
Deixamos o Templo e saímos para o deserto. Não havia uma nuvem no céu, azulado ao extremo agora.
Caminhávamos em silêncio, Johan na verdade flutuava, eu preferia andar, gostava do meu lado humano.
- Ah, cansei do seu passo lento Nathaniel. Te vejo naquele monte!
Me disse apontando para o topo de um monte de areia a uns 5 km de distância e desapareceu de meu lado.
Cheguei segundos depois, ele estava sentado em posição de meditação, mantinha um sorriso e os olhos fechados.
- Sente-se meu rapaz.
Aceitei o convite e observei a paisagem. Um horizonte de areia e céu azul, com alguns montes mais altos e outros mais baixos, dezenas de pequenos lagos se espalhavam pelas areias, formados pela chuva. Dali não se via o Templo. Rompendo o silêncio, Johan prosseguiu:
- Pois bem rapaz. Estamos exatamente no local, onde foi assinado o tratado do pergaminho. Irmã Daiana lhe contou sobre isso?
- Sim.
- O que ela não lhe disse, provavelmente por não saber, é que a morte, é uma alma perdida, fruto da criação dos próprios anjos. Três almas gêmeas foram criadas em semelhança aos homens. Por santa ingenuidade do conselho, 2 femininas e 1 masculina. E se não se pode confiar em anjos, não se deve confiar nos homens. Uma delas foi traída e para nossa infelicidade, assim gerou-se o vazio, mais conhecido como, Morte. As outras duas, então separadas, em Vício e Virtude. E eis o mundo em que vivemos, feito de vícios, virtudes e vazios.
Patético eu sei, mas é a pura verdade.
- Mas e quanto ao anjo da morte e sua busca pela alma dourada?
- Suponho que você esteja pensando em Olaf?
Apenas acenei com a cabeça. Será que tudo o que eu sabia estava errado?
- Olaf – continuou ele olhando para o horizonte – É um traidor miserável.
Afirmou e não disse mais nada, contemplativo, Johan segurou o rosto com as duas mãos e murmurou:
- Espere, eram três anjos, três almas gêmeas, será que ela teria feito o mesmo? Será que é isso? Hahahaha
Ele se levantou subitamente e gritou para o horizonte:
- Te peguei sua desgraçada!
Fiquei alguns minutos o observando se dobrar de rir. Como já havia aprendido, com ele, era melhor ser paciente e deixar que me contasse quando julgasse certo o momento. Conversar com Johan era semelhante a andar em um campo minado, a qualquer momento vinha a explosão e a sensação de impaciência que eu me forçava a controlar, era a de ter um membro amputado.
E tão subitamente quanto se entusiasmou, Johan se sentou ao meu lado voltando a alisar sua barba, com o semblante calmo, mais uma vez.
Apesar de estar aliviado por saber de Liza, a falta que eu sentia só aumentava com o passar dos dias. Sem ela ao meu lado, me faltava metade de mim ou até, talvez, me faltasse eu por inteiro.
Lembrei do último abraço que demos e essa lembrança me fortaleceu um pouco, saber que em breve, repetiria o gesto, foi quando tive a ideia.
Nunca havia feito isso antes, mas resolvi tentar.
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Ownn meu menino romântico! <3 E que mistérios serão esses que o Johan esconde, hein?
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