O CÃO
O cão
Liza
Toffe já estava no banquinho quando voltei ao Central Park. O que achei bem estranho, foi quase como se ele soubesse que eu voltaria.
Ele foi logo cheirando a mochila que eu tirava das costas. Nunca pensei, que um cachorro pudesse gostar tanto de barra de cereal. Quer dizer, não sei se nunca pensei, mas achei engraçado o jeito como ele pulou em mim, quando tentei comer na primeira vez que eu trouxe.
Depois daquilo, eu trazia as barras de cereal todos os dias, e ele ficava comigo no banco enquanto eu lia Cem Anos de Solidão, rosnava para qualquer um que se aproximasse de mim. Li algumas poucas páginas mas estava muito sonolenta.
Me levantei e acariciei atrás das orelhas dele:
- Até amanhã Toffee. – ele chorou baixinho, me doía ter que deixá-lo, mas eu não podia levá-lo para o apartamento de Ethan.
Decidi passar a tarde no orfanato Santos Anjos.
O encontrei por acidente. Passei um dia na frente de uma pequena igreja que me pareceu acolhedora, eu não me lembrava se era religiosa, mas não resisti ao impulso de entrar.
Acabei assistindo o coral das crianças e descobri que a igreja estava recrutando voluntários para ajudar a cuidar e a treinar os órfãos. Eu me inscrevi e fui aceita.
Era bem simples, haviam somente oito crianças e quatro freiras, cada adulto cuidava de duas crianças. Eu trabalhava quatro horas por semana divididas em dois turnos. Se fosse do meu interesse, eu poderia fazer mais horas.
A irmã que eu ajudava era um doce, aparentava estar na faixa dos setenta anos e era cega. Detalhe esquecido por mim constantemente, uma vez que ela apontava os objetos e me mostrava onde ficava cada item que iríamos utilizar. Toalhas, lençóis...
Não sei como conseguia fazer aquilo.
Acabei passando o dia todo no orfanato e já anoitecia quando fiz o caminho de volta para casa.
Fui direto para o meu quarto. Pelo silêncio, deduzi que Ethan e Raquel não estavam em casa. Levei um susto ao abrir a porta.
Um corvo enorme grasnava no parapeito da janela. E eu podia jurar que a havia deixado fechada. Ele não se moveu, apenas me encarou, subindo e descendo suas asas lentamente.
Depois piou alto, de uma maneira que me espantou e alçou voo pela janela.
Corri para fechá-la e encontrei um pedaço de papel manchado de tinta:
"Em breve lhe mostrarei sua verdade.
Aquela que ninguém conhece além de mim.
N."
Quem eu conheço que assine com a letra N?
A familiar angústia de não saber nada e ter a certeza de que me escondiam fatos do passado me assolou.
Sentei na cama e inspirei com força.
Lutei para ignorar o calafrio percorrendo pelos poros.
Se eu não estivesse confusa, havia ainda um aroma enjoativo no ar.
De sal, de terra, e de orquídea. E sem a menor explicação, o perfume me deixou com um péssimo pressentimento.
Qual é a verdade que andam ocultando de mim?
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